Fanfic: * Casamentos Arranjados(Vondy)*Terminada*

Capítulo VII

Dulce observava o Uckermann, ambos sentados na cama do mesmo, enquanto
este cuidava de seu ferimento no ombro. Ele era tão bonito... Os cabelos... O único
sorriso que ele havia lhe mostrado no jardim naquela tarde... E as mãos fortes
dele fazendo o curativo no seu machucado...

Corou.

“E-Ei, Christopher, não precisa cuidar disso, deixe que eu mesma-“

Os olhos escuros dele continuaram concentrados na tarefa que fazia.

“Dulce, fique quieta.” – a jovem não achou nada para dizer em troca,
então resolveu fixar os orbes no chão, já que olhar o rapaz lhe deixava
ligeiramente desconcertada.

“...”

“E o que diabos foi isso?” – novamente seus olhos castanhos pousaram
sobre o Uckermann, o qual ainda fazia seu trabalho.

“Eu estava andando pelo castelo e o machado de uma das armaduras acabou
por cair em cima de mim.”

“Tem certeza?” – Ela notou o quase imperceptível tom de descrença na voz
sexy dele.

“Claro que tenho. Só não sei como o machado poderia ter caído...”

Dulce fechou um dos olhos, soltando uma baixa exclamação de dor. O rapaz
olhou-a por poucos segundos e murmurou após ter voltado a se concentrar no
ferimento dela.

“Desculpe.”

“T-Tudo bem...” – A herdeira dos Saviñón ainda sentia o ardume do
medicamento contra o corte, mas ignorou isso.

“Mas você ainda é descuidada.”

“Hã?” – Ela simplesmente não quis acreditar no que estava ouvindo.

“Você não presta atenção por onde anda e acabou por se machucar por
isso, idiota.”

Dulce não pôde se conter.

“Eu não tenho culpa se aquela droga de armadura está velha demais para
suportar o peso do machado!” – Os olhos de Christopher encontraram os furiosos
dela.

“Se você estivesse prestando atenção poderia ter visto o machado caindo
e ter evitado esse corte.”

“Eu estava prestando atenção!”

“Então por que você se machucou?”

Ela cerrou o punho, os olhos demonstrando uma raiva indescritível.

“Grrr... Eu odeio você!”

E levantou da cama, ignorando o fato dele ainda estar cuidando de seu
ferimento. Assim que saiu do quarto, bateu a porta com força, se afastando em
passos largos dali. Por que ele tinha que ser tão idiota!

Os pais do Uckermann estavam caminhando por um corredor e seus ouvidos
captaram rapidamente o barulho da porta se fechando com violência. Suspiraram e
mesmo que não fosse necessário, olharam para o patamar de baixo, vendo Dulce
descer as escadas, furiosa, segurando os lados do vestido.

Alexandra olhou seu marido, falando:

“Eles brigaram de novo?” – o homem suspirou.

“É a única coisa que eles conseguem fazer.” – Ela apenas apoiou uma mão
na testa.

“Será que esse casamento vai dar certo mesmo?”

Eles se entreolharam, como que numa incógnita.

 - - - - - - - - - - - -

Grrr... Aquele idiota...

Era a única coisa que se repetia na mente da Saviñón, que andava para
fora do castelo, indo para os jardins.

Furiosa.

Não conseguia acreditar que aquele bastardo era seu noivo.

Que droga... Como ele conseguia ser tão idiota!

Idiota, idiota, idiota...!.!.!

Se pelo menos seu braço direito não estivesse machucado iria enche-lo de
soco e-

Saiu de seus pensamentos assim que alguém esbarrou nela, sem querer. Dulce
se controlou para não descontar toda a raiva naquela pessoa, e descobriu ser
realmente difícil fazer isso depois de ouvir aquela voz.

“Desculpe, senhorita-“ – Rapidamente ergueu os olhos castanhos,
reconhecendo aquele homem. Sua face ferveu de leve.

“Derrick...”

O Uckermann também reconheceu a jovem.

“Desculpe, eu não estava prestando atenção por onde andava, Dulce.” –
Ela largou os lados do vestido, ainda olhando-o.

“Não, tudo bem...”

“Que coisa... É muito difícil nos encontrarmos, mesmo sabendo que você é
noiva do meu irmão.” – Ele sorriu, amigavelmente.

Dulce não pôde deixar de observar o quanto Derrick era diferente de
Christopher.

