Fanfic: Feliz Ano Novo!! AyA e DyC | Tema: ponny

VERSÃO ANAHÍ

      Então, de acordo com a programação, meia noite todas as luzes se apagaram para a contagem regressiva. 

       Eu estava junto com meu marido, abraçada com ele em meio a contagem e quando deu meia-noite começaram os barulhos e luzes em imitação de fogos que passavam em um grande telão para dar a impressão que estávamos ao ar livre, como fogos de verdade. Não comprei fogos de artificio de verdade por questões de segurança e pelo tanto de pessoas, o meu quintal não comportaria que todos pudessem ver os fogos com segurança.

      E assim, quando deu meia-noite, antes do meu marido me beijar, eu vi uma cena que não queria ver. Poncho beijou a Camila! Sim, quando deu meia noite, simplesmente ele agarrou a menina e a beijou. Ela, nada boba, estava correspondendo!

     Fiquei chocada olhando aquela cena. E pelo jeito, Velasco ficou chocado em me ver chocada...

     - O beijo deles te incomoda? – ele perguntou friamente.

      Olhei assustada para ele. Fiquei sem reação. Não conseguia responde-lo.

      - Vamos Anahí, responda! – falou em tom mais ríspido.

     Não sabia o que responder e fui "salva" pela minha família que veio me cumprimentar e me abraçar desejando um Feliz Ano-Novo. Velasco olhou para mim com raiva e simplesmente saiu, ignorando todos que tentavam falar com ele. Meus amigos vieram me cumprimentar também e eu estava bem confusa. Não sabia o que devia fazer: continuar abraçando as pessoas, ir atrás do meu marido, ou ir separar Poncho e Camila que continuavam se beijando... Ah, quer dizer, não! Essa última opção não existia! Eu só precisava saber se devia ir atrás do meu marido, ou abraçar as pessoas... só isso!

VERSÃO DULCE

      Aquela festa cheia de casais e mimimis estava me cansando! Voltei para a mesa para beber e parece que a ressaca já estava chegando adiantada. Uma fina dor de cabeça começava a surgir. Meus olhos já estavam cansados de tanto chorar.

     Já que todos estavam muito empolgados dançando e se divertindo, fui até o jardim da casa e fiquei ali, olhando para o céu. 

     Meu ano tinha que começar assim?? Tão triste???

VERSÃO ANAHÍ

     Fui atrás do Velasco, mas foi algo bem difícil. Todos me paravam para abraçar e perguntar "O que houve com o Sr. Velasco?". Isso que eu tinha que saber!

     Cheguei na porta e os seguranças me avisaram que ele tinha saído com o carro! E essa agora??? Suspirei, respirei, respirei novamente e voltei para a festa. 

     Decidi resolver esse problema depois. Se alguém me perguntasse do Velasco, diria que ele teve ir e outra festa e pronto.

    Voltei a cumprimentar a todos, quando finalmente cheguei até Poncho, que ainda beijava Camila. Espero que tenha sido outro beijo. Não era possível que aquele beijo tivesse durado tanto tempo...

     - Feliz Ano Novo! - sorri para os dois e eles pararam de se beijar.

    - Feliz Ano novo, Any!

    Ele tirou um dos braços ao redor da Camila para poder me abraçar, mas não a soltou.

   - Feliz Ano novo!! - Camila me abraçou também. - Essa festa está maravilhosa!

    Eu olhei para mão de Poncho na cintura dela e depois olhei de volta para seus rostos.

    - Pelo visto o ano começou bem para vocês? – falei.

    - Sim, muito bem! – ela sorriu para Poncho.

    Poncho me olhou com um olhar indefinido. Como se estranhasse o que eu disse.

    - Any... está tudo bem? – ele perguntou.

   - Sim, porque não estaria?

     Ele me olhou. Viu meus braços cruzados (que eu nem havia percebido que estava assim), olhou meu rosto e voltou a falar.

       - Você parece um pouco tensa.... Quer conversar um pouco?

       - Sim, Poncho! Quero conversar! 

       - Ok... – ele disse.

     Ele voltou-se a Camila e deu um selinho nela. Devo confessar que senti a raiva subir dentro de mim.

     - Eu já volto!

     - Tudo bem! - ela sorriu.

    Entramos em casa, caminhamos e ficamos parados bem no corredor que ia para os quartos. Ali não tinha ninguém.

     - O que aconteceu Any? Você parece preocupada...

     - E eu estou! - disse nervosa - O meu marido saiu sem nem ao menos me desejar um feliz ano novo. Pegou o carro e saiu...sem falar nada!

      - Mas como??? Aconteceu algo?? - estranhou - Vocês brigaram??

      - Não... Ele simplesmente saiu!

      - Mas sem motivos??

