Fanfic: Dominados - Vondy | Tema: Hot,Vondy
Capítulo 132 - Dulce Maria
Eu não estava muito bem. Era oficial, a depressão havia me atingido novamente.
Passei o restante do dia em cima da minha cama, sem encontrar forças para me levantar. Não queria comer, falar ou trabalhar. Não queria fazer nada além de chorar sem pausas, ainda sem acreditar no quanto havia sido idiota.
Tinha caído na armadilha do Christopher. Era duro admitir, mas não passava da mais pura verdade. Ele mexia comigo mais do que pensei que podia mexer algum dia. Eu o queria além do desejo. Queria que fosse meu em todos os sentidos, não apenas no sexual. Era a verdade. A verdade que estava tentando espantar.
Foi pensando nas diversas formas de esquecê-lo que acabei adormecendo. Foi um alívio deixar de existir por algum tempo. O medicamento novo que o médico havia me passado era bem forte, fazia-me sentir um sono quase crônico, mas muito bem vindo.
O meu desespero não podia se intensificar tanto, caso contrário pararia no hospital novamente.
A minha fragilidade era mais um motivo de tristeza e desespero. Por mais que tentasse ser forte, por mais que tivesse mudado e me vacinado das inúmeras intempéries que acontecem na minha vida, de nada havia adiantado. Lá estava eu,em cima de uma cama, derrotada, vencida, demonstrando o quanto não passava de uma boba que se deixa levar por um idiota qualquer. Maldito dia em que os homens foram criados naquele mundo. Maldito dia em que Christopher Uckermann cruzou o meu caminho.
Quando acordei havia flores enfeitando o criado-mudo. Primeiro senti um cheiro adocicado, e só depois virei o meu rosto lentamente até observá-las. Não evitei um sorriso, pois algo forte me dizia que eram do Jaime. Ele era sempre um fofo comigo. Sempre protetor. Além de que fazia de tudo para que eu me sentisse bem.
Sentei na cama devagar, parecendo uma velha de noventa anos. Descobri que o meu corpo inteiro doía, não apenas a cabeça. Peguei o arranjo na maior dificuldade e cheirei uma flor. Eram amarelas, todas elas. Nunca entendi muito de flores, por isso não consegui identificá-las. Só sei que exalavam um aroma incrível,que fiz questão de aproveitar.
Encontrei um cartão pendurado no canto esquerdo. Peguei-o com curiosidade e abri, só então o meu sorriso morreu.
“Nunca quis te ver assim.
Nunca quis te magoar.
Nunca pensei que pudesse te fazer sofrer tanto.
Ainda te desejo mais do que tudo neste mundo.
Ainda te quero como nunca quis alguém.
Ainda espero pelo dia em que vai acreditar no que digo.
Ainda quero que me escolha.
Ainda te amo tanto que chega a doer.
E se te odiei foi porque o amor atingiu o seu limite.
Ainda preciso do seu perdão.
Não posso fazer nada se a última que morre sempre é a esperança.
Do seu – mesmo não sendo, mas com uma vontade absurda de ser –,
Christopher Uckermann.”
Levei uma mão à boca, abafando um soluço que partiu das profundezas das minhas entranhas. Meu estômago se contorceu e senti vontade de vomitar. Fechei a minha boca com força e larguei o arranjo na cama, ao meu lado. Segurei o bilhete com tanta força que os meus dedos doeram e o papel quase rasgou.
Foi admirando o além do meu quarto que percebi que já era noite. Ainda com o bilhete em mãos, reli pelo menos umas quinhentas vezes. Cada uma delas me deu vontade de chorar. E de sorrir também. Foi o que acabei fazendo; reli tais palavras com lágrimas nos olhos e um sorriso constante no rosto.
Encontrei o meu celular em algum ponto da cama. Não sabia direito o que ia fazer, talvez ligasse para o Christopher. Talvez escrevesse alguma mensagem tão profunda quanto a dele. Talvez o mandasse ir se foder, talvez dissesse... dissesse que...
Não. Eu não ia dizer nada. Não ia confessar o meu fracasso a um idiota.
Digitei a mensagem menos destruidora que poderia enviar naquele instante:
“Vá se fo/der.”
Mal enviei e o meu celular se agitou em minhas mãos, provocando-me um susto enorme. Até gritei. Andava com os nervos à flor da pele. A mensagem do Christopher foi aberta com um medo aterrador me acompanhando a cada suspiro.
