Fanfics Brasil - Prólogo + Capítulo um Coração de fogo

Fanfic: Coração de fogo | Tema: Ashley Benson, Taylor Lautner, poderes, romance, distopia


Capítulo: Prólogo + Capítulo um

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Prólogo


A cada dia eu odiava ainda mais os Olheiros.


“Só mais alguns dias!”


Era o que eu repetia pra mim mesma, antes que eu perdesse o controle e lança-se uma faca contra a cabeça de um deles. Estar sobre vigilância todos os dias estava se tornando algo insuportável pra mim.


Faziam cerca de uma semana que eles estavam ali, esperando, observando e eu já não aguento mais. Mas eu tinha que suportar mais uma semana. O pior de tudo era que eu sabia que eles não voltariam com as mãos abanando. Todo ano, desde que perdemos a guerra para os Albans, eles levam cerca de trinta meninos e meninas entre 12 e 20 anos. E pra quê? Pra nos matar. Foi assim que meu irmão Ryle morreu. E é assim que estes trinta garotos e garotas vão morrer. Eles são escolhidos e mandados para a guerra. E como sempre aconteceu no setor Dez, um ano depois da coleta chegam cartas do setor Cinco em nossas casas dizendo que estão todos mortos e que mais uma vez perdemos a batalha, mas não a guerra. E como sempre, uma última frase no fim:


Tenham esperança.


Essa frase sempre deixou meus olhos fervendo de raiva e ódio. Eles destroem nossas famílias e ainda tem a audácia de pedir que ainda tenhamos esperança. Todo ano, eles vêm com uma promessa de que encontraram um meio de nos fazer vencer cada batalha e então, ganhar a guerra. E todos os anos nós vemos no noticiário mais um de nossos fracassos. O setor Cinco acha que selecionando crianças e colocando uma farda neles e armas em suas mãos será o suficiente para chamá-los de guerreiros e os mandarem para a guerra. E o que é pior: eles nos usam. Acham que por sermos do setor Dez e eles Cinco, são melhores do que a gente e tem o direito de vir aqui e recrutar os que eles supõem que são fortes o bastante para sobre viver à uma bala e então eles os levam. Malditos sejam os líderes do conselho que concordaram com essa palhaçada.


 


Capítulo 1


- Há quanto tempo estão aqui? – pergunto ao meu melhor amigo.


- 12 dias, pelos meus cálculos. – ele diz. Eu bufo.


Saímos de trás dos arbustos e começamos a caminhar em meio à floresta. Está de noite, mas conhecemos tão bem a floresta que sabemos exatamente como voltar para casa mesmo de olhos vendados. Aliás, a lua está cheia e o céu sem nuvens, o que nos dá luz suficiente para enxergarmos até uma sombra, nitidamente.


- Relaxa. Só mais dois dias e eles vão embora. – ele tenta me confortar.


- Eu sei. Só não consigo mais topar com eles todos os dias. – falei e rolei os olhos. – Odeio ficar me escondendo!


- Pelo menos eles não vão levar você. – olho para ele com raiva no olhar.


- Eles também não vão levar você, Lance!


- Claro que vão, Alyce! Eles me observam carregar aqueles sacos pesados, como seu eu fosse um pedaço de carne e eles urubus. Dois deles até me elogiam hoje.


- Elogiaram você? - falei com espanto na voz enquanto chutava um galho pra longe do meu caminho.


- Disseram “Parabéns pela força, jovem” e “Você tem muitos músculos rapaz”!


Senti minhas bochechas arderem. Eu certamente estava vermelha. De raiva, claro! Esses elogios certamente são feitos para aqueles que se destacam e, para uma pessoa que não quer ser coletado, se destacar é como se oferecer para os Olheiros do setor Cinco.


- Mas que droga, Lance! Não está se esforçando nem para se esconder deles!


- Sabe que eu não tenho escolha! Tenho que trabalhar.


- É, eu sei. – suspiro. É claro que ele não tem escolha. Ele nunca teve. Desde que seu pai morreu, ele foi responsável por sua família. Ele foi... O Homem da casa. Sempre levando dinheiro e comida para as despesas. Sua família é grande. Fora ele, quatro pessoas tem que comer em sua casa. Felizmente, seu irmão alcançou os dez anos o mês passado e aprende com Lance como trabalhar. Desde que meu melhor amigo enfiou na cabeça que vai ser coletado, ele ensina o irmão a fazer seu trabalho, pois ele diz que, já será levado, não vai mais poder colocar a comida na mesa e então Guns será o responsável por cuidar da família. É. Eu realmente entendia que ele precisava deixar dinheiro reserva até Guns conseguir se estabilizar no trabalho.


Quando avistamos minha casa, começamos a caminhar mais lentamente até que paramos uns metros antes.


- Tenho uma coisa pra você. – ele diz enfiando a mão no bolso. Ele tira uma pequena tira de pano de três cores com um fecho na ponta. Vermelho, laranja e amarelo. Minhas cores preferidas.


Uma pulseira.


Ele pega minha mãe e puxa a manga da minha jaqueta jeans surrada descobrindo meu pulso. Eu estico o braço e ele envolve meu pulso com a pulseira. Fico olhando a pulseira. É linda. Mas provavelmente tenha sido cara. Fiquei tentada a não aceitar, mas eu sei que ele ficaria bravo. Eu só não sabia o que aquilo significava.


Por que o presente?


Ele, percebendo minha cara de desconfiança e como se lesse meus pensamentos esclarece:


- Achei que seria bom você ter algo pra se lembrar de mim quando... Sentir minha falta. – ele para por um segundo e gagueja – Isso é... Se você se lembrar de mim. – eu o olho. Dou um leve sorriso e digo:


- Primeiro: Eu não vou perder você. Segundo: Se – apenas se – você for coletado. Claro que eu sentiria sua falta seu bobo! – dou um soco de mentira em seu braço - Você é meu melhor amigo desde que me entendo por gente! Eu nunca vou esquecer você, Lance. Nunca!


