Fanfics Brasil - Capítulo 1 O Jogo -AyA -Adaptada

Fanfic: O Jogo -AyA -Adaptada | Tema: Ponny


Capítulo: Capítulo 1

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Cap 1


Alguma coisa estava errada. Eu soube disso no momento em que entrei pela 


porta. Com uma mão acendi a luz, jogando minha bolsa sobre o sofá com a outra.


Depois do corredor mal iluminado, o brilho repentino era deslumbrante. Luzinhas 


passaram diante dos meus olhos. Quando elas limparam tudo o que vi foram os 


espaços... Espaços onde, esta manhã, as coisas tinham estado.


Como o sofá.


Minha bolsa caiu no chão e tudo veio caindo para fora, tampões, moedas 


soltas, canetas e maquiagem. Um bastão de desodorante rolou para o canto. O 


canto agora vazio desde que a TV e a estante tinham ido embora. Minha mesa 


retro do brechó e cadeiras permaneceram, o mesmo com a minha estante de livros 


transbordando. Mas a maior parte da sala estava nua.


— Fuzz ? — Nenhuma resposta. — Que diabos houve? — Uma pergunta 


estúpida, o que aconteceu aqui era óbvio. À minha frente, a porta da minha colega 


de quarto estava escancarada. Nada além de escuridão e poeira lá. Nenhum ponto 


de negar isso.


Fuzz tinha caído fora.


Meus ombros caíram quando o peso de dois meses de aluguel atrasados, 


alimentos e utilidades vieram esmagando para baixo sobre mim. Até a minha 


garganta se fechou apertada. Então, isso é o que se sentia ter uma amiga te  fodendo. Eu mal podia respirar.


— Anne, pode me emprestar o seu casaco de veludo? Eu prometo que vou...


— Maite, a minha vizinha do apartamento ao lado caminhou para dentro (bater


nunca tinha sido seu estilo), então, como eu, ela parou. — Onde está o seu sofá?


Eu respirei fundo e soltei-o lentamente. Não ajudou em nada.


— Acho que Fuzz o levou.


— Fuzz foi embora? — Minha boca se abriu, mas realmente, o que havia de 


dizer? — Ela se foi e você não sabia que ela estava indo embora? — Maite 


inclinou a cabeça, fazendo a massa de cabelos longos escuro, balançar para lá e 


para cá. Eu sempre invejei aquele cabelo. O meu era loiro morango e fino. Se 


passasse da altura dos ombros pendurava mole como se tivesse preso a minha 


cabeça em um balde de graxa. É por isso que eu não costumava deixá-lo crescer 


mais do que o comprimento da mandíbula.


Não que o cabelo fosse importante.


Pagar o aluguel era importante.


Ter o que comer era importante.


Estilos de cabelo? Nem tanto.


Meus olhos ardiam, traição atormenta como uma cadela. Fuzz e eu 


tínhamos sido amigas durante anos. Eu confiava nela. Nós tínhamos conversas


fiadas sobre meninos e compartilhamos segredos, choramos nos ombros uma da


outra. Isso simplesmente não fazia sentido.


Só que fazia.


Isso tão dolorosamente fazia.


—Não — Minha voz soava estranha. Engoli em seco, limpando a garganta. 


— Não, eu não sabia que ela estava indo embora.


— Estranho. Vocês duas sempre pareciam se dar muito bem. 


— Sim.


— Por que ela saiu desse jeito?


— Ela me devia dinheiro — Admiti, ajoelhando-me para recolher o conteúdo


da minha bolsa. Não para orar a Deus. Eu tinha desistido dele há muito tempo.


Maite suspirou.


— Você está brincando. Essa puta! 


— Querida, estamos atrasados — Nate, meu outro vizinho, encheu o 


caminho da porta, os olhos impacientes. Ele era um cara alto bem construído 


apesar de áspero. Normalmente, eu invejava Maite pelo seu namorado. Logo em 


seguida a glória de Nate se perdeu em mim. Eu estava tão fodida.


— O que está acontecendo? — Ele perguntou, olhando ao redor. — Hey, 


Anny.


— Hey, Nate.


— Onde estão as suas merdas?


Maite jogou as mãos no ar.


— Fuzz levou as suas merdas!


— Não — Eu corrigi. — Fuzz levou suas merdas. Mas ela levou o meu


dinheiro. 