“É... você está sempre ocupado e nem sempre aparece aqui pelo castelo.”
– Ela sorriu. – “Inclusive acho que você estava indo resolver alguns negócios,
não é?”

“É, é verdade. Você viu o Christopher?”

Os vestígios de qualquer sorriso desapareceram instantaneamente do rosto
da jovem assim que ouviu aquela pergunta.

“Não e nem espero vê-lo.” – Derrick arregalou os olhos.

“Er...vocês brigaram?” – Dulce cruzou os braços, irritada.

“Ele é um idiota.” – o Uckermann suspirou. Tinha que concordar, afinal
como seu irmão poderia brigar com aquela jovem linda?

“Eu sei.” – A moça olhou para o chão, ainda com raiva.

“Eu não consigo entender... Ele sempre me trata mal, nem parece que é
meu noivo.”

Derrick não desperdiçou a oportunidade para uma brincadeira, que havia
um fundo de verdade afinal. Segurou o queixo dela com uma mão, fazendo-a olhá-lo,
rubra.

“Quando ele voltar a tratá-la mal, pode vir falar comigo.”

“...” – Dulce ficou incapaz de falar qualquer coisa porque ainda estava
surpresa e corada com aquele ato do Uckermann.

Eles ficaram em silêncio por alguns segundos, apenas naquela posição, as
borboletas rodopiando no estômago da jovem.

“Derrick.” – O jovem largou o queixo de Dulce e rapidamente ambos
voltaram os olhos para o lado, onde viram Christopher de cara fechada.

“Ah, oi, Christopher.” – A Saviñón não disse nada e apenas cruzou os
braços, virando a cara para o lado.

A última coisa que queria era ver seu noivo.

“Que bom que apareceu, eu realmente estava querendo falar com você.” –
Derrick disse, olhando seu irmão, o qual foi o mais curto possível.

“Seja breve.”

Dulce observou Derrick se aproximar de Christopher e não abandonou
aquela oportunidade única. Seus dedos levantaram os lados do vestido, pronta
para sair dali o mais rápido que pudesse.

“Dulce, fique aí.” – Ela ouviu a voz de seu noivo e encarou-o, gélida.

“Tente me obrigar.”

Droga, como ela conseguia ser tão irritante!

“Eu quero falar com você, então não saia.”

“Eu não vou ficar só pra ouvir você falar besteira. Até mais, Derrick.”
– O Uckermann mais velho sorriu, acenando para a jovem, a qual começou a se
afastar dali, em passos decididos.

Christopher cerrou o punho, observando a silhueta dela sumir de seu
campo de visão. Em seguida, limitou-se a suspirar.

“O que você quer?” – Indagou para Derrick, meio irritado.

“Você não consegue se entender com as mulheres, hein?”

“Cala essa boca.”

“Bom, se você quiser, eu me entendo com a Dulce em seu lugar.” –
Christopher lançou um olhar assassino para Derrick. – “Calma, eu estava apenas
brincando.”

O Uckermann mais novo estava começando a se perguntar se seu irmão
estava apenas querendo lhe encher o saco, algo que não estava a fim, ainda mais
naquele dia.

“Diga logo o que você quer.” – Derrick suspirou.

“Certo... Eu não vou poder chegar a tempo em dois reinos hoje, então um
fica para você.”

“Esqueça, não quero mais saber.” – Christopher não hesitou em se
distanciar dali, adentrando o castelo, tão irritado quanto sua noiva. Derrick
suspirou, colocando uma mão na cabeça.

Ai, meu Deus... Nem um mês de noivado e Dulce já fez isso com ele...  Estou vendo que vou me ferrar a partir de
agora nessas negociações.

 - - - - - - - - - - -

Vagarosamente sentia seu cenho ir se estreitando cada vez mais,
comprimindo seus olhos negros, os quais observavam o motivo dessa nova
irritação. Estava tentando de tudo para se acalmar, mas não era uma tarefa
fácil. Ainda mais vendo sua noiva conversar com Diego no patamar mais baixo do
castelo.

Talvez o que estava lhe incomodando era aquele sorriso dela. Quer dizer,
gostava daquele sorriso, mas não quando era direcionado para outra pessoa além
dele. Quanto mais uma pessoa que estava caindo de quatro por ela...!

Maldição...

“Ei, Christopher.” – o Uckermann desviou os olhos de Dulce e Diego e
pousou-os sobre o rapaz de orbes claros que se aproximava calmamente, trajando
vestes brancas.

“O que foi, Eddy?” – o Perroni parou ao lado do amigo, fixando o olhar
no patamar de baixo, sem se dar conta do casal que conversava animadamente.

