Fanfic: * Casamentos Arranjados(Vondy)*Terminada*

Capítulo
XIV

Os ruídos baixos e constantes das patas do cavalo adentravam em seus
ouvidos, retumbando de forma ritmada em seus tímpanos. O vento colidia com seu
bonito rosto, balançando vorazmente seus cabelos cor de mel, deixando também
seus olhos cor de ônix estreitados.

Ao invés de estar concentrado em sua viagem pelas terras, o cavalo
cavalgando velozmente, Christopher estava com a mente fixa em um rosto delicado
e angelical. A futura Dulce Uckermann.
Inclusive, uma Uckermann que talvez estivesse carregando um pequeno Uckermann
dentro de si. Mas... Será que ela realmente estava grávida? Lembrava da jovem
deitada na cama, dormindo e também de como seus lábios encaixavam-se nos dela.

Pensando nisso, precisava beijá-la urgentemente.

Alguns metros longe, Christian e Eddy, montados em seus cavalos, estavam
parados, observando Christopher se aproximar velozmente em seu cavalo. O rapaz
loiro abriu um sorriso animado e ergueu um braço, acenando para o Uckermann.

“Oi, Christopher!” – A voz eufórica do loiro alcançou o moreno,
fazendo-o reduzir a velocidade do cavalo negro assim que chegou perto deles. Puxou
a rédea do animal, parando na frente dos dois, os quais o observavam na maior
tranqüilidade. O Uckermann ergueu uma sobrancelha, perguntando:

“O que vocês estão fazendo aqui?” – Eddy suspirou, respondendo:

“Nada de interessante. Apenas esperando o tempo passar.”

“Mas e você?” – Christian indagou, curioso e intrigado.

“Acabei de voltar de um acordo com mais um país.”

Christian nunca achou que iria falar isso, mas as palavras vieram antes
que pudesse se conter.

“Que inveja. Pelo menos você está fazendo algo mais interessante. Eu só
vou sair para tratar de negócios amanhã.”

“E eu hoje de noite.” – o Perroni completou.

Os três suspiraram ao mesmo tempo. E enquanto isso, os cavalos estavam
começando a ficar entediados de ficarem parados.

“Oi, Christopher, e como vai a vida de noivado?” – Christian perguntou,
com uma voz animada e ansiosa.

“Cheia de brigas.”

Não literalmente, mas... bom, não podia dizer a verdade para eles porque
senão já estava até vendo seus dias de vida sendo perturbados pelos dois e mais
o resto do mundo.

Eddy olhou discretamente o Uckermann, fingindo acreditar. Aliás, como
Christian não sabia das novidades!

“Ainda? Pensei que vocês já tinham se entendido melhor.” – O Perroni
comentou, inocentemente. Notou que o Chávez pareceu cair direitinho nas
palavras de Christopher.

“Ah, não, cara. Não acredito que ainda não rolou nem um beijo entre você
e a Dulce.” – Christian falou, cheio de frustração. Isso foi o bastante para
Eddy não agüentar mais a ingenuidade do loiro.

“Christian, por acaso você não está informado?”

Christopher e Christian olharam para Eddy, confusos.

“O que diabos você quer dizer com isso?”

“Informado do que?” – O rapaz de olhos claros encarou os companheiros,
cético.

“Ora, todos já sabem do que aconteceu depois que o quarto de Dulce pegou
fogo.”

O Uckermann sentiu a face começar a ferver de leve. Será que ele sabia
mesmo?.!

Porém, a reação de Christian foi totalmente contrária: Seus olhos  logo se arregalaram em perplexidade.

“O que?.! O quarto dela pegou fogo?.! Ela está bem?.!” – Um pequeno e
maroto sorriso passou a enfeitar as feições de Eddy.

“Sim e ela teve que ir dormir no quarto do Christopher.”

O Chávez correu os olhos de Eddy para Christopher várias vezes, como se
estivesse tentando encontrar algum traço de que aquilo era mentira. No entanto,
apenas encontrou um Uckermann corado e um Perroni sorrindo malicioso. Logo
estava acompanhando Eddy no semblante maroto.

