Fanfic: Bella Traición | Tema: Anahi Y Alfonso

O vento de fim de tarde fazia os cabelos de Anahí balançarem, como se dançassem. O terraço dava uma vista incrível da cidade, da praia... Poncho não se impressionou ao encontrá-la ali.

Bem, agora teria que falar.

   Poncho: Anahí.

   Any: Ah não, por favor. - Continuou a olhar fixamente para o horizonte, onde podia enxergar o mar.

   Poncho: Agora nós temos que conversar. Dessa vez você não pode fugir. Eu... - Andou até ela, meio hesitante - Você sabe, o que eu disse não é verdade. Eu só disse aquilo porque... Porque...

   Any: Porque eu estava longe e você não imaginou que podia me magoar? - Ela se virou - Acredite, foi bem pior do que se você tivesse dito olhando nos meus olhos.

   Poncho: É da boca pra fora, você sabe.

   Any: Só piora as coisas.

   Poncho: Me diz o que eu faço pra melhorar, então. - Ela não respondeu - Droga, você disse que quando eu parasse de fingir que sou o melhor conversava comigo, mas eu tô aqui e você só fica quieta.

   Any: Não acha que é tarde?

   Poncho: Eu tô tentando, não tô?

   Any: Não importa, a gente vai parar de ser ver em poucos dias. Não tem mais que tentar se dar bem comigo.

   Poncho: Quem te disse que eu faço isso só pelo trabalho? Pela convivência? Any, eu gosto de você. Aquele dia que te perguntei se você sente minha falta, não era pra me gabar. Eu queria saber porque eu sinto sua falta.

Anahi cruzou os braços e desviou o olhar do dele.

   Poncho: É sério. - Segurou um dos braços dela - Você acha que eu fico feliz vendo você triste pelos cantos porque alguma coisa na sua vida deu errado? Eu vejo que você não é feliz, acha que gosto disso?

Any encarou Poncho, deixando que seus olhos se enchessem. Mordeu o lábio inferior, não queria chorar. E antes que isso acontecesse, abraçou Poncho com força, escondendo o rosto na curva do pescoço dele.

Ele retribuiu, apertando aquele pequeno corpo contra o seu. Daria todo o conforto que poderia a ela.

   Poncho: Me deixa te ajudar. Me deixa te mostrar quem eu sou de verdade, o que eu sinto... - Esfregava as mãos de leve nas costas dela.

Ela ergueu o rosto, os dois se olharam. Poncho não hesitou nem por um segundo.

O beijo não foi calmo, como supostamente deveria. Foi um beijo de saudades, cheio de movimentos, mas não por isso foi menos carinhoso. Poncho empurrou Anahí até o pequeno muro que batia na cintura dela e prensou o quadril dela com o seu, enquanto deslizava a língua com rapidez pela boca dela. A atração que seus corpos tinham um pelo outro era incontrolável num momento como aquele.

   Ucker: Karen!

Eles se separam e procuraram, ainda extasiados pelo momento, a origem do grito. Encontraram Karen parada na porta que dava para o terraço. Logo depois Ucker surgiu, ofegante.

   Karen: É claro... Não tinha como... não era lógico... Você finge muito bem, Poncho. Parabéns, eu acho. - Depois de trombar com Ucker ela correu escadas abaixo, deixando os três atônitos no terraço.

   Ucker: Ela achou estranho o que eu disse, como você saiu correndo atrás dela e foi te procurar. Eu tentei impedi.

   Poncho: Tudo bem.

   Any: Vai atrás dela. - Poncho a olhou, surpreso - Você veio atrás de mim, não foi? Ela também precisa de uma explicação. Só não precisa reconfortar ela como você fez comigo, hein? - Apontava o dedo pra ele - Senão eu corto seu parquinho fora.

   Poncho: Vou passar na sua casa mais tarde.

   Any: Estarei esperando. - Deu um tapa na bunda dele.

Poncho correu escadas abaixo, deixando Ucker e Any a sós.

   Ucker: Maite vai ter que se virar pra me dar meu prêmio hoje. - Ele tinha um sorriso largo no rosto - Eu e ela apostamos que quem conseguisse dar um empurrão em vocês ganharia uma noite do jeito que quisesse.

   Any: Você devia conviver menos com ela. - Foi até ele, desciam as escadas juntos - E Dulce? Já tá na hora do bebê nascer, não?

   Ucker: Hunf - Fechou a cara -, Dulce está... Namorando. Hunf! Com a barriga daquele tamanho e saindo com aquele franguinho, o Diego... Hunf! - Sacodiu a cabeça, mudando a feição - Mas sim, já passou da hora de nascer. Teremos que esperar mais duas semanas, se nada acontecer o parto está marcado. Já passou dos nove meses.

   Any: Sua família já sabe a verdade?

   Ucker: Não. Ela não teve coragem de contar, quer que eles saibam só quando Bruna já estiver em seus braços. Eles vão ficar irados com nós dois de qualquer jeito, precisamos de alguma coisa que acalme essas feras.

   Any: Vocês são loucos.

   Ucker: Loucos, nós? Louca é você, que tem coragem de tentar consertar meu amigo.

   Any: Tenho alguma chance? - Sondou.

   Ucker: Todas, mas não deixa ele saber que te disse isso. - Piscou.

Anahí assentiu, feliz como nunca havia estado nos últimos dias. Talvez fosse verdade que antes de algo melhorar, tinha que piorar.