Fanfics Brasil - Devo ou não devo? Unconditionally - AyA

Fanfic: Unconditionally - AyA | Tema: Rebelde, Ponny


Capítulo: Devo ou não devo?

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``É incrível quanto estrago pode ser feito quando só se tem boas intenções.`` - Pretty Little Liars.



POV Alfonso



Não havia visto ela mais, desde aquela vez no corredor. Seus olhos azuis pareciam assustados, como se alguma coisa a atormentasse. Dizem que os olhos são a janela da alma, pois aqui estou eu afirmando que é verdade. Você pode até tentar enganar aos outros ou enganar a si próprio, porém os seus olhos nunca enganam. Eu sei que de longe pareço ser um valentão sem coração, mas não, tenho sensibilidade e sentimentos também, e consigo perceber quando alguém está triste. E naquele momento senti com se ela estivesse desprotegida, precisando de alguém, pode ser apenas uma coisa da minha cabeça. Fiquei um pouco receoso que fosse o acontecimento da última festa que tanto a assustava.


Balancei minha cabeça e disse a mim mesmo para parar. Afinal desde quando eu me preocupo com as pessoas? Mas quero deixar claro, que tudo isso fique entre nós. Não é bom que saibam que eu tenho um coração, preciso de respeito aqui. Não que eu me orgulhe disso. O respeito baseado no medo é repugnante, mas quando você ainda se encontra no ensino médio é preciso impor esse tipo de respeito. Talvez seja apenas uma forma de me sentir mais seguro comigo mesmo e com os outros. O respeito imposto pelo medo, às vezes, pode nos deixar mais seguro, mas a questão é: vale a pena? Pelo menos no ensino médio eu pensava que sim, quem sabe daqui vinte anos eu me envergonhe pelos meus atos na adolescência, provavelmente sim.



Meu pai havia vindo aqui mais cedo. Me xingou, chorou, disse que não sabia mais o que fazer. Segurei o choro ao lembrar. Havia sido apenas uma festa, argumentei, mas ele não aceitou. Se sentou na cama com suas mãos sobre seu rosto. Naquele momento me sentia um nada, um perdedor, como sempre me sentia ultimamente.


- Você precisa decidir um rumo em sua vida, não posso te ajudar para sempre. - ele me olhou com seus olhos marejados.


- Eu sei, me desculpe. - abaixei minha cabeça. O que mais eu poderia fazer afinal? Só podia pedir desculpas, como sempre. Não sei se adiantaria, mas eu precisava tentar. Ele me olhou triste. Lagrimas começaram a cair de meus olhos marejados. Seria agora o meu fim? As imagens do colégio militar já estavam se formando em minha cabeça. A prisão que eu sempre temi em minha vida. Não me importava muito no momento, mas a dor me machucava por dentro. Todos esses anos perdidos de minha vida brigando com meu pai. Eu quero tentar mudar tudo isso, mas não sei como. Depois que se começa fica difícil parar, sou um fraco, admito. Abaixei minha cabeça e limpei minhas lágrimas, não queria me mostrar sensível em sua frente. Levantei a cabeça e o olhei. Ele me olhava como se tentasse me decifrar, desviei meu olhar dele para voltar ao piso de madeira do quarto.


Ele se levantou e saiu do quarto batendo a porta fortemente. Olhei triste para depois me sentar no chão e chorar, a todo pulmão. Meus colegas de quarto estavam tendo aula, então eu chorei tudo que tinha que chorar. Quem foi idiota que disse que homens não choram? Eles choram sim, e isso os tornam mais homens. O tempo passou e eu não percebi que estava em estado vegetativo a horas, quando voltei a realidade meus colegas de quarto adentravam o dormitório conversando e rindo, até que pararam quando me viram.


- O que você tem, cara? - Ucker indagou. - Você nem foi as aulas hoje. - ele disse se sentando na cama. Christian foi para sua cama arrumar suas coisas na escrivaninha ao lado. Limpei minha garganta antes de responder, em um gesto quase imperceptível para eu conseguir voltar ao meu estado normal.


- Bom, acho que isso não será mais necessário. - Ucker e Christian me olharam tentando entender o que eu havia falado. Durante esses dias construí uma amizade muito forte com eles, nunca tinha tido amigos como eles, era realmente horrível ter que me despedir deles agora. Bem quando eu encontro amigos eu ajo como um bosta de novo e estrago tudo. Suspirei e continuei. - Meu pai quer me mudar para um colégio militar, por causa daquela festa que nós fomos. - Eles me olharam boquiabertos.


