Fanfics Brasil - A Morte Assumirá Outro Nome Reis, Magos e Monstros

Fanfic: Reis, Magos e Monstros | Tema: Original, Fantasia, Magia, Intrigas de Poder


Capítulo: A Morte Assumirá Outro Nome

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As lágrimas da rainha foram congeladas pela briza gélida da morte .... assim as sombras se tornam a maior aliada de sua sorte ... entregue-se as trevas... destrua ...


 


***


Em seu quarto escuro, Ciro Du`ork sonha com um julgamento real, executado p ela a Guarda do Sol, a guarda de elite pessoal da família real, esta estava acusando um homem de praticas ilegais de feitiçaria e conspiração contra o reino. Ciro tenta ver o rosto do suposto feiticeiro, mas a multidão era tão grande que ele não conseguia observar praticamente nada do julgamento, só conseguia ouvi-lo dizendo que o reino de Parsaii seria dominado pelas trevas que sairá de baixo da terra e que o céu pegara fogo


A magia que me move não é e nunca foi das trevas! Me liberte ó grande rei! Eu posso salvar o seu reino, antes que as trevas se enraízem nele, antes que o mal domine o seu coração ... – gritava o homem – não me mate, eu sinto o céu pegando fogo, sinto isso no meus ossos .... tudo que acontecerá com o seu povo será de sua total responsabilidade! O seu povo amargará muito por conta de sua cegueira pelo poder! E quando o senhor conseguir ver quem são seus reais inimigos .... será tarde demais, o senhor já vai se encontrar em uma profundeza que não terá uma escada ou corda que ajudará vossa alteza a sair desta! - continuou o homem.


Ao empurrar as pessoas que estão assistindo esse “julgamento”, Ciro finalmente conseguiu olhar para o homem que está sendo julgado, sendo que este estava com um capuz branco, cobrindo-lhe o rosto. O homem estava trajando uma túnica grande e branca, que cobria todo seu corpo, essa veste é um dos “trajes” de todos os criminosos que são julgados em um julgamento Real, a cor branca era para os crimes de magia, o azul para os crimes de roubo, o verde para crimes relacionados com assassinatos, o roxo para crimes relacionados a conspiração contra o rei e seu reino, e o preto para o crime de regicídio.


O carrasco então amarrou o homem em um circulo talhado em mármore negro, que só existe no reino de Yôhay, no deserto de Hanzah. E então o rei Danniel II que estava em seu camarote real, disse:




  • Diga-me feiticeiro, você se considera culpado de seus crimes contra a coroa, utilizando magia negra? - falou com um tom de arrogância e desprezo.




  • Eu só posso me considerar inocente! Eu nunca faria nada contra o senhor, tão pouco contra a sua família! O senhor deve acreditar em mim... - soluçou o homem, com uma voz trêmula de choro.




  • Eu nunca acreditarei em nada de sai da boca de um feiticeiro! Sua raça sabe enganar com as palavras, vocês devem ser extintos do mundo – gritou o rei.




  • Tome cuidado ó nobre rei! Existe uma cobra que dorme do seu lado e ...




  • Cale-se! - esbravejou do rei – Senor Antonni Daart, termine com isso!!!




Antonni Daart, era o 1° carrasco Real, este era tão alto e robusto que parecia uma porta feita de rocha, tinha no mínimo 2 metros de altura, e braços tão fortes que poderia quebrar uma porta grossa, com apenas um soco. O carrasco desembainhou a sua espada, que era tão grande quanto ele, por conta de sua infalibilidade em matar os condenados, o povo à apelidou de Senhora dos Condenados. E então Senor Daart pois a Senhora dos Condenados em direção ao rei, para receber a sua benção, e com apenas um cuspi em sua lamina, o rei já havia a abençoado. O carrasco retirou o capuz que cobria o rosto do feiticeiro, e para a surpresa e desespero de Ciro, o homem que estava sendo julgado era ele. E como se por magia, Ciro se sentia dentro do homem julgado, tudo que o homem via, ele também via. E em dado momento o carrasco cortou-lhe a cabeça, e de imediato, a dupla visão terminou, e Ciro estava em seu verdadeiro corpo, e viu o carrasco jogando a “sua” cabeça para o povo, que estava em extasie. E na velocidade de um piscar de olhos, o rapaz viu todos parados olhando fixamente para ele, que se afastava rapidamente da multidão, e quando chegou próximo ao portão sul da cidadela, todos gritaram repetidamente em coro: Assassino do rei!!! Morte ao forasteiro, morte a Kiirlai!!!


