Fanfic: O Assassino || Vondy (Concluída) | Tema: Vondy ♥

— Olha Dulce, eu não acredito que o Álvaro seja o assassino. Você nem o conhece, não pode julgar as pessoas. Olhe para você, a Lucena discute com você e é atacada. A Marta discute com você e é atacada. Agora eu discuto com você e sou atacada, qualquer um poderia pensar que você está fazendo isso, ou o Christopher, para te proteger.

— Any você sabe que não foi ele. — Falou Dulce temendo que ela dissesse a polícia que havia sido Christopher. — Eu estava com ele dentro do castelo. Ele te socorreu.

— Não prova nada! Quem viu vocês dois dentro do castelo? Apenas um viu o outro e todo mundo sabe que vocês dois se defendem. O fato é que sendo você ou não, todo mundo que mexe com você tem seu troco, então peço que pare de implicar com o Álvaro antes que alguma coisa aconteça a ele também.

Dulce não acreditava no que estava ouvindo. Sentiu seus olhos enxerem, mas se conteve.

— Tudo bem, então procura saber quem viu o Álvaro na praça na hora em que você foi atacada, porque ele disse que estava lá, mas ninguém o viu.

— Não é porque o seu romance com o Christopher foi um fiasco que você tem que arruinar o meu, Dulce.

— Depois não diga que eu não avisei. — Falou Dulce saindo da casa de Anahí.

Procurou Poncho a tarde inteira, mas nem sinal dele. De noite, Christopher a chamou para o evento da feira de livros que teria na biblioteca, mas Dulce não quis ir, Christopher percebeu que ela parecia mais triste que nos últimos dias. Então ele se aproximou dela, sentando na beira da cama onde ela estava deitada.

— O que aconteceu?

— Nada. — Respondeu ela.

— Você pode confiar em mim, Dulce. O Álvaro te fez alguma coisa? Pode me falar, eu vou acreditar em você.

— Como você sabe que vai acreditar se não tem nem ideia do que é?

— Não importa, eu vou ficar do seu lado assim mesmo.

Dulce achou graça da forma como Christopher tentava fazê-la se sentir melhor, então se sentou na cama, iria contar tudo para ele. Mas nesse momento, Álvaro entrou no quarto.

— Christopher, vocês não vem?

— Pode indo na frente Álvaro, nós vamos daqui a pouco.

— Você pode ir Christopher, eu estou cansada e vou dormir. — Falou Dulce.

— Como você não vai Dulce? A Anahí ia adorar te ver lá. — comentou Álvaro em tom de deboche. Dulce sentiu vontade de lançá-lo janela abaixo, mas respirou fundo e fingiu não ter ouvido o comentário.

— Você pode ir Álvaro, nós vamos ficar em casa hoje. — Falou Christopher.

— Christopher, você não precisa ficar, pode ir…

— Não vai ter graça nenhuma sem você, e eu não me importo de ficar aqui. — Falou Christopher tirando a camisa social que estava usando, e deixando claro que não se afastaria dela.

Vendo que Christopher não mudaria de ideia, Álvaro resolveu ir andando e deixá-lo, mas parecia tão chateado que Christopher percebeu.

— Ele ficou chateado? — Perguntou Christopher.

— Nem sei, não estava olhando para ele. — Respondeu Dulce.

Christopher deitou-se ao pé da cama esperando que Dulce contasse o que estava acontecendo, mas ela apenas ficou o observando, sem demonstrar nenhum interesse em falar o que sentia.

— Dulce, não é porque não estamos mais juntos que não possamos ser amigos. Por favor, não crie esse muro de segredos entre a gente.

Mas ela não respondeu, levantou-se de repente e mexeu em sua mala, pouco depois tirou um vestido florido e o mostrou a Christopher.

— É bonito?

— Sim. — Respondeu ele sem entender.

Então ela saiu do quarto e retornou pouco depois usando o vestido, ficava perfeito nela. Estava parecendo um anjo, o cabelo marrom dela caía por cima dos detalhes laranja do vestido e fazia Dulce ter certa luz, que a deixava ainda mais linda.

— O que está esperando? — Perguntou ela dando um nó no cabelo, prendendo com um grampo. — Vamos.

— Aonde nós vamos?

— Para a feira de livros, você não queria ir?

Christopher se levantou rindo e se aproximou dela. Por um momento, Dulce esperou que ele a tomasse nos braços e a beijasse, mas ele apenas tirou o grampo do cabelo dela admirando as mexas compridas caírem sobre o vestido.

— Você fica ainda mais linda assim, parece um anjo. — Dulce sorriu e os dois saíram.

Christopher e Dulce andavam de mãos dadas, como combinado, para que todos achassem que ainda estavam juntos, quando percebeu que Christopher a estava levando para perto de Álvaro e Anahí, Dulce se soltou e saiu de perto dele. Não queria ficar com Álvaro e nem com Anahí naquele momento.

Ficou dando voltas na praça, mas alguns minutos depois, Christopher se aproximou dela sentando-se ao seu lado. Parecia estar incomodado com alguma coisa. Ela curiosa o encarou, então ele falou:

— Por que não me disse que você e a Anahí brigaram? — Dulce bufou.

