Fanfic: Bella Traición | Tema: Anahi Y Alfonso

Poncho pediu o sorvete e voltou a olhar para a árvore onde Levi estava enquanto esperava. Ele não estava lá.

   Levi: Alfonso? - Poncho escutou atrás de si.

   Poncho: Levi. - Virou-se. Levi estava sozinho, ele podia ver a mulher e o bebê a alguns metros.

   Levi: Que surpresa ver você aqui...

   Poncho: É, tirei esse fim de semana pra mim... Vim com meus amigos, mas já estamos indo. Amanhã todo mundo trabalha. Eu e a Anahí, inclusive, pegamos plantão de madrugada, mas eu no Hospital do Câncer... Minha residência acabou, sabe? - Pegou o sorvete de Matt e pagou.

   Levi: Anahí? Ela -

   Poncho: Veio sim. E, meu amigo, ela não gostou de te ver com a mulher e a garotinha ali. - Indicou - Mas isso não é assunto meu, certo? Vou levar o sorvete do Matt antes que derreta. Até mais. - Sorriu antes de dar as costas para um Levi sem reação.

A viagem de volta não foi nem de perto proveitosa como a de ida. Anahí foi com o filho atrás, sem falar nada. Tudo que Poncho pôde fazer foi corresponder aos olhares preocupados de Maite, que sequer sabia o que estava acontecendo.

         Horas depois.

   Poncho: Vai falar comigo agora? - Perguntou enquanto ela fechava a porta do quarto de filho, que dormia.

   Any: Falar o quê? - Foi para a sala, sabendo que ele a seguiria.

   Poncho: Não sei, mas não deve ser bom ficar assim. Se quiser eu chamo a Mai, afinal eu não sou o melhor conselheiro do mundo... ainda mais agora.

   Any: Não tem nada, Poncho. - Abriu a porta da sacada e estremeceu ao sentir uma rajada de vento e o cheiro de mar - Eu tinha dito que ia me separar, não é? Pelo visto ele decidiu o mesmo, mas esqueceu de me avisar.

   Poncho: Aposto que se fosse eu você já teria xingado de infinitas formas.

   Any: Óbvio, porque eu me importaria. Mas não vou perder tempo xingando um filho da puta desgraçado e mal comido como ele. Não vale a pena... - Sorriu de canto.

   Poncho: Você não tá com raiva mesmo?

   Any: Só um pouco, talvez muita. Mas você não precisa ouvir meus gritos, não é? - Se aproximou e pousou as mãos no peitoral dele.

   Poncho: Mas se você quiser... - Abraçou-a pela cintura - É tanto tempo convivendo com você que já tô acostumado, Megera.

   Any: Megera é a mãe.

   Poncho: Não a minha, te garanto. Você vai ver que doce de mulher ela é.

   Any: Vou ver?

   Poncho: Quando se conhecerem, óbvio. Minha mãe deve estar louca pra conhecer a mulher que pôs o filho dela nos eixos. Pelo menos é isso que a Mari andou espalhando pra família.

   Any: Sua prima?

   Poncho: A própria.

   Any: Nós não estávamos juntos quando ela esteve aqui.

   Poncho: Aquela mulher enxerga mais coisas que se pode imaginar, acredite. - Deu um beijinho no rosto dela.

   Any: Ela acha que eu te pus nos eixos?

   Poncho: Uhum. - Colou a testa na dela.

   Any: Isso é verdade?

   Poncho: A mais pura. - Beijou a boca dela, de leve.

   Any: Acho que te amo. - Fez uma caretinha engraçada.

   Poncho: Acha? - Imitou a careta - Eu tenho certeza... - Esperou a surpresa atingir o rosto dela para completar - que você me ama.

   Any: Você é tão idiota. - Se separou dele e deu as costas, voltando a olhar para o mar pela sacada.

   Poncho: E você gosta de mim assim. - Atrás dela, pegou as suas mãos e entrelaçou às suas enquanto beijava o pescoço dela - E eu gosto de você assim, rabugenta. Eu te amo assim. - Sussurrou.

   Any: Você não tá falando isso só porque eu falei, não é?

Poncho percebeu que ela estava séria demais. Ah, mulheres... Elas não mudam.

   Poncho: Pergunta pro seu irmão o que eu disse pra ele mais cedo, depois do almoço. Eu tô falando a verdade, juro.

   Any: Não sei se devo acreditar. - Virou o rosto para poder olhar diretamente para ele - Até uns meses atrás um homem aí dizia que morria por mim... Mentira, pelo visto.

   Poncho: Com o tempo eu vou te fazer acreditar.

Anahí não respondeu. Deixou que Poncho a aninhasse em seus braços e continuou olhando para a praia, o mar, deixando os pensamentos fluírem em sua cabeça.

A porta do apartamento se abriu e nenhum dos dois se mexeu. O barulho de chaves no vidro da mesinha de centro atingiu seu ouvidos e em seguida uma voz.

   Levi: Anahí?

O casal na sacada se virou, sem se separar. Levi estava parado no meio da sala, Mellanie estava na soleira, um bebê dormindo nos braços. Poncho quase pôde ouvir um estalo de compreensão na cabeça de Levi quando o olhar dele parou nas mãos do casal, juntas.