 


No mesmo instante Ciro acorda em seu quarto escuro, sem folego, com medo e muito suado, e continuou deitado em sua grande cama - com cobertores cor de vinho e um tecido mais sedoso que veludo – olhando fixamente para o pingente de seu cordão. Pingente este, com forma de um Cedro negro em chamas, o símbolo do brasão que representa a sua família, os Du`ork da cidade-Estado de Baa-lin-on, cuja sua fundação provém da mesma. Tal cidade era como a capital de todas as cinco Cidades-Estado de Kiirlai.


O pingente trazia conforto e coragem para o rapaz, pois foi dado por seu pai Darios Du`orc, rei da cidade de Baa-Lin-On e Senhor supremo das cidades-estados de Kiirlai. Ciro estava concentrado buscando conforto ao olhar o seu pingente, e se assusta quando Eddier Du`ik entra em seu quarto sem bater na porta, abrindo as costinas.


- ACORDA CIRO! A Guarda do Sol encontrou mais um feiticeiro suspeito de ter participado do levante contra o rei! E este, é claro, quer que você compareça no “julgamento”! - falou Eddier com um tom sarcástico.


Eddier Du`ik é um homem de 40 anos, que tinha uma aparência mais velha, pois tinha muitos fios grisalhos em seus cabelos e barba. Se veste sempre com roupas de tons quentes, pois ao nascer sua mãe percebeu que ele não viveria por muito tempo, já que era muito raquítico e doente. Então sua mãe o “entregou” para o pouco cultuado, L`hunier, deus do fogo e da justiça. Eddier foi educado em Baa-lin-on, no pequeno templo de L`hunier, onde aprendeu os princípios da justiça e das filosofias humanas e misticas. Ao passar dos anos Eddier estava se tornando conhecido entre as camadas mais pobres, por financiar muitas expedições pesqueiras para os que não tinham dinheiro para alugar um barco. Esta fama chegou aos ouvidos do rei Darios Du`orc, que ficou impressionado com a iniciativa do homem que se vestia como um sacerdote de um deus antigo. Logo o rei e Eddier se tornaram amigos, pois para Darios, o homem que ajuda os mais pobres em vez de simplesmente os explorarem, merece ao respeito eterno do rei.


Ao passar dos anos, Darios e Eddier se tornaram cada vez mais amigos, a confiança do rei para o sacerdote era tão grande, que o tornou membro do Conselho de Baa-lin-on, e seu Pluma de Ouro, que era uma espécie de “braço direito” do rei, quando o monarca se ausentar do trono por diversas razões (especialmente na morte), o Pluma de Ouro subiria ao trono para garantir que o herdeiro legitimo e direto do rei tenha os seus direitos de hereditariedade, e que após um mês da morte do monarca, este suba ao trono e seja coroado rei.


Ao ouvir tal notícia, Ciro se assusta e inevitavelmente lembra-se de seu sonho. Indignado falou:


 


Mas... mas como eles têm certeza que este homem está relacionado a um levante que ocorreu há uns 10 anos atrás? - falou o rapaz levantado-se da cama, sem camisa, apenas com uma calça de ninho branca - As vezes me parece que o rei não esta mas agindo racionalmente, só nesse mês já foram 7 pessoas “julgadas”, sendo que nenhuma vez foi comprovado que elas tinham ligações com magia! Isso tem qu...