“Aconteceu alguma coisa?”

Droga. Provavelmente ele estava se referindo ao seu semblante irritado.

“Não aconteceu nada. Aliás aonde você se meteu?” – Christopher indagou,
levantando uma sobrancelha. Sempre que seus amigos iam ao seu castelo ficavam
horas conversando ou cavalgando, mas naquele dia havia sido diferente. Nem
mesmo Christian estava lá para lhe encher o saco.

“Estava falando com Derrick, mas ele acabou de sair para resolver
algumas coisas. Você sabe, ele consegue ser mais ocupado do que a gente.” –
Eddy comentou, dando de ombros. Mesmo assim, não entendia como o Uckermann mais
velho agüentava aquilo.

“Ele é um idiota mesmo.”

O Perroni sabia que ele estava dizendo isso porque Derrick havia
escolhido aquele caminho cheio de tarefas e compromissos com as outras famílias
poderosas.

“E que milagre foi esse do Poncho não vir com vocês?” – Christopher
perguntou, olhando Eddy de esguelha, tentando não se irritar com sua noiva e
Diego.

“Ah, eles estão com problemas em relação a alguns acordos com outros reinos
e tiveram que sair por poucos dias.”

“Entendo.” – Eddy notou o tom de voz perdido do amigo Uckermann assim
como o local onde ele olhava fixamente.

Teve que conter o sorriso maroto, então apenas levou uma mão ao queixo,
pensativo, olhando o jovem casal que conversava, ambos rindo animadamente.

“Parece que o Diego está querendo roubar a sua noiva, Christopher.” – o
Uckermann trincou os dentes, sentindo uma veia pulsar em sua testa, mas
controlou o tom de voz.

“Que se dane. Eu não me importo com ela, de qualquer forma.”

“Então você está com raiva por que o Christian não veio pra te atentar, é
isso?” – Christopher viu a sobrancelha levantada do Perroni e não gostou nem um
pouco.

“Não é nada disso, idiota.”

“Bom, então você está com ciúmes de Dulce.”

“Claro que não.”

Eddy apenas não retrucou porque seus olhos logo encontraram os de Dulce,
e ela sorriu de forma alegre, fazendo-o responder com um breve e educado aceno.
Notou que Christopher pareceu grato por vê-la subir as escadas junto com Diego,
parando a conversa com o rapaz olhos claros.

O jovem Uckermann não saiu de sua posição e continuou olhando para o patamar
de baixo, mesmo que Dulce e Diego já tivessem alcançado o andar em que se
encontrava com o amigo de orbes azuis claros. A primeira coisa que escutou foi
a voz animada de sua noiva.

“Eddy! Faz bastante tempo que não nos víamos...!” – O Perroni sorriu
fracamente, embalado pelo sorriso dela. Diego parecia admirar cada movimento da
jovem e Eddy realmente agradeceu por Christopher estar com ciúmes e não estar a
fim de olhar para eles.

“É verdade.”

“Estranho... Onde estão os outros?” – Dulce indagou, olhando para os
lados. Eddy sabia que ela estava se referindo a Maite, Anahí, Christian e
Poncho, então respondeu.

“Não puderam vir, mas mandaram lembranças.” – A Saviñón sorriu
docemente, conseguindo inclusive arrancar um olhar de esguelha por parte de
Christopher.

“Obrigado.”

Diego estava quase babando pela jovem e Christopher estava fazendo de
tudo para lembrar que estava com raiva dela e que não podia esquecer que
estavam brigados somente por causa daquele sorriso. E para sua sorte, uma voz
feminina próxima ecoou no local.

“Dulce, você poderia vir aqui comigo, por favor?” – Todos viraram as
cabeças para a direção da voz e encontraram a Sra. Uckermann na esquina do
corredor mais próximo, sorrindo.

“Claro, Alexandra.” – Dulce respondeu, acenando para Eddy e Diego e se
distanciando com a mãe de seu noivo pelo corredor.

Diego continuou a olhar o caminho por onde sua musa inspiradora havia
desaparecido e comentou.

“É uma pena que a Dulce já teve que ir.” – Christopher estava dando
graças aos céus por ela ter ido porque aquele sorriso conseguia fazê-lo
esquecer qualquer raiva e isso era algo que não queria porque as imagens dela e
de Diego ainda estavam bem vivas em sua memória.

