Fanfic: Sem Saída-Ponny | Tema: AyA

Durante a noite, Poncho observou como Any descia as escadas antes 

que chegassem os convidados.

Tinham passado o dia juntos, montando a cavalo e falando. Não haviam 

tornado a ter nenhum encontro físico, mas havia uma cumplicidade entre eles 

que todo mundo percebia.

Any usava um vestido vermelho que fazia ondas na prega e que tinha a gola 

flexível para poder dobrá-lo sobre os ombros. Usava também saltos altos e 

mais maquiagem que de costume.

Estava impressionante.

— Comeria você de sobremesa — murmurou Poncho quando chegou a seu 

lado.

— Eu digo o mesmo — respondeu ela olhando-o com adoração. — Sua irmã 

me falou que vai vir muitos convidados.

— Para mim será como se somente estivéssemos você e eu — respondeu Poncho

Do jeito que havia falado, Any esteve a ponto de acreditar.

— Parece que acontece o mesmo com a Maite e Levy — murmurou ausente.

— É uma pena que seus irmãos se foram.

— Não são de muita festa — respondeu Poncho.

Any assentiu.

Olharam-se nos olhos e Any sentiu que sua relação tinha mudado 

profundamente. As brigas sem fim faziam parte de um passado distante. 

Sentia-se nova, jovem e com vontade de devorar o mundo e, a julgar pela 

expressão do Poncho, acontecia o mesmo com ele.

— Você gosta dos matrimônios rápidos? — perguntou Poncho de repente.

— Suponho que depende do casal — respondeu Any. — Se eles se 

conhecem a muito tempo…

— Eu conheço você quase antes que a minha irmã — apontou Poncho

olhando-a com intensidade. — Quero casar com você, Any.

Any abriu a boca para falar, mas a surpresa a tinha deixado sem palavras.

— Sabia que iria ficar surpresa, assim não tem problema se não quiser 

responder agora — acrescentou Poncho. — Pense nisso enquanto estivermos 

recebendo os convidados e quando estivermos dançado, depois volto a 

perguntar. Any o acompanhou sem protestar e sem acreditar no que realmente 

acabava de escutar. Poncho não era o tipo de homem que procurava 

casamento. Aquele caso que ficou sem resolver acabou deixando-o 

completamente louco.

Entretanto, pelo modo como apertava sua mão e a olhava mostrava o que 

realmente queria dizer.

Só tinha olhos para ela. Belinda não tinha ido à festa, mas mesmo assim 

haviam muitas mulheres bonitas. Poncho nem sequer as olhou de esguelha.

Só dançou com Any e a agarrava com tanta força contra seu corpo que as 

pessoas que os conheciam a muitos anos começavam a especular se eles 

estavam tendo alguma relação amorosa.

— Estão olhando para nós — murmurou Any enquanto dançavam.

— Deixem que olhem — respondeu Poncho olhando-a com carinho. —

Alegro-me de que esteja trabalhando em Houston. Assim, não terei que 

inventar desculpas para ver você em Jacobsville.

— Antes você não gostava — murmurou Any.

— Nunca tinha estado antes tão perto de você — respondeu Poncho. —

Vivi toda a vida tentando esquecer como era minha mãe. Por culpa dela, sofri 

muito e não quis me aproximar das mulheres. Na verdade eu acreditava que a 

mantinha a uma distância segura — acrescentou estalando a língua — e logo 

comecei a me aproximar de você por motivos de trabalho e acabei caindo me 

minha própria rede.

— De verdade? — disse Any maravilhada.

— Tome cuidado — sussurrou Poncho. — Falo muito sério. É tarde para 

voltar atrás, Any. Eu não posso — acrescentou dando um beijo no nariz.

Apertou-a ainda mais contra seu corpo e Any emitiu um grito de surpresa 

ao ver o desejo com o que a olhava.

— Tome cuidado — advertiu — Estou a ponto de explodir! Se continuar 

assim eu acabo levando você a um armário e você bem sabe o que pretendo…

— Se está falando sério, é melhor irmos a algum armário agora mesmo —

disse a ele.

Any riu. Poncho, não.

— O que você acha dos casais que fogem e se casam escondidos?

— Como assim?

— Enfiam-se dentro de um carro, fogem para o México na metade de uma 

festa de Halloween e se casam — respondeu Poncho. — Muita gente deste 

país faz isso. Poderíamos chegar ao aeroporto em uns seis minutos e estar no 

México em menos de uma hora. Já em Jacobsville teríamos que esperar mais.

— Mas por que ir ao México esta noite? — perguntou Any ruborizando-se.

Poncho a pegou pelos quadris e a apertou contra sua ereção.

— Não me parece uma boa razão para ir ao México agora mesmo — disse 

Any enquanto seu corpo dizia a seu cérebro que se calasse.

— Isso é o que você acredita — respondeu Ponchp.

— E se disser que sim? — disse Any de repente. — Se disser que sim, 

teria que me aturar a vida inteira, mas se a única coisa que você quer é um 

alívio imediato seria melhor irmos ao meu quarto agora mesmo…

Poncho deixou de dançar e a olhou com solenidade.

— Quero me casar com você para tomar posse de seu corpo — disse. — E 

quero agora mesmo! — desafiou-a.

Era uma loucura, mas Any estava começando a se contagiar.

— Venha, ponha um casaco e não diga nada a ninguém. Logo pensarei em uma 

desculpa para Maite.