Fanfic: * Casamentos Arranjados(Vondy)*Terminada*

Fim (?)

O barulho ecoou pelo ambiente. Seus pais, Dulce e Isaac arregalaram os
olhos, estupefatos enquanto viam o sangue escorrer do ferimento de Robert, no
peito direito. Com o tiro, ele acabou por soltar Dulce junto com a espada,
fazendo ambos caírem no chão.

“Dulce, rápido.” – Christopher falou, apontando a arma para Robert, com
uma expressão nada agradável. A jovem apenas obedeceu e pegou a espada,
correndo para o lado de seu noivo.

A Saviñón ficou ao lado do Uckermann, os olhos demonstrando aflição e
sem que percebesse, levou uma mão próximo ao peito, observando Robert se apoiar
em um joelho e apertar o ferimento, ensangüentando sua própria mão.

“S-Seu pirralho...” – Ele arfou, sentindo uma dor excruciante no peito. Isaac
rapidamente dirigiu a mão para o cabo da espada em sua cintura, mas foi detido
ao ouvir a voz gélida de Chistopher.

“Não se atreva.” – E o rapaz de cabelos castanhos apenas obedeceu,
trincando mais os dentes.

Robert tossiu sangue, sentindo os olhos de todos em si. Não podia
acreditar no que estava acontecendo. Armas de fogo eram muito raras de serem
encontradas...!

“C-Como você...?” – Christopher sorriu confiante.

“Eu peguei emprestado do Eddy e esqueci de devolver.”

O homem com aparência pálida, praguejou mentalmente. Era verdade... A
família Perroni era a única naquelas redondezas que possuía poucas armas de
fogo. Droga...

“Alexandra...!” – Dulce murmurou, preocupada e rapidamente correu para o
lado da mulher, abaixando-se ao seu lado, notando quanto sangue já havia sido
derramado no vestido dela.

O silêncio predominou por algum tempo, onde se escutava apenas a respiração
entrecortada de Robert e pano sendo rasgado, este último era apenas Dulce
rasgando um pedaço do vestido para estancar o sangue de sua nora. Christopher
continuava impassível, com o revolver apontado para Robert.

De repente, o ruído de várias vozes encheu o aposento. Todos começaram a
olhar para todos os lados, mesmo sabendo que as vozes vinham do lado de fora. Parecia
que estava havendo algum tumulto ou revolta. Bom, a revolta realmente não seria
nada estranho.

Os olhos negros de Christopher repousaram sobre um pequeno buraco na
parede do castelo, fazendo-o sorrir de forma confiante. Então Derrick estava
agindo, hein? Ótimo, pelo menos sabia que não estavam mais sozinhos com o
inimigo.

“Isaac.” – Robert murmurou e sentiu os olhos de seu subordinado em si. –
“Vá ver o que diabos é isso.”

Este apenas obedeceu, cruzando o salão e saindo pela porta dos fundos,
arrancando olhares confusos por parte de Dulce, Alexandra e Luis. Por que
Christopher não fizera nada? E se Isaac aproveitasse e fosse chamar mais
comparsas...?.!

“C-Chris...?” – Dulce chamou, intrigada, mas o Uckermann não se moveu e
nem falou nada. A jovem voltou a amarrar o pano no braço de Alexandra,
imaginando se seu noivo tinha algum plano em mente para ficar tão tranqüilo
daquele jeito.

Apertou um pouco mais o pano no ferimento, para garantir que não ficasse
sangrando tanto e depois Dulce se virou para Christopher.

“Chris, nós temos que levar Alexandra para um médico rápido!” – Ele
continuou imóvel e passado alguns segundos, murmurou:

“Certo... pai, você a leva.”

Luis nunca imaginou que seu filho lhe daria alguma ordem um dia, mas
ignorou esse detalhe e apenas assentiu. Carregou sua esposa nos braços e cruzou
a sala para sair por uma outra porta, diferente da de Isaac. Robert assistia a
tudo, transbordando raiva e sem pensar, moveu um passo e a voz de Christopher
ecoou pelo salão.

“Fique quieto.”

O inimigo obedeceu e o Uckermann deixou que o silêncio demorasse mais
alguns segundos antes de olhar de esguelha para sua noiva, ao seu lado.

“Dulce, você está bem?” – Ela apenas assentiu, sentindo o sangue
deslizar por seu pescoço e manchar mais sua veste. Isso não passou despercebido
por Dulce, o qual estreitou os olhos.

Não poderia deixar que ela corresse mais perigo e era isso que talvez
acontecesse se continuasse ali.

“Droga... Saia também.”

“O que?”

“Saia daqui e fique junto com meus pais.”

Dulce estreitou os olhos.

“Do que... Do que diabos você está falando?.!” – Ele olhou-a de
esguelha, irritado.

“Estou falando pra você sair daqui rápido, droga!”

“Huhuhuhu...”

Aquela risada baixa pareceu causar uma alergia aos ouvidos de
Christopher, o qual segurou o revolver com mais firmeza e estreitou os olhos
para Robert.

“Qual é a graça?”

“Não vai ter mais como escapar, Christopher. Isaac deve estar voltando e
com algum tipo de arma para acabarmos com”-

A porta se abriu com violência e pareceu cuspir um jovem de óculos para
o meio do salão, fazendo Dulce e Robert arregalarem os olhos ao notarem que
este estava desacordado. Sangue podia ser visto na cabeça dele. Logo em
seguida, um rapaz Uckermann e um homem de cabelos pretos entraram, calmamente.

