Fanfic: O Assassino || Vondy (Concluída) | Tema: Vondy ♥

Quando ela perguntou, algo a surpreendeu. Varias luzes espalhadas pelas árvores se ascenderam revelando as mesas de jantar preparadas por ele. Tudo extremamente romântico e impecável, como todas as outras vezes em que Christopher preparara algo do tipo para ela.

Ela se aproximou das mesas, emocionada, havia luz no castelo finalmente. Tocou uma das pequenas lâmpadas e olhou para ele. E assim que viu a expressão de emoção no rosto dela, Christopher aproximou-se e se ajoelhou, entregando-a uma rosa vermelha.

Dulce pegou a rosa e a cheirou, foi quando pareceu ter sentido algo encostar-se a seu nariz. Ela encarou Christopher, mas ele apenas assentiu para que ela verificasse. Ela abriu a pétala central da rosa com todo cuidado, e lá estava, com um enorme brilho, um pequeno anel no centro da rosa. Dulce pegou o anel emocionada, era de ouro branco, com uma pedra de diamante na ponta. Dentro do anel estava gravado “Dulce e Christopher para sempre!”.

Ela encarou Christopher contendo as lágrimas que ameaçavam cair de seus olhos, e ele segurou a mão dela, tirando o anel e colocando em seu dedo anelar, disse:

— Dulce Maria Saviñon, aceita ser minha esposa, minha amante e minha amiga, em cada e em todos os momentos de nossas vidas, para todo sempre?

Dulce estava tão emocionada que não conseguiu responder, apenas continuou encarando Christopher. Vendo que ela não respondia, ele falou:

— Não me assuste Dulce. Você quer se casar comigo?

Finalmente ela não conseguiu mais segurar as lágrimas e deixou que elas descessem por seu rosto e pingassem nas mãos de Christopher, que já estavam frias e apertando a mão dela. Só então se deu conta que ele ainda esperava uma resposta.

— Claro que sim! Claro que quero me casar com você. — Respondeu ela finalmente, Christopher a levantou pela cintura e a beijou e assim que a pousou no chão, Lucena e Maite se aproximaram dela para parabenizá-la.

Após a emoção e os comes e bebes, eles estavam em uma animada conversa quando Dulce deu pela falta de alguém.

— Por que vocês não chamaram o Poncho?

— Eu chamei, ele disse que viria, não sei por que não apareceu. — Respondeu Christopher.

Foi então que ouviram palmas vindas do portão. Christopher foi atender e retornou pouco depois acompanhado por uma figura triste e cabisbaixa.

Anahí trazia uma pequena caixa na mão. Olhou para Dulce com toda culpa do mundo, Dulce sentiu pena dela, não queria que a amizade das duas tivesse chegado àquele ponto.

Anahí falou baixo, ainda olhando para Dulce com cara de arrependimento:

— O Poncho pediu para avisar que não pode vir porque está fazendo um favor para mim.

— Não tem problema, senta Any, come alguma coisa.

Anahí pareceu surpresa com o convite de Dulce, de alguma forma, sua expressão ficou mais viva.

— Não, obrigada. Eu só vim te parabenizar pelo noivado.

— Obrigada.

Percebendo a tensão dela, Christopher se aproximou.

— E não vai abraçar os noivos?

Anahí deu um sorriso tímido e um rápido abraço em Christopher, Dulce se levantou e se aproximou dela, e Anahí a abraçou por um longo tempo. Quando Dulce sentiu as lágrimas dela molharem seus ombros, se afastou de Anahí e a olhou:

— Por que está chorando?

— Me perdoa Dulce. Eu quase matei você, a Lucena, o Poncho, todas as pessoas que eu amo. Eu deveria ter acreditado em você, poderia ter evitado tanta coisa…

— Tudo bem, já passou. O importante agora é que você se afaste do Álvaro e tudo ficará bem. — Falou tentando tranquilizá-la.

Mas Anahí negou com a cabeça.

— Não, não ficará. Eu vim aqui também para te trazer isso. — Anahí estendeu a pequena caixa para Dulce.

Dulce pegou a caixa achando que era algum presente de casamento, mas quando a abriu, se surpreendeu ao encontrar quatro cartas, ela encarou Anahí sem saber o que dizer, não sabia se poderia ficar feliz por finalmente ter as provas da inocência de Christopher, ou se deveria ficar apavorada porque essas provas custariam a vida de Anahí.

— Anahí, você não precisa…

— São cinco cartas. — Interrompeu antes que Dulce devolvesse as cartas — Essas são as cartas que a Belinda enviou para minha mãe contando as ameaças do Álvaro. Aí só tem quatro porque a quinta, eu pedi ao Poncho que entregasse diretamente na delegacia de Ponta Bela, para que não haja perigo do Álvaro recuperá-la. A última carta Dulce, foi enviada por ele dez dias antes do assassinato da Belinda, explicando detalhadamente o que ele faria com ela. Ele não estava em outro país, ele estava na cidade. Nessa carta ele marcou um encontro com ela e disse que se ela não aparecesse ele a faria em pedaços e faria com que o Christopher fosse culpado. — A voz de Anahí falhou ao falar sobre a forma como Belinda fora assassinada. — Ele disse também que o Christopher estaria sob controle e concordaria com tudo que ele quisesse, porque ele era o médico dele e o Christopher seguiria todas as suas recomendações.