- Mas não tem o que fazer? - Christian me perguntou com uma voz chorosa. Christian era extremamente sensível e nem quando ele tentava disfarçar conseguia ser menos sentimental quanto as pessoas a sua volta.


- Acho que esse foi o fim para meus dias em liberdade. - suspirei e soltei uma risada fraca. Ucker e Chris me olharam tristes e mais nada falaram.


 


POV`s Anahi



- Vocês não acreditam, meninas. - Christian disse com a cabeça baixa. Fiquei com dó dele, o que poderia ter acontecido para deixá-lo tão tristinho assim. Me sentei ao seu lado. Estávamos no refeitório no momento, várias pessoas passando, rindo e conversando ao nossos lados. Na nossa rodinhas às vezes aparecia outras pessoas, como o Chris por exemplo, ele sempre vinha para nos colocar em dia nas fofocas, era como ter um amigo gay, mas ele não era gay. Bem, eu acho.


- O que aconteceu, Pollito? - indaguei mordendo meu sanduíche.


- Céus, Anahi! Dá para parar de comer só um instante, a coisa é séria. - o olhei assustada e fiz sinal de rendição deixando meu sanduíche em cima da mesa.


- Essa daí não para de comer nem se tiver a beira da morte com uma arma apontada na cabeça. - Dulce disse e riu acompanhada por Mai e Chris. Eu fiz uma cara feia e quando pensei em responder fui interrompida por aquele energúmeno do Chris.


- Não, meninas, sério me escutem! - chamou atenção. Eu revirei os olhos. - Vocês sabem quem é o Alfonso, né? - admito que senti um arrepio ao escutar seu nome, mas ignorei e assenti para ele.


- Fala logo, jumento. Ninguém aguenta mais. - Dulce disse com o seu simpático humor matinal.


- Oi, coisinha. Não precisa ficar assim. - ele bufou. Dulce o olhou zangada. - Então, ele vai sair da escola. - minha boca se abriu formando um perfeito ``o``. - E sabem por que?


- Fala logo! - exclamei, com uma estranha ansiedade. As meninas me olharam desconfiadas, eu apenas ignorei.


- Bom vou fazer um resumo. O pai dele brigou com ele, porque ele foi aquela festa, que por acaso salvou a senhorita Anahi dos mal amados, e agora o pai dele quer que ele vá para um colégio militar. - ele terminou. Eu ainda estava digerindo aquela informação. Então eu teria alguma responsabilidade sobre isso? Tipo, eu deveria fazer alguma coisa? Tipo, ele me salvou, não? Sim. Então, sim. Ele pode achar ruim se eu fizer alguma coisa? Pode. Mas e se...


- Não pode ser! - Dulce gritou do nada, nos assustando e me tirando de meus breves devaneios. - Vadia, você tem que ajudá-lo! - a olhei perplexa.


- Eu? Mas por que? O que você tá querendo dizer? Eu nem sei quem ele é direito. Não conheço o pai dele. Você acha que eu não pensei nisso? Eu pensei, na verdade acabei de pensar e sabem como dizem ninguém mete a colher em nada, eu não quero meter minha colher porque ela não é de se meter nos problemas alheios, que não são o que? Da minha conta, minha...


- JÁ CHEGA! - Dulce gritou mais alto que da última vez, atraindo olhares de todos do refeitório e me fazendo pular da cadeira. Bufei.


- Menina, tá louca? - Maite disse rindo. Christian só observava tudo, calado, fazendo a ``egipicia``. 


- Eu não! Quem tá louca é essa louca, sua louca para de ser louca! - Dulce disse. Tá, isso não fez sentido. - A questão é que você tem que devolver a ajuda que ele te deu antes, você não acha? - ela olhou diretamente para mim. Me encolhi a ouvindo. - Não seja ingrata, mulher! 


- Mas já pensou se Alfonso acha que eu sou muito enxerida em ir lá e já conversar com o pai dele sem nem conhecer o próprio, muito menos conhecer direito o filho dele? - eu argumentei, a olhando diretamente.


- Tá, certa. Ele pode pensar isso. - Chris disse. E eu olhei Dulce com um olhar de ``estou certa chupa vadia``. - Porém, essa poderia ser sua chance de retribuir o que ele fez a você, você praticamente deve isso a ele! - ele continuou. Dulce me olhou com o mesmo tipo de olhar que eu estava, só que dez vezes mais intimidador. Eu tremi na base, vamos se dizer. Limpei minha garganta.


