Fanfic: O Assassino || Vondy (Concluída) | Tema: Vondy ♥

— Ela está viva! A Dulce está viva! Precisamos encontrá-la. — Falou ele quase suplicando a Christian que fizesse um milagre e encontrasse Dulce.

Eles começaram a revistar as casas, Christopher não se importava se estava assustando alguém nem quebrando coisas nas casas, mas os moradores em geral também não se importavam. Todos estavam se movendo, ajudando a revistar casas, saindo em grupos para procurar nos arredores da cidade, todos procuravam por Dulce.

Quando entraram na casa de Marta, após arrombarem a porta já que ela não quisera abrir, a encontraram encolhida num canto da sala aos prantos. Christopher se aproximou dela e levantou pelos ombros.

— Onde ela está?

— Eu não sei, é tudo culpa minha, eu acreditei nele.

— Isso não importa agora. Temos que encontrá-la antes que ele a mate. — Falou Christian.

— É verdade o que dizem? Que ela está esperando um filho seu? — Perguntou Marta a Christopher.

Christopher assentiu sentindo a dor cortar seu peito com a ideia de que nunca conheceria o rosto do filho.

— Precisam encontrá-la. Mas eu não posso ajudar, não sei onde estão.

— Nos já procuramos em todos os lugares, dentro e fora da cidade, tem que haver algum outro lugar, a senhora conversava com ele, qualquer coisa que ele tenha dito, por mais insignificante que pareça, por favor, tente se lembrar. É a vida da Dulce e do nosso filho, por favor! — Implorou Christopher.

— Eu não sei de nada. — Repetiu ela, mas já não estava tão convicta.

Então Maite se aproximou dela e a segurou pelo braço apertando o máximo que podia.

— Você está mentindo! Ela é sua sobrinha é sua responsabilidade, por que tanto egoísmo?

— Eu não sei de nada! — Gritou Marta.

Christiam tentou se aproximar de Maite para afastá-la de Marta, mas Christopher o impediu.

— Fala! Você sabe sim, pelo menos desconfia onde eles estejam. Ela nunca te fez nada! E o bebê? Ele não tem culpa da sua vida ruim, fala!

— Não! — Gritou Marta.

— Você sabe que se alguma coisa acontecer a Dulce você vai ser presa, não sabe? Imagina que você era amiga do Álvaro ele a mata e você fica com toda herança dela. E só juntar 2+2, você vai ser condenada.

Marta encarou Christian que assentiu.

— Eu não sei onde estão. Mas emprestei uma cabana que tenho na montanha para ele se esconder. Podem estar lá.

Christopher e Christian quase atacaram Marta para conseguir o endereço da tal cabana, que ficava num dos locais que eles já haviam passado procurando por Álvaro, mas na certa quando passaram por ela, ele estava no castelo sequestrando Dulce e por isso não o encontraram.

Poncho, Christian e Christopher partiram ao resgate de Dulce e Anahí. Foram com a viatura até onde deu, mas o solo era cheio de buracos e pedras, impossível prosseguir todo caminho de carro. Eles desceram e subiram correndo o resto da montanha.

Finalmente avistaram a pequena cabana a qual Marta se referia no alto da montanha, afastada de tudo, mas não parecia ter movimento nenhum lá. Christopher rezava para que Dulce estivesse realmente ali, era sua última esperança, não daria tempo de voltar todo caminho e descobrir um novo esconderijo.

Cansados, Poncho e Christian já subiam mais devagar, Christopher ia à frente determinado em encontrar Dulce, quase podia sentir a presença dela por perto, foi então, que algo fez com que parassem no mesmo instante e em seguida corressem o mais rápido possível até a cabana. Eles ouviram um tiro.

Arrombaram a porta da pequena cabana e a primeira coisa que Christopher viu, foi Dulce caída no chão, coberta de sangue. Suas pernas perderam a força e ele caiu de joelhos, só então percebeu que ela chorava.

Álvaro estava parado de frente para ela, com o susto com a entrada deles, sacou a arma, mas Christian foi mais rápido e bateu na mão dele jogando a arma longe. Só então, quando olhou Dulce novamente, Christopher percebeu o motivo do choro dela, Anahí estava caída em seus braços, de seu peito jorrava muito sangue e ela não se mexia, não estava mais viva.

Pela posição em que estava, em cima de Dulce, não era difícil imaginar o que acontecera, na certa Álvaro atirou em Dulce e Anahí entrou na frente.

Christopher se levantou e se aproximou de Dulce. Achava que assim que visse Álvaro só pensaria em matá-lo, mas na verdade só queria pegar Dulce e sumir dali com ela. Enquanto Christian mantinha a arma apontada para Álvaro, Poncho se aproximou de Anahí, desolado, ele se ajoelhou ao lado dela, levantou seu corpo do chão recostando-a em seu peito enquanto chorava, não acreditava que ela estivesse realmente morta.

Mesmo vendo Christopher a levantar do chão, Dulce sequer o abraçou, ainda estava em choque pela morte de Anahí, pela forma como ela simplesmente se jogara na frente dela, esperou sentir o tiro de Álvaro, mas ao invés, sentiu o corpo de Anahí cair sem vida sobre o dela.