Dulce e Christopher se olharam boquiabertos.

— A essa altura essa carta já está nas mãos da polícia e você provavelmente está livre de todas as acusações, Christopher. Há também outra carta, escrita pela minha mãe, o culpando de qualquer coisa que acontecesse a ela. Mas essa carta eu prefiro não entregar se vocês não se importam, é um tanto, pessoal.

— Não tem problema Anahí, você fez o mais importante, entregou o verdadeiro assassino à polícia. Logo, tudo ficará bem. — Falou Lucena.

— Você pode ficar aqui com a gente por enquanto, até o Álvaro ser capturado. — Ofereceu Christopher.

— Ele não será capturado Christopher, você não entende. Ele vai me matar. Não posso ficar aqui ou estarei colocando a vida da Dulce e do bebê em risco.

— Nós não vamos permitir que ele se aproxime de você Anahí. — Garantiu Christian.

— Vocês não podem fazer nada. Ele é louco! — Anahí parecia descontrolada. — Ele virá atrás da Dulce, vocês precisam matá-lo, a prisão não vai pará-lo, ele tem que morrer! Antes que ele nos mate! — Dulce abraçou Anahí na tentativa de acalmá-la, mas ela estava muito nervosa.

— Vamos atrás dele. — Falou Christopher — Vocês fiquem aqui com a Dulce. Anahí, preciso que me diga onde é o esconderijo dele, nós vamos acabar com isso de uma vez por todas! — A determinação de Christopher assustou Dulce, mas ela não tentou impedi-lo, essa podia ser a última chance de parar Álvaro antes que ele soubesse que Anahí havia entregado as cartas.

— Eu posso dizer. Mas ele não estará mais lá, ele sabe de tudo, Christopher. E eu não posso ficar aqui, ele virá atrás de mim e encontrará a Dulce. — Falou Anahí.

— Você não pode sair por aí sozinha Anahí! Ficou louca? — Recriminou Dulce.

— Eu preciso. Tudo isso é culpa minha.

Dulce tentou convencê-la do contrário, mas Anahí estava decidida, ela saiu do castelo mesmo contra a vontade de Dulce e desapareceu na noite.

Lucena tentava acalmar Dulce, ela sentia que havia visto a amiga pela última vez, enquanto Christopher e Christian se aprontavam para ir atrás de Álvaro. Foi quando Maite chamou Christopher num canto. Dulce se aproximou o máximo que pôde sem ser notada, mas ouviu apenas o final da conversa.

— Você não deve sair Christopher, ele vai matá-la. Eu estou sentindo, algo vai acontecer a Dulce hoje. Se você passar por esse portão não a verá mais. — Pedia Maite quase desesperada. Christopher a segurou pelo ombro para que se acalmasse.

— Eu vou voltar e ela ficará bem. Mas eu não posso cruzar os braços e permitir que ele continue matando pessoas, Maite! Ele não vai se aproximar da Dulce, nem do meu filho e de mais ninguém que me rodeia. Isso tem que parar e só eu posso acabar com isso! É uma briga minha. Cuide da Dulce, tudo ficará bem.

Dulce se afastou sem ser notada e subiu para o quarto. Acendeu a luz e sentou-se na cama. Normalmente estaria reparando tudo, cada detalhe do quarto agora que a luz permitia enxergar com clareza, mas não estava com ânimo.

Quando Christopher passou pela porta do quarto para se despedir dela, ela pulou em seus braços e segurou as lágrimas que queriam correr, não o deixaria assustado e nem com medo de se afastar dela. Ela o olhou e pensou com toda força que o veria novamente. Maite estava equivocada daquela vez. Christopher passou a mão vagarosamente pelos cabelos dela e a beijou com toda paixão do mundo.

Quando o beijo terminou, com Christian gritando do andar de baixo que eles precisavam ir, Christopher encostou o rosto no dela e continuou mantendo-a firmemente em seus braços, não queria soltá-la.

— Isso está parecendo uma despedida. — Falou ela.

— Mas não é. — Christopher a soltou e segurou seu rosto — Isso não é uma despedida meu amor, não uma despedida definitiva. Vamos pensar que vamos nos despedir de toda essa luta, toda essa tormenta, quando eu entrar aqui novamente e você pular em meus braços de novo, vai ser para comemorar que estamos finalmente livres. Finalmente a salvo. Nada vai acontecer a você e ao nosso filho Dulce, eu prometo!

Dulce abaixou a cabeça assentindo, mas as lágrimas em seus olhos pareciam alertá-la que não seria bem assim.

— Ei, não chore. — Falou Christopher secando as lágrimas dela com o dedo, mas Dulce pôde ver os olhos dele também lacrimejarem. — Eu sou seu anjo, lembra? Você precisa confiar em mim. Nós nos veremos em breve, e ficaremos juntos para sempre, meu amor.

Assim ele a beijou novamente e saiu olhando para trás. No momento em que ele passou pela porta novamente, Dulce sentiu que não o veria mais.