Fanfic: Noche de Sexo (Vondy) | Tema: Vondy

Entrei no saguão da empresa de Christopher e a recepcionista me observou.

- Srta. Saviñón? - Todos presentes no andar me olharam e meu rosto ficou quente. - Sr. Uckermann está lhe esperando.

- Obrigada. - Agradeci e ela piscou para mim. Só então percebi.

Que merda Keth está fazendo aqui? Levantei uma sobrancelha para ela e chamei o elevador.

Kethellen sorriu para mim e cruzou os dedos por trás do balcão, me dando sorte.

Um homem saiu do elevador e eu entrei. Sorri para Keth e o elevador subiu.

Bem, quem é Kethellen? Uma amiga da faculdade que fica comigo e Annie nos intervalos, na entrada e na saída da faculdade. Ela cursa letras comigo. Anahí tem bem mais que muitos ciúmes dela, chega a ser frescura. Se eu tentar só comentar sobre esse encontro com Keth na recepção do prédio, ela vai enlouquecer.

Sai do elevador rapidamente e me dirigi até a secretária de Christopher, tentando não parecer ansiosa.

Eu tô nervosa pra caramba.

- Boa tarde. - Cumprimentei e ela me observou por alguns segundos e logo sorriu. - Sou Dulce Saviñón.

- oh, olá. - Ela cumprimentou, sorri mais e ela digitou rapidamente no computador. - O Sr. Uckermann está a sua espera. A srta. pode entrar.

Ai que vergonha!

Bati na porta do escritório e Christopher gritou um "espere!" apressado. Minutos se passaram e eu bati novamente na porta, impaciente.

- Entre! - Abri a porta devagar e nem prestei atenção em Christopher, fixei meus olhos na loura de olhos claros numa das cadeiras em sua frente.

Olhei de relance para Christopher e pela primeira vez de todas as vezes que estivemos juntos, ele baixou os olhos.

Espera aí! Que merda está acontecendo aqui?

Olhei Mirella nos olhos e ela retribuiu, com um sorriso de canto. Desgraçada!

Respira Dulce.

Um silêncio constrangedor se apoderou da sala no momento em que me sentei. Um olhando para a cada do outro, mas que merda!

- Por quanto tempo isso vai continuar assim? - Mirella perguntou apoiando os cotovelos na mesa enquanto me observava.

- Eu nunca conheci uma pessoa tão idiota como você. E eu só não te falo poucas e boas porque estamos dentro de uma empresa e aqui não é lugar para isso. – Mirella disse.

- Vamos lá. Prossiga. Não é porque isso aqui - Girei uma das mãos, mostrando o ligar onde estávamos - é uma empresa que você não deve dizer o que pensa.

- Não tenho classe tão baixa. - Ela dispensou cruzando as pernas. Meu rosto queimou e eu revirei os olhos.

- Não é questão de classe. Você tem que ser corajosa ao menos uma vez na sua vida. - Despejei com nojo. - Dinheiro não é tudo, Scalon.

- Um dia eu vou fazer você se arrepender disso. - Ela disse me olhando com ódio. - Um dia eu ainda vou te espancar, idiota.

- Pra que me dizer, se não é capaz? - Gargalhei cínica, Christopher só nos observava. Quando eu o olhei nos olhos ele assentiu com a cabeça. Seu olhar era pura desejo. Esse desgraçado está gostando de ver isso. - Você não é nada sem seus capangas.

- Capangas? - Mirella se levantou e eu me aproximei. Estávamos próximas, muito próximas. Meu ódio só está aumentando. - Se brigarmos aqui, agora, você vai ver que não preciso de capangas.

Mirella já fez Muay Thai, eu sei disso. Mas eu também já fiz algo do tipo. Defesa Pessoal Israelense, o que eu acho bem melhor que Muay Thai, porém, ambos são muito bons. Se nós duas brigarmos, não vai prestar.

- Oh, não mesmo, srta. Scalon? – Zombei com a respiração alterada, me aproximei do ouvido dela, tremendo de ódio. – Mostre-me isso.

Essa foi a com toda certeza a deixa para Mirella. Ela tentou desferir um soco certeiro no meu estômago mas eu segurei seu braço esquerdo com a mão direita e apoiei minha mão esquerda no seu ombro direito e a derrubei no chão com toda a minha força.

-/-

- Eu acho que... Eu te amo. – Christopher sussurrou com a testa junta da minha.

- Você não tem noção de por quanto tempo eu esperei isso. – Sussurrei com lágrimas nos olhos. Finalmente!

Alguém bateu palmas ao fundo e eu me virei rapidamente, avistando a loura mais enxerida da face da terra.

- Que comovente. – Ela zombou e passou direto por mim, parando para abraçar Christopher pela cintura. – Finalmente ela percebeu, amor.