“Hehe... Sabia que tinha que ter acontecido algo entre vocês dois.”

“Grrr...” – Christopher cerrou os olhos, sentindo uma veia pulsar em sua
testa. Como é que aquela informação teria vazado assim se nem havia comentado
com ninguém que havia dormido com Dulce?.! Droga...

Agora teria que enfrentar o inferno.

“Então quer dizer que vocês dormiram mesmo juntos?” – Christian falou,
mais ansioso do que nunca.

“E isso não é óbvio?” – Eddy respondeu pelo Uckermann, ainda com um
sorriso maroto na face. O loiro estava quase para pular do cavalo, sorrindo de
cabo a rabo.

“Ha! E quando vão anunciar o nascimento do bebê?”

Afastando o rubor da face, Christian falou:

“Não se sabe se ela está grávida, idiota.” – O sorriso sumiu da face do
Chávez, transformando seu semblante em confusão.

“Não?”

“Não.” ¬¬

Eddy começou a desconfiar do Uckermann e comentou, cético.

“Mas seu pai comentou com o meu que era bem provável que Dulce
estivesse.”

Então era seu pai quem estava espalhando tudo que acontecia entre ele e
Dulce?.! Maldição... Iria matá-lo quando chegasse no castelo...!

“O médico está lá no castelo agora e deve estar vendo se ela está ou não
grávida.”

De repente, um ponto de interrogação surgiu na mente do Uckermann. E se
por acaso... ela não estivesse grávida? Não, não queria nem pensar nisso. De
certa forma, queria um filho com ela, então... Droga, o que diabos estava
acontecendo?.! Desde quando pensava essas coisas absurdas?.!

“Você esta rezando pra que ela esteja, não é?” – A voz de Christian o
tirou de seus pensamentos, mas mesmo assim, o moreno não respondeu. Não iria
dar o braço a torcer para seus amigos. Mas... Ainda desejava que ela estivesse
mesmo esperando um bebê...

Um sorriso surgiu na face de Christian e Eddy, fazendo-os se
entreolharem assim que notaram o que aquele silêncio do Uckermann queria dizer.
Porém, o loiro não pôde se conter com o comentário:

“Já imaginou o Christopher sendo pai? Hahahahaha! Coitada da criança!”

CAPOW

Christian segurou o galo em sua cabeça, arrependendo-se de ter irritado
Christopher, e Eddy apenas suspirou cansado de ver o loiro apanhar toda vez.

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O Uckermann tentava a todo custo não apressar o passo enquanto percorria
os corredores do castelo, apenas para não demonstrar a ansiedade de falar com
Dulce e saber a novidade. Mesmo que estivesse segurando a vontade de sair
correndo ao encontro dela.

Não conseguiu acreditar em seus olhos assim que avistou a figura
feminina de cabelos ruivos e corpo esbelto caminhando num corredor, de cabeça
baixa, provavelmente pensando em algo. Apressou o passo, sentindo o coração acelerar
a cada centímetro que o separava dela. E para impedir que seu coração saísse
pela boca, logo a alcançou e parou em sua frente.

Os olhos castanhos imediatamente encontraram os belos ônix.

“E então?” – A voz dele cortou o silêncio e Dulce nem percebeu que um
semblante triste se instalou em sua face. Isso foi o suficiente para fazer o
coração do jovem falhar uma batida.

Aquela expressão queria dizer que...

“Não... O médico disse que... que eu não estou grávida...”

Christopher fez de tudo para afastar a decepção do olhar, mesmo que
estivesse completamente arrasado por dentro. Maldição... Justo porque estava
começando a aceitar a idéia de terem um filho juntos... Não, não podia
demonstrar isso porque deixaria sua noiva ainda mais desapontada.

“Você está triste?” – Indagou, com uma voz calma, encarando-a.

E agora? Aquela noite não havia sido planejada e inclusive eles ainda se
odiavam, então... Não, não iria mostrar que estava sofrendo por causa disso. Não
mesmo.