- Gente, não adianta. Não vou fazer isso, porque não é da minha conta! - me levantei bufando.


- E por acaso era da conta dele que você estava sendo praticamente estrupada em uma festa? - Maite disse. E Dulce me olhou intimidadora. Eu ignorei e saí de lá com os olhos marejados. Quem afinal elas são para falar alguma coisa? Elas não sabem nada pelo o que eu passei, nem o que aconteceu! Eu estava lá, eu sofri todas as consequências. Fiquei o final do recreio sentada no meio do corredor, quase vazio, assustador e frio, pensando e segurando o choro.


Quando o sinal tocou voltei a realidade, era tudo automático. Cenas do dia da festa começaram a passar pelos meus pensamentos. Segurei o choro. Fui para o banheiro da escola e vomitei todo o almoço que eu havia comido. Lágrimas quentes saíam pelos meus olhos. Abaixei a tampa do vaso sanitário e me sentei em cima. Eu nunca me livraria disso? Toda essa dor e sofrimento permaneceriam para sempre em mim? Por que diabos eu estava assim? Nem aconteceu nada, Alfonso chegou e me salvou a tempo. Sim, ele me salvou. 


Eu estava errada em não fazer nada para ajudá-lo. Fiquei na cabine por horas até perceber que não podia matar todas as aulas, por que eu era bolsista. Merda, Suspirei pesadamente antes de sair da cabine. Lavei meu rosto e enxuguei minhas mãos nas toalhas cinzas descartáveis do banheiro. Me olhei no espelho e dei uma conferida no meu cabelo. Abri a porta lentamente, ainda perdida em meus devaneios. Olhando pro chão comecei a andar, eu deveria olhar para frente? Deveria. Eu conseguiria? Se eu quisesse provavelmente. Eu queria? Nem um pouco. Foi apenas questão de minutos até eu sentir um corpo se colidindo com o meu e me jogando contra o chão frio daqueles corredores. 


- Oh, me desculpe, senhorita. - um homem com aparência de um adulto quase idoso se desculpou. Sim, eu por exemplo, sou uma adolescente quase adulta, acho que deu para entender, né? Ele me ajudou a me levantar e eu me ajeitei.


- Que isso, senhor... - fiz menção para ele completar e ele o fez, mas preferia que não o tivesse feito.


- Senhor Herrera, muito prazer. - ele disse e me estendeu a mão e eu sorri desconcertada. Depois percebi que a mão dele estava parada no ar esperando uma outra mão, que no caso era a minha. Merda. Estendi minha mão e o cumprimentei.


- E-eu sou A-anahi. - eu disse atrapalhada. Merda. Desde quando eu gaguejo? Saí do aperto de mão e mexi na minha roupa, totalmente atrapalhada.


- Oh, foi um prazer conhece-lá, Anahi. É uma pena que agora eu esteja com pressa e não posso me desculpar corretamente com a senhorita. Me desculpe, até mais. - ele disse sorrindo educadamente, antes de sair apressado pelo corredor. Eu deveria? Deveria. Eu posso? Posso. Eu consigo? Consigo. Anda logo, Anahi!


- Senhor Herrera, espere! - exclamei e o homem adulto quase idoso se virou com uma cara confusa. Ele me olhou e eu meio que travei. Eu tentei juro que tentei. - Ér... Mil desculpas, vou deixar o senhor ir, tchau. - saí correndo dali como se minha vida dependesse disso, e parece que sim, né. O que eu fiz? Anahi sua inútil. Eu poderia ter salvado o Alfonso, mas não o fiz. Suspirei. O que será dele agora?


- Srta. Anahi, a senhorita não deveria estar na sua sala agora? - o inspetor surgiu de um portal do submundo e me flagrou. O que será de mim agora?


- Bom, e-eu na verdade passei mal e tava-a no banheiro. - eu disse com a mão na barriga, fazendo uma careta. Ele me olhou com cara de nojo e apenas disse para eu seguir para minha sala e assim o fiz. Saí correndo praticamente para o meu último horário. Estava assustada comigo mesma, nunca havia matado uma aula se quer em toda minha existência. É como dizem, para tudo tem uma primeira vez, certo?


