Fanfic: Sem Saída-Ponny | Tema: AyA

Poncho fechou os olhos e voltou a abrir. Any tinha razão. Maite e ele a utilizavam constantemente sem dar-se conta. Odiou a si mesmo por isso.

- Um pouco tarde para ter remorsos - sorriu Any.

- Além disso, não fica bem em você. O que precisa? Poncho ficou a brincar com um biscoito.

- Contei a você que estávamos investigando um cartel de droga, não foi? Any assentiu.

- Na sua empresa - acrescentou Poncho.

- Sim, também me disse que não podia ajudar - recordou Any. - Bom, pois me equivoquei. Na realidade você é a única que pode ajudar. Umas semanas antes, Any estava brincado dizendo que queria uma pistola e um distintivo, mas agora se limitou a esperar respostas. Os dias das brincadeiras tinham terminado.

- Quero que finja que somos noivos - disse Poncho.

- Assim, poderei aparecer por aqui sem levantar suspeitas. Any não reagiu e aquilo a encheu de orgulho, pois o mais fácil seria atirar o capuchino na cara.

- Sim, tem razão. Estou me aproveitando de você. É a única maneira que me ocorreu de vigiar o suspeito. Não posso pedir para ver Jasper constantemente porque irão começar a duvidar de minhas preferências. Aquilo fez que Any sorrir levemente.

- A esposa dele não gostaria da idéia.

- Então? Any hesitou. Poncho tinha previsto que seria assim, então tirou duas fotografias do bolso e mostrou a ela. Any a olhou. Era a fotografia de dois bebês morenos. Olhou Poncho com uma sobrancelha arqueada.

- Sua mãe estava farta de que houvesse mulas no bairro. Estavam acostumados a se encontrar em uma casa abandonada que havia junto a sua. Se acostumara a brigas e tiroteios. A mula que trabalhava na casa tornou-se muito ambicioso e decidiu ignorar o sucessor de Manuel López - explicou Alfonso.

- Ana García os vigiava e informava à polícia, mas cometeu o fatal erro de dizer a seu vizinho que não ficariam muitos dias naquele bairro. A mula disse ao seu fornecedor. Quando o sucessor de Manuel López foi a até a mula e o matou, deu ordens  também para matar Ana García e a seus filhos. Manuel e Juan morreram alvejados em seus berços e sua mãe não voltará a andar jamais. Any fez uma careta de horror e voltou  a olhar a fotografia. Os dois meninos mortos por culpa da droga.

- O distribuidor local que estou procurando ordenou o assassinato e trabalha neste edifício, nesta empresa e nesta divisão - disse Alfonso inclinando-se para ela.

- Estou disposto a detê-lo e peço que me ajude.