 


Cale a boca, Ciro. –- Bradou Eddier. Pois se alguém o ouvisse, o rapaz seria o próximo a ser julgado por traição e conspiração contra o rei e a soberania territorial do reino de Parsaii, e que isso iria, por fim, em uma aliança entre Parsaii e as Cidades de Kiilai, aliança essa que dura há quase 300 anos. – Arrume-se logo, e lembre-se, você não está aqui para julgar o que é certo ou errado, está aqui não é sua casa, nem tão pouco sua terra natal! Este rei está perdendo sua razão aos poucos, ou seja, construa uma boa amizade com seus filhos, pôs eles são o futuro desse reino ... e que esse futuro chegue logo... - disse Eddier segurando forte o braço de Ciro e olhando em seus olhos, com um olhar cortante.


Mesmo contrariado, Ciro foi ao encontro do rei no Pátio da Justiça – um grande monumento de pedras cinzas avermelhadas, com 3 metros de distância entre a sua base e o topo que é plano, e nele há um grande circulo talhado de mármore negro, com correntes presas para pender o julgado, e de seu lado, um tronco feito de metal, que também possuía correntes. Este grande monumento se localizava na praça da Justiça anexada a uma rua muito movimentada, e com isso já tinha uma grande aglomeração de populares para assistir ao novo julgamento. Em sua grande maioria pessoas pobres, como roupas esfarrapadas e sujas, com uma mistura do cheiro de esterco e mofo.


Ciro estava vestido com uma calça feita de algodão negro, uma camisa longa preta, feita de zirta, uma espécie de tecido mais leve que a seda e o cetim, um par de botinas negras e um cinto verde-escuro. Suas vestem tinham como um objetivo próprio de ir contra o ato de autoritarismo irracional do rei, mas todos apenas acharam que ele estava de luto pela alma do feiticeiro.


Ao chegar perto do camarote real, avistou Allana Loudeiros, princesa de Parsai. Uma jovem de 16 anos, com os cabelos ondulados e negros como a meia-noite. De pele morena como de um pescador e olhos verdes como jades. Trajava um vestido azul água, com flores bordadas a ouro e detalhes dourados em suas bordas. Allana acenou para o príncipe de Baa-lin-on, que logo foi ao seu encontro. Chegando lá Ciro falou-lhe que se não fosse pela ocasião falaria que ela está linda, e então a moça retribui a gentileza falando que ele também estava muito bonito, apesar de vestir-se todo de preto, pois essa, na opinião dela, é uma cor muito mórbida para um dia de comemorações, pois o mundo estava mais próximo a perfeição, já que mais um feiticeiro seria morto.


Tentando não acreditar no que acabou de ouvir de Allana, Ciro perguntou para a moça, se ela sabia onde se encontrava Murilo.


A última vez que eu vi o meu “irmãozinho”, foi ontem a noite, conversando com a vadia da Mahie Sierre! Eu acho incrível como o pai dessa “zinha” ainda quer casá-la com um homem de bens e honra, ele deve achar que o seu título de Signhor dos bosques orientais vai ajudar a apagar a má reputação da filha dele – disse Allana em tom venenoso e cômico - acho que nem se ele fosse o rei de Parssai, ela conseguiria um bom casamento. Ninguém quer uma flor que a metade do reino já sentiu o cheiro. Ele deveria casá-la com um fazendeiro, pois só sendo um fazendeiro para saber lidar com galinhas do tipo dela – finalizou Allana, e após isso bebeu uma taça de vinho com largos goles.


Ao ouvir a princesa, Ciro ficou sem palavras por alguns segundos.


... então quer dizer que você sente ciúmes do seu irmão? Que bonitinho, a irmãzinha com ciúmes do irmãozinho – brincou Ciro gargalhando. - Por favor não me responda agora, vamos espera o Murilo chegar e ai você me responde - e então Ciro se sentou ao lado de Allana, que ficou irritada com a brincadeira. E então o rapaz sentiu uma mão grande e forte batendo de leve em seu ombro como se fosse uma pessoa chamando-o, e quando ele se virou viu que era o rei que estava convocando-o para uma conversa em particular.


