Sou Regina Mills e vou contar a minha história para vocês, alias, minha história e de Emma Swan, mas deixo aqui meus avisos, não é feliz, litros de lágrimas que eu chorei, vocês também choraram. Você está pronto para acompanhar a regressão de uma pessoa? Então lá vai.
Janeiro/2012
Eu havia terminado meu relacionamento de cinco anos com Robin e estava um caco. Queria matar todos que fizessem uma mínima gracinha comigo. As pessoas da empresa que sou dona me chamam de Diaba e faço juízo ao nome. Robin terminou comigo dizendo que não aguentava mais meu mau humor. Simplesmente o deixei ir, já que era sua vontade.
Ele saiu de casa, mas eu também não queria continuar morando lá, tudo lembrava nós dois. Achei um apartamento muito bom perto da praia e o comprei, o sindico me disse que as pessoas que moravam ali eram boas e eu não teria trabalho nenhum. Ele só esqueceu-se de um detalhe.
Eu entrei no elevador com algumas sacolas e uma mulher entrou num pulo, por alguns segundos e não conseguiria subir. Ela era loira, a pele clarinha e uma expressão forte.
– Quer ajuda? – Ela disse vendo o tanto de sacola que eu carregava, mas eu não aceitaria ajuda de estranhos.
– Não. – Respondi.
– Vamos lá, suas mãos agradecem. – Ela insistiu.
– Não aceito ajuda de estranhos. – Falei ríspida.
– Sou Emma Swan, 20 anos, moro no apartamento 11 e você deve morar no 12, já que é o único desocupado aqui. Agora não sou mais estranha, me da isso aqui. – Ela disse puxando uma sacola da minha mão sem me dar chance de segurar. Abusada! E ainda era minha vizinha.
Não falamos mais nada depois disso, mas ela não conseguia ficar em silêncio, agradeci quando o elevador abriu. Ia pegar minhas sacolas, mas ela saiu andando em direção ao meu apartamento.
Parei e fiquei olhando o abuso dela que nunca acabava.
– ANDA LOGO. ISSO TA PESADO. – Ela disse soltando minha sacola no chão, revirei os olhos e abri. Ela entrou analisando as coisas e colocou as sacolas na mesa.
– Ok, obrigada. – Falei tirando ela do transe.
– Ah, por nada. Como chama mesmo? – Ela perguntou já na porta.
– Regina Mills. – Respondi fechando a porta.
Arrumei minhas coisas no apartamento e quando finalmente terminei, tomei um banho e me joguei na cama. Peguei meu livro favorito e voltei a ler de onde havia parado. Era umas 21 horas e ouvi uma musica muito alto vindo de algum lugar, não dava para me concentrar. Sai seguindo e som e parei no apartamento 11, sabia que havia ouvido aquele numero, mas não me lembrava de onde. Bati na porta inúmeras vezes bufando de raiva e então quem me atendeu?
– Mas já veio me visitar? – Emma disse, ela estava com um pijama tão gay de bolinha.
– Essa música alta, pelo amor de Deus, abaixa isso. – Falei grossa.
– Você leu o contrato? Posso ficar com ela alta até as dez. – Ela disse encostando-se ao batente da porta.
– Olha aqui, abaixa essa musica ou eu mesma vou lá abaixar. – Falei avançando.
– Vai. – Ela disse virando de lado me dando acesso ao seu apartamento. Olhei para o interior e fiquei realmente impressionada, todas as paredes eram “feitas” de desenhos em preto e branco, rostos, paisagens, letras, números, tudo. – Seu tempo acabou, não entrou porque não quis, tchau! – Disse e fechou a porta na minha cara, fiquei com a boca aperta com tamanha falta de educação.
Voltei para meu apartamento e a musica continuou exatamente até às dez horas, depois um silêncio invadiu meu quarto e dei graças a Deus por isso, li por horas e horas até pegar no sono. E adivinhem como acordei no outro dia.
– SWANNNNNN. – Grite sentando na cama olhando o relógio. 7 horas da manha e ela estava ouvindo FLORENCE, amo ela, mas de manha, tão cedo, porque ela fazia isso?