Quando a levantou, Christopher percebeu a quantidade de sangue em suas pernas e roupas. E percebeu que todo aquele sangue não era só de Anahí.

— Dulce, está sangrando, o bebê! — Ele falou.

Então num segundo em que Christian olhou para Dulce, Álvaro pegou a arma e apontou para ela, quando ele pôs o dedo no gatilho, Christopher sacou a arma que estava em seu bolso e apontou rapidamente para ele apertando o gatilho, junto, Christian também apontou para Álvaro e apertou o gatilho.

Dois tiros foram disparados, Christopher olhou para Dulce no mesmo momento temendo que Álvaro tivesse conseguido atirar, mas ela estava de pé, só então ele percebeu que o outro tiro fora de Christian, o corpo de Álvaro caiu sem vida no chão enquanto o sangue de sua cabeça espirrou por toda cabana sujando a todos.

— Christopher. — Falou Dulce assustada.

— Eu o matei Christopher, seu tiro acertou a parede, perto dele. — Falou Christian.

Christopher pôde ver o buraco na parede de madeira da cabana um pouco distante de onde Álvaro estava. Ele nunca atirara na vida, não era nada bom com armas e pontaria, mas podia jurar que aquele tiro na parede não era de sua arma, ele estava quase de frente para Álvaro, como era possível não ter atirado nele?

Por outro lado, alguém atirara na parede, e Christian era policial há anos, tinha experiência com armas e uma excelente pontaria, seria quase impossível errar o tiro da distância que ele estava de Álvaro. Pensou no que acarretaria para Christian o assassinato de Álvaro, mas depois conversaria com ele. Então pegou Dulce no colo.

— Precisamos ir para um hospital, antes que algo aconteça ao nosso filho.

Dulce apenas assentiu, parecia em choque, foi carregada até o carro sem falar uma palavra. Poncho e Christian ficaram na cabana até a polícia chegar para retirar os corpos. Quando entraram no carro, Dulce deitou-se sob um dos braços de Christopher e chorou.

***

Três dias após a pior noite de suas vidas, Dulce e Christopher finalmente saíram do hospital de Ponta Bela, por pouco ela não perdia o bebê, mas ele estava bem, ela só precisaria repousar muito durante quase toda a gravidez.

Christian havia renunciado seu posto, culpado por ter permitido que Álvaro escapasse a primeira vez que o vira após ele ser declarado foragido, e estava proibido de portar armas. Pelo assassinato de Álvaro, por ter sido em função do trabalho e em legítima defesa, ele pegaria cinco anos de reclusão, deveria ficar em uma penitenciária, mas devido aos anos de serviço prestados a polícia e a situação em que cometera o assassinato, pôde cumprir os cinco anos na delegacia de Ponta Bela, ajudando a polícia, prestando serviços comunitários.

Para surpresa de Dulce, Maite resolveu ficar na cidade os cinco anos esperando Christian para que fossem embora juntos quando ele estivesse em liberdade. Mas prometeu ir ficar uns meses com ela quando o bebê nascesse, promessa essa que Lucena também tinha feito.

Ao se despedir de Christian, antes que ele fosse preso, Dulce sussurrou em seu ouvido:

— A bala que matou o Álvaro, como sabe que saiu da sua arma?

Ele abriu um sorriso triste e corajoso.

— Eu não sei Dulce, não temos como saber, mas ele estava solto por minha culpa e é meu dever pagar por isso. Não diga nada ao Christopher, ele não precisa se culpar por um crime que nunca saberemos qual dos dois cometeu.

Dulce achou injusto que ele simplesmente estivesse disposto a pagar pelo assassinato de Álvaro sem nem mesmo investigar quem realmente o matara. Ao que sabia, Christopher estava bem mais perto de Álvaro e podia perfeitamente ter sido ele o assassino. Mas diante da convicção de Christian de que o responsável pela morte de Álvaro era ele, resolveu deixar esse assunto nas mãos dele.

Dulce nem voltou mais a Passaredo, Christopher buscara as coisas dela no castelo, e do hospital ela foi diretamente para a rodoviária, onde ela e Christopher iriam se mudar para o Rio de Janeiro, para se casarem e viverem por lá, longe de todas as lembranças tristes e de tudo o que acontecera naquela cidade.

Quando entraram no ônibus, Christopher passou o braço em volta do corpo dela e passou a outra mão levemente pela barriga dela. Olhou-a com todo amor que se podia imaginar e a beijou docemente.

— Eu te amo Dulce, mais do que poderia imaginar amar alguém. — Sussurrou no ouvido dela. — Nós vamos ficar juntos para sempre. — Dizendo isso ele colocou no pulso dela a correntinha que ela havia perdido.

— Eu também te amo, meu Anjo. — Respondeu ela beijando-o de volta e se perdendo nos braços do amor de sua vida. Sabia que a partir dali, eles seriam sempre um pelo outro, um do outro e que o amor que sentiam duraria para sempre.