— Porque você ia me perguntar o motivo e não ia gostar da resposta.

— Então você está mesmo interessada no Álvaro?

— O quê? — Gritou Dulce.

— A Anahí me pediu para cuidar melhor de você, porque você está interessada no Álvaro.

— Isso é ridículo! Não acredito que ela disse isso.

— E por que ela está pensando isso?

— Porque eu odeio o Álvaro! E ele está fazendo a cabeça dela. — Vendo como Christopher a encarava, Dulce percebeu que apenas pareceria louca se dissesse a verdade. — E você não vai acreditar se eu disser a verdade, então não sei por que pergunta.

Christopher ia discutir, mas Anahí e Álvaro se aproximaram deles, Dulce se levantou no mesmo instante e seguiu Lucena, que parecia não conseguir carregar o mundo de livros que estavam em seus braços e bloqueavam sua visão.

Ela tirou a maioria dos livros dos braços de Lucena e entrou com ela no galpão da biblioteca, onde os guardaria.

— Obrigada. — Disse Lucena.

Quando Dulce ia saindo, Lucena a chamou:

— Dulce, você está bem? — Dulce assentiu. — Soube que você e a Anahí brigaram.

Dulce se irritou pela forma como as noticias corriam na cidade.

— E soube que o amigo do Christopher está aqui e que está namorando ela? — Perguntou Dulce para ver qual seria a reação de Lucena ao falar de Álvaro. Mas ela reagiu normalmente.

— Sim, eu soube. Álvaro é um bom menino.

Ela revirou os olhos em reprovação.

— Queria te perguntar sobre o ataque a Anahí, tem alguma ideia de quem possa ter sido?

— Não foi o Christoher! — Defendeu Dulce.

— Eu sei, a Anahí disse que não pode ter sido ele. Só estou me perguntando quem faria uma coisa dessas, quero dizer, quem atacou a Anahí provavelmente atacou a Marta, e eu.

Dulce ficou confusa, Lucena não tinha tanta certeza que fora Christopher que a atacara?

— Eu não tenho certeza que o monstro do Christopher tenha me atacado, Dulce. Eu o vi minutos antes de ser atacada, mas não posso jurar que foi ele. Levando em conta que a Anahí jura que não foi ele, é estranho que mais de uma pessoa ataque as pessoas que se metem com você.

— A senhora acredita que o Christopher é inocente? — Perguntou Dulce esperançosa.

— Não foi o que eu disse, talvez seja, nisso. Ele realmente não sabia que a Belinda estava grávida?

Dulce negou com cabeça.

— Não sabia, eu não disse nada porque sabia que ele ficaria mal, foi um choque para ele.

Percebeu que Lucena parecia em dúvida sobre a culpa de Christopher, não só nos ataques recentes, mas em tudo. E isso era ótimo, se a mãe de Alessandra o perdoasse, quem sabe Christopher também não se perdoaria?

Então Anahí entrou no galpão, avistou Dulce e Lucena e se aproximou curiosa.

— Dulce, eu queria falar sobre aquela carta.

— Não temos o que conversar agora, Anahí. — Alertou Dulce tentando fazer com que ela percebesse que Lucena estava perto e não podia saber de nada.

Anahí ia responder, mas fixou o olhar em algo atrás de Dulce e Lucena. As duas olharam na direção que Anahí olhava, mas não viram nada na janela, então Anahí continuou:

— Acho que deve me entregar aquela carta.

— Não vejo porque eu deveria fazer isso.

— Porque quero mostrar ao Álvaro, e ver a reação dele. Assim vou saber se ele é culpado ou não. — Lucena encarou as duas sem entender nada.

— Do que o Álvaro é culpado? De que carta estão falando?

— Dona Lucena, a Dulce acha que o Álvaro é uma má pessoa. A senhora que o conhece há tanto tempo, diz para ela como ele é!

Dulce encarou Anahí para que parasse por ali com aquele assunto na frente de Lucena, mas Lucena já a encarava curiosa. Ela começou a questionar Dulce, mas sentiram um cheiro estranho, parecia fumaça. Anahí se afastou delas para procurar o que era, e foi como se aparecesse num passe de mágica, um fogo alto numa das prateleiras que rapidamente cedeu e separou de um lado Dulce e Lucena e do outro Anahí, mais perto da porta.

Lucena e Dulce se afastaram o máximo possível do fogo, mas ele se alastrava rapidamente. Dulce percebeu Anahí tentando chegar até elas e gritou:

— Any, sai daqui!

— Não vou sair sem você.

— Não adianta vir para cá, vá pedir ajuda! — Dulce parou de gritar quando sentiu a fumaça invadir sua garganta e seu nariz a impossibilitando de respirar.

Olhou em volta, mas só havia fogo, não havia saída. As prateleiras velhas de madeira e a quantidade enorme de papéis no local, faziam o fogo ficar cada vez maior, o galpão era todo de madeira, o que piorava ainda mais a situação.