Fanfic: Sem Saída-Ponny | Tema: AyA

— Quem dera se viesse mais. Queria viesse você e não essa maldita mulher 

que odeia meus bezerros e que nos olhe vestidos de jeans como se fôssemos 

inferiores — queixou-se o homem irritado.

— Paciência — disse Any dando um tapinha no ombro.

— Por que não volta a viver aqui? Cada vez há mais trabalho em Jacobsville.

— Não tem nada que fazer, Johnny? — perguntou uma voz com frieza a suas 

costas.

— Ia para os currais e parei a saudar a senhorita Any— respondeu o 

homem.

— Fico feliz em voltar a vê-lo Johnny — despediu-se Any.

— O mesmo digo eu — respondeu Johnny tocando o chapéu e indo em 

direção ao curral.

— Por favor, não distraia os empregados — disse Alfonso para Any com 

dureza.

Any desceu da cerca e o olhou nos olhos.

— Johnny era amigo de meu pai e eu gosto de ser educada com as pessoas 

que gosto — respondeu dando meia volta para voltar para casa.

— Fugindo?

Any virou-se para ele.

— Não quero ser seu saco de pancadas.

— Não sei do que você está falando.

— Sabe perfeitamente. Está de mau humor porque Derek está aqui e Belinda

ainda não chegou, mas não descarregue em mim!

Como de costume, Any sabia imediatamente o que tinha deixado ele de mal 

humor. Era algo que nem sequer sua irmã podia fazer.

— Tenho que ir ajudar Maite com a comida.

— O que vai preparar?

— Frango ao forno com alho e especiarias, purê de batata, salada de frutas, 

pão e bolachas caseiras, aspargos e bolo de chocolate — respondeu Any.

— Sabe cozinhar? — perguntou Alfonso atônito.

— Você não sabia? Sempre que estou aqui, sou eu quem cozinho. Faço isso a 

muitos anos — respondeu Any afastando-se.

Alfonso não disse nada mais, mas franziu o cenho pensativo.

A comida ficou maravilhosa.

Margie e Derek não deixaram de dizer, mas Alfonso estava incrivelmente 

calado. De fato, não falou nada até que comeu o bolo com duas xícaras de café.

— Sempre achei que quando Jessie não estava era você quem cozinhava —

acusou a sua irmã.

Margie ruborizou e deixou caiu o garfo. Any a olhou surpreendida.

— Sempre me dizia que não queria ficar sozinha quando Jessie não estava —

recordou Any.

Alfonso apertou os dentes, deixou o guardanapo sobre a mesa e ficou de 

pé.

— Maite, você é tão insensível como um cacto — disse a sua irmã zangado.

— E você é melhor que eu? É você que se queixa quando convido Any até 

sabendo que ela não tem outra família que não sejamos nós… ai, mãe.

Any já se colocava de pé e estava recolhendo a mesa. Não disse nada. 

Entretanto, doía saber que Alfonso não a suportava e que sua amiga somente 

a convidava para que cozinhasse.

— Eu ajudo você, querida — disse Derek olhando ambos os irmãos — São os 

dois do que não tem sensibilidade. Acabam de magoar Jodie e nem sequer se 

deram conta. A segunda família!

— Não tome isso de maneira pessoal, Derek — aconselhou Any uma vez a 

sós na cozinha — Os insultos me são indiferentes. Estou acostumada que 

Alfonso se comporte mal comigo sempre. Já nem presto mais a atenção nele.

Derek olhou nos olhos dela e viu seu sofrimento.

— Seu coração se destroça cada vez que ele briga com você, não sabe o que 

sente por ele quando até um cego se daria conta.

Any acariciou a face dele.

— É muito bondoso, Derek.

Derek encolheu os ombros.

— Sim, e olhe do que me serve. As mulheres que passam por mim nem notam 

a minha presença, mas ficam loucas quando vêem Alfonso que é um otário.

— Algum dia, uma mulher se apaixonará por você, pode ter certeza.

— Poderia ser você?

— Ficaria encantada — sorriu Any —, mas eu só tenho olhos para meu

chefe, que sai atualmente com uma mulher que não anda cuidando bem dele.

— Espero que se dê conta de que estaria melhor contigo.

Naquele instante, entrou Alfonso na cozinha.

— Quer acrescentar algo mais o que disseram para completar o estrago? —

provocou Derek.

— O que foi dito a Maite soou de uma maneira que não se ajusta à 

realidade — defendeu-se Alfonso.

— O que diz Maite nunca parece ser realidade, porque nunca pára para 

pensar que as palavras podem fazer mal. Convidou Any só porque sabe fazer 

canapés para a festa de amanhã, não sabia?

— Sou uma canalha — admitiu Maite entrando na cozinha — Não quis 

magoar ninguém.Any é minha melhor amiga e a adoro, e ela sabe.