“Também te amo e também estava pensando em você... Espero que ouça com a atenção.”
Havia um arquivo acompanhando a mensagem. Ele se chamava “Corazones Invecibles”. Meus dedos tremiam, mal podia segurar o celular. Foi difícil buscar coordenação para clicar no arquivo e fazê-lo carregar. Demorei mais do que de costume. Para mim pareceu uma eternidade, visto que a minha curiosidade foi atiçada até alcançar as alturas.
Arfei alto em algum momento, só então percebendo que havia prendido a respiração durante um tempo prolongado. Assim que o arquivo carregou, abriu instantaneamente, fazendo o meu quarto ser tomado por notas de um instrumento que achei que fosse um violão.
As notas vinham acompanhadas de uma profundidade incrível. Dava-me a sensação de liberdade com resquícios de angústia. Era leve e doce, mas firme.
Deitei de novo na cama e me preparei para ouvir. O primeiro verso cantado me fez sorrir amplamente:
“Hoje seu rosto já me diz tudo
Em silencio me fala de algum modo
que algo não te deixa ser feliz
Sei, a vida não é um conto de fadas
E vamos com fé para o nada
Tratando de sobreviver
Não há caminho difícil
Quando estamos juntos você e eu”
Meus olhos se encheram de lágrimas. Minha nossa... Estava completamente envolvida pelos versos, pelas notas, pela voz do cantor. Cada palavra me fazia recordar dos momentos que passei com o Christopher. O mais incrível ainda porque eu me vi inteiramente nela.
“Se você vai em direção a uma queda livre
E você se sente derrotada
Eu me entregarei com a alma
Para curar sua dor
Não deixarei que você se renda
Eu sararei suas asas
Corações invencíveis
Pela força do amor
Ohh
Pela força do amor”
Eu já chorava copiosamente antes mesmo do fim do refrão. Era difícil acreditar que Christopher sentia tudo aquilo.
Será que era tudo verdade? Que ele estava sendo sincero o tempo inteiro? E se for verdade... O que vou fazer? E se não for... O que vou fazer, meu Deus? O que vou fazer com um sentimento não correspondido àquela altura? E o que fazer com um correspondido?
“Hoje, te peço que não perca a confiança
Mesmo que sinta que a luz se apaga
Aqui eu sigo junto a você
Se o destino nos leva
O melhor está por vir”
A segunda estrofe foi ouvida com as dúvidas martelando a minha cabeça.
Descobri que eu não fazia ideia de como agir nos dois casos... Aquilo tudo sendo mentira ou verdade, simplesmente não sabia o que fazer. Estava perdida, completamente sem direcionamento. E a ideia de fragilidade me deixava possessa.
Tive ódio de mim mesma por ser tão imbecil e ter desaprendido a conviver com os sentimentos.
“Se você vai em direção a uma queda livre
E você se sente derrotada
Eu me entregarei com a alma
Para curar sua dor
Não deixarei que você se renda
Eu sararei suas asas
Corações invencíveis
Pela força do amor
Ohh
Pela força do amor”
Parei de pensar antes do fim da música. Não adiantaria ficar me lamentando por ter feito uma coisa que precisei fazer: afastar-me de tudo aquilo que podia me machucar. Se não tivesse dado adeus a todos os bons sentimentos jamais teria reagido, arranjado um emprego, terminado o doutorado, sustentado Angel ou o Jaime. Não teria saído da inércia, teria sucumbido à depressão e às dores que não me largavam por nada depois de ter sido traída, violentada e ferida de todas as formas possíveis.
Ouvi um barulho na porta e enxuguei as lágrimas bem depressa. Angel entrou lentamente, empunhando uma bandeja com alguma coisa cheirosa em um prato de porcelana.
– Jaime fez sopa – foi logo dizendo enquanto se aproximava. – Está gostosa,garanto. Nem gosto muito de sopa, então acredite quando digo que...
– Christopher esteve aqui? – interrompi-a. Minha voz saiu dura, comedida.
Ela me observou longamente. Depositou a bandeja no criado-mudo e se sentou na cama. Reparou nas flores e depois no bilhete em minhas mãos.
Abriu a boca e depois fechou.
– Esteve ou não? – fiz uma careta.
– Mais ou menos. Jaime não deixou que entrasse. Só as flores estiveram aqui,dentro de casa. Eu mesma as trouxe.
Suspirei involuntariamente. A situação estava tão esquisita! Não queria o Jaime metido naquilo, porém acredito que seja inevitável. Àquela altura do campeonato todo mundo estava envolvido, até mesmo a Angel. Lamentavelmente.
