Fanfic: Bella Traición | Tema: Anahi Y Alfonso

   Pato: Terminamos, enfim.

   Any: Todos atingiram a meta, como sempre.

   Pato: Mesmo não concordando com seu método de assustar essas pobres crianças, eu tenho que confessar que funciona muito bem.

   Any: Algumas dessas pobres crianças tem nossa idade.

   Pato: Mas ainda engatinhavam na medicina prática quando chegaram aqui.

   Any: Somos bons no que fazemos, Pato.

   Pato: Vou comer alguma coisa, me acompanha?

   Any: Não, vou na sala da residência amedrontar eles um pouco, afinal ainda têm uns dias de trabalho. E depois, casa.

   Pato: Tudo bem. Ficou bonito, aliás. - Pegou uma mecha do cabelo dela, que havia pintado de castanho.

   Any: Obrigada. - Sorriu - Até amanhã, Pato.

   Pato: Até.

No fim do período de residência Patricio e Anahí juntavam todas as avaliações de frequência, pontualidade, interesse, relacionamento com o paciente e equipe de saúde, comportamento ético e tantas outras que faziam e entregavam a seus supervisores, que, a partir de toda a documentação recebida, avaliavam se os residentes estavam prontos ou não para seguir a especialização que escolheram.

Consequentemente, o desempenho de Patricio e Anahí também era medido por ali.

Chegando perto da sala Any escutou a voz de Poncho falando, e outras tantas rindo dele. Palhaço.

Verdade que havia desistido, mal olhava para ela, e dessa vez parecia definitivo. Ou melhor, era. Ele e Ucker, como era de se esperar, haviam sido contratados pelo Hospital do Câncer. Anahi provavelmente nunca mais veria Poncho, a menos que Maite resolvesse se meter naquilo.

   Poncho: ... Nem acredito! Nunca mais sentir essa pressão de que tenho mil pessoas me vigiando, como se eu pudesse cometer uma loucura a qualquer momento. O clima aqui é muito pesado, tenho pena de vocês que ainda ficarão aqui. - Anahi escutava próxima da porta - Sem Pato e lições de moral, sem aquela diretora que mais parece um castor carrancudo, e, claro, sem a minha querida Megera!

   Ucker: De volta com esse apelido?

   Poncho: Tenho que passar para os que ficam, oras. Espero nunca mais ter que olhar pra aquela cara fechada. Juro que tinha pesadelos de noite por causa dela, juro! - Any apurou os ouvidos - Cara, eu espero que vocês que ficam não tenham problemas com essa mulher, minha vida aqui foi um inferno, e tudo por ela. - Ela falava com um tom mais sério - Não deviam deixar pessoas com conflitos sexuais mal resolvidos como ela trabalhar. - Novas risadas. Any pode escutar a voz de Ucker numa advertência - Porque se não for esse o problema, eu não sei mais de nada.

Enquanto as risadas cresciam na sala, Anahí apareceu na porta. Seis residentes estavam ali, além de Poncho, que abraçava Karen, e Ucker, que desenhava no quadro, sério. Uma outra menina também não ria, concentrada em um livro.

   Any: Herrera, Cortês, Torres, Cabañas, Rybak e Martin, imagino o quanto deve estar bom falar mal de mim pelas minhas costas, mas devo lembrar que alguns de vocês ainda vão ter que me aturar por um bom tempo e, acreditem, eu vou me lembrar disso mais tarde. Dr. Herrera e Dra. Martin, não é porque vocês só têm mais cinco dias de trabalho aqui que podem se jogar no sofá e esquecer do mundo. Vocês podem ter que passar mais uns dias aqui, meses. - Antes de se virar para sair dali, se dirijiu a Poncho - Você, Alfonso, ao invés de se preocupar com quantas vezes eu transo por dia devia tomar conta da sua própria vida. Quando foi a última vez que uma mulher te disse que gostava de você, que te amava? Até onde sei a última vez que isso quase aconteceu você estragou tudo traindo a confiança dela.

Ucker arregalou os olhos e encarou Poncho, que mirava a porta, sem graça, sem saber o que dizer.

   Ucker: Poncho! - Largou o pincel e foi até o amigo. Puxou-o pela camisa e fez que se levantasse - Poncho, pelo menos uma vez na vida trata de ser homem de verdade e vai atrás dela. - Disse entre dentes - Anda! - Empurrou o amigo.

   Poncho: Não.

   Ucker: O quê?! - Puxou Poncho pelo braço, que, ainda meio atordoado, deixou-se levar para fora da sala, longe dos outros - Ela praticamente disse que te ama e você vai deixar as coisas assim?

   Poncho: Não posso fazer nada, Ucker. - Ainda estava confundido pelas palavras dela.

   Ucker: Que tal dizer que vive resmungando pelos cantos desde que vocês cortaram? Que todo esse jeito marrento é uma proteção tua, porque você tem medo de como ela mexe contigo? Que você sonha com ela direto, e que uma vez acordou eu, Mai e Dul chamando por ela?

   Poncho: De onde você tirou tudo isso?

   Ucker: Amigo, lembra? - Deu um sorrisinho - Tudo bem, se não quiser não precisa se declarar, mas você deixou ela magoada por tempo demais... Chega, bro. Só vai lá e acaba com essa confusão.

Poncho assentiu com a cabeça, devagar. Correu para as escadas, esperando que Anahí ainda estivesse na garagem.

Não estava. O estacionamento estava tão vazio quanto deveria. Mas o carro dela ainda estava ali.

Anahí ainda estava no hospital... Poncho precisava encontrá-la antes que a coragem que nascera em si fosse embora. Onde? Onde?