Robert escancarou mais ainda os olhos.

Christopher sorriu confiante.

Dulce prendeu a respiração, não soube se foi de preocupação ou alegria. Mas
não perdeu tempo e correu até Joaquim.

“Joaquim...! O que foi isso?” – Ela olhou para o ferimento na barriga
dele, o qual estava sendo camuflado pela mão do mais velho. No entanto, o
sangue estava bem visível.

Derrick se adiantou, sério.

“Nós explicamos depois. Vamos resolver logo isso.” – E o Uckermann pegou
Isaac pela camisa, arrastando-o consigo enquanto iam para o lado de Christopher.
Depois o largou no chão, apoiando um pé nele, para ter certeza de que estava
desacordado.

Robert parecia borbulhar de tanto ódio.

“Então... foram vocês fizeram aquele barulho lá fora...”

“Não nos dê o credito todo, afinal tivemos ajuda de umas pessoas.” –
Joaquim respondeu, com sua expressão de tédio na face. Nem parecia que tinha um
ferimento na barriga.

“E quem vai morrer primeiro?” – Derrick indagou, curioso, como se aquilo
fosse mais um jogo divertido.

Joaquim apertou o ferimento, sentindo o sangue molhar sua mão. Droga.
Aquela porcaria estava doendo mesmo...

“Como você conseguiu isso?” – Christopher perguntou, olhando Joaquim de
esguelha.

“Ah, esse pirralho aqui” – E pisou em Isaac – “conseguiu usar uma espada
antes de darmos uma porrada na cabeça dele.”  – Joaquim respondeu, fazendo pouco caso.

“...”  – Dulce pareceu meio
surpresa com o modo tranqüilo dele de falar, mas ficou calada.

“E então? Vamos lá, acho que a Dulce deveria matar aquele ali.” –
Derrick comentou, apontando para Robert, o qual arfava com seu ferimento. –
“Afinal ele que a machucou, não é? E Joaquim poderia matar esse garoto aqui. Me
parece algo bem justo.”

“N-não...!”

Os três homens olharam para Dulce, confusos.

“Nós não podemos matá-los assim...!” – Ela exclamou, parecendo decidida
e aflita ao mesmo tempo.

“Como não? Nós temos uma arma, esqueceu?”

“Não, Derrick! Nós... nós não podemos tirar a vida de alguém desse
jeito...”

Todos estavam completamente perplexos com a atitude da jovem, até mesmo
Robert.

No entanto, Christopher não conseguiu se conter.

“Dulce, ele tentou matar você milhares de vezes!”

“Eu sei, Chris! Mas eu me recuso a matá-lo...!”

“Como você pode ser tão idiota?.!”

“Você esta querendo que eu mate alguém e eu sou a idiota?.!”

“É claro que é! Dulce, você tem todo o direito de dar um tiro nele e
acabar com a vida de quem tentou tirar a sua...!”

Derrick e Joaquim estavam realmente assustados com a discussão do casal,
e ficaram mais ainda quando viram Christopher perder a paciência e quase
apertar o gatilho do revolver, o qual estava apontado firmemente para Robert.

“Não!” – Dulce exclamou, segurando o braço de seu noivo, exasperada. –
“Ele não vale a pena. Você só vai sujar o seu nome matando-o.”

Ele ficou olhando-a, estático, os olhos ligeiramente arregalados.

Joaquim e Derrick também estavam ligeiramente abobalhados com as
palavras da moça e deixaram o silencio reinar por alguns segundos até que a
porta se abriu de súbito pela segunda vez, enchendo o aposento com sons de
passos, os quais pertenciam à inúmeros guardas.

Estes tomaram controle da situação, e já estavam puxando Joaquim para o
lado, para que cuidassem dele e vendo sua resistência, Derrick foi lá ajudá-los,
deixando Christopher e Dulce “sozinhos”.

O Uckermann mais novo ainda ouvia as palavras de sua noiva em sua mente
e ela insistia em segurar o braço dele, como se esperasse que ele voltasse a
realidade primeiro.

Christopher analisou-a meticulosamente antes de murmurar:

“Como você consegue ser assim?” – Ela olhou para baixo, sem saber o que
fazer.

“Eu... Não sei...” – E depois o olhou, sorrindo singelamente.

Sua surpresa não foi menor ao sentir os braços de seu noivo ao redor de
seu corpo, delicadamente. Seus orbes castanhos se arregalaram por alguns
segundos e logo a voz baixa dele adentrou seus ouvidos.

“Que bom que... você está bem...” – Lentamente ela enterrou o rosto no
peito dele, sorrindo de forma singela e sentindo algumas lágrimas escaparem de
seus olhos. Deus... Havia ficado com tanto medo de não poder vê-lo mais...

“C-Chris...”

O Uckermann fechou os olhos.

“Fique quieta.” – E a abraçou mais apertado, afundando o rosto nos
cabelos dela.

Nunca havia sentido tanto medo como naquela noite. E pensar que antes de
toda aquela confusão estava em seu quarto junto com ela... Droga... Se
acontecesse algo mais sério... Por um momento havia achado que iria perde-la...
E... Nunca mais queria sentir isso novamente.

Droga, devia uma a Eddy.

Rumo ao epílogo!

Comentem !!

MiH Uckermann XD