– Você está bem? – perguntei, pois reparei que ela estava com olheiras escuras ao redor dos olhos. Angelique não havia dormido direito, com certeza.
– Eu que pergunto. – Sorriu. – A dodói aqui é você.
– Não estou “dodói” – comecei de forma desdenhosa, mas fui ficando cada vez mais afetada: – Só se tiver sido contaminada por algum mal. Um mal com nome e sobrenome.
Angel riu um pouco.
– Christopher Uckermann é um bem. Lindo e apaixonado... Do que mais uma mulher precisa?
Encarei-a sem acreditar. Até Angel tinha caído na dele? Coitada!
– Preciso de muitas coisas. Ele não supre nem a metade.
– E o Jaime supre?
Não sabia até que ponto Angel conhecia sobre a minha relação com o Jaime,mas sua pergunta me deixou muda pelo tempo suficiente para que tomasse as próprias conclusões.
– Foi o que pensei. – Deitou-se na cama ao meu lado. Abraçou-me de leve, e não rejeitei o seu toque. Era mais do que bem-vindo. – Christopher te ama de verdade,Dul.
Bufei. Era só o que me faltava.
– O que são flores e um bilhete idiota? – resmunguei. E uma música belíssima, mas decidi não comentar sobre ela.
– Por que não acredita nele?
Parei por um segundo. Novamente, fiquei muda.
Suspirei mais uma vez.
– É complicado. Eu não consigo.
– Não se magoe assim. Não vê que ele não vai desistir tão fácil? Você precisa fazer alguma coisa, senão vai perdê-lo.
Meu corpo congelou diante do verbo perder. Me senti uma desesperada. Fiquei até sem fôlego diante da ideia de perder o Christopher de vez. Foi aquela ideia que tinha me deixado doente, e era ela que ia acabar comigo.
– E se for mentira? – murmurei baixo. – E se ele estiver me usando? Se for um aproveitador? E se me machucar ainda mais? Não posso... – senti uma lágrima escorrendo. – Não posso deixar que me machuque.
Angel sorriu e me olhou de perto. Tomou para si o papel de irmã mais velha,olhando-me como se eu fosse uma criancinha. Claro que detestei aquilo, mas não tive tempo de reclamar. As lágrimas não deixaram.
– Olhe para você. Está machucada, mas não foi ele quem fez isso, foi você mesma. A dor existe, mas sofrer é uma escolha... Tudo é questão de escolha.
– Eu escolho não cultivar mais motivos para sofrer – choraminguei.
– Então saia dessa cama e vá atrás de quem ama! Não o perca. Não deixe que vá embora, não escolha sofrer por não ter feito o que devia fazer.
Minha cabeça deu um nó, por isso a balancei depressa. Continuei chorando sem nenhuma dignidade.
– Você não entende, Angelique.
– Quem não entendeu ainda foi você. Está apaixonada, Dulce. Ama o Christopher e é por isso que está assim. Não admite amar alguém nem fodendo, mas isso te machuca... Pare de se autoflagelar e tente ser feliz com ele. Não há nada de errado em gostar de alguém. Só prova que ainda está viva.
– Não quero gostar dele! – Apoiei o rosto em minhas mãos, tentando manter a calma, mas sem conseguir. Caí no choro de vez.
Angel permaneceu calada e bem quietinha até o meu controle ser restabelecido.
Pisquei os olhos inúmeras vezes quando aconteceu. Desviei o rosto para encarar o bilhete.
Felicidade era algo que eu não sentia há anos. Angel não podia ter me colocado na mesma frase que usou para incluir a palavra feliz. Eu já tinha desistido de tudo.
Não tinha?
– Feliz? – sussurrei.
– Claro! Faça as coisas certas. Não adianta ficar com dois, não é?
– Hã? – Juro que não entendi mais nada.
– O Jaime. Não fique com o Christopher sem acabar tudo com ele. É feio – fez uma careta, e logo me senti arrependida. E culpada. E um monstro cruel.
– Do que está falando, Angelique Saviñon? – questionei por falta de comentário melhor. Fazer-me de desentendida foi uma ótima opção.
Ela se levantou rápido, parecendo impaciente. Estalou os lábios.
– Vai saber o que fazer. Tenho certeza. Tome a sopa, daqui a pouco venho buscar a bandeja. Fique pensando um pouco...