— Pois tem uma maneira muito bonita de demonstrar — reprovou Derek.

— Me perdoe! — disse Maite a Any sem se atrever a olhá-la nos olhos.

— Não me importo de cozinhar — asseguro Anahi abraçando-a — Se não 

quisesse vir, não teria vindo — esclareceu.

— Quando tiver terminado com os pratos, Anahi, se importaria de lavar meu 

carro? — disse Derek com sarcasmo.

— Ora cale-se! — repreendeu-o sua prima.

— Cale-se você e preste atenção nos pratos — provocou Derek.

— Temos máquina de lavar pratos — interveio Alfonso.

— Ora, pelo visto você se deu conta! — burlou-se Derek.

Alfonso amaldiçoou e saiu da cozinha.

— Um a zero — disse Derek.

— Não siga com isso ou vai mandá-lo embora e eu vou ter que ficar todo o 

final de semana com Belinda e Alfonso — disse Any.

— Belinda? Convidou Belinda? — disse Derek olhando para Maite.

— É a convidada de honra!

— Vou agora mesmo — anunciou Derek. — Sinto muito, mas não sou 

masoquista.

— Mas você acabou de chegar! — protestou Maite.

— Deveria haver me dito quem vinha à festa. Se soubesse que ela viria, 

teria ficado em Santo Antonio. Você vem comigo, Any?

— É minha amiga — respondeu Maite olhando-o com frieza.

— Não é. Se fosse, não teria a idéia miserável de convidá-la para passar o 

fim de semana com Belinda. 

— É melhor eu continuar… — disse Any voltando para a sala de jantar para 

terminar de recolher a mesa.

Derek se aproximou de Maite..

— Por acaso não sabe o que sente Any por seu irmão?

— Ela me falou que não está mais apaixonada por ele a muito tempo! —

defendeu-se Maite.

— Mentira. Continua tão apaixonada por ele como sempre. Sofre estando 

com ele e, para o cúmulo, você a obriga a agüentar Belinda. Como acredita que ela 

vai se sentir quando os observar juntos?

Maite mordeu o lábio inferior.

— Mas ela tinha me dito…

— Obviamente, negou isso, mas você deveria ter se dado conta, Mai.

— Não me chame de Mai!

Derek inclinou sobre ela e deu um beijo nos lábios.

Maite olhou surpreendida.

— Somos primos…

— Não, não somos parentes diretos e estou advertindo-a que um dia vou 

subir no lombo de meu cavalo e vou levá-la para longe daqui — respondeu Derek. 

Até mais tarde, coração.

Quando Any voltou para a cozinha, encontrou Maite sozinha.

— O que aconteceu?

— Derek acaba de me beijar.

— Mas ele passa do dia beijando-a!

Maite tragou saliva.

— Não dessa maneira.

— Já estava na hora.

— O que?

— Nada — respondeu Any — Você se importa de abrir a porta da máquina 

de lavar pratos?

Maite saiu de seu transe e ajudou sua amiga. — Não deixe que o que falou 

Derek a influencie. Ele sempre tenta me ajudar, mas a asseguro que não me 

importo de fazer o que for preciso por você e pelo Alfonso. Devo muito…

— Não nos deve nada — assegurou-lhe Maite. — OH,Any, não deveria 

permitir que me aproveite de você desta maneira. A próxima vez, diga-me isso, 

você tem que se acostumar a dizer o que pensa.

— Sim, normalmente não o faço. Por isso precisamente não subi na empresa. 

Eu não gosto das confrontações.

— Já teve muitos desde pequena, verdade?

Jodie se ruborizou.

— Meus pais eram boas pessoas.

— Sim, mas passavam o dia brigando, exatamente igual aos nossos. Minha 

mãe não parava de beber e seguiu odiando meu pai inclusive depois de morto. 

Por isso, meu irmão tem tantos problemas com as mulheres. Já no colégio tinha 

complexo de inferioridade.

— Parece que já não é assim.

— Não acredite. Se tivesse superado de verdade não estaria com Belinda, pois

ele merece algo melhor.

— Acreditei que você gostava dela.

— Mais ou menos. O certo é que a única coisa que me interessa nela é que 

trabalha em uma loja, em que eu quero vender meus desenhos.

— Oh, Maite — disse Any sacudindo a cabeça.

— Sei. Uso às pessoas — admitiu Maite —, mas tento ser sempre agradável 

e educada e estou acostumada a mandar flores ou algo depois, não é?

Any não pôde evitar o sorriso.

— Sim — respondeu. — Venha, vamos pôr os pratos na máquina de lavar e 

logo decidimos os canapés que vamos fazer para amanhã.Any sabia que ia passar todo o dia seguinte cozinhando, pois teria que dar 

de comer a quarenta pessoas, mas já tinha feito aquilo outras vezes e, além 

disso, Maite era sua melhor amiga.