Fanfic: Bella Traición | Tema: Anahi Y Alfonso

Quarta-feira

Anahí continuou a andar pelo largo corredor, segurando-se para não olhar para trás. Sabia quem a estava seguindo desde que chegara naquela mesma manhã. Sabia que não podia esperar algo bom daquilo.

Logo, havia passado o dia inteiro o mais longe possível de Herrera e seu sorriso presunçoso. Mas era óbvio que não poderia fugir para sempre.

   Xxx: Any?

Ela parou no caminho e virou-se. Não era Poncho, e sim Patricio.

   Pato: Any, queria saber se o Levi vem nesse fim de semana. Nós podíamos marcar alguma coisa, um jantar, talvez. Nós quatro.

   Any: Ah, não. Ele não vem. O enviaram pra uma reportagem especial sobre os preparativos do Pan em Guadalajara, vai passar o fim de semana lá.

   Pato: Ah, pena. Grettel andou reclamando que há muito nós quatro não fazemos algo juntos. Tudo bem, fica pra próxima. Já tá indo?

   Any: Uhum. Nada de plantões até semana que vem. - Sorriu.

   Pato: Que sorte. Até amanhã, então.

   Any: Boa noite, Pato.

Cada um refez seu caminho, Any bem tranquila. Enquanto conversava com Patricio vira Poncho passando por eles, aparentemente desistindo de falar com ela.

Mas ela não tinha tanta sorte. Ao entrar no vestiário deu de cara com ele, dobrando a camisa social que usou naquele dia e com uma camiseta jogada num dos ombros.

O que significava que ela tinha a magnifica visão de todo o tronco dele, até onde a calça deixava.

   Poncho: Portilla. - Cumprimentou, sem nem olhar para trás. Simplesmente sabia que era ela.

   Any: Herrera. - Foi até seu Locke, pegar suas coisas e ir embora o mais rápido possível.

   Poncho: Teve um bom dia?

   Any: Bom. Você? - Fez uma careta diante daquele tratamento, como se fossem estranhos, mas não se importou. Era melhor assim.

   Poncho: Bom. Quer dizer, problemas a parte.

   Any: Não transferiram o rapaz?

   Poncho: O pai não aceita.

   Any: Ele não vai ter uma boa noite, isso provavelmente vai conscientizá-lo.

   Poncho: Assim espero. - Ele fechou o próprio Locke.

Any esperou escutar palavras de despedida, mas de repente ficou muito quieto. Nada de passos ou sequer da respiração dele. Ele provavelmente estaria imóvel, olhando para ela, sabe-se lá porque exatamente. Ela não se voltaria para verificar. Não queria que ele pensasse que se importava ou algo assim.

   Poncho: E você, vai ter uma boa noite?

Ela se sobressaltou com o susto. Ele estava bem atrás dela, com a boca perto demais de sua orelha. Não saberia dizer que havia se arrepiado pelo susto ou pela voz baixa dele tão próxima.

   Any: Obviamente. - Não olhou para ele, mas também não olhava para nada em especial no armário.

   Poncho: Sozinha?

Ela olhou sugestivamente para a porta do Locke. Para uma foto do filho.

   Poncho: Tenho uma sugestão melhor.

   Any: Não. - Fechou o Locke, agora sem o jaleco e com a bolsa no ombro.

   Poncho: Ainda nem escutou. Garanto que vai gostar.

   Any: Nem quero. - Finalmente virou-se para ele. Por pouco seus narizes não se encostavam.

   Poncho: Deus, me deixa falar, pelo menos. Olha, ainda é cedo. As oito eu vou pra um barzinho perto da sua casa, você deve saber qual é. Toda terça tem música ao vivo, e hoje é um amigo meu que vai tocar. Música, umas horinhas tranquilas... Juro que não vou passar de nenhum limite, só acho que você devia aproveitar mais esse tipo de coisa.

   Any: Com você?

   Poncho: Com qualquer pessoa. Mas, como estou chamando, hoje pode sim ser comigo.

   Any: Hum... - Ela pôs o dedo na bochecha, fingindo pensar. Não. - Sorriu e se afastou.

   Poncho: Oito horas, no Rincón. Vou te esperar.

Era como se ele não tivesse escutado a negativa. Segurando-se ela simplesmente saiu dali, deixando Poncho só.

Diferentemente de outras vezes que passou por situações parecidas, Poncho realmente não sabia se ela iria ou não. O jeito era esperar.

Eram oito horas e vinte e três minutos, exatamente. Any estava vendo O Rei Leão com Matt pela 97ª vez. Ou melhor, ela via sozinha, já que ele dormira em menos de vinte minutos de filme.

Óbvio que não iria. Não era louca de correr aquele risco, sabia que ele não cumpriria a promessa de não passar dos limites. E, bem, uma parte dela - mínima que fosse - queria exatamente aquilo.

Melhor era ficar sã e salva em casa, vendo Simba, Scar, Timão, Pumba e companhia.