“É verdade. A Dulce é bem legal mesmo.” – Eddy comentou com os olhos fixos
no mesmo lugar que os de Diego. No entanto, no fundo de sua mente, teve que
acrescentar que preferia Zoraida. Isso era bastante óbvio já que estava
apaixonado por ela.

“Hm.” ¬¬

Foi a única coisa que Christopher conseguiu falar.

 Ciúme era algo destruidor, hein?

“Sabe, Christopher, você tem muita sorte em ter a Dulce como noiva.” –
Diego comentou, pensativo. O Uckermann nem ao menos se movia, ao contrário de
seus nervos, os quais davam voltas em sua cabeça, raivosamente.

“Pode ficar com ela se quiser.”

“Ele fala isso da boca pra fora, Diego.”

O Perroni sentiu o punho de Christopher conectar-se com sua cabeça pelo
comentário.

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Após ter se despedido de Eddy e Diego, Christopher descia as escadas do
castelo Uckermann, perdido em pensamentos.

Sobre Dulce.

Havia chegado a conclusão que não agüentava mais aquela raiva entre
eles, então iria falar com ela. Não iria pedir desculpas, é claro – Christopher
Uckermann nunca faria uma coisa dessas, ainda mais com Dulce Saviñón! – mas
iria falar como se tudo estivesse normal. Se ela começasse uma briga seriam
outros quinhentos.

E assim que saiu do castelo para o dia ensolarado que fazia do lado de
fora, acabou por quase esbarrar em alguém. Alguém que reconheceu rapidamente
pelos cabelos ruivos e os brilhantes olhos castanhos.

Ótimo. Sua oportunidade perfeita para falar com ela e acabar com aquela
hostilidade.

“O que ela queria com você, Dulce?” – A jovem pareceu meio surpresa dele
ter tomado a iniciativa de falar alguma coisa, fingindo que nada havia
acontecido entre eles, então resolveu agir como ele próprio.

“A sua mãe? Ela só queria ver se eu cavalgava.” – Christopher arqueou
uma sobrancelha.

“Só isso?”

“Sim.”

Eles ficaram em silêncio por um momento.

Dulce olhava o chão, tentando evitar os olhos escuros dele a todo custo.
Na verdade não era apenas para ver se ela cavalgava...

“E... Ela me disse que você vai ter que partir hoje para uma terra meio
distante.” – A jovem levantou os olhos para encontrar os dele, sem conseguir
esconder a preocupação.

Chistopher estranhou, mas respondeu.

“Sim, eu vou ter que resolver alguns acordos pendentes com a família
Duarte.”

“Você vai que horas?” – o Uckermann pensou um pouco e concluiu.

“Daqui a alguns minutos.”

“E... quando você volta?”

Aquele semblante de preocupação estava deixando-o seriamente incomodado.

“Amanhã, boba.” – Dulce olhou triste para o chão.

“Christopher... você vai ficar bem, não é?” – Ela sabia que essas
viagens meio distantes não eram tão seguras assim e era isso que não a deixava
calma.

“Você esta preocupada comigo?”

Seus olhares se encontraram novamente.

“Claro que estou. Você é meu noivo, esqueceu?” – Aquelas revelações
estavam atingindo-o de surpresa.

“Pensei que nós apenas nos odiássemos.”

“Pensou errado. Nós brigamos toda hora, mas... eu me preocupo com você,
idiota.”

“Eu vou ficar bem. Não tem motivos para preocupação.”

“Sério?”

Christopher sentiu um fraco sorriso brotar em seus lábios.

“Sério.”

“Christopher.” – um guarda apareceu, desfazendo o clima que predominava
sobre o casal. – “Com licença, mas já está na hora de partimos.”

O Uckermann olhou sua noiva e notou que ela não havia abandonado o
semblante preocupado. Aquilo realmente não combinava com as feições delicadas dela...
Ignorando completamente o guarda, inclinou um pouco a cabeça e beijou-a,
suavemente.

“Pare de se preocupar com besteiras, Dulce.” – A garota não sabia quem
estava mais rubra, ela ou o guarda. Mas sentiu-se um pouco mais calma com
aquele ato gentil do seu noivo e em retribuição, sorriu fracamente.

“Vou tentar... Até amanhã, Christopher.”

Ele ainda pensou em beijá-la outra vez antes de partir, mas se conteve. Começou
seus passos para longe dali, acompanhado do guarda, sem imaginar que os olhos
castanhos de Dulce o acompanhavam se distanciar, ainda carregados com uma leve
preocupação.

Continua….

Comentem !!

MiH Uckermann XD