Fanfic: O Assassino || Vondy (Concluída) | Tema: Vondy ♥

Capítulo 22

Dulce acordou se sentindo melhor, antes mesmo de abrir os olhos, pôde sentir o cheiro que mais lhe agradava no mundo, e sentiu os braços fortes de seu anjo em volta de seu corpo. Ela estava com Christopher, se pegou sorrindo de felicidade. Então se lembrou de algumas coisas que havia feito. Ela havia mesmo acusado Christopher de tentar matá-la? O que passara pela cabeça dela?

Abriu os olhos, confusa. Como fora parar no castelo novamente? As coisas pareciam não fazer sentido algum. Afastou-se de Christopher num rompante e ele, assustado a olhou com certo medo por um tempo. Então, calmamente, tocou de leve as mãos dela.

— Está tudo bem meu amor. Eu estou cuidando de você.

— O que aconteceu? Como eu vim parar aqui? — Perguntou ela.

— Você não se lembra?

Dulce negou com a cabeça percebendo que Christopher parecia ainda mais confuso que ela.

— Eu tirei você da casa de sua tia ontem à noite, mas você quis vir comigo. — Ele parecia achar que Dulce o acusaria de tê-la levado.

— Eu tenho certeza que sim. — Respondeu ela como se fosse óbvio que ela queria ir com Christopher.

— Sua tia chamou a polícia, me acusou de sequestro.

— O quê? Ela ficou louca? Não se preocupe Christopher, eu falarei com a polícia e vou dizer que você não me trouxe contra a minha vontade.

Christopher continuava preocupado.

— Isso não vai contar muito meu bem, você não está falando coisa com coisa ultimamente.

Dulce ia brigar, mas também tinha essa sensação, as coisas em sua mente, suas lembranças, pensamentos, nada parecia fazer sentido. Ela mal sabia distinguir qual lembrança era sonho e qual era realidade.

— Você está com medo de mim? — Perguntou ele — Eu posso me aproximar de você?

Dulce apenas o olhou como se aquelas perguntas fossem absurdas e se jogou nos braços dele, que a beijou no mesmo instante quase que desesperado. Quando finalmente a soltou, Dulce o olhou tentando entender por que ele estava daquele jeito.

— Achei que fosse perder você. Você nem quis falar comigo ontem. — Explicou ele.

— Eu acusei você, não sei o que deu em mim, me perdoa.

— Não precisa se desculpar meu amor, não foi culpa sua.

Dulce ainda se sentia estranha, sabia o que estava acontecendo com ela, tinha escutado alguém falar, mas o que era? Quando ia perguntar a Christopher, ouviram palmas vindas do portão, então Christopher levantou-se e foi atender a porta.

Ela desceu pouco depois a tempo de ouvir Lucena, Christian e Christopher discutindo:

— Ela tem que ir para o hospital agora Christopher! — Dizia Christian firmemente — Se quiser provar que não a perseguiu, ela precisa fazer o exame de sangue!

— Eu não vou submeter Dulce a isso. Ela está cansada, confusa. Não tem que sair para provar para ninguém que não é louca. Ela acredita em mim, é o que importa.

— A fé dela em você não vai livrá-lo da prisão. Você não será mais réu primário, não vai ser nada fácil livrá-lo dessa vez.

— Por que ele vai para a prisão? — Perguntou Dulce aparecendo de repente. — É por causa das coisas que eu disse?

Dulce percebeu Christian e Lucena a encararem de forma estranha, como que avaliando se ela estava em seu estado normal.

— Você estava sob efeito de alucinógenos Dulce, uma planta chamada Jurema, que provoca alucinações e perda momentânea de memória. Sua tia estava dopando você, colocando essa planta em seus alimentos. Acredito que você saiba a mando de quem. A única forma de provar que quando você acusou o Christopher de perseguí-la não estava em seu juízo perfeito, é fazendo um exame de sangue antes que a droga saia de seu organismo, então não temos muito tempo. — Explicou Christian.

— Você tem uma seringa? — Perguntou ela esticando o braço na direção dele.

Christian riu enquanto preparava a seringa para tirar o sangue de Dulce, admirava o jeito decidido dela. Já Christopher a olhou preocupado.

— Dulce, você não precisa fazer isso.

— Claro que preciso. Se alguma coisa acontecer a você eu nunca vou me perdoar Christopher. Imagina, esse tempo todo tentando provar sua inocência e justo eu te mando para a cadeia? — Christian continuava rindo enquanto tirava o sangue dela.

Dulce sentiu-se tonta após a retirada do sangue, mas logo estava melhor.

— Vocês precisam vir comigo. — Falou Christian — Precisamos pedir a análise do sangue no hospital de Ponta Bela e a Dulce tem que dar um novo depoimento à polícia.

— Christian, não é uma boa hora, ela ainda está confusa e indisposta. — Falou Christopher.

— Tudo bem Christopher, eu estou ótima. Vou só trocar de roupa. Dona Lucena, a senhora pode vir comigo?

Lucena assentiu e subiu com ela. Ajudou Dulce a se vestir, e assim que colocou um belo vestido florido nela, encarou-a.

— O que quer falar querida?

— É sobre o Álvaro.

Lucena abaixou a cabeça de forma triste.

— Eu já sei de tudo, o Christopher me mostrou as cartas. Na verdade eu descobri antes quando você acusou o Christopher de tê-la perseguido. Eu sabia que você jamais faria uma coisa dessas em seu juízo normal e a Marta andava estranha por esses dias. Como você disse, estava amiguinha demais do Álvaro. Não foi difícil unir as coisas, eu a pressionei um pouco e ela ficou nervosa. Mas quando ela não me deixou ver você, eu tive certeza que alguma coisa estava acontecendo, então chamei o Christopher, que me contou tudo. Não foi preciso muito para descobrir que a Marta estava encomendando uma erva alucinógena de Ponta Bela, não foi difícil ligar os fatos. Pressionei a Marta e ela não negou que drogou você, nem que foi a mando do Álvaro.

Dulce percebeu que Lucena parecia triste pelas atitudes de Marta, podia entender bem, elas eram amigas, ela também estava assim em relação a Anahí e as atitudes que ela vinha tendo. Abraçou Lucena tentando confortá-la.

A cidade inteira comentou quando avistaram Dulce e Christopher juntos no carro de Christian, Dulce podia pensar em milhares de coisas diferentes que deveriam estar passando na cabeça das pessoas ao verem aquela cena após as acusações dela. Mas sabia que em pouco tempo todos já estariam sabendo a verdade, era o que acontecia em uma cidade tão pequena. Todos sabiam da vida de todos.

Chegaram finalmente ao hospital e enquanto Christian pedia a análise do sangue de Dulce, que demoraria no mínimo 48 horas para ficar pronta, ela foi à delegacia e mudou o depoimento inocentando Christopher de tudo o que dissera. Christopher achou que a análise no fim das contas seria somente a prova técnica, pois Dulce havia sido bem convincente e o delegado acreditava na inocência de Christopher no caso dela, ela fizera questão de deixar bem claro que achava que Christopher havia matado Belinda.