Fanfic: * Casamentos Arranjados(Vondy)*Terminada*

Capítulo XIII

Alguns dias depois...

O ruído de talheres roçando no prato preenchia o ambiente enorme, que
era composto por uma gigante mesa cercada por inúmeras cadeiras, ornamentada
por uma toalha fina e algumas decorações no centro.

Quatro cadeiras estavam ocupadas: Dulce, Christopher, Alexandra e Luis. Derrick
se encontrava dormindo porque havia chegado exausto do reino Herrera na
madrugada passada. Nessas horas, a jovem Saviñón poderia até sentir pena dele,
mas não no instante em que olhou para seu prato.

Assim que seus olhos fixaram-se na comida e o cheiro entorpeceu seu
nariz, sentiu seu estômago embrulhar. A sensação de enjôo continuava a crescer
até que ela cobriu a boca com uma mão, e murmurou um abafado ‘Com licença’ para
os demais na mesa.

Christopher observou sua noiva sair apressada do local, com uma
aparência meio esverdeada.

"O que ela tem?" – Indagou, olhando seus pais, confuso. Alexandra
e Luis se entreolharam, e um sorriso brincalhão surgiu nos lábios de sua mãe. Isso
fez o jovem arquear uma sobrancelha, mais confuso do que antes.

Luis resolveu responder ao olhar questionador de seu filho.

"A questão é-"

Porém foi impedido por Alexandra, a qual o cutucou de leve nas costelas,
com um olhar do tipo depois-vocês-conversam-sobre-isso.

Christopher começou a ficar desconfiado daquele mistério todo, mas
decidiu que sua noiva deveria estar assim por causa do resfriado. Ou pelos
achava que fosse isso...

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Um par de olhos escuros como a noite, esquadrinhavam uma jovem de
cabelos ruivos a uma pequena distância, admirando as flores bonitas do jardim
ensolarado. Continuou a caminhar calmamente até ela, na tentativa de afastar a
preocupação. Ainda lembrava que sua noiva não havia almoçado muito bem por
estar aparentemente mal.

Aliás... Será que era algo grave...?

"Dul?" – observou-a virar a cabeça para olhá-lo, com seus
olhos encantadoramente castanhos cheios de tranqüilidade. A mesma que queria
para si mesmo. A tranqüilidade, não Dulce. Pensando melhor, Dulce também.

"Sim?"

Ela parecia bem... Será que deveria mesmo se preocupar...?

"Você está bem?" – A Saviñón mudou o semblante para confusão.

"Estou, mas... por que não estaria?"

"Você saiu da mesa no almoço. Não parecia estar muito bem."

Então ele estava se preocupando com isso?

A jovem sorriu.

"Naquela hora eu só fiquei enjoada com a comida, foi só."

"Hm..."

Dulce percebeu que seu noivo não estava acreditando muito, então
resolveu acrescentar:

"Deve ser algum sintoma da gripe."

"Você quer algum médico?" – Ela olhou-o de forma ligeiramente
surpresa, achando estranho o modo como o Uckermann estava se preocupando e
tentando ajudar em algo. Suavizou a expressão logo em seguida.

"Não, eu já estou bem, Christopher."

Alguma coisa lhe dizia que ela não estava sendo verdadeira.

Seria possível que ela estava lhe escondendo algo?

"Você não tem nenhum trabalho esses dias, Chris?" – Ele
encarou-a, desfazendo-se de seus devaneios e logo um sorriso maroto brotou em
seus lábios.

"Querendo se livrar de mim?"

E ficar sem os seus beijos? Não, obrigada.

"Não, idiota. É só que é estranho... Geralmente você está sempre atarefado,
assim como Derrick." – Christopher suspirou.

"Ele resolveu ficar com o trabalho esses dias, por isso que eu
estou sem fazer muita coisa." – Dulce limitou-se a sorrir docemente, deixando
o Uckermann ligeiramente corado. Droga... Por que aquele sorriso ainda o
afetava daquele jeito?.!

"Por um lado até que é bom."

O jovem ficou confuso com aquelas palavras, mas não deu tempo de
perguntar o significado porque em poucos segundos, viu Dulce parecer meio tonta
e quase cair no chão, se não tivesse segurado-a pelos ombros, preocupado.

"Dul?"

"..." – Ela apenas abriu os olhos vagarosamente, sua cabeça
ainda dando voltas. Podia sentir as mãos fortes e firmes de Christopher em seus
ombros, o qual parecia meio apreensivo pelo tom de voz.

"Você está bem?"

"Estou..." – A Saviñón apoiou uma mão no tórax do rapaz,
levantando o rosto. – "Só estou um pouco tonta..."

Christopher decidiu que ela precisava repousar um pouco e talvez aquela
tontura passasse. Sem hesitar, carregou-a nos braços, notando também que ela
havia ficado confusa com sua repentina ação.