— Quanto dinheiro? — Nate perguntou, o desagrado baixando a voz em 


cerca de uma oitava.


— Bastante — Eu disse. — Estive cobrindo-a desde que ela perdeu o 


emprego.


— Droga — Nate murmurou.


— Sim — Sério, sim.


Peguei minha bolsa e abri. Sessenta e cinco dólares e uma moeda brilhante 


de vinte e cinco centavos1 solitária. Como eu tinha deixado isso chegar tão longe?


Meu cheque de pagamento da livraria tinha ido embora e meu cartão de crédito 


estourou. Luma tinha precisado de ajuda ontem para pagar por seus livros e de 


jeito nenhum eu iria deixa-la sem. Ter minha irmã na faculdade vem em primeiro


lugar.


 


1 Do inglês: one quarter, é a forma que o americano chama sua moeda de 25 centavos. (1/4 de dólar


Esta manhã eu disse a Fuzz que precisávamos conversar. Todo o dia eu me 


senti horrível sobre isso, meu estômago revirava. Porque a verdade é que, em 


suma, a minha palestra envolvia dizer-lhe que ela precisava pedir para seus pais, 


ou seu novo pomposo namorado idiota, um empréstimo para me pagar de volta.


Eu não podia manter nós duas alojadas e alimentadas por mais tempo, enquanto 


ela procurava um novo emprego. Então, ela também precisava falar com um deles 


sobre um lugar para ficar. Sim, eu estava chutando-a para o meio-fio. A culpa 


pesava no meu estômago como uma pedra.


Realmente irônico.


Quais eram as chances dela sentir qualquer remorso por me ferrar? Pouco 


provável.


Terminei recuperar o conteúdo da minha bolsa e fechei-a firmemente.


— Ah, sim, Maite, o casaco está no meu armário. Pelo menos eu espero 


que esteja. Sirva-se. 


O aluguel venceria em oito dias. Talvez eu pudesse fazer um milagre. Havia 


com certeza alguém lá fora com mais experiência, com dinheiro na poupança no 


banco, aos vinte e três anos. Pelo menos um deles deveria precisar de um lugar 


para ficar? Eu estaria saindo bem antes disso. Mas, não tinha algo que 


constantemente minha irmã ou eu precisávamos mais do que estabilidade 


financeira futura. Livros, roupas, uma noite na cidade, todos esses pequenos 


mimos que fizeram valer a pena viver. Nós já tínhamos sacrificado bastante. No 


entanto, lá estava eu, quebrada e de joelhos.


Acho que eu deveria ter priorizado melhor. Retrospectiva é uma merda.


O pior cenário possível, que eu provavelmente poderia ver ao longe, era


dormir no chão do quarto do dormitório de Luma se fôssemos super dissimuladas. 


Deus sabe que a nossa mãe não tinha dinheiro. Pedir-lhe ajuda estava fora. Se eu 


vendesse as pérolas da minha tia-avó, isso poderia ajudar na direção do depósito 


em outro apartamento, um menor que eu poderia pagar por conta própria.


Eu corrigiria isso de alguma forma. Claro, que faria. Corrigir merda era a 


minha especialidade.


E se eu alguma vez visse Fuzz novamente eu iria fodixdamente matá-la.


.— O que você vai fazer? — Nate perguntou, encostado no batente da porta.


Pus-me de pé, tirando a poeira dos joelhos de minhas calças pretas.


— Eu vou dar um jeito. —Nate me deu uma olhada e eu devolvi tão 


calmamente quanto podia. A próxima coisa que saísse da sua boca era melhor 


que não fosse pena. Meu dia tinha sido horrível o suficiente. Com grande 


determinação, dei-lhe um sorriso. — Então, onde vocês estão indo?


— Festa no David e Ev — Maite respondeu de dentro do meu quarto. —


Você deve vir com a gente.


Ev, irmã de Nate e ex-colega de quarto de Maite, tinha se casado com 


David Ferris, o deus do rock e principal guitarrista da banda Stage Dive, há alguns 


meses atrás. É uma longa história. Eu ainda estava tentando colocar minha 


cabeça em torno disso, francamente. Um minuto, ela tinha sido a boa moça loira


da porta ao lado que foi para a mesma faculdade com Luma e fazia um café 


assassino no Ruby’s Café. No próximo, o nosso bloco de apartamentos havia sido 


cercado por paparazzi. Fuzz tinha dado entrevistas no degrau da frente; não era 


como se soubesse de alguma coisa. Eu escapulia pelos fundos.