      - Quando deu meia noite, eu estava distraída... – me enrolei ao falar. - olhando se estava tudo dando certo na festa... Acho que eu fiquei tão focada nisso que esqueci de abraça-lo... E ele ficou com raiva! Bom, acho que foi isso!

       - Nossa! Que louco!

       - Pois é... agora nem sei o que fazer! – falei. - Curtir a festa sem saber para onde ele foi ou o que está fazendo??

       - Realmente é complicado... – Poncho disse. -  Mas tenta não pensar nisso agora para não estragar a festa! Ele deve estar de cabeça quente. Quando ele se acalmar, vocês conversam...

       - É... tem razão... – falei.

     Ficou um silêncio entre a gente. Eu olhei para baixo, para ele, para os lados, para o teto... Enquanto ele me observava. Mexi no meu cabelo, ainda sem coragem de encará-lo, até que finalmente o olhei.

      - E a Camila? Vejo que vocês estão bem...

      - Nós nos beijamos... – ele disse. Como se eu não tivesse visto.

    Ele não sorriu. Apenas me disse isso e continuou me observando.

     - Legal! Bom, isso eu vi... Fico feliz por vocês!

     - Fica? – levantou uma das sobrancelhas.

     - Fico... vocês formam um bonito casal! - disse sem jeito.

     - É, formamos... 

     Ele ainda falava no mesmo tom. Sem sorrir, sem expressar alegria... Aliás, sem expressar nada. Aquilo estava me deixando muito sem graça.

      - Então eu vou voltar lá com ela, tudo bem?

    Quando ele fez menção de sair, eu o puxei de volta.

     - Espera, me fala do presente!

     - Eu já disse que não trouxe, Any!

   - Mas quero saber o que é...

   - Uma roupa Any, já falei! – ele disse.

    - Não é uma roupa! Eu tenho certeza!

    - Depois conversamos sobre isso, tudo bem? A Camila está me esperando!

    Aquela frase me deu uma raiva tão grande.

   - Que se dane a Camila, Poncho! Você nem conhece ela! – falei com raiva. - Me conta sobre esse presente!

     Ele simplesmente segurou meus braços e me beijou. Sei que ninguém podia nos ver ali, mas sinceramente, naquele momento eu não me preocupei nada com isso...

VERSÃO DULCE

      Tomando uma batida de abacaxi, eu fiquei ali, olhando para o nada e...chorando! Sim, eu arrumei mais lágrimas para chorar e assim o fazia.

       - Dulce?

      Eu olhei para trás e vi Christopher parado, bem ali. Será que era efeito da bebida? Era uma miragem?

      - Ucker?

      Ele veio até mim e mais uma vez, limpou minhas lágrimas. Quando senti suas mãos tocarem o meu rosto, percebi que realmente ele estava ali – não era nenhuma alucinação.

     - Você ainda está chorando? – disse com os polegares fazendo carinho no meu rosto.

     - Eu não consigo parar, Ucker! – falei.

      Então eu o abracei, ele me colocou em seus braços de modo tão aconchegante. Aquele abraço era tudo o que eu precisava. Aquilo foi me acalmando, até que eu me dei conta que havia virado a bebida nas costas dele.

       - Ai Ucker! - afastei-me dele. - Desculpe!

       - Tudo bem- ele deu um sorriso.

       - Ai e agora?- perguntei desesperada. 

     Coloquei o copo na mesa e comecei a passar a mão em suas costas como se quisesse limpar, mas sabia que era impossível.

        - Tudo bem Dul, daqui a pouco vou para casa, não precisa se preocupar!

        - Acho que bebi demais... – falei, colocando a mão na cabeça. 

        - Eu sei... - sorriu - Mas tudo bem! Eu te entendo!

        Ele me abraçou mais uma vez e deu um beijo na minha testa. Fiquei um pouco sentindo seus braços e o olhei. Nossos rostos estavam tão perto.

        - Cadê a Muriel? - perguntei.  

        - Ela não veio...

        - Sério? Por que?

        - A virada do ano foi terrível. Na verdade, estávamos brigando há dias! Depois, brigamos ontem porque ela não queria vir na festa. Quando saímos daqui, piorou mais ainda. Fomos para a casa dos pais dela, mas passamos o tempo todo discutindo! E foi essa minha virada do ano!

         - Nossa! Posso dizer que foi pior que a minha!

         - Talvez... – Christopher disse. - Cada um sente a dor de uma maneira diferente... Enfim! Foi isso... Eu pensei em voltar para casa, mas eu estava preocupado com você, então preferi vir...

         - Você estava preocupado... comigo? – estranhei.

         - Claro! Além da sua tristeza, estava achando que você estava bebendo demais... Bom, acabei de comprovar que sim... - deu uma breve risada.

