Fanfic: Bella Traición | Tema: Anahi Y Alfonso

   Levi: Pode entrar, Mel. - Se virou, querendo tirar da cabeça a cena que se desenrolava ali. Fez Mellanie entrar e fechou a porta - Onde está o Matias?

   Any: Dormindo.

   Levi: Nós dois temos que conversar... Definitivamente.

   Any: Se você diz. - Deu os ombros, como se não se importasse.

   Levi: Você poderia dar licença, Alfonso?

   Any: Não, ele não pode. - Respondeu por Poncho.

   Levi: Alfonso? - Ignorou a esposa.

   Poncho: Se ela não quer, não saio. - Sorriu se jogando no sofá - Acho que vocês também deveriam se sentar... A coisa vai ser longa, pelo visto.

   Any: Muito pelo contrário, acho que as coisas já estão mais que resolvidas. - Sentou-se ao lado de Poncho - Arrumo um advogado, Levi arruma um pra ele, nos separamos, fim.

   Levi: Não, Any. Não é tão simples, eu te devo explicações.

Anahí revirou os olhos, esperou que ele e a mulher se sentassem.

   Levi: Any, esta é Mellanie. Nós nos conhecemos no trabalho e -

   Any: E se apaixonaram. No início você tentou evitar o sentimento, mas era forte demais. Então você decidiu ignorar que tinha uma esposa e um filho para viver um romance proibido. Vamos pular essa parte da história, sim? E também a em que você se torna pai de novo e esquece que tem outro filho.

   Levi: Eu não esqueci dele nem por um segundo! Pensava em vocês o tempo inteiro, em como dizer a verdade... Mas Sophie nasceu doente e as complicações só aumentavam... Eu não podia simplesmente largar tudo e vir passar um fim de semana aqui como se nada acontecesse.

   Any: Você podia ter dito a verdade desde o começo, pouparia muita coisa.

   Levi: Você fala como se fosse fácil, mas eu não fui o único a esconder coisas por aqui... - Indicou com a cabeça o carinho que Poncho fazia na coxa dela, com intuito de acalmá-la - Você nem deve ter sentido minha falta, afinal tinha ele.

Verdade seja dita, ele não estava gostando nem um pouco de saber ela não era fiél. Sentia algo muito estranho em si, como um vazio.

   Poncho: Errado, cara. Ela sentia sim sua falta, e aposto que se você estivesse aqui eu nã teria conseguido me aproximar. Quando tudo começou ela até me chamava pelo seu nome, uma vez ou outra... - Any arregalou os olhos para ele - Acontecia, sim. Mas no começo eu não me importava... E quando passei a me importar ela não dizia nenhum outro nome que não fosse o meu.

   Mel: Isso também aconteceu conosco. - A mulher finalmente falou, sua voz melodiosa em contraste com o sotaque fez todos se prenderem às suas palavras - Ele sofreu tanto até admitir e aceitar o que acontecia... Quando engravidei, então, foi o limite. Eu quase voltei para meu país, ele só fazia falar de você, como contar, como suportar a separação... Isso não me fazia nada bem.

   Any: Você brincou comigo, Levi, esse é o problema. Você, você não imaginou o que eu sentia ao saber que passaria outra noite sozinha? - Poncho percebeu que ela estava se irritando, a voz começava a ficar quebradiça - Você não pensou no mal que me fazia por não transar comigo? Como se eu não fosse atraente, como se...

   Poncho: Calma.

   Any: Calma nada! Eu sofri à toa, droga! Eu evitei e fugi do Poncho por tempos, quando tudo que queria era me entregar a ele, pela simples necessidade de me sentir mulher! - Ela começava a gritar - Por Deus, custava me dizer o que acontecia? Pelo menos dizer que estava confuso?! Que a culpa não era minha?

   Poncho: Any, você vai acordar a bebê.

Por pouco ela não soltou um 'foda-se', mas soube se conter. O problema não era com Mellanie ou Sophie.

   Any: Quando Poncho apareceu eu fiz até o impossível pra não cair na dele, mas parecia que nem isso era suficiente pra deter esse idiota! - Olhou feio pra ele - E então ele me oferecia tudo que eu precisava: carinho, afeto, mesmo que disfarçados de puro sexo. E quanto mais nós nos aproximamos, mais você se afastou.

   Levi: Eu queria muito que as coisas tivessem sido diferentes. Queria ter tido coragem quando devia.

   Any: Querer agora não adianta nada. Já passou. Agora temos que tratar da separação.

Levi hesitou. Se seprar dela não era algo que queria, mesmo depois de tudo. Entretanto, que outra escolha ele tinha?

Um chorinho fez que ele parasse antes mesmo de começar a falar. Um chorinho bem estranho, que ele tinha certeza nnca ter escutado.

   Poncho: Ty. Onde você o deixou?

   Any: Na área, onde mais?

   Poncho: Pobrezinho, tá perdendo toda a emoção... Vou lá soltá-lo.

   Any: Poncho, não.

   Poncho: Quê? Isso aqui tá parecendo final de novela, é óbvio que ele quer assistir. Acho que vou fazer pipoca e ligar lá pra casa pra chamar a Mai pra assitir comigo. - Brincou. Ele soltou o cachorrinho e voltou para a sala, a bolinha de pelos logo atrás de si. Por fim pegou o cachorrinho e deixou em seu colo.