O rei Daniel II era um homem de 45 anos, com poucos cabelos brancos em sua cabeça, com um porte viril e majestoso, com grandes ombros largos, alto e forte. Assim como em todas aparições reais, o rei usava a sua coroa de ouro, seu colete de couro de bisão das montanhas, com o símbolo real de um grifo bordado a ouro no peitoral e uma pele de um Higatore, uma espécie de urso branco que habita a Floresta dos Sussurros. Usar essa pele era uma prova da sua bravura e coragem, pois ele mesmo que caçou e matou o animal que é considerado como um dos mais difíceis de se matar.


Na parte interna do Palácio da Justiça, em uma sala com paredes verdes escuras, com poltronas duras e brancas, uma mesa de carvalho vermelho com diversas garrafas de bebidas, a sala estava com um odor muito forte de cinzas de Carnaxim, que é uma erva alucinógena rara que é fumada através de um cachimbo. Então Danniel pediu para Ciro sentar em uma das poltronas, enquanto ele se sentava em uma grande cadeira.


Então Ciro, daqui a três meses você retornará para a sua família de sangue! Você sabe que eu o tenho como um filho, um filho que eu sempre quis ter, você é inteligente, tem uma personalidade forte, é justo, mais justo até do que eu .... você é digno para ser o rei, não só de Baa-Lin-On, mas também de Parsaii – afirmou o rei, olhando-o nos olhos – ... eu ainda não sei o por que, que os deuses tiraram a vida de Symonne, em vez de tirar a vida do Murilo – suspirou e passou as mão no cabelo - ... por falar nele, onde ele está? - Perguntou o Rei Daniel Loudeiros II, irritado.


- Ele estava se sentindo mal hoje cedo, com certeza ainda esta de repouso, vossa alteza! - respondeu Ciro cinicamente.


-Parece que ele faz de tudo pra me irritar! Ciro você pode arrastá-lo até aqui, por mim?! Eu não quero saber se ele está morrendo ou não, apenas o quero aqui! - esbravejou o rei, dando um forte soco na mesa.




  • Sim majestade já estou indo buscá-lo - respondeu Ciro de cabeça baixa, com um tom de medo e raiva.




  • Majestade”? “Vossa Alteza”? Ciro, você como um filho para mim ... por anos eu gostaria que você me chamasse de pai... pois é assim que eu me sinto, eu me sinto como seu pai – Disse Daniel II, com os olhos marejados pelas lágrimas.




  • Cla..cla...claro! Eu também tenho o senhor como o meu pai....- e então Daniel abraçou Ciro, deixando algumas lágrimas cair e então o rei mandou o rapaz ir até os aposentos de seu filho.




Chegando no Castelo Real, Ciro foi direto para o quarto de Murilo, pois sabia que ele estava lá com Mahie Sierre. Lá chegando, Ciro abriu a porta do quarto e viu os dois dormindo na cama, ambos estavam nus, sendo que Murilo estava descoberto e de bruços.


- Acorda Murilo! O seu pai esta te procurando, e hoje ele está mais nervoso que o habitual! - gritou Ciro, abrindo as pesadas costinas, fazendo com que a forte luz do dia iluminasse o quarto por inteiro.


Então Ciro sentou-se em cima das costas de Murilo, e este já estava acordando.


Bom dia bela dama! Creio que a Signora adorou a noite de ontem, e adorou tanto que não contará nada pra ninguém! Até porque todos nós sabemos que a sua reputação inabalável irá ser manchada aos olhos hipócritas dos monarcas daqui, e provavelmente isso custará uma guerra entre o rei e seu pai disse Ciro sarcasticamente - Então ... a Signora pode nos dá licença? Porque eu tenho que falar agora com o príncipe do falo de ouro! – Falou Ciro com um sorriso e com um tom debochado. Então a bela Mahie Sierre, uma jovem ruiva com olhos verdes e um corpo que parece ter sido desenhado pelos deuses, de tão perfeito, vestiu-se rapidamente e se encaminhou para a saída do quarto, e antes de sair disse:


Bom dia para vocês dois ... espero ter os dois na minha cama um dia desses, tenho certeza que vocês irão se divertir muito, pois eu sei que vou, não são todas que mulheres que tem a oportunidade de ter dois príncipes lindos dividindo a cama com elas – disse a moça fechando a porta, com um sorriso sensual e provocante.