Principalmente, a minha relação com Ev tinha envolvido dizer oi quando 


tínhamos passado na escada, quando ela morava aqui, e com ela me dando um 


café enorme no Café Ruby, todas as manhãs no meu caminho para o trabalho.


Nós sempre tínhamos sido amigáveis, mas eu não diria que éramos exatamente


amigas. Dada a propensão de Maite por emprestar as minhas roupas, eu a 


conhecia muito melhor.


— Ela deveria vir, certo, Nate?


Nate grunhiu sua afirmação. Isso ou o seu desinteresse. Com ele era meio 


difícil de dizer.


— Tudo bem. — Contrariei. Detritos cobriam as paredes, onde o sofá e o 


armário tinham estado; toda coleção de lixo que Fuzz tinha juntado e deixado 


para trás. — Eu tinha um novo livro para ler, mas provavelmente devo começar 


me ocupar da limpeza. Acho que não tenho tirado o pó dos móveis por um tempo.


Pelo menos não vou ter muito que mover quando chegar a hora. 


— Venha com a gente.


— Maite, eu não fui convidada.


— Nem nós somos na metade das vezes — Nate disse.


— Eles nos amam! Claro que nos querem lá — Maite ressurgiu do meu 


quarto e deu seu namorado um olhar de desaprovação. Ela parecia melhor na 


jaqueta preta vintage do que eu jamais ficaria; um fato que escolhi não odiá-la 


secretamente por isso. Se isso não me ganhar pontos no céu, então nada faria.


Talvez eu desse a ela como um presente de despedida antes de eu sair.


— Vamos, Any — Ela disse. — Ev não vai se importar.


— Pronta para ir? — Nate sacudia as chaves do carro, impaciente.


Se pendurar com estrelas do rock não parecia a reação adequada para o 


aprendizado que você logo estará na rua. Talvez um dia, quando eu estiver


reluzente, animada no meu melhor, eu podia pavonear-me e dizer oi. Esse dia não 


era de hoje. Principalmente por que me sentia cansada, derrotada. Tendo em 


conta que eu estava me sentindo assim desde que fiz dezesseis anos, não era a


mais forte das desculpas. Maite não precisa saber disso, no entanto.


— Obrigada, pessoal — Eu disse. — Mas cheguei em casa só agora.


— Hum, querida, a sua casa é uma droga nesse momento — Maite disse, 


recolhendo minha poeira e a falta de decoração com um olhar arrebatador. —


Além disso, é sexta-feira à noite. Quem fica em casa numa sexta à noite? Você vai 


vestindo o seu uniforme de trabalho ou vai saltar em um jeans? Eu sugiri os 


jeans. 


— Maite...


— Não.


— Mas...


— Não — Maite agarrou meus ombros e me olhou nos olhos. — Você foi 


fodida por uma amiga. Não tenho palavras para dizer como isso me deixa furiosa. 


Você vem com a gente. Esconda-se em um canto a noite toda, se quiser. Mas você 


não vai ficar aqui sentada sozinha nessa residência por causa da ladra puta. Você 


sabe que eu nunca gostei dela. 


Estupidamente, eu sabia. Ou tinha. Tanto faz.


— Eu não disse isso, Nate?


Nate deu de ombros e chocalhou suas chaves um pouco mais.


— Vá. Prepare-se — Maite me deu um empurrão na direção ao meu 


quarto.


Em minha atual situação, essa poderia ser minha única oportunidade de 


conhecer David Ferris. Ev ainda aparecia aqui de vez em quando, mas eu nunca 


o tinha visto, apesar de ocasionalmente "aparecia" no andar, por via das dúvidas.


Ele não era absolutamente o meu favorito dos quatro membros do Stage Dive.


Essa honra estava reservada para o baterista, Poncho Herrera. Alguns anos atrás, eu 


tinha uma queda dura por ele. Mas ainda assim... O David Ferris. Para ter a 


oportunidade de conhecer, mesmo apenas um deles, eu tinha que ir. Alguns anos 


atrás, eu tinha uma pequena coisa pela banda. Nada a ver em ser devota com os 


seus deuses do rock. Não, eu era um purista musical.


