Fanfic: Bella Traición | Tema: Anahi Y Alfonso

Uma Semana Depois

O elevador se abriu e Any adiantou-se para entrar, mas parou quando viu quem estava ali. Deu a volta para descer pela escada.

   Patricio: E essa, agora?

   Poncho: Ela deve estar querendo fazer exercício.

   Patricio: Acho que ela está com algum problema, pra ser sincero. Any anda desfocada do trabalho. As vezes parece até que não quer estar aqui, trabalhando. Talvez seja o apocalipse. - Concluiu sério, arrancando risadas de Poncho das outras pessoas que estavam ali.

   Poncho: Talvez ela precise de férias.

   Patricio: Talvez.

   Poncho: Ou talvez precise de passar mais tempo com o marido, se é que você me entende. Três dias por semana parece muito pouco. Principalmente quando ainda tem que dividir a atenção dele com o filho.

   Patricio: E ainda tem o trabalho. Nem sempre ela consegue folgas no fim de semana. Mas, falando sério, alguma coisa esta acontecendo com ela.

   Poncho: Não deve ser importante. Pode ser mesmo problemas com o marido, ou com o filho. - Ou comigo, completou mentalmente.

Anahí evitava-o desde o episódio em seu apartamento. Poncho tinha certeza que ela não entrara naquele elevador porque ele estava ali, assim como havia trocado alguns turnos para não cruzar com ele. Só durante as visitas aos pacientes, quando era impossível fugir, ela passava mais de cinco minutos perto dele, e mesmo assim mantendo-se tão distante quanto podia.

O elevador se abriu. Poncho saiu do hospital e olhou para a rua. Dulce ainda não havia chegado. Era dia de consulta com o obstetra dela e sua mãe iria junto, obrigando Poncho a ir também. Ainda bem que o médico estava a par da situação e, apesar de relutar um pouco, concordou em ajudar Christopher.

Any saiu apareceu na entrada do hospital, fazendo que ele sorrisse. Já fazia muito tempo que não implicava um pouco com a Doutora.

   Poncho: Não posso parar de pensar no quanto suas pernas irão ficar mais torneadas de tanto subir e descer escadas, sem contar quando você foge só de ouvir minha voz. - Se postou ao lado dela, olhando para a rua.

Ela o ignorou.

   Poncho: Se soubesse que ia ficar tão mal humorada por ter que terminar o serviço sozinha eu teria terminado. Não precisa ficar assim, Any. Se quer saber, eu virei um par de noites em claro pensando o burro que fui ao deixar aquilo pela metade. Da próxima vez eu prometo fazer o serviço completo.

   Any: Você só pode estar delirando ao pensar que haverá uma próxima vez. - Ela olhava para a rua - Entenda de uma vez por todas, Herrera, eu sou casada. Eu não sou seu tipo de mulher. E nem quero ser.

   Poncho: Acho que sei disso melhor que você, não?

   Any: Você não vai me levar pra cama numa noite pra depois nunca mais olhar na minha cara como faz com as outras.

   Poncho: Tenho que concordar. É absurdo demais pensar que eu me satisfaria só com uma noite. Talvez três ou quatro, no mínimo.

   Any: Não vou trair meu marido.

   Poncho: Não? Por quê?

Era uma boa pergunta. Difícil de se responder com a verdade.

Mas quem disse que ela não podia mentir?

   Any: Eu o amo, simples assim. Tenho uma família com ele e não estou disposta a arruinar tudo por uma aventurazinha com unzinho como você.

   Poncho: Você o ama, mas não está contente com o relacionamento. Não negue, isso é óbvio. Você não parece ser o tipo de mulher que fica feliz com uma transa por semana.

   Any: Pra você tudo se resume a isso, não é? Sexo. Há mais coisas em jogo aqui, pelo menos pra mim. - Era inacreditável que estivesse falando de um possível adultério como quem fala do tempo.

   Poncho: Pensa comigo: eu não contaria a ninguém, e nem você. Como alguém poderia descobrir?

   Any: Eu saberia, e é suficiente.

   Poncho: Você quer, eu sei. - Estava começando a se cansar de discutir aquilo com ela. Por que tinha que ser tão complicado? Ele só estava propondo-lhe sexo.

   Any: Querer não é poder. - Ela impediu que ele replicasse - Chega, Herrera. Não estou pondo este assunto em discussão. Não vou fazer isso.

   Poncho: Mas no outro dia -

   Any: Se pudesse apagaria aquilo da minha mente, só pra não ter que conviver com a culpa. Eu não posso ser tão egocêntrica como você. Ali não é Dulce?

A ruiva vinha na direção dos dois, acompanhada da mãe.

   Poncho: Se acha que eu vou desistir... - Não precisava completar a frase.

   Any: Vamos ver quem se cansa primeiro.

   Dul: Poncho! - Ela chamou antes que ele pudesse responder Anahí.

   Poncho: Ei. - Beijou o rosto da amiga - Dona Blanca, impressão minha ou a senhora está ainda mais bonita desde a última vez que nos vimos?

Any revirou os olhos enquanto cumprimentava Dulce. Seria possível que nenhuma mulher escapava das gracinhas dele?

   Dul: Vamos, então? Antes que mamãe tenha um ataque nervoso por causa dessa consulta.

   Blanca: É meu primeiro neto, Dulce María. - Lembrou a filha que fez uma enorme careta, sua mãe só lhe chamava pelos dois nomes.

   Poncho: Vamos logo, então. Tenho que prezar pela saúde da vovó mais linda de Acapulco. Vejo você, Any.

   Dul: Até mais.

Eles se afastaram. Any sorriu, observando-os. Estava ali a maior prova de que Poncho não valia nada. Teria um filho com Dulce, mas aquilo não o impedia de dar em cima de outras. Não duvidava que ele levasse mulheres para casa e dormisse com elas ao lado do quarto de Dulce.

Iria comprar um dicionário para ele e marcar a página que contivesse a palavra 'respeito' na primeira oportunidade.