"Chris...?"

"Vou levar você para o meu quarto." – Sem força para
protestar, a jovem apenas relaxou e fechou os olhos, apoiando a cabeça no peito
de seu noivo.

"Obrigada."

Assim que andava pelos corredores do castelo, o Uckermann podia perceber
os olhares de esguelha que alguns criados lançavam para si e Dulce. Provavelmente
não estavam habituados a ver aquela cena todo dia. Mas bem que eles já poderiam
ter se acostumados, afinal todos – sem exceção mesmo – sabiam que eles eram
noivos, então qual era o problema de estar carregando sua futura esposa nos
braços?

Alcançou o quarto antes mesmo que percebesse e sem perder tempo,
empurrou a porta entreaberta e depositou a jovem na cama, cuidadosamente. Observou
os olhos cerrados e a respiração ritmada dela, concluindo que deveria estar
dormindo. Talvez fosse disso mesmo que Dulce precisava afinal...

No entanto, ao invés de ir cuidar de seus papéis de trabalho – os quais
haviam chegado em massa naquele dia – Christopher continuou sentado na beirada
da cama, analisando sua noiva, atentamente. Cobriu-a com o lençol, sem deixar
de notar como ela ficava linda daquela forma – de qualquer forma, aliás –
dormindo serenamente.

Inclinou-se sobre ela, beijando sua testa suavemente.

Depois foi resolver os papéis em sua escrivaninha, mais preocupado com
Dulce do que em tratar dos negócios de seu reino.

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Toc, toc

Christopher desviou a atenção do documento, o qual estava entretido, e
olhou para a porta do quarto, curioso. Quem será que estava batendo? Correu os
olhos para sua noiva deitada na cama, querendo se certificar que ela ainda
estava dormindo, e descobrindo que sim, descansou a pena sobre o papel e
autorizou a entrada do desconhecido.

Pai? Droga, podia ter certeza que ele iria falar
algo em relação a trabalho e o pior era que ainda não havia finalizado sua
papelada.

Luis percorreu os olhos pelo aposento, indo de Dulce, adormecida na cama,
até Christopher, trabalhando na escrivaninha. Espere. O que ela estava fazendo
ali? Havia acontecido algo...?

"O que aconteceu com Dulce?"

Ótimo. Pelo menos não era nada relacionado a trabalho.

"Ela se sentiu mal e eu a trouxe para cá."

"Vômito e desmaio?" – Luis indagou, arqueando uma sobrancelha.

"Não, ela só se sentiu tonta."

O rei pareceu pensar por um momento, deixando o ambiente cair em um
profundo silêncio, incomodando seriamente Christopher. De qualquer forma, iria
ter que contar aquilo para seu filho, mais cedo ou mais tarde. Só não tinha
contado na hora do almoço porque Alexandra não havia deixado, mas não iria
desperdiçar aquela chance.

Iria ser um pouco constrangedor, mas teria que perguntar.

"Hm... Filho... Por acaso vocês dois... dormiram juntos alguma
vez?"

Silêncio.

Silêncio profundo.

Christopher não podia acreditar no que seu pai estava dizendo. Quer
dizer... Que tipo de pergunta era aquela?.! Por acaso ele havia enlouquecido ou
estava bêbado?.! Como ele esperava que respondesse aquilo?.! Como?.!

Sua face estava mais corada do que nunca esteve em sua vida. Nem mesmo
com o sorriso de Dulce.

"Do que diabos o senhor-"

"Dormiram ou não?"

Droga... Ele estava falando sério mesmo... E agora...?.!

Olhou para o chão, incapaz de encontrar os olhos escuros do mais velho.

"... Sim... Nós... Nós dormimos juntos uma vez." – Luis já
sabia que eles realmente haviam feito amor, mas precisava ter certeza absoluta
para saber se sua teoria estava correta. Já que estava, então talvez...

"Então tenho um palpite desse mal estar de Dulce." –
Christopher encarou seu pai, livrando-se do rubor na face.

"E o que é?"

Simplesmente não entendia o que o fato de terem feito sexo tinha a ver
com as náuseas e tonturas da jovem.

"É provável que... ela esteja grávida."

Silêncio.

Christopher havia ficado estático.

O que ele queria dizer com aquilo?.! Como... como assim ela estava
poderia estar grávida?.!

"Como é?.!" – Luis suspirou.

"É apenas um palpite, mas amanhã o médico virá aqui para consultá-la."

"Seria possível que... que ela...?"

O Sr. Uckermann afirmou com a cabeça e saiu do quarto, fechando a porta
silenciosamente. Christopher olhou o anjo inocente em sua cama, os olhos
ligeiramente arregalados.

Deus... Será que ela estava mesmo esperando um bebê?

Continua...

Comentem !!!

MiH Uckermann XD