— Tudo bem, me dê dez minutos — Era o período de tempo mínimo em que 


eu poderia mentalmente, se não fisicamente, me preparar para enfrentar os ricos 


e famosos. Felizmente, o meu fator de cuidado agora estava perigosamente perto 


do nível de foda-se. Hoje à noite, provavelmente, seria o melhor momento para 


conhecer o Sr. Ferris. Eu poderia realmente conseguir manter a calma e não ser 


um desperdício de espaço boquiaberta.


— Cinco minutos — Nate disse. — O jogo vai começar.


— Quer relaxar? — Maite perguntou.


— Não — O homem fez um estalo e Maite riu.


Eu não olhei para trás. Eu não queria saber. As paredes aqui eram muito 


finas, e repugnantemente os hábitos de acasalamento noturnos de Maite e Nate 


não eram muito um segredo. Felizmente eu estava normalmente no trabalho


durante o dia. Essas horas eram um mistério para mim, e não um que eu pensava.


Oh, tudo bem. Ocasionalmente pensava, porque eu não tinha conseguido 


qualquer coisa não-auto-induzida por um tempo. Além disso, aparentemente, eu 


tinha algumas tendências voyeurística reprimidas que precisam ser dirigidas.


Eu estava realmente indo para uma noite assistindo casais se esfregando  um contra o outro?


Eu poderia ligar para Ian, porém ele disse que tinha um encontro hoje à 


noite. Claro, ele sempre tinha um encontro. Ian era perfeito em todos os 


sentidos, além de suas tendências, homem prostituta. Meu melhor amigo era um 


cara que gostava de espalhar seu amor por aí, para dizer o mínimo. Parecia estar 


em uma base íntima com o primeiro nome, relacionado diretamente com a maior 


parte da população feminina de Portland, com idade entre 18-48. Todos, exceto 


eu, basicamente.


Que era bom.


Não havia nada de errado em sermos apenas amigos. Embora algum dia eu 


realmente tivesse acreditado que nós faríamos um ótimo casal. Ele era tão fácil 


estar ao redor. Com tudo o que tínhamos em comum, podemos ir longe. Nesse 


meio tempo, eu estava disposta a esperar, fazendo as minhas próprias coisas. Não 


que ultimamente estivesse fazendo alguma coisa ou algo, mas você entendeu o 


que eu quis dizer.


Ian me ouviria choramingar sobre Fuzz. Ele provavelmente até mesmo 


cancelaria seu encontro, viria e me faria companhia enquanto eu me lamentava.


Ele, no entanto, definitivamente, diria “Eu bem que avisei.” Quando descobriu 


que eu a estava cobrindo, ele não ficou feliz. Abertamente acusou-a de me usar.


Acabou que ele tinha estado 110% certo a esse respeito.


O ferimento, no entanto, era muito cru para ser cutucado e empurrado.


Então... Ian não. Com toda a probabilidade, Luma me daria exatamente o 


mesmo chute na bunda que Ian daria. Tampouco tinham sido um fã dos planos


de economia de Fuzz. Decisão tomada. Eu iria para a festa e se divertiria antes 


do meu mundo virar uma merda.


Excelente. Eu poderia fazer isso.



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Autor(a): AliceCristina106

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 108



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  • Nandacolucci Postado em 02/05/2016 - 12:02:57

    nossa último cap já, adorei ^^

  • Anamaria ponny_ Postado em 28/04/2016 - 20:47:14

    Nossa, último capítulo já ♥

  • tatianaportilla106 Postado em 28/04/2016 - 19:28:13

    Anamaria: Continuando <3

  • Anamaria ponny_ Postado em 27/04/2016 - 13:38:08

    Necessito de mais, que bom que Ponny tão de bem.

  • tatianaportilla106 Postado em 27/04/2016 - 00:52:04

    Anamaria: Continuando <3

  • tatianaportilla106 Postado em 27/04/2016 - 00:50:42

    Nandacolucci: Continuando <3

  • Anamaria ponny_ Postado em 25/04/2016 - 12:30:24

    Posta mais &#9829;

  • Nandacolucci Postado em 25/04/2016 - 09:26:38

    continuaaa

  • tatianaportilla106 Postado em 25/04/2016 - 00:44:31

    Nandacolucci: continuando <3

  • tatianaportilla106 Postado em 25/04/2016 - 00:43:54

    Anamaria: continuando <3


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