“Não, eu... acho que não.” – No entanto, foi inútil tentar esconder o
sorriso melancólico. Christopher não gostou nada daquele semblante e sem
hesitar, beijou-a na testa, tentando tranqüilizá-la um pouco. Dulce arregalou
os olhos, ligeiramente, com esse ato.

“Se o nosso casamento durar, nós ainda vamos ter muitos filhos, boba.”

A Saviñón sorriu,.

“Você acha que não vai durar, é?”

“Se depender de você, eu não sei.” – A jovem ficou surpresa com aquelas
palavras... Então... Quer dizer que se dependesse dele o casamento iria
durar...? Espere. O que estava acontecendo com o ódio que sentiam um pelo
outro?.! Não queria se apaixonar por ele...! Não por esse idiota, insensível,
bastardo e burro...!

E de repente, descobriu que não estava apaixonada por esse Christopher,
mas sim pelo lado que ele raramente mostrava... O qual algumas vezes era
acompanhado de um pequeno e fraco sorriso...

Dulce pousou uma mão na face do Uckermann, com um doce sorriso brincando
em seus lábios. Esse simples gesto fez o rapaz olhá-la de forma mais intensa,
adorando aquele toque suave.

“Você sabe que apesar de tudo, eu gosto de você, seu bobo.”

Então ela gostava...? Deus... Como era bom saber disso...

“Como eu poderia saber se você só me disse isso agora?” – Dulce já ia
responder, mas foi calada por um dedo do jovem, que pousou em seus lábios. –
“Esqueça. Deixe a resposta para mais tarde, ok?”

A garota nem teve tempo de protestar porque os lábios do Uckermann
capturaram os seus gentilmente, fazendo-a ceder sem nem mesmo hesitar, apreciando
aquele momento que tanto adorava passar com seu noivo. Sentiu uma das mãos dele
correr para sua cintura e a outra para sua face, fazendo-a entreabrir os lábios
para abrigar a língua ávida dele.

E quando Christopher estava completamente perdido em explorar a boca
dela, uma voz ecoou pelo corredor. Uma voz que o jovem reconheceu e que quis
matar seu dono também.

“Oi, Christopher!”

Derrick Uckermann.

Provavelmente estava gritando do saguão porque a voz vinha meio
distante.

Afastou os lábios dos de Dulce, relutantemente e ainda com a mão na
cintura dela, encarou-a diretamente nos olhos castanhos.

“Dulce, hoje de noite siga apenas um caminho, certo?” – A garota fez um
olhar confuso, o qual foi respondido por seu noivo indicando com a cabeça para
uma porta poucos metros à frente.

Sua face enrubesceu drasticamente.

Aquele era o quarto dele...! Mas o que diabos...?.!

“C-Chris...!” – O Uckermann pareceu se satisfazer com o semblante corado
dela e apenas lhe deu um sorriso maroto, fazendo-a corar mais ainda.

Maldito sorriso sexy...!

“Oi, Christopher! Anda logo!”

O Uckermann ignorou a voz impaciente de seu irmão e de forma tranqüila,
beijou os lábios de sua noiva, suavemente, virando as costas para sair dali em
seguida. Depois de ter dado dois passos, o jovem resolveu refrescar a memória
de Dulce.

“Não esqueça o caminho.”

“S-Seu...”

A Saviñón cerrou o punho, podendo ser confundida com um pimentão
ambulante, enquanto via seu noivo se afastar em passos calmos, aparentemente não
dando a mínima para um Derrick aborrecido e impaciente no saguão.

Aquele tarado...!

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Olhos castanhos estavam presos num par de olhos ônix, sem conseguir se
libertar daquela atração.

Seus donos, deitados numa cama, cobertos pelo mesmo lençol, aproveitavam
o silêncio que repousava não apenas sobre o quarto do Uckermann, como também
sobre o castelo inteiro. Algo que não era novidade, afinal era uma hora da
manhã. E no entanto, nenhum deles parecia preocupado com o horário, mas sim com
a presença um do outro.