Mahie é filha de Genzio Sierre, o Signor e guardião dos Bosques Orientais. Genzio é o Signor mais religioso e conservador do reino, dizem que na masmorra de seu castelo, localizado na cidade de Tooroy, estão todos os homens que ousaram profanar o nome de sua filha, Mahie Sierre, dizem que existe mais de 100 homens em suas masmorras, nobres ou não, jovens e velhos, vivos ou mortos. Genzio é conhecido por ser um homem truculento e irritado. Por conta de seu temperamento, Genzio governava o seu distrito com mão de ferro, e por conta disso seus vassalos viviam em constantes atritos com ele.


Nem pense que eu vou dividir a Mahie com você, já divido a minha irmã e o meu pai e os meus surdidos, e já tá de bom tamanho! - afirmou Murilo, que tentava levantar-se da cama retirando Ciro de suas costas.




  • Realmente, você não tem que dividi-la comigo, porque eu vou “conduzi-la” sozinho, e depois de mim ela não vai querer mais ninguém! Até porque depois de ter um homem de Kiirlai, os outros só farão cócegas - respondeu Ciro ironizando.




Fazendo muita força, Murilo consegue se levantar ficando em pé sobre a cama, fazendo Ciro cair no chão.


Pelos meus e os seus deuses, vai por uma roupa seu macaco morcego velho! - Exclamou Ciro. - ... e por falar nisso, o seu pai me mandou aqui para te “arrastar” para o Pátio da Justiça, parece que a Guarda do Sol encontrou mais suspeito pela rebelião dos magos. Se eu fosse você, andaria muito rápido porque o rei afirmou que se você não chegasse antes do julgamento começar, você vai passar um mês no calabouço, e você sabe que ele é capaz de fazer isso! - afirmou Ciro.


Meu pai e essa obsessão, um dia ele irá se arrepender de ter causado todas essas mortes – suspirou Murilo, vestindo uma camisa fina- .... Ciro, me faz um favor, pega a minha capa preta que está no meu baú. É sempre bom se prevenir né, ninguém sabe com que tipo de energias esse tal feiticeiro mexe! Esperto é você que já está todo de preto, mas conhecendo você como eu conheço, creio que está vestido assim como uma forma de “ir contra o fluxo”! - disse Murilo sorrindo.


 


***


 


Chegando ao Pátio da Justiça, Murilo e Ciro se sentaram ao lado de Allana, e logo depois Danniel se sentou ao lado de Murilo, e gritou para o publico:


Povo de Parsaii! Hoje nós estamos aqui para assistir ao julgamento de mais um feiticeiro que participou da Rebelião dos Magos, que matou centenas de cidadãos de Parsaii! E hoje, Parsaii irá julgá-lo! Mostraremos para ele e para a sua raça que Parsaii e seu povo são implacáveis, justos e a nossa memória é IMORTAAL!!! - O povo aceitou e ovacionou o discurso do rei, bradando repetidamente por “justiça”.


De uma porta que liga o calabouço à bancada de execução, saiu o acusado, seu nome é Dharo Gozt, que estava vestido com a roupa que os réus usam no dia de sua sentença, uma grande túnica branca que cobria todo o seu corpo, e um capuz que cobria o rosto. Dharo foi preso no grande círculo de mármore negro, pelas pernas e as mão, como em um “X”.


Neste momento Ciro se lembrou do pesadelo que teve de manhã, e seu nervosismo e temor erram perceptíveis, pois estava suando frio, e quando não estava amassando um lenço que usava para secar o seu suor, estava fincando as unhas na manga de sua camisa, até o momento que a rasgo.


