Fanfic: #Segunda#Chance [Vondy]

Ela chegara à cidade fazia quase um ano, para ser a nova bibliotecária. Como era tímida, demorou um pouco para fazer amigos, apesar de todos gostarem muito dela. 

Christopher a descobrira por acaso, ao fazer compras para Billy, um caubói aposentado que cuidava de sua casa e da cozinha, e que havia torcido o pé. Dulce se oferecera para ajudá-lo na escolha do livro. 

A atração instantânea surpreendeu Christopher e até mesmo o incomodou, mas Dulce não era uma garota que parecia esperar atenção. Depois de todo o mundo ter tentado empurrá-lo para os braços de alguma mulher, qualquer que fosse, o desinteresse de Dulce era... sedutor. 

Assim, no dia seguinte, quando flagrara-se pensando nela, voltara à livraria com alguma desculpa ridícula. 

Outra vez ela o auxiliara, sugerindo outro livro para Billy, quando Christopher sabia que seu empregado acharia que ele tinha enlouquecido. E então Dulce se afastara. 

Nenhum interesse. De novo. Nenhum flerte, nenhuma insistência, nenhuma maquiagem insinuante ou roupas sugestivas. 

Christopher ficara parado no balcão, folheando as páginas e, num impulso, a convidara para jantar quando terminasse o expediente, alegando que odiava comer sozinho. 

Dulce aceitara o convite. Os olhos castanhos dela, ornamentados por cílios escuros, tinham brilhado, os lábios delicados se aberto num sorriso, e Christopher perguntara-se se o estaria enganando. Parecia boa demais para estar só. 

Porém, após o jantar, ele se dera conta de que a solidão dela não era um truque. Dulce não tentara seduzi-lo em nenhum momento. 

E aquilo era tudo o que ele queria, assegurou a si mesmo. Exceto que tinha vontade de passar as mãos por entre aqueles cabelos escuros e sedosos. E tocar sua pele macia. Não, tudo o que queria era uma companhia para jantar. 

Apesar disso, passar na livraria na hora exata de fechar tornara-se um hábito de Christopher. Jantar com Dulce era algo que passara a esperar com ansiedade. 

Então, fora para a casa dela. 

Para conversar. 

E passara a noite.

Mas não voltara à livraria nas próximas três semanas. Sentia-se muito culpado para aparecer. Ela não era virgem, graças a Deus. Mas também não era experiente. 

E quando tornou a procurá-la, Dulce não disse uma uma palavra sobre sua ausência. 

Assim como não falara nada a respeito do bebe. 

— Chris? Tudo bem com você? — perguntou Any, trazendo-o de volta à realidade. 

— Sim, tudo. Vou indo. Tenho de visitar mais alguém. 

— Quem? — Poncho quis saber. — Eu não soube de nenhum amigo que... 

— Ninguém que você conheça. — Christopher se dirigiu à porta. 

Nâo sabia o que iria fazer, mas não estava pronto para contar a eles o que tinha acontecido.