Seus corpos encontravam-se ligeiramente suados – inclusive fazendo com
que alguns fios de cabelo colasse em sua testa vez ou outra, a qual era
retirada dali por Dulce, acompanhada de um riso baixo – e desprovidos de
vestes. O Uckermann com uma mão na cintura de sua noiva, mantendo seus corpos
próximos um do outro.

“Chris, qual foi a última mulher que você fez amor antes de mim?” – A
voz suave de Dulce ecoou pelo aposento anteriormente silencioso. E aquela
pergunta fez o jovem Uckermann erguer uma sobrancelha, confuso.

“Desde quando você tem interesse nisso?”

“Desde a primeira vez que nós fizemos amor e também porque eu sou a sua
noiva e quero saber.” – Ela respondeu como se estivesse dizendo que Joaquim não
podia viver sem Paraíso Dos Amassos.

Christopher limitou-se a encará-la, incapaz de responder. Francamente,
ainda iria descobrir de onde diabos ela tirava aquelas perguntas. Aliás, por
que eles simplesmente não aproveitavam aquele momento e esqueciam o passado?

“Foi a  Belinda?” – Ele suspirou.

“Foi.” – Uma expressão exasperada surgiu na face da jovem.

“Mas você disse que não sentia nada por ela...! Como você pôde-?.!”

Droga. Sabia que não seria uma boa idéia contar aquilo.

Notou que não teria como escapar daquela, então respondeu:

“Ela armou pra cima de mim, ok?”

“Mas-“

Christopher pousou um dedo sobre os lábios dela.

“Dulce, isso não é importante agora.” – Eles ficaram se encarando por
vários segundos, nos quais a jovem ainda decidia se deveria insistir ou não no
assunto, mas desistiu devido à intensidade como aqueles orbes escuros a
encaravam.

“Então me responda uma coisa com sinceridade.”

O que seria daquela vez?

“O que?”

“Você achou melhor... com a Belinda ou comigo?”

Ela devia estar brincando.

Um sorriso maroto surgiu nos lábios do rapaz e ele nem hesitou ao
murmurar:

“Você.”

“E... por que?” – O sorriso passou dele para ela.

Ela não esperava uma réplica, não é?

“Dulce, você não precisa saber essa resposta.” – A Saviñón sorriu,
brincalhona.

“Ah, Chris, por favor, só pra me deixar feliz.”

Maldição...! Aquele sorriso conseguia deixá-lo de quatro se quisesse!

“Não tem outra coisa pra deixar você feliz?” – Dulce pensou por um
momento, olhando para cima.

“Bom, então acho que se você me beijar eu ficaria feliz também.”

Seus olhos se encontraram.

Christopher achou melhor aquela idéia e sorriu marotamente antes de beijá-la
de forma apaixonada, explorando a boca dela com sua língua faminta, e mudando
suas posições, acabando por ficar por cima de sua noiva. Dulce correu uma mão
pelo tórax definido dele até alcançar seu pescoço, fazendo-o aprofundar mais o
beijo.

Passados alguns segundos, ambos se apartaram e mantiveram as faces
próximas, sem quebrar o contato visual e confortáveis com suas respirações se
mesclando amistosamente. Bom, até que a troca não havia sido tão ruim, não é?

E o silêncio voltou a se acomodar no aposento, sendo quebrado apenas
pelo fraco murmúrio de Christopher.

“... Porque a Belinda não era tão especial... como você é pra mim.”

Dulce ficou olhando-o, surpresa pelas palavras. Será que havia sido
mesmo Christopher Uckermann quem havia dito aquilo? Quer dizer... Será que ele
realmente a considerava desse modo...?

Um doce sorriso brotou nos lábios da jovem, os quais foram capturados
pelos do Uckermann, de forma delicada, sendo aprofundado logo depois, envolvendo
os dois mais uma vez no clima ardente em que se encontravam.

Continua...

Comentem !!

MiH Uckermann XD