Dei de ombros. Eu estava tão acostumada a desviar de tudo o que me atinge.
Era mais fácil fingir que nada era comigo. Era natural espantar qualquer coisa que me fizesse sentir. Pela primeira vez desde o acontecido, deixei que tudo invadisse o meu coração e o meu cérebro.
Tomei fôlego e falei:
– Sei o que fazer.
E a certeza foi uma espécie de salvação. De uma hora para outra, sentia-me uma nova mulher.
Eu renasci.
– Comece logo.
Peguei o meu celular.
– Comecei – disquei um número muito importante.
GLORIA DEUS SENHOOORR!!!SANGUE DE JESUS TEM PODEEERRR!!!VAI DULCEEEEEE
Autor(a): unavondy
Esta é a unica Fanfic escrita por este autor(a).
Prévia do próximo capítulo
Capítulo 133 - Christopher Uckermann Passei a noite toda acordado pensando nela. Preocupado com ela. Sonhando acordado em estar com ela. Não havia mais nada que eu pudesse fazer, pelo menos não enquanto o escravinho estivesse dando uma de macho alfa dentro daquela casa que nem lhe pertencia. Tudo isso me irritava, mas não queria prejudica ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 484
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T ♛ Postado em 04/11/2016 - 21:44:33
Amore, a Mila Wander odeia que adaptem os livros dela, mas ainda sim acontece e isso acho que está díficil de evitar, ams coloque os créditos da história ok? Fica feio parecendo que você está plagiando sabe? E plágio é crime, e vc não é nenhuma criminosa certo? https://www.skoob.com.br/dominados-371904ed419781.html
recuerdosvondy Postado em 13/01/2022 - 19:39:54
MDS que coisa chata, deixa a menina adaptar a FANFIC. Fica com essa pikuinha
Tia_Olaf Grey♥ Postado em 18/02/2018 - 22:32:10
Ai mds odeio isso, quando a pessoa resposta a história da escritora original e nem créditos dá ;-; isso sim é plágio
garotama2 Postado em 28/04/2017 - 02:30:43
Legal, ninguém perguntou
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Azevedos2 Postado em 24/07/2016 - 00:02:27
Com certeza perdoamos!!! É totalmente compreensível.. Sinto muito pela perda de seu amigo, sei como é doloroso perder alguém que é tão importante para nós. Um beijo enorme e eu com certeza vou ler a próxima fic que vc posta.
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stellabarcelos Postado em 22/07/2016 - 23:47:52
Tudo bem linda! Lamento pelo seu amigo e desejo que Deus conforte o seu coração! Beijinhos
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natty_bell Postado em 22/07/2016 - 18:22:15
GENTE SCRRRRR COMO ASSIM??? Dsclp mais não da de te perdoar por abandona assim... cara essa era minha fic fav <3 Mas é aquele ditado né... Eu sei como é perder uma pessoa e tal e eu espero de verdade que VC esteja recuperada... agora é so esperar a outra vim né...
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min_vidal2003 Postado em 22/07/2016 - 18:18:04
Noooossa, te entendo perfeitamente e sei como é ruim perder um amigo, falo por experiencia própria pois já passei por isso !!!! Amo essa fic de paixao, pois foi a primeira q li quando me inscrevi no site <3 Bj e já estou esperando a outra !!!
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💙MariVondy💙 Postado em 22/07/2016 - 17:55:08
Que Triste. Eu Realmente Amei Essa Fic Rs'. Se Isso Te Tranquiliza, Eu Não Te Odiei Rs'. Essa é a Terceira Vez Que Vou Falar Isso Aqui, Eu Já Perdi Uma Amiga Sei Como Dói, Sei o Quando é Ruim Não Poder Matar a Saudade Dessa Pessoa Pq Ela Não Volta Mais.. Espero Que Vc Esteja Bem. Esperando Sua Nova Fanfic <3.
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❤Queen❤ Postado em 15/07/2016 - 13:21:15
CADÊ VOCê MULHER?TO LOUCA PELA 2 TEMPORADA.........VOLTA LOGO!
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natty_bell Postado em 18/05/2016 - 22:52:05
GENTE CADE A DONA DAQUI??? Agora que o Pablo voltou a gente não vai ter continuação?? Choremos :'(
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HellenCristyn Postado em 17/05/2016 - 07:38:45
Você nos abandonou??? Volte por favor...
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talila Postado em 11/05/2016 - 19:50:50
Pouxaaa!!!! PQ parar?...........:´(