Fanfic: O Assassino || Vondy (Concluída) | Tema: Vondy ♥

Quando saíram da delegacia, Dulce avistou na rodoviária um cabelo curto, negro e um longo vestido que arrastava no chão com estampas chamativas. Pensou que se estivesse em qualquer outro lugar do mundo poderia jurar que era Maite, mas sendo em Ponta Bela, não podia ser ela.

Porém, para surpresa de Dulce, quando a mulher se virou, avistou os longos olhos negros de sua amiga e seu sorriso amável. Dulce se viu no mesmo instante correndo em direção a ela para um longo abraço que demonstrava a saudade que as amigas sentiam uma da outra.

— O que está fazendo aqui? — Perguntou quando finalmente se afastou da amiga.

— Vim atrás de você, claro! Como some assim sem dar uma notícia? Quer me matar do coração? Eu nem sabia se você estava viva Dulce!

Dulce riu do drama da amiga, sentia muita falta do jeito espalhafatoso, mas sempre cuidadoso dela, ela sempre a protegia e estava sempre disposta a ajudá-la.

— Eu estou bem. A comunicação daqui é muito difícil. — Explicou Dulce.

— E cadê o celular que te mandei?

Dulce nem se lembrava desse celular, mas no momento que Maite comentou, percebeu que ele realmente já deveria ter chegado.

— Não chegou ainda.

— Como isso é possível? Eu mandei há meses! Que fim de mundo é esse afinal?

Maite olhou em volta, mas parou os olhos em alguma coisa, ou melhor, em alguém que chamou sua atenção. Christopher sorriu para ela e Dulce achou ter ouvido a respiração dela falhar.

Ela sorriu em resposta a Christopher e puxou Dulce num canto.

— Esse é o conde assassino? Dulce, achei que tivesse se afastado dele!

— É uma longa história e ele não é um assassino, eu já consegui provar isso. Ele é meu namorado.

Maite deu pequenos pulos, olhou Christopher novamente e olhou Dulce dando gritinhos.

— Ele não é mesmo assassino, a aura dele é de anjo. Que homem, Dulce! Que homem!

Dulce riu e apresentou a amiga a Christopher e Christian, que Dulce percebeu, não tirou os olhos dela. Após instalar Maite na pensão, Dulce bem que queria convidá-la para ficar no castelo, mas como não era dona da casa, não arriscou, ela e Christopher foram de volta ao castelo, no caminho, percebeu Poncho tentar se aproximar dela, mas olhava para Christopher e voltava para trás.

Dulce sorriu tentando entender o medo que Poncho tinha de Christopher se sabia que ele não era um assassino. Ela ia chamá-lo quando finalmente ele tomou coragem e aproximou-se deles, só então Dulce percebeu que ele parecia nervoso.

— O que houve? Por que está assim?

— É a Anahí. Eu quero ajudá-la, e a única maneira é colocando o Álvaro na cadeia. Eu quero saber tudo o que você sabe Dulce. Quero saber as provas que tem, do que você precisa. Precisamos provar o quanto antes que o Álvaro é o verdadeiro assassino da Belinda.

Dulce percebeu Christopher surpreso com Poncho. Não sabia dizer se ele gostaria de tê-lo o ajudando, devido a rixa dos dois, mas sabia que era sempre bom ter mais alguém que acreditava nele.

— O que aconteceu com ela? — Perguntou Christopher.

— Eu acho que ela quer entregá-lo e acho que ela só não o fez porque ele a ameaça. Eu acabei de ouvir uma conversa estranha entre eles, ela parecia assustada e ele a estava ameaçando. Ele disse que ela tinha que encontrar as cartas e entregar a ele. Mas ele falou de uma forma como se ela não tivesse outra opção a não ser encontrar as tais cartas.

Dulce sentiu seu coração pular no peito, olhou para Christopher que também parecia em pânico.

— Ela não pode fazer isso. Poncho, se ela entregar as cartas para ele, perderemos a única prova de que o Christopher é inocente!

— Foi o que eu achei, me lembrei do que você disse aquele dia sobre essas cartas. Ela ainda conversa comigo Dulce. Mas me disse que você não fala mais com ela, eu não estou te julgando, sei que ela passou dos limites, mas se tem alguém que ainda pode entrar na casa dela e pegar aquelas cartas, esse alguém é você.

— Talvez esteja na hora de eu voltar a falar com ela. De qualquer forma, quanto mais pessoas com acesso à casa procurando as cartas, melhor.

Os três ficaram ainda alguns minutos combinando algumas coisas e Poncho ficou de passar no castelo para ver as cartas que Dulce já havia encontrado para que reconhecesse caso as encontrasse na casa de Anahí.

Quando Poncho se afastou deles, Christopher recomeçou a andar, mas Dulce continuou parada.

— Vai indo na frente, eu vou falar com a Anahí.

— Você não acha que ela estará com ele?

— Não, ela me disse que a dona Ester não o deixa entrar em casa. Eu não vou demorar. — Falou ela saindo, então percebeu que Christopher a seguia e o encarou.

— Você não está achando mesmo que eu vou deixá-la sozinha, está? Espero que se lembre de que existe um assassino por aí muito interessado em você.

Dulce sentiu uma ponta de ciúmes na voz de Christopher e o abraçou rindo, então os dois foram para a casa de Anahí.

Christopher parou a alguns metros de distância enquanto Dulce bateu na porta de Anahí. Não ouviu nenhum barulho, nem sinal de que havia alguém em casa. Quando desistiu e virou-se para ir embora, a porta se abriu

Ela virou-se de volta para falar com Anahí, mas encontrou Álvaro parado na porta. Ele usava um sobretudo desbotado e a forma como estava naquele momento, não lembrava nem a sombra da elegância que tinha quando chegara a cidade. O cabelo bagunçado e a barba por fazer deixavam claro seu cansaço e isso preocupava Dulce, ele não podia estar fazendo nada bom.

— O que está fazendo aqui? Cadê a dona Ester? — Perguntou Dulce olhando dentro da casa.

Por um momento, esperava avistar Ester amarrada em uma cadeira num canto da sala. Só isso explicaria ela aceitar a presença de Álvaro em sua casa.

— Ela não está, não se preocupe, ela está bem, por enquanto.

Dulce virou-se para ir embora, mas ele segurou seu pulso. Ela avistou Christopher preparando-se para se aproximar, mas fez um gesto com a mão para que ele esperasse.

— Como você está Dulce? Eu soube do que o Christopher te fez, esperava mesmo que viesse me pedir proteção. — Dizendo isso ele passou a mão pelos cabelos dela. Dulce se afastou no mesmo instante.

— Eu estava ótima até ver você. E caso eu precisasse de proteção, você seria a última pessoa no mundo para quem eu pediria.

Álvaro deu um sorriso debochado.

— Como está a vida no castelo, com o Christopher e as lembranças da Belinda?

— Está ótima! De vez em quando a vejo, e ela me lembra do quanto você é desprezível.

Álvaro a pegou novamente pelo pulso, dessa vez a apertando.

— Me solta! — Reclamou ela.

Ela sabia que falar do desprezo que Belinda tinha por ele era o ponto fraco de Álvaro. Ele não aceitava que nunca conseguira conquistá-la.

— Você pode me humilhar agora Dulce. Pode debochar de mim, pode rir da minha dor. Mas no final das contas é na minha porta que você vai bater se quiser se salvar. É para mim que você vai pedir proteção quando a verdade aparecer. Somente eu poderei salvá-la quando sua vida estiver por um fio Dulce.