Levantei com um humor péssimo para a alegria dos meus funcionários. Comecei a me perguntar se ela não tinha pais, porque 20 anos é pouco para morar sozinha em um apartamento, ainda mais em cidade grande.
Arrumei-me e resolvi tomar café na padaria mesmo, iria fazer entrevista com uma candidata a vaga de secretária que estava aberta, pois a outra garota se demitiu semana passada. Tomei meu café voando e fui para lá.
– Bom dia Aurora, já chegou? – perguntei parando na recepção.
– Já sim Sra. Mills. – Ela respondeu e subi. Minha empresa era de mineração e tinha três andares. O terceiro andar era composto por paredes de vidros dando visão de tudo, a única sala que tinha cortinas que impedia essa visão era a minha. Vi uma garota com uma roupa social simples virada de costas olhando pelo vidro. Ela tinha longos cabelos loiros, sabe quando você acha que já viu aquilo?
– Bom dia. – Falei e ela se virou me fazendo arregalar os olhos.
– Regina Mills, sabia que teria a chance de vê-la mais uma vez. – Emma disse sorrindo, ela já sabia quem eu era ontem e mesmo assim fechou a porta na minha cara.
– Muita coragem de achar que eu vá te contratar Srta. Swan. – Falei caminhando até minha sala com ela atrás.
– Dizem por ai que é necessário separar a vida pessoal da profissional. E a Emma que você viu ontem, é a Emma que estava lidando com uma pessoa que foi grossa de graça, na própria casa, a Emma que esta aqui na sua frente é a Emma que aguentaria a mesma grosseira sorrindo. – Ela disse séria.
– Porque devo lhe contratar Swan? – Perguntei seguindo o protocolo.
– Você leu meu currículo? – Ela perguntou me pegando de surpresa, eu nunca lia. – Aposto que não. Se tivesse lido saberia o porquê.
– Não vou te contratar, você é mal educada! – Falei me irritando com o abuso daquela garota.
– Não sou mal educada, tirando o dia que bati a porta na sua cara, não faltei à educação em nenhum momento com você. E você só não quer me contratar porque sabe que não vou abaixar a cabeça para você igual Tinker fazia. – Ela disse, Tinker é a garota que se demitiu.
– Você acha que não vai terminar igual a ela? Te dou uma semana, pode começar amanha. – Falei me levantando.
– Querida, você vai ver o que é ser profissional e não ter medo de gente marrenta. – Ela disse com um sorriso vitorioso.
No outro dia pela manha, eu acordei e não tinha musica tocando, respirei o ar gelado que estava entrando, tomei banho, me arrumei e tomei café. Emma começaria a trabalhar e minha missão era mostrar o porquê de Tinker ter largado aquele cargo.
Fui para a empresa e quando cheguei ao andar de cima quase pulei de susto quando vi Emma saindo da sala de xerox.
– Swan, o que esta fazendo aqui? – Falei colocando minhas coisas na mesa.
– Estou trabalhando? Cheguei mais cedo para poder conhecer as coisas, o serviço. – Ela disse completamente séria. – Tinker deixou algumas coisas bagunçadas e dei um jeito. – Olhei para o armário que estava aberto e de fato ela havia dado um jeito, aquilo estava uma bagunça completa.
– Ok. – Falei entregando uma lista pra ela. – Isso aqui são coisas que você precisa fazer e nos prazos que estão estipulados ai.
– Você acha que somos máquinas? – Ela disse lendo.
– Gosto de eficiência.
– Não, você gosta de tirar uma com a cara das pessoas. – Ela disse saindo da sala e indo pra sua mesa.
Passei o dia inteiro a observando, pela manha ela não parou nenhum segundo até a hora do almoço. Fui almoçar em um restaurante com minha irmã e quando voltei passei na cozinha para beber água, ela estava lá.
– Boa tarde. – Falei e ela se virou pra mim, estava muito pálida, muito mesmo. – Você está bem?
– Sim, é só um mal estar. – Respondeu e voltou a comer.
Esse foi o primeiro indicio do que viria pela frente.