Olhei para Christopher e ele sorria de canto. Mirella olhou-o nos olhos.

- O que? – Sussurrei sentindo o nojo se misturar com a raiva.

- Acho que tenho um jeito melhor de mostrar para ela, Mi. - Christopher disse me olhando nos olhos. Quase cai no chão.

Mirella se virou de frente para Christopher e beijou-o sensualmente.

- Puta que pariu! Filha de uma v...

- Eita! – Annie entrou no quarto e parou na porta, me olhando. – O que foi Dulce?

Não respondi. Fechei os olhos e tentei normalizar minha respiração, Annie me abraçou.

- Você está tremendo, Dul... - ela sussurrou no meu ouvido. - Se acalma... Isso, respira. - Desabei em lágrimas.

- Por que eu me apaixonei? - Annie me abraçou mais forte. - Essa droga de sentimento não presta, tá me fazendo muito mal. Você já me viu chorar por um sonho num dia que não fosse meu aniversário?!

Annie negou com a cabeça.

- O que você sonhou?

- Primeiro eu briguei com Mirella por causa de Christopher, depois os dois debocharam de mim. – ri e Annie olhou para o chão. – Estavam juntos.

- Você não está se entregando totalmente, Dulce.

- Oh! – Ri limpando as lágrimas. – Se tudo o que estou fazendo não basta, o que devo fazer?

- Se relacionar com Christopher, sem medo de sentir dor, ciúme, ódio e mágoa. –  sorriu torto. – Só tenta se entregar realmente, Dul. Se joga.

Me jogar como? Já estou me entregando de corpo e alma, do que mais precisa?

- Não vou conseguir. Não depois desse sonho.

- Esqueça ela. Esqueça o passado de Christopher, agora ele está contigo. – Respirei fundo, sentindo uma dor tremenda no meu coração.

Anahí se levantou e sorriu maliciosa.

- Agora vamos levantar. Você já descansou, precisamos ir, Dulce!

- Você não presta! – passei a mão no rosto rindo e me levantei.

-/-

Duas semanas já se passaram desde a última vez que eu vi Christopher. Só trocamos poucos emails nesse tempo e ele me enviou correspondências curiosas. Roupas para eu usar na primeira vez que nós dois nos virmos após esse grande tempo, ursinhos de pelúcia para minha coleção, buquês com mensagens estilo Uckermann e jóias.

As jóias sim eram perfeitas, de tirar o fôlego, mas eu não queria coisas caras. Queria algo simples, o amor dele mas acho que seria difícil eu conseguir. Conversei com ele e pedi para não me mandar presentes tão caros. Graças a Deus ele disse que respeitaria. AMÉM!

Eu estive esperando por dias o aviso de Christopher que iríamos nos encontrar, quando eu tinha perdido a esperança e já estava entrando na bad pensando que ele me esquecera ele me enviou O Email.

Depois de procurar entre diversas peças a lingerie que Christopher me deu para nosso encontro, eu finalmente apelei por chamar Annie.

- Annie! - Gritei desesperada.

Eu já havia atormentado Annie o dia inteiro e eu realmente não queria incomodar mais. Implorei para ela ir comigo até a farmácia e a praia para pegar um bronzeado. Isso tirando tudo que eu atormentei durante a manhã para ela acordar para a faculdade.

Eu sabia que ela estava cansada dos dias que esteve trabalhando no museu mas ainda assim insistia em precisar dela. Isso é horrível.

Annie apareceu na porta do quarto.

- Viu a lingerie que Chris me deu? - Perguntei sem graça. Apontei para todas as roupas acima da cama e ela riu. - Procurei em todos os cantos e não encontrei.

- Você tinha deixado a sacola em cima do guarda-roupa. - Subi na cadeira e peguei a sacola escura.

Tirei a lingerie da sacola e Annie continuou lá na porta, me observando.

- O que? - perguntei rindo.

- Você está diferente.

- Diferente como?

- Seu jeito de se portar, de se mexer, seus olhos. Você mudou.

- Eu mudei? Acho que eu só parei de me portar como uma idiota.

- Se portar como uma idiota? Você só era ingênua e inocente, não idiota.

- Admita, eu era sonsa. - Sorri e corri para o banheiro. - Eu ainda não acredito que hoje eu vou realmente me tornar submissa de Christopher Uckermann. - Gritei de dentro do banheiro.

Ouvi o barulho de algo pesado caindo no chão.

- E você acha que eu tô acreditando?

- se isso foi meu notebook eu vou dar na sua cara.

- Me desculpa, amor da minha vida, dona do meu coração!

Liguei o chuveiro e entrei debaixo da água fria, tirando toda a areia do meu corpo. Foi aliviante.