Fanfic: Sem Saída-Ponny | Tema: AyA

— O que você tem?Febre? — brincou.

— Não, estou tentando me acalmar. Belinda me falou que meus desenhos não 

são suficientemente bons e que, além disso, sua empresa tem desfiles 

ajustados até dentro de um ano — protestou sua irmã.

— Tanto esforço para nada, né?

— Onde está Any? Essa coisa de colocar a louça para lavar não combina 

comigo.

— Está na cama completamente bêbada — respondeu Poncho com 

desprezo. — tentou seduzir o corredor de fórmula um e a mim.

— A você? — exclamou Maite.

— Estou farto, e quero que entenda de uma vez, de encontrar Any sempre 

que venho para casa — disse Poncho com frieza. — Vem a todas as festas e 

passa aqui todas as férias. Convida-a inclusive para meu aniversário! Por que 

não contrata uma cozinheira quando Jessie não está em vez de me fazer 

suportar sua horrível amiguinha?

— Acreditei que você gostasse dela-desculpou-se Maite.

— É insuportável, Maite — disse Poncho.

Estava furioso consigo mesmo por ter perdido o controle e culpava Any 

daquilo.

— Nunca se encaixou em nossos círculos de amizades. Esta noite mesmo, 

sem nem pensar, ia dizendo por aí que era a cozinheira. É um desastre. Não vive 

como nós, não sabe falar de nada e é chata. É uma vergonha!

Maite suspirou.

— Espero que não tenha dito isso a ela, Poncho — disse a seu irmão. — Não é 

elegante, mas é bondosa e não fala mal de ninguém. É a única amiga de verdade 

que tive… embora não sei se ela diria o mesmo de mim — acrescentou com 

tristeza.

— Deveria ter amigas de sua classe social — insistiu Poncho. — Não 

quero que Any volte a aparecer nesta casa. Estou falando sério. Dê as 

desculpas que queira, mas que ela não volte aqui. Se quer voltar a vê-la, você irá 

a Houston, mas não volte a convidá-la para vir aqui!.

— Realmente é verdade que ela tentou seduzi-lo?

— Não quero falar disso, foi vergonhoso.

— Quando acordar amanhã pela manhã, vai se sentir muito mal — disse 

Maite.

— Eu vou ficar mal durante meses. Belinda  minha namorada e nunca teria 

passado pela cabeça enganá-la. Any deveria ter consciência disso, mas não parecia se importar. Tampouco parecia importar que o corredor de fórmula um 

fosse casado.

— Any nunca bebe e deve ser por isso. Ela não é como mamãe, Poncho.

Ante aquelas palavras, Poncho ficou gelado. Sua mãe bebia muito e 

sempre os envergonhava quando os amigos os visitavam.

— Não há nada no mundo que me dê mais nojo que uma mulher bêbada —

disse.

— Muito bem, não voltarei a convidá-la — disse Maite, — mas, o que falo? 

Não vai entender, vai sofrer.

Poncho sabia.

— Não me faz diferença o que você dirá a ela, desde que a mantenha longe 

de mim!-disse entretanto.

— Vai me ocorrer algo — disse Maite.

Any, pálida e tremendo, tinha escutado toda a conversa do corredor. 

Havia descido à cozinha para lavar os pratos, envolta ainda em agradáveis 

sensações provocadas pela reação do Poncho.

Entretanto, depois de escutar o que acabava de escutar, voltou para seu 

quarto nas pontas dos pés. Poncho a odiava. Dava nojo a sua presença e não 

queria voltar a vê-la. Tinha colocado ele numa má posição e se sentia uma idiota.

Tinha razão. Comportara-se como uma estúpida e agora teria que pagar um 

alto preço por isso: ia perder a única família que restava.

Uma vez em seu quarto, desprendeu o telefone e entrou em contato com o 

aeroporto para trocar seu bilhete de volta a Houston.

Na manhã seguinte, entrou no quarto de Maite ao amanhecer. Não tinha 

prego olho.

— Leva-me a aeroporto? — perguntou a sua amiga. — Ou prefere que eu peça a Johnny?

Maite se sentou na cama e, recordando o que aconteceu na noite anterior, ruborizou-se.

— Eu levo você — respondeu, — mas, não quer tomar o café da manhã?

Voltou a ruborizar dando-se conta de que Any teria que fazer o café da 

manhã.

— Não tenho fome. Têm salsichas e bacon na geladeira e Poncho pode 

fazer uns ovos — respondeu Any engasgando-se com seu nome.

Maite se sentiu culpada.