Fanfic: Soccer Girls | Tema: Futebol Feminino, Femmeslash, Lésbicas, Lesbian
POV Krista Radke
Final da Copa da Liga Inglesa Feminina.
Liverpool vs Chelsea. A chance de fechar a temporada com mais um título.
Mais uma final em minha carreira. A minha última final pelo Liverpool Ladies, antes de retornar ao meu país natal.
Quem sou eu? Kristina Radke, ou simplesmente Krista. Sou a melhor goleira do mundo e atualmente defendo a equipe inglesa do Liverpool Ladies.
Conquistei muitos títulos em minha carreira, apesar de ter ainda 22 anos de idade e apenas 5 de carreira profissional.
Champions League, Campeonatos Nacionais, entre outros. Também tive passagens pelas seleções de base da Inglaterra, onde fui campeã europeia sub-19 e terceira colocada no mundial sub-20, em 2012.
Meu pai é inglês, de Brighton. Minha mãe americana, de Radcliff, Kentucky. Nasci em Louisville, no dia 25 de julho de 1992.
Fui um acidente de percurso, como diria meu pai, que veio a falecer em 2013, vítima de um ataque cardíaco. Ele não realizou o sonho que tanto queria: o de me ver conquistando a Uefa Champions League. Minha mãe pensou em me abortar, mas desistiria da ideia.
Com 10 dias de nascida, minha mãe fugiu com outro homem, deixando a mim e ao meu pai.
Fui criada na Inglaterra. Meu pai me deu a melhor educação possível e me ensinou a amar o futebol de maneira incondicional.
Comecei a jogar futebol no colégio. Iniciei como atacante, mas por ser mais alta que as demais meninas, fui para o gol e de lá, não saí mais.
Amo minha profissão. Sou uma futebolista realizada, conquistando praticamente tudo o que eu disputo.
Perfeccionista? Arrogante? Talvez. Aprendi a ser assim desde pequena. Sofri desde o momento do meu nascimento e ao decorrer da minha vida também. Na posição onde jogo, um erro pode significar a perda de um título.
Minha vida pessoal foi sempre uma merda. Nunca tive uma namorada ou um namorado. Sim, sou bissexual. Talvez até mais lésbica que hétero, visto que minhas últimas transas foram com mulheres. Afinal, uma mulher entende a outra de modo bem mais satisfatório que um homem.
Iniciei minha carreira no Brighton and Hove Albion, onde iniciei minha e ganhei uma bolsa para estudar e jogar pela Universidade do Sul da Flórida, onde atuei apenas uma temporada, muito em virtude de um acontecimento, que mudaria completamente a minha vida...
***
- Ei Krista, chegamos! – disse Sophie, companheira de Liverpool.
- Nem percebi.
- Pensando em que?
- Nada. Tava envolvida na música.
Saímos do ônibus e fomos ao vestiário, onde nos prepararíamos para o confronto contra o Chelsea.
- O time londrino foi o nosso grande rival local na temporada. Essa final é importantíssima, para fechar nossa temporada com chave de ouro. Infelizmente irei deixar o time ao fim da temporada, mas isso não é mais importante que o jogo de hoje. Marquem, deem o máximo de si, não é por que fomos campeãs nacionais que esse título não tem importância. TODO TÍTULO TEM IMPORTÂNCIA! VAMOS GANHAR! VAMOS DESTRUIR O CHELSEA HOJE, COMO FOI NA TEMPORADA INTEIRA! – disse, no meu momento como a capitã e líder do Liverpool.
O jogo era em Wembley, grande palco do futebol mundial. Excelente público, para uma partida de alto nível, que não era a primeira na carreira de muitas ali em campo, mas pra mim, era especial.
Estava nervosa. Porém, minha obrigação era dar o máximo de mim, em meu último jogo pelo Liverpool.
Ajeitei minhas luvas, meu coque francês, minha toalha e a garrafinha de água, que ficava próxima a minha baliza. Era o momento do apito inicial.
A partida começou com iniciativas fortes do Chelsea. Porém, estávamos preparadas para enfrentar um dos melhores ataques do continente europeu naquela temporada.
Os cruzamentos a minha área estavam cada vez mais frequentes e me esforçava para tentar intercepta-los da maneira mais satisfatória possível.
- VAMOS, VAMOS! SUBAM A DEFESA. –disse gritando e gesticulando com minhas companheiras de time.
As iniciativas do Chelsea continuaram ao decorrer do jogo. Conseguíamos um ou outro contra ataque, mas o cansaço de uma maratona de jogos desgastante se fazia presente ali no gramado de Wembley.
