Fanfic: O Assassino || Vondy (Concluída) | Tema: Vondy ♥

Assim que ela se afastou, Álvaro olhou para Dulce:

— O que há com você? Está muito diferente. — Dulce o encarou surpresa.

— Diferente de quê?

— Da Dulce curiosa e graciosa que normalmente é.

— E como você pode saber como sou, se acabou de chegar à cidade?

— Talvez já tenhamos nos encontrado antes.

— Eu tenho certeza que não. — Respondeu Dulce. Ele apenas sorriu.

— E como está o Christopher?

— Ótimo.

— Tem certeza? Porque depois do que ele descobriu sobre o bebê, achei que estaria trancado se martirizando de novo.

— Quem é você e como sabe sobre o Christopher?

— Eu o conheci há alguns anos, era linda a esposa dele, é uma pena o que ele fez com ela. Mas olhando para você, posso dizer que ele realmente tem muito bom gosto para mulheres.

Álvaro a olhou de um jeito que fez Dulce se sentir incomodada.

— Ele não matou a Belinda, acho que não o conhece tão bem.

— Você iria se surpreender. — Respondeu ele.

Dulce ia discutir, mas Anahí retornou. Assim que a viu, Álvaro abriu um sorriso sedutor e passou a mão nas mãos dela na hora de pegar o livro. Dulce percebeu que ele a estava seduzindo, Anahí parecia nas nuvens perto dele. Any entregou a ele um livro e deu uma ficha da biblioteca para que ele assinasse.

Álvaro pareceu tenso para assinar a folha:

— Isso é realmente necessário? — Perguntou a Anahí.

— É só uma ficha de biblioteca. Qual o problema? — Perguntou ela desconfiada.

Álvaro olhou para Dulce e fez uma rubrica no papel, então se despediu delas e saiu com o livro. Anahí encarou desanimada a rubrica.

— Nada feito. Não dá para reconhecer nada só por esse rabisco aqui.

— Tudo bem, valeu a tentativa.

— Mas você reparou como ele ficou nervoso? Estranho não é? — Dulce assentiu.

Ela passou à tarde com Anahí e voltou para o castelo quando anoiteceu. Encontrou Christopher sentado nas escadas da frente do castelo. Ia passar por ele direto, mas ele puxou conversa.

— Você nem tomou café hoje. Comeu alguma coisa?

— Eu jantei na casa da Anahí. — Mentiu Dulce.

— Olha, você não precisa ficar fora o dia inteiro. Não tem que me evitar tanto. — Falou ele se levantando.

Dulce olhou novamente as mãos dele, ainda sem o anel.

— É, eu acho que tenho sim.

Christopher a segurou pelo pulso, então rapidamente olhou o pulso que ele havia apertado, não havia mais a marca dos dedos dele.

— Ainda está doendo? — Perguntou ele de um jeito que fez o coração de Dulce ficar apertado, ele sentia muita culpa.

— Isso foi o que doeu menos, Christopher.

Ele a olhou, Dulce podia ver nos olhos dele um misto de culpa, saudade, dor... Ela se soltou e ia entrar, mas ele falou novamente:

— Me perdoe Dul, eu só não...

— Não pode me perdoar. — Completou Dulce — Eu sei, você deixou isso claro quando me mandou embora para nunca mais voltar.

Christopher parecia procurar as palavras certas para dizer, por um momento, Dulce esperou que ele dissesse que não era realmente o que ele queria, mas ele apenas disse:

— Coma alguma coisa antes de se deitar.

Ela virou-se e subiu para o seu atual quarto. Adormeceu e sonhou com Belinda, sonhou que ela chorava sentada num canto de seu quarto, olhando a bagunça e com a mão na barriga, pedia que alguém fosse embora.

— Mande-o embora! — Repetia ela diversas vezes.

Dulce acordou assustada e resolveu beber água. Saiu de seu quarto, mas o castelo estava escuro, iluminado apenas pela luz da lua através das enormes janelas que havia em cada cômodo.

Ela desceu o mais devagar possível, se apoiando na parede. Até que finalmente, após alguns tropeções, chegou à cozinha. Quando entrou na cozinha, viu a sombra de alguém se levantar de repente diante dela e deu um grito, sentindo seu coração tão acelerado, que quase saiu pela boca.

Rapidamente, a pessoa a abraçou forte, tentando acalmá-la.

— Sou eu Dulce, calma!

Ela ouviu a voz de Christopher, mas o susto tinha sido tanto, que apenas chorou para aliviar a dor no peito. Christopher a abraçou ainda mais forte, e quando Dulce parou de chorar, ele a soltou aos poucos e a beijou.

Seu beijo era quente, intenso, desesperado. Dulce deslizou seus dedos pelo cabelo dele, e o puxou para mais perto, Christopher a puxou pela cintura e a encostou na parede sem parar de beijá-la nem por um segundo. Ela sentia tantas coisas ao mesmo tempo, que era difícil assimilar tudo, a felicidade e excitação por ter Christopher tão perto, a segurança que sentia com ele, a vontade de tê-lo ainda mais, de fingir que nada acontecera naqueles últimos dias e dizer que o amava.

Quando já não podia mais respirar, afastou seu rosto do dele. Ele acariciou o cabelo dela, beijou levemente seu pescoço, e pegou sua mão. Quando passou o dedo pelo braço dela, enquanto respirava o perfume de seu cabelo, Christopher se lembrou de uma coisa e voltou os dedos pelo pulso dela. Dulce sabia que aquele gesto indicava que ele já ia se afastar novamente, ela tinha que fazer algo para impedir, mas não fez.

Quando Christopher se afastou, olhando para ela com desejo e confusão nos olhos, ela simplesmente virou-se e foi até a pia pegar água, enquanto ouvia os passos dele cada vez mais distantes dela. Quando olhou de volta, ele não estava mais lá.

Dulce acordou tarde na manhã seguinte, tomou café rapidamente e se enfiou no quarto de Belinda antes que Christopher voltasse da rua. Precisava procurar as páginas que faltavam de seu diário, ou qualquer pista de onde estariam as cartas ameaçadoras de Álvaro. Passou a tarde revirando o quarto, mas não achou nada. Tanto as cartas, quanto as páginas do diário dela não estavam ali.

Quando saiu do quarto de Belinda, seu cabelo estava impregnado de poeira, então foi tomar um banho. Era difícil se acostumar com a água fria do chuveiro, principalmente porque aquela cidade já era fria o suficiente.

Riu ao pensar que era mais fresca que um conde de verdade nessa questão. Ficou pensando se quando Belinda morava lá eles tinham energia. Provavelmente sim, a julgar pela riqueza do castelo, Belinda não parecia o tipo de mulher que tomava banho gelado. Podia perguntar a Christopher. Podia, mas não o faria.

Não queria conversar com ele, estava cansada de ter esperanças, para depois qualquer coisa ligada a Belinda separá-los novamente. Precisava aceitar que Christopher pertencia a Belinda, seria assim para sempre, não havia espaço para mais ninguém na vida dele.