POV REGINA
Dois dias se passaram e eu simplesmente me irritava cada dia mais com Emma, o problema era que ela era uma profissional excelente.
– Acho que pode me passar mais coisas. - Ela disse encostando a cabeça na minha porta.
– Te dei uma lista enorme, já fez tudo? - Perguntei, era quase impossível.
– Já e um pouco mais. - Falou dando uma piscadinha.
– Ok, vou procurar algo aqui. - Falei procurando uns relatórios para ensinar a ela como fazer.
– Você é feliz? - Ela perguntou e a olhei estranhando.
– Acho que isso não é da sua conta. - Respondi seca.
– Grossa, não vou mais falar com você. - Ela disse com uma carinha fofa, quase ri daquilo.
– Não vai falar com a sua chefe? - Falei arqueando a sobrancelha.
– Não. - Disse dando de ombros.
– Vou te ensinar a fazer isso, vem aqui. - Falei e ela deu a volta na mesa ficando atrás de mim.
Expliquei pra ela como fazer e perguntava se ela estava entendendo, apenas assentia com a cabeça. Tinha certeza de que havia mesmo entendido.
– Faça eles e me traga quando estiver pronto. - Falei e ela saiu dali, deixando o cheiro de seu perfume que era forte. - Não vai falar comigo mesmo? - Disse curiosa e não obtive resposta.
Passamos o resto da tarde sem trocar nenhuma palavra, acreditem em dois dias eu me acostumei até com a voz dela, era estranho quando estava quieta. Sabia que ela passaria pelo teste de uma semana tranquilamente.
Quando deu a hora de ir embora, esperei todos saírem para fechar a empresa, arrumei alguns documentos e sai também.
Estava dirigindo devagar como de costume e avistei Emma andando, o serviço era longe de onde morávamos, ela não deveria ir a pé, deve ser muito cansativo. Mas o que me deixou curiosa foi ver que ela estava encostada em uma parede, como um apoio. Parei em seu lado e buzinei.
– Quer uma carona? - Falei e ela me olhou assustada, não respondeu e voltou a andar. - Deixa de marra e entra aí. - Abri a porta e ela entrou sem dizer nada. Fui mudar a marcha e toquei em sua mão sem querer, estava queimando. - Você está com febre?
– Acredito que não. - Respondeu seca. Coloquei a mão em seu pescoço e sim, ela estava.
– Você está queimando em febre, o que você tem Emma?
– Nada.
Não perguntei mais nada o resto do caminho, eu estava preocupada com aquela garota e nem sabia por quê. Chegamos e fomos até nossos apartamentos.
– Tem remédio pra febre? - Perguntei antes de entrar e ela assentiu.
Fiz janta, tomei um banho e estranhei que não tinha música ligada, ela colocou todos os dias desde mudei.
Juntei coragem e resolvi ir ver se ela estava bem. Bati algumas vezes.
– Passou a febre?
– Não, mas vai passar. - Ela respondeu e a vi desequilibrar do nada, encostou-se à parede buscando apoio.
– Você já pensou em procurar um médico? - Falei séria.
– Já procurei. É só isso? - Ela falou com a voz falhando.
– Swan, desencosta da parede. - Falei a estudando, ela até tentou, mas não consigo, segundos e estava encostada novamente. Segurei em seu braço e a ajudei a chegar na sala de seu apartamento.
– Pega aquele remédio ali, por favor? - Ela disse indicando o local. Peguei e busquei um nome, mas não tinha. Porém era tarja preta.
– Pra que serve? - perguntei curiosa.
– Controle. - Ela respondeu se limitando. - Acho que já pode ir.
– Esta me expulsando?
– Você quer estar aqui?
– Eu quero saber se vai ficar bem.
– Sempre fico..
– Ok, boa noite.
Sai de lá impaciente, ela não estava bem, mas também não ajudava. Precisava saber o que ela tinha, porque você não fica pálida e sem equilíbrio atoa.
No dia seguinte ela estava lá, cedo como sempre e com uma cara boa.
– Bom dia! - Ela disse assim que me viu.
– Esta animada logo cedo?
– Sempre estou.
– Teremos um dia corrido. Vou te levar pra conhecer umas minas. - Falei indo até minha sala.
Peguei os documentos que precisava e a chamei. Fomos o caminho em silêncio, estava muito calor, seria um dia difícil.
Apresentei Emma aos funcionários e todos a amaram, porque ela era extremamente simpática com geral.
Ela ficou conversando com Lee enquanto eu ia resolver algumas coisas. Ficamos a manhã inteira lá, só paramos quando estava quase na hora do almoço.
– Vamos almoçar. - Falei entrando na sala que ela estava.
– Vamos. - Respondeu dando um sorriso singelo.
– Você é pálida assim mesmo? - Falei analisando sua feição, estava como no primeiro dia de serviço, o restaurante era bem próximo dali.
– Sim. - Ela respondeu e de repente segurou em meu braço me fazendo parar. - Me segura. Falou e não pensei muito obrigado, a segurei e ela apagou.
Bateu-me um desespero, procurei seu pulso e tive um alivio quando o senti. Chamei atenção de uma pessoa do restaurante que a levou para dentro. Chamei uma ambulância e esperei agoniada, ela não reagia a nada que tentávamos.