Ao rufar dos tambores, o rei levantou de seu acento e bradou novamente:


Cidadãos de Parsaii, hoje como eu já disse a vocês, será julgado mais um monstro sanguinolento que se atreveu a desafiar o vosso rei, EU, e com essa desmedida ele e seus cúmplices assassinaram centenas de pessoas inocentes, mães de família, pais, irmão e filhos! Hoje a justiça será feita, hoje o povo de Parsaii será vingado! Hoje eu o Rei Daniel Loudeiros II em nome do povo parsaico e em nome de todos os deuses residentes no Cedro Dourado, a Ginstânia, declaro você Dharo Gozt culpado pelos crimes de levante contra a soberania de Parsaii, conspiração contra o rei e uso de magia das trevas. E como punição eu o sentencio a MORTE!!! - o povo vibrou pela condenação do dito feiticeiro, e em coro clamavam pela morte de Dharo. – Como eu sou um rei justo, darei a este homem o direito de falar as suas últimas palavras! - proclamou o rei.


O carrasco Antonni Daart retirou o capuz da cabeça de Dharo. E para alívio de Ciro, o rosto do homem nada parecia com o seu. Dharo era um homem magro, que visivelmente foi torturado a noite toda, possuía cabelos e barba longos e loiros, grandes olhos azuis, que olhavam fixamente para a bancada em que o rei e os demais monarcas estavam. Allana, Murilo, Ciro e alguns monarcas ficaram intimidados com o olhar penetrante do feiticeiro, menos Danniel, pôs este estava firme como um bloco de gelo no inverno


 


Por Lizta, esse homem me assusta mais que todos os outros que já foram julgados aqui! Parece que ele está olhando o fundo da nossa alma – sussurrou Allana para Murilo e Ciro.


Acho que finalmente a Guarda do Sol achou um culpado! O que você acha, Ciro? - perguntou Murilo, tentando desviar do olhar de Dharo.


E.. eu .. eu não sei ... mas, com certeza, esse homem possui magia... - respondeu Ciro, que estava encarando fixamente o feiticeiro, e era visível a tensão e o medo que ele apresentava.


Mahie Sierre, que também encontrava-se na bancada real, desmaiou devido ao olhar assustador de Dharo. Seu pai Genzio, presente também ao local, deu-lhe um tapa no rosto para que ela acordasse:


Acorde! Nenhum nobre vai querer casar-se com uma mulher fraca, nem aquela princesinha fútil desmaiou, então pare de se fazer de frágil ou você será a próxima a ser julgada!- disse o Signor dos Bosques Orientais, ao pé do ouvido de sua filha.


Cansado de esperar Dharo se pronunciar, Danniel bateu em uma coluna de madeira que estava em seu lado:


Adiante feiticeiro, você tem alguma coisa para falar, ou quer que o Senor Antonni Daart, faça valer a lei agora? Digo que por mim tanto faz... - disse Daniel, com um olhar cheio de rancor.


Então todos se silenciaram a espera das palavras de Dharo Gozt, e então ele se pronunciou em direção ao rei:


Eu sou inocente de todas essas acusações! Mas será que todos aqui são inocentes? Vocês perseguem o meu povo por anos, e tudo porque um pequeno grupo de fanáticos, usaram a arte negra para tomar o poder! Eles não são, nunca foram e nunca serão a maioria dos que são portadores de magia. Vossa majestade, o senhor assassinou milhares de homens, mulheres, velhos e crianças, buscando saciar a sua sede por vingança, mas todos aqui sabem que o senhor nunca julgou os verdadeiros culpados pela rebelião. Apenas matou inocentes para mostrar ao seu povo, o tamanho do seu poder! O senhor me dá nojo – Dharo cuspiu em direção ao rei – Tudo que VOCÊ fez para o meu e o seu povo, voltara para ti mesmo! - respirou fundo - Mas para o senhor rei Daniel II, devo informá-lo que existe um traidor do seu lado, que conspira com as sombras a queda de vossa alteza! E digo mais, por sua culpa as trevas dominaram esse reino, uma magia tão antiga e sombria sairá de baixo da terra e aterrorizara o mundo! Irmão contra irmão, fogo contra fogo, pai contra filhos. Laminas brilharão para emergir o povo que está envolto as trevas, mas nada adiantara, o fogo gelado soprara na tumba dos antigos e dos novos heróis. Os Yathukis se ergueram quando o fruto do ódio e amor for coroado. A morte assumirá outro nome, e ela se chamará .... - Dharo começa a tossir sangue e gritar por socorro, dizendo que as sombras estão vindo, repetidamente, e então Senor Antonni Daart, o executou levando o povo ao delírio!