Levamos a partida para a prorrogação.
Estávamos na iminência de cair, mas não sairia dali sem outro resultado se não a vitória.
Persistimos, lutamos e conseguimos levar o duelo para os pênaltis.
Após um período de conversas, era o momento de definirmos as batedoras.
- Resolvam com gols, que decido lá atrás. –disse a elas.
Pênaltis sempre foram a minha especialidade. Decidimos assim a Champions League, contra o Wolfsburg, onde nos sagramos campeãs.
Não consegui defender as duas primeiras cobranças do Chelsea. Também convertemos nossas duas primeiras penalidades.
Estava na hora de brilhar, de mostrar o porquê de ser a melhor goleira do mundo.
- É você quem vai bater? –disse, olhando nos olhos da atacante do time inglês.
- Quem pensou que seria, sua retardada?
- A retardada aqui só sabe cair do lado esquerdo.
Apontei o lado esquerdo. Ela iria bater para aquele lado.
Rasteira, no canto, para que com a ponta da luva direita eu conseguisse realizar a defesa.
- FUCK YEAH, BITCHES AND HATERS! I’M KRISTA, KRISTA RADKE! THE BEST FEMALE KEEPER IN THE WORLD. – gritei para a jogadora que havia perdido o pênalti.
Convertemos mais um pênalti. O Chelsea também converteria sua penalidade e perderíamos outra.
Se o Chelsea fizesse, iríamos para as cobranças alternadas. Caso eu defendesse, vencíamos.
Abigail Stout cobraria o pênalti para o Chelsea. Nos conhecíamos desde os tempos em que ela atuava no Notts County, portanto, sabia bem como ela cobraria a penalidade máxima.
A bela loira de olhos azuis me encarava. Iria tentar desequilibrá-la o máximo possível, para que eu pudesse defender e levar o Liverpool ao título.
- Oi loira...você é tão bonitinha, acho que vou deixar você fazer esse gol.
- Vai pro seu gol, Krista e para de falar merda.
- É meu último jogo, antes do meu retorno para os EUA. Queria ter uma lembrança da Inglaterra, antes da minha volta. Por isso, quero defender seu pênalti e me sagrar campeã.
A loira me ignorou e voltei para o meu gol. Me movimentava na linha e indicava o canto direito para Abigail.
Apitou a árbitra. Nada importava naquele momento.
Caí para o lado esquerdo, e com a ponta da chuteira, defendi a cobrança de Abigail, que foi no meio do gol.
Éramos campeãs da Copa da Liga Inglesa.
Cumprimentamos as jogadoras do Chelsea e em seguida, recebemos a taça, erguida por mim.
Comemoramos o título e fiz questão de me despedir de todos, comissão técnica, jogadoras e torcida ali mesmo.
- Muito obrigada pelos momentos maravilhosos proporcionados pelo Liverpool. Títulos, falhas, conquistas! Foram 3 anos espetaculares e que sem dúvidas, marcaram minha vida. Não é um adeus e sim um até breve, pois sempre ouvi de outras jogadoras e de funcionários a seguinte frase: quem é feliz em Liverpool, sempre retornará um dia! Obrigada novamente e YNWA, SEMPRE, SEMPRE!
Era arrogante em muitos momentos, porém, meu amor por aquele clube, que me acolheu após eu ter passado por um dos piores momentos da minha vida era algo verdadeiro. Sentiria muita falta dos treinamentos, da cidade de Liverpool, da torcida, dos jogos.
A última vez que havia chorado, tinha sido no enterro do meu pai e novamente estava eu, chorando, em um misto de felicidade pelo título e de tristeza, por deixar aquele time.
Após algumas horas, depois de entrevistas e fotos, voltaríamos ao hotel.
No ônibus, receberia uma mensagem de Abigail, que dizia:
“Parabéns pelo título, Krista! Você novamente foi decisiva, sempre é muito bom jogar com você. Queria te dar outra lembrança da Inglaterra, antes de você voltar aos EUA. Caso queira, me encontre nesse endereço às 22:30.”
O que pretendia a atacante inglesa do Chelsea? Só saberia se eu fosse ao local indicado na mensagem e era isso que eu faria.
Autor(a): brunobez
Esta é a unica Fanfic escrita por este autor(a).
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Campeãs mais uma vez. Nada era mais satisfatório que isso! - Vocês não vão sair para comemorar hoje? – pergunta Emma, uma das principais jogadoras da decisão. - Tem um pub muito bom aqui em Londres, lembro que nos tempos em que fui do Arsenal, ele era bem freqüentado. E você, Krista?–disse a zagueira N ...
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