        - Ah, Ucker... – suspirei. - Você é tão lindo! E olha a forma com que te agradeço!

        - Não foi nada, fica tranquila!

     Voltei a abraça-lo e me aconchegar ali. Porém, de repente me bateu uma dúvida... Olha só, ele tinha acabado de brigar com a Muriel... Será que ele estava me procurando apenas para suprir a carência porque sabia que eu estava fragilizada e poderia ser uma presa "fácil"?

VERSÃO ANAHÍ

        Entregue totalmente ao beijo, eu correspondi. Poncho me beijava com muito carinho e ternura. Ele segurava em minha cintura e eu na sua nuca. Nossa! Seu beijo era maravilhoso. Fomos nos beijando e eu senti um frio na espinha, borboletas no estomago e tudo que tinha para sentir, eu senti!

        Separamos do beijo e eu ainda estava com os braços em seu pescoço, assim como ele continuava com as mãos em minha cintura.

          - Por que você fez isso? - eu disse olhando em seus olhos...

          - Será que podemos conversar...a sós?

         - Já não estamos a sós?

          - Queria conversar de verdade... – ele disse. – Mais reservado.

         - Tudo bem...

      Nós nos separamos e fomos em direção a sala de vídeos. Era o "cinema" de casa.  Sentamos no sofá um de frente para o outro e ele ficou sem jeito.

       - O beijo era o meu presente? – perguntei.

       - Não. Na verdade não existe presente... Eu só queria te entregar uma coisa e a Maite sabia disso! Ela que inventou isso de “presente” só para fazer a pergunta na sua frente.

      Ele pegou do bolso detrás da calça, uma carta que estava dobrada. Ele desdobrou e quando ia me entregar, pegou de volta.

      - Não sei se deveria...

      - Por que? – perguntei.

      - Eu queria muito entregar a carta... Mas eu desisti quando cheguei aqui e te vi tão apaixonada pelo seu marido! Percebi que estava sendo um grande idiota! Você já está casada e eu insistindo em algo que não pode mais existir!

       Eu, de fato, ainda não entendia.

       - Quando eu vi a Camila, eu quis ficar com ela porque realmente a achei bonita, mas eu percebi que a presença dela mexia com você de alguma maneira. Então eu quis continuar para te provocar. A Camila não sabe que foi "usada" nesse sentido, mas sabe que não teremos mais nada além que essa noite...

        - Poncho...mas... eu não entendo! – falei muito confusa.

       Ele não disse mais nada e me entregou a carta. Abri e dentro tinha uma foto dobrada. Era uma foto nossa se beijando.

"Oi Any,

Bom, primeiro quero que você leia a carta até o final antes de pensar qualquer coisa sobre essa foto que te mandei.

Quero te pedir desculpas por estar escrevendo tudo isso. Sei que você é casada e feliz no seu casamento. De jeito nenhum eu quero te prejudicar, mas eu preciso muito te falar tudo o que eu sinto.

O fato é que eu te amo!

Eu poderia enrolar um pouco, mas acho que não tenho muito a dizer além disso. 

Na verdade, eu tenho muita coisa para dizer, só sei que o principal é isso e eu precisava desabafar.

Esse foi o principal motivo do porquê eu não quis ir ao reencontro do RBD e muito menos na sua festa de ano-novo. Provavelmente eu apenas te entreguei a carta e fui embora (ou pelo menos é essa a intenção enquanto estou escrevendo).

Eu sempre tive um carinho muito grande por você e tudo o que eu mais quis foi te fazer feliz. Se guardei isso por tanto tempo foi por acreditar que você sempre quis alguém do seu lado que fosse uma pessoa melhor. Você sempre namorou caras de altos níveis, caras que combinavam com você... E esse nunca foi o meu caso.

Mesmo que sejamos da mesma profissão, sei que você sempre foi muito mais que eu. 

Por isso eu nunca me declarei, pois sabia que você não me aceitaria.

Hoje você está realizando um dos meus sonhos: Ver você feliz. É uma pena que esse sonho está incompleto. Pois quem te faz feliz não sou eu.

Eu preciso começar esse novo ano livre disso que guardo a sete chaves. Sei que para você não fará diferença, portanto prefiro desabafar por carta, e quando você ler, sei que estarei longe!

Não precisa me ligar ou me responder sobre nada do que eu escrevi... é apenas um desabafo!

E quanto a foto, é apenas uma lembrança de um tempo bom que eu vivi. Ainda que tudo não tenha passado de mera ficção.

Feliz Ano novo, Anahí!

Com amor, Poncho."

      Eu terminei de ler a carta e fiquei olhando a foto, sem coragem de olhar para ele.  Meu estômago estava embrulhado. Não sabia o que fazer ou dizer.