Era aula de filosofia, então era de boa já que eu sabia a maioria da matéria, inclusive a que estava sendo passada hoje. Não prestei atenção na aula, só fiquei em meus devaneios tentando tomar a decisão mais correta sobre o que eu poderia fazer sobre o assunto Alfonso. Se eu tivesse um tópico para meus problemas o nome Alfonso estaria em primeiro lugar, mas também estaria em primeiro no meu tópico salvação, ele é misterioso e contraditório, ele chegou e mudou completamente minha vida. Como ele consegue isso? Eu nem o conheço direito e já sinto que o conheço há anos. Eu sei que deveria estar prestando atenção na aula, porém estou presas em meus próprios pensamentos tentando formular uma boa saída para o problema em que me encontro. Isso não poderia ser considerado filosofar de certa forma?



"A virtude moral é uma consequência do habito. Nós nos tornamos os que fazemos repetidamente. Ou seja: nós nos tornamos justos ao praticarmos atos justos,controlados ao praticarmos atos de autocontrole, corajosos ao praticarmos atos de bravura." - Aristóteles.



A professora leu essa frase para os alunos, e talvez tenha sido a única que prestei atenção em toda a aula. Ela estava certa! Quer dizer, Aristóteles estava certo! Eu não estava sendo justa com Alfonso e eu não quero me tornar uma pessoa injusta. Ele me salvou e eu posso ter a salvação dele em minhas mãos e então eu preciso usá-la. Os atos valem mais que palavras, e estava na hora de parar de agradecer e agir.


A aula terminou e eu tinha uma coisa em mente. Eu precisava ajudar Alfonso, nem que para isso ele me odiasse, ou me xingasse. Ele fez uma coisa que me salvou, então eu preciso retribuir, é a hora de eu praticar meu ato de bravura.


 


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Olá, sweets!


Comentem por favor.


E até mais.


tatianaportilla106: continuei, linda. *-*



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Autor(a): oopsportilla

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 22



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  • maluhastings Postado em 08/04/2016 - 14:59:11

    to achando q esse austin vai ficar com o chris kkkkk posta mais

  • tatianaportilla106 Postado em 06/04/2016 - 01:12:19

    Continua

  • naay_traumadaaya Postado em 18/01/2016 - 23:27:43

    CONTINUA SUA DIVA <3

  • naay_traumadaaya Postado em 18/01/2016 - 23:27:26

    TÁ EU VOU MATAR A ANAHI, ELA PREFERE O GOSTOSO DO HERRERA PRA FICAR COM O BRAD???? FALA SERIO VOU ENTRAR NESSA FANFIC E VOU BEIJAR O BRAD PRA ELA VER O QUE É BOM E CAIR NA REAL... MAS EU ACHO QUE SERIA NOJENTO BEIJAR O BRAD, QUANTAS BUCETAS FEDIDAS DEVEM TER PASSADO POR AQUELA BOCA, AI QUE NOJO >< ANAHI E PONCHO TENTO UMA QUIMICA NA AULAAAAAAAAAAAAAAAA <333333333333333333333333 TO MORTINHAAAAAAAAAAAAAA <3333333333333333333333333333

  • naay_traumadaaya Postado em 17/01/2016 - 18:53:03

    O COMENTÁRIO ABAIXO É MEU RSRSRSRSRSRSRS, SAIU ERRADO :V

  • Postado em 17/01/2016 - 18:50:57

    MIGA SUA LOUCA!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! ESSE CAPITULO FICOU PERFEITO DE VERDADE <33333333333 PONCHO E ANAHI NA CONEXÃO TÃO FOFAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA <333333333333333333333333333333 CONTINUA AGORA, E CARA ESSA MUSICA É PERFEITAAAAAAAA ,33333333333 CONTINUA :*

  • naay_traumadaaya Postado em 16/01/2016 - 17:05:15

    adorei ser abandonada por voce, obg.

  • naay_traumadaaya Postado em 14/01/2016 - 05:12:37

    ME ABANDONOU, É??? MIGA NUM FAZ ISSO COMIGO NÃO VIU!!!!!!!!!!! EU VOU DECEPAR SUAS ENTRANHAS SE NÃO CONTINUAR!!

  • giovannaperronilevy Postado em 10/01/2016 - 01:04:57

    Coitada da any...continua

  • naay_traumadaaya Postado em 07/01/2016 - 18:41:39

    SOCORROOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOO, QUE CAPITULO BAD MAIS MUITO LINDOOOOOOOOOOOOOO <3 ESTOU ACABADA COM ESSE CAPITULO PERFEITO <3 TÃO FOFUXOOOOOOOOS <3 AMEI QUERO MAIS AGORA <3


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