Fanfic: Sem Saída-Ponny | Tema: AyA

 Quando Poncho chegou para pegá-la, Any já estava a uma hora se 

arrumando.

PoncPoncho olhou de cima abaixo e, pela cara, não pareceu gostar muito do 

que ela estava vestindo.

Any sentia-se bem com seu vestido negro, sapatos negros de salto e o 

cabelo recolhido em um coque, mas era óbvio que ele não gostou.

— Nunca usa o cabelo solto — comentou Poncho cortante — você colocou 

o mesmo vestido que coloca nas festas. Any ficou vermelha.

— É o único que tenho — respondeu.

— Margie adoraria fazer alguns vestidos se você deixasse — suspirou  Poncho.

Any fechou a porta de seu apartamento com mãos trêmulas. Poncho

acabava de estragar a noite. Não podia evitar criticas a ela. Any sentiu 

vontade de chorar…

De repente, Poncho se inclinou sobre ela e a beijou com paixão. Any 

não teve tempo de reagir, pois o beijo terminou tão repentinamente como tinha 

começado. Any o olhou surpreendida.

— Não volte a deixar que eu fale com você dessa maneira — disse 

Poncho inesperadamente. — Tem que ser mais forte. Você não é tapete, 

Any, e não pode permitir que pisoteiem você.

Any assentiu e, em num abrir e fechar de olhos, Poncho soltou o coque.

— Linda — sussurrou penteando as mechas que caíam em cascata sobre os 

ombros.

— Fiquei em tempão fazendo este coque… — protestou Any.

— Eu adoro cabelos soltos — disse Poncho beijando-a com deliciosa 

ternura. — Deixe isso assim.

Any guardou as presilhas na bolsa, entrelaçou os dedos na mão de 

Poncho e se foram.

O auditório estava lotado.

Pelo visto, muita gente gostava de Debussy. Poncho não era uma dessas 

pessoas, mas era um pequeno detalhe agüentar aquela tortura por Any. 

Claro que existia a possibilidade de que estivessem ali porque Poncho

queria vigiar Brody. Any não podia acreditar que um homem tão bom e 

agradável tivesse alguma coisa haver com narcotráfico, mas que outra 

explicação havia para que Poncho insistisse em passar muito tempo em sua 

empresa se não fosse porque suspeitava de Brody?

Aquilo tudo estava muito confuso. Any ocupou seu lugar junto a Poncho

e esperou que começasse o concerto.

Uma vez às escuras, enquanto a orquestra interpretava peças que a 

encantava, Poncho pegou a mão de Any que não pode evitar suspirar de 

prazer.

— Quer sair para estirar as pernas? — perguntou Poncho no intervalo.

— Sim — respondeu Any.

Daquela vez, Poncho não largou sua mão e Any se perguntou porque.

Uma vez no vestíbulo, Brody os viu e foi na direção deles acompanhado por 

sua namorada.

Any se deu conta de que era muito bonita e elegante e desejou ser como 

ela. Parecia de origem hispana.

— Olá! — saudou-os Brody encantador. — Querida, apresento-a a minha 

secretária, Any … perdão… Any é minha ajudante e este é seu 

namorado, o senhor…

— Herrera — disse Poncho.

— Apresento a minha noiva, Cara Domínguez.

— Encantada de conhecê-los — respondeu Cara em tom aborrecido.

— O mesmo digo eu — disse Any.

— Cara trabalha no marketing — continuou Brody tentando criar uma 

conversação — Tem um posto muito importante no Bradford Marketing 

Associates, que é uma filial do Ritter Oil Corporation.

— E você a que se dedica, senhor Herrera? — perguntou Cara a Poncho.

— Trabalha em segurança — respondeu Brody.

— Trabalho na DEA — respondeu Poncho surpreendendo-o a todos.

Any não sabia onde olhar, tentou disfarçar, pois Poncho sempre tinha 

insistido que Maite que não dissesse jamais onde trabalhava.

— Ah, sim? — disse Cara desconcertada por sua sinceridade. — E está 

trabalhando em algum caso nestes momentos?

— Mais ou menos — respondeu Poncho. — Estamos investigando uma 

empresa que tem conexões em Houston — acrescentou deliberadamente.

Cara parecia muito interessada.

— Não será a Thorn Oil Corporation? — perguntou.

Poncho a olhou surpresa, pois tinha passado aquela informação errônea 

de propósito ao agente Kennedy para pô-lo a prova.

— Ouvi por aí — riu Cara — Não se preocupe, não repetirei.

— Muito bem.

— Vive você em Houston, senhor Herrera?

Poncho assentiu.

— Está gostando do concerto? — interveio Brody incômodo pelo modo que 

sua acompanhante olhava para Poncho.

— É maravilhoso — respondeu Any.

— Acredito que o balé vai representar Quebra-nozes em novembro —

apontou Cara sorrindo para Poncho — Se gosta de balé, pode ser que nos 

veremos de novo então.

— Pode ser — respondeu Poncho.

— Temos que ir, querido — disse Cara olhando Brody, agarrando a mão do 

namorado e se afastando dali.

— Por que falou que trabalha para a DEA? — perguntou Any surpresa uma 

vez a sós.

— Não falei nada que Cara não soubesse — respondeu Poncho de maneira

enigmática. — Vamos — acrescentou tomando a mão dela.

Não voltaram a se falar até que saíram do concerto e estivessem no carro 

rumo a casa de Any.

— Por que me convidou esta noite para o concerto?

— Tinha minhas razões — respondeu Poncho. — O que você achou da 

namorada de seu chefe?

— É simpática, mas manipula Brody como quer.

— Como faz a maioria das mulheres. O que acontece com seu chefe é que 

não sabe se impor.

— Como não? Tem que fazer constantemente, pois se vê obrigado a demitir 

funcionários.

— Ele não é para você, Any, com namorada ou sem namorada — disse 

Poncho de repente. — Morreria de aborrecimento com um homem assim.

— É minha vida e faço o que quero dela — protestou Any.

— Tem razão.

Ao chegar na casa dela, Poncho a acompanhou até a porta.

— Compre um vestido novo — disse-lhe.

— Por quê? — perguntou Any surpresa.