Sua cabeça foi posta em uma bandeja de ouro branco, e dada ao rei, que desembainhou uma adaga de aço celeste, e furou os grandes olhos azuis de Dharo, que permaneciam abertos até o momento.


Deixem o corpo desse animal ai mesmo, mas deixe-o em uma posição ... digamos ... na posição que um animal cruza, já que essa noite quem quiser pode violar o corpo desse animal! Porque amanhã no apogeu do sol, ele será esquartejado, salgado e espalhado por cada canto do meu reino – disse Daniel, e o povo gritava de alegria – e outra coisa, diferentemente da tradição geral a cabeça desse porco – risos sádicos – não será queimada, por tanto as cinzas não serão jogas em nenhuma floresta, bosque e nem em um jaro de planta. A desmedida dele foi tão descabida, que ele não merece ser acolhido pelos deuses e espíritos de sua religião, ele merece vagar pelo mundo, por toda a eternidade, sentindo dor, fome, medo e o melhor, verá o nosso reino, verá Parsaii se tornando mais rica e poderosa do que já é, pois os verdadeiros deuses nos sustentam, nos fortalecem e nos fazem prosperar! E quanto a esses selvagens, os deuses cagam pra eles! - finalizou Daniel, limpando a sua adaga suja de sangue, na farda real de Murilo.


Sendo ovacionado pelo povo que ali assistiu a execução do feiticeiro, Danniel encaminhou-se para a parte interna do camarote real, que se ligava com Palácio da Justiça a fim de voltar para o seu palácio, quando ouviu a voz trêmula e alta de Murilo.


 




  • O senhor não pode fazer isso com o corpo de um homem julgado pela mão do rei e em nome dos deuses, de todos os deuses! Todos os reis que são ungidos pelos deuses, juram pela Ginstânia, a morada dos deuses, que irá queimar e nunca profanar o corpo de todas as pessoas que vierem a morrer em nome do rei ou dos deuses, até mesmo se esses forem os seus inimigos, que caírem diante de ti! Todos os reis fazem esse juramento, o Senhor também o fez! Somente os reis selvagens não juram à Ginstânia, o senhor não é um selvagem, não meu pai? - falou Murilo, tão alto que até mesmo os civis que assistiam ao julgamento ouviram e ficaram em silêncio, a espera da resposta do rei.




  • Nossa o que eu estou vendo aqui? Acho que um príncipe esta achando que é rei – risos – pois bem ... eu acho que sei qual foi o juramento que eu fiz, não? Um dos juramentos que eu selei para com a Ginstânia e os deuses que lá residem, de fato fala que eu devo queimar o corpo ou então só a cabeça das pessoas que morrerem em meu nome ou em nome dos deuses, mesmo os inimigos. Como nós sabemos que Dharo Gozt não venerava nenhum deus que reside na Ginstânia, e sim os espíritos sombrios, cuja a função é instaurar a discórdia, o ódio, pragas e o mau sobre a terra. Vocês acham mesmo que esse homem deve ser cremado? Você acha justo que um homem cujo o trabalho era fazer o mal à sua família, tenha um funeral digno? Que pelo menos a cabeça dele seja queimada, assim libertando-o para viver com os seus entes queridos na Ginstânia? - disse Daniel com fúria em seu olhar penetrante e serrando os pulsos.




  • Então deixe que os deuses o julguem, nenhum homem é tão justo quanto os deuses e .... - Murilo não completou a sua frase, pois Daniel lhe deu um soco que o fez cair sobre uma mesa que estava no canto do corredor, com o nariz quebrado.




  • Como ousa falar que EU não sou justou? Eu que governo esse reino com todo o meu amor e justiça! - gritou Daniel, pondo uma mão na cabeça, passando por seus cabelos.




Ainda com ódio, Daniel tentou socar de novo Murilo, que estava caído no chão, ainda tonto por causa do soco. Mas foi impedido por Ciro e Teodoro d