   Levi: Que é isso?

   Poncho: Um Bernese. Tyler.

   Levi: Como isso surgiu aqui?

   Any: Poncho comprou pro Matt esse fim de semana.

   Levi: E você deixou?

   Any: Não. Fazer o quê?

   Levi: Um cachorro, Any...

   Any: Um cachorro, e aí? Não venha reclamar nem nada, você sumiu há semanas! Matt se encantou com esse cachorro, eu não posso fazer mais nada a respeito.

   Levi: E se ele tiver alguma alergia, se esse bicho crescer demais e -

   Any: Você não estava aqui pra falar isso antes, não é? Tarde demais. Seu filho mal precisa de você... Quase não pergunta por você... Há umas semanas que tudo se tranformou em Tio Poncho, Tio Chris e Tio Ucker. Isso é o pior, Levi. O problema não era exclusivamente eu, mas o nosso filho. Você esqueceu dele! Você tá deixando ele arrumar outro pai, porque é isso que Poncho tá virando.

   Levi: Claro, e o que ele pensaria ao ver você se esfregando nele pela casa?

   Poncho: Opa, calma lá, amigo. Não vai falar dela assim na minha frente não. - Pela primeira vez Poncho desfez o semblante relaxado - E seu filho não sabe de nada, nunca soube e só vai saber quando o papel do divórcio for assinado. Se o que any falou é verdade é porque sim, eu estou sempre por aqui. Mas voltamos à velha história: eu estou porque você não estava.

   Levi: Ótimo, a culpa é toda minha! - Agora o irritado era ele - Vamos, continuem me acusando! Eu fizx a merda toda de propósito, eu quis ferir minha mulher e meu filho, eu quis me apaixonar pela Mel e machucá-la também, eu quis! E aí? Será que eu não posso sofrer também? Assumo a culpa, mas eu [i]sofro[/i] por isso, se é que vocês podem entender isso.

   Mel: Eu acho que essa discussão não leva a nada, a não ser que vocês queiram acordar minha filha e o de vocês.

   Any: Tem razão. Nós vamos nos divorciar, Levi, não há nada para se discutir aqui. Nós dois já temos vidas separadas, a única coisa que nos une é um papel.

   Levi: Ótimo. Sendo assim vou agora mesmo pegar minhas coisas que ficam aqui. - Sem esperar que alguém falasse ele foi para o quarto.

   Poncho: Vai atrás dele... Imagino que existam coisas que vocês não querem falar perto da gente. - Sussurrou no ouvido de Anahí. Ela, sem dizer nada, fez o que ele disse. - Hm, Mellanie, posso te oferecer água, alguma coisa pra comer...?

   Mel: Tudo bem, acho. - Levantou e acompanhou Poncho e o pomposo filhotinho até a cozinha.

Poncho engatou uma conversa sobre Sophie para distrair-se e distrair Mellanie. Não era confortável pensar em Anahí e Levi sozinhos, apesar de tudo.

No quarto Levi pegava suas roupas de qualquer jeito e jogava na mala, sendo observado por Anahí.

   Levi: Eu queria muito ter acabado de forma diferente. Me desculpe, Any, de verdade. - Acabou fechando a mala lotada - O resto eu não posso levar hoje.

   Any: Preciso que você me prometa duas coisas.

Ele encarou a esposa, esperando.

   Any: Primeira: por mais que Poncho esteja aqui e Matt um dia o chame de pai, você é o pai dele. Não se esqueça disso. Segunda: se você não gosta dela de verdade, ou pelo menos não como pensou que gostava, não cometa a mesma besteira que cometeu comigo. Promete que vai fazer o que te peço?

   Levi: Prometo... É tão evidente assim? Minha confusão.

   Any: O bastante para machucá-la.

   Levi: Acho que no fundo queria... bem, queria resolver tudo e voltar ao que éramos há um ano.

   Any: Isso é impossível.

   Levi: Você não tem medo?

   Any: De quê?

   Levi: Ele não me inspira segurança. Parece que hoje tá aqui mas amanhã pode terminar tudo sem mais nem menos...

   Any: É o jeito dele. E, apesar de ter tudo contra, eu confiaria minha vida a ele.

   Levi: Porque está apaixonada.

   Any: Porque eu o amo. E ele me ama, se você o conhecesse bem perceberia o quanto isso é verdade. ele tá lá dando uma de forte e seguro, mas no mínimo tá se remoendo com medo do que pode estar acontecendo aqui.

   Levi: Não me convence. Você não pode ter me esquecido tão rápido e se apaixonado de repente. - Se aproximou dela - Não pode... - Se aproximou para beijá-la, mas Anahí desviou.

   Any: Não. - Suspirou, já cansada de tudo. O dia havia sido longo demais - Por favor, vá embora.

Ele não se mexeu por segundos, mas enfim pegou a mala.

   Levi: Depois não diga que não te avisei. Esse cara pode te trazer muitos problemas. - Saiu do quarto.

   Any: Vale a pena. - Respondeu, sem saber se ele havia escutado.

Pouco depois escutou a porta da sala abrir e fechar. Poncho não demorou muito.

   Poncho: Tudo bem?

   Any: Foi mais fácil que esperava, na verdade. - Foi até ele e abriu os braços, pedindo um abraço.

Ele não hesitou nem dois segundos antes de abraçá-la e beijá-la.