Ele sorri e fica me encarando. Me encarando de um jeito esquisito. Um jeito que eu nunca vi. E então nós desviamos o olhar ao mesmo tempo.


- Vai. – ele disse, apontando à janela da cozinha. – Você precisa descansar.


- Ok. Vai vir no mesmo horário de sempre? – perguntei.


- Sim. Às 04h00min estarei aqui. – ele confirmou.


- Certo. Tome cuidado. Não quero que seja preso por causa de um maldito toque de recolher! – aconselhei.


- Não se preocupe. Sou invisível! – ele zomba e rimos baixinho da piadinha. Até que ele se inclinou e me deu um beijinho na bochecha. E começou a se afastar. – Boa noite, Alyce. – ele desejou.


- Boa noite, Lance. – fiquei olhando ele se afastar e tomar o caminho de sua casa. Se eu me esforçasse bastante, poderia até vê-lo entrar em sua casa. Éramos praticamente vizinhos.


Caminho até a janela da cozinha da minha casa e abro. Minha mãe sempre deixa aberta quando sabe que eu não conseguirei chegar antes do toque de recolher soar pelos alto-falantes dos bairros. E quase sempre eu violo essa regra. Coisa que meu padrasto odeia. Acho até bonitinho ele se preocupar comigo. Mas faço qualquer coisa para ajudar minha mãe à por comida na mesa todas as noites. É algo que meu melhor amigo e eu temos em comum. Por isso, duas vezes na semana, Lance e eu saímos de madrugada para caçar nas florestas que cercam o setor Dez. Ele com seu estilingue assassino (é como ele chama a arma dele) e eu com meu arco e flecha impiedoso (é como eu chamo minha arma).


Assim que entro em casa, fecho e travo a janela. Como de costume, minha mãe sempre deixa um prato de comida coberto com um paninho para mim em cima da mesa. Descobri o prato e vi que se tratava de uma sopa de legumes que ela sabe que eu adoro. Estava ótima e morna, o que significa que não fazia muito tempo que ela havia desistido de me esperar e ido dormir. Lavei o prato e a colher e depois decidi lavar à mim.


- Droga! – exclamei quando senti a água gelada escorrer pelas minhas costas.


Quando tinha dez anos de idade não conseguia me acostumar com o frio e a umidade que é o clima que mais prevalece aqui no setor Dez. Mas com o passar dos anos – agora, mais precisamente – eu fui aprendendo a ser meu próprio sol, por que no frio me sinto fraca e cansada. Algo muito diferente de quando surge uma passageira e bela mudança climática que faz o sou aparecer por algumas horas. Com a luz do sol me sinto viva e corajosa. E forte. Como se o calor que ele emite fosse parte de mim. Não é à toa que gosto de cores quentes como vermelho, laranja e amarelo.


Coloquei a mesma jaqueta jeans surrada novamente e uma calça comum. Calcei meu par de Converse® pretos e luvas de lã. Precisava ficar mais quente possível. Entrei no quarto que eu dividia com meus dois irmãos por parte de mãe. Thina – a mais nova –, que dormia numa cama velha à parte estava dormindo pesadamente, como sempre. Terry – o do meio – estava na parte de cima do beliche de costas para a porta. Passava das onze da noite e eu tinha que me esforçar para não fazer a cama ranger quando eu me deitasse. Quando me cobri com meu fino lençol amarelo encardido, ouço o pequeno sussurro do meu irmão:


- Alyce?


- Oi. Já devia estar dormindo. – repreendo-o de brincadeira com um sussurro. Não podemos acordar Thina, a dedo-duro.


- Você vai caçar? – ele perguntou com uma estranha tristeza em sua voz.


- Daqui à pouco, Terry. Por quê?


- Por que eu não quero que você vá.


Levantei da minha cama, subi a escada e me sentei no canto da cama de Terry.


- Por que você não quer que eu vá, Te?


- Por que eu não quero que eles peguem você.


- O setor Cinco nem sabe da minha existência, Te. Estou segura, garanto.


- Não. O setor cinco não. O Um.


O que?


Eu fico olhando para Terry tentando entender de onde ele tirou aquilo. Sorri sem mostrar os dentes.


- O setor Um não vem aqui à décadas, Te. Eles não vão me pegar. – me inclinei e dei um beijo terno em sua testa – Além disso, preciso ir. Temos que comer. De alguma forma. – suspirei.


- Por favor, Alyce. – ele implorou. Fiquei tentada à dizer que eu ficaria. Mas não. Eu tinha que fazer isso. Meu padrasto não pode, pois é manco depois que caiu de uma árvore e quebrou a perna. Sente dores até hoje. Mas sempre que vou caçar trago um pouco de erva-da-mata, que é boa para dores. Então, eu precisava trazer carne para casa.


- Não se preocupe, Te. Ninguém vai me pegar.


- Tudo bem. – ele desiste.


- Ótimo. Agora vá dormir, pequeno.


Ele me abraça com força e logo se deita. Quando percebo que ele dorme desço e vou para a minha cama. Mas não consegui fechar os olhos. De alguma forma estranha, o que Terry disse não saía da minha cabeça.


Por que ele pensa que o setor Um vai me pegar? Eles só pegam os guerreiros. Guerreiros jamais ficariam no setor Dez. Jamais.


As palavras do meu meio irmão martelavam na minha mente. Mas a questão é:


Por quê?



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Autor(a): raphawolf

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