Fanfic: Bella Traición | Tema: Anahi Y Alfonso

   Poncho: ... O X-tudo sem salada, por favor. E uma Coca e um suco de limão.

   Garçom: Ok - Saiu, ainda anotando o pedido.

   Dul: Você é tão saudável... Um sanduíche sem salada e um refrigerante. Tem certeza que é médico, Poncho?

   Poncho: Pelo menos quando eu morrer vou poder dizer que aproveitei a vida.

   Dul: Como vai dizer se vai estar morto? - Ergueu uma sobrancelha.

   Poncho: Ah... - Pensou - Você entendeu. E então, vai me contar porque você e Ucker não estão nem olhando um pra cara do outro? - Pegou um sachê de catchup e começou a mexer nele.

   Dul: Porque eu encontrei com o Diego outro dia. E outro. E ontem. Ele quer voltar.

   Poncho: Diego? Ele sabe que você tá grávida?

   Dul: Sabe, até porque já tá ficando difícil esconder.

   Poncho: E quer voltar mesmo assim?

   Dul: Uhum.

   Poncho: Típico. - Jogou o sachê na mesa e relaxou em sua cadeira.

   Dul: Vai começar você também?

   Poncho: Não, não. Mas acho importante lembrar que ele tem vinte e dois anos e você vinte e cinco.

   Dul: É, você vai começar. - Revirou os olhos.

   Poncho: Não é simples assim, Dul. Agora tem essa criança também, vocês vão simplesmente voltar? Será que ele vai querer ficar contigo depois? Mais pra frente? Ele é novo, nem deve estar pensando nessa criança.

   Dul: E você por acaso pensa em alguma coisa quando quer ficar com uma mulher? Se ela é casada, tem filhos e trabalha contigo, por exemplo?

Ele bufou.

   Poncho: É diferente.

   Dul: Não, não é. Você dá a entender que o Diego é irresponsável porque ele é cinco anos mais novo que você, mas se olha no espelho. Não acho que seja o melhor exemplo de maturidade. Nem o Ucker. - Acrescentou. Estava exausta de escutar os outros dizendo o que devia ou não fazer só por causa da gravidez, como se fosse incapaz de tomar decisões.

   Poncho: Tudo bem, tudo bem. Não tá mais aqui quem falou. Só toma cuidado pra ele não dar pra trás quando ver como são as coisas e te fazer mal. É só isso que não quero.

   Dul: Pode deixar, capitão. Me diz, e Anahí?

   Poncho: Que tem?

   Dul: Até onde isso vai?

   Poncho: Até lugar nenhum, Dulce. Não é a primeira vez que você me faz essa pergunta. Já sabe como é.

   Dul: Tinha esperanças que pudesse ser diferente. Você ressalta tanto como ela é diferente que -

   Poncho: Ela pode ser diferente, mas ainda é uma mulher. E casada, pra piorar.

   Dul: Uma mulher pode se tornar a mulher, se você der uma chance a ela.

   Poncho: Anahí não quer uma chance. Alguém já deu uma chance pra ela.

   Dul: Se você diz. - Deu os ombros.

   Poncho: Você tá andando demais com a Mai. Tá fazendo os mesmo gestos que ela.

   Dul: E falando em Mai, aquela amiga ou sei lá o que dela ligou lá pra casa, de novo.

   Poncho: Ah, droga. Ela só liga quando não tô. - Passou a mão pelo cabelo, bagunçando-o - Maldita hora que meu celular foi quebrar.

   Dul: Quando você me contou que ela queria exclusividade, eu juro que pensei que você cumpriria sua palavra.

   Poncho: Ela não sabe que saio com outras, então tem exclusividade. Pelo menos pensa que tem. Qual é Dulce, eu não vou ser fiél a ela se ela não é. Nós nem somos nada.

   Dul: Já te disseram que você não presta nem um pouco?

   Poncho: Ouço isso todos os dias. É assim que elas gostam.

   Dul: Cachorro! - Bateu no braço dele.

   Levi: Aqui? - Parou o carro em frente ao Hospital do Câncer.

   Any: É, aqui mesmo. Ele ali. - Viu Poncho na entrada do Hospital, comendo alguma coisa enquanto conversava com uma mulher - Já volto. - Saiu do carro.

Poncho sorriu de lado com o convite para sair naquela mesma noite da enfermeira com quem conversava.

Elas eram tão atiradas às vezes.

   Enf.: E então?

   Poncho: Ah, hoje não dá. Minha amiga, te falei dela, a Dulce, anda meio mal esses dias e Ucker vai ficar aqui de plantão então acho melhor ir pra casa, pra ajudar ela. Mas amanhã eu tô livre.

   Enf.: Ótimo.

   Poncho: Me diz onde você mora, e eu passo pra te pegar às nove. - Mordeu seu cachorro-quente e olhou para o lado, bem a tempo de ver Anahí se aproximando.

Realmente, ótimo.

   Enf.: Moro aqui perto, na -

   Poncho: Escuta, me fala depois, tá? Tenho que resolver um assunto urgente.

   Enf.: Agora? - Franziu o cenho para a mudança de comportamento repentina dele.

   Poncho: Agora, minha supervisora do Hospital Escola veio aqui especialmente pra falar comigo. Te vejo depois, tchau. - Correu para perto de Any, sem nem olhar pra trás - Princesa! - Abriu seu melhor sorrisão.

   Any: Princesa é o rabo, Herrera. - Escapou do selinho que ele ia dar e transformou-o num beijo no rosto - Levi tá no carro, se comporte.

   Poncho: Ah, é? - Olhou  para o interior do carro e acenou, depois voltou-se para Any - Achei que ele vinha amanhã.

   Any: Quem é aquela?

   Poncho: Oi? - Perguntou, confundido.

   Any: A que tava conversando contigo cheia de sorrisinhos. Quem é?

   Poncho: Ciúmes, Portilla?

   Any: Prevenção, Herrera. - Cruzou os braços - Você não respondeu minha pergunta.

   Poncho: É enfermeira daqui, só isso. Estava me perguntando sobre Ucker. Diz pra Mai se cuidar, tem concorrência pesada por aí...

   Any: Hum. Sei.

   Poncho: Vai me dizer o que veio fazer aqui?

   Any: Você viu, meu marido tá aqui.

   Poncho: Uhum.

   Any: Eu não posso sair hoje. Não vai dar, não esse fim de semana.

   Poncho: De novo? Tem mais de duas semanas que a gente não fica junto, Any.

   Any: Você não vai morrer por isso.

   Poncho: Sabe qual o problema? Você vai chegar em casa daqui a pouco, vai ficar com seu filho, jantar e depois pode ir pra cama com ele, se quiser. Eu não posso porque você não quer, como se fosse minha dona. Isso é justo?

   Any: A vida não é justa, Herrera.

   Poncho: E você é muito irritante quando começa a falar com esse ar de 'eu sei de tudo e sou superior'.

   Any: Se não tá satisfeito... - Deu os ombros.

   Poncho: Talvez eu não esteja. - Se virou e saiu de perto dela, sem olhar pra trás. Bufando de irritação, jogou o resto do cachorro-quente fora.

Anahí demorou um ou dois segundos para entender o que havia acontecido. Por fim voltou para o carro, sem dar a Levi sinais de qualquer emoção. Mas, por dentro, a atitude imatura de Poncho a enchia de perguntas. Perguntas que, pelo visto, só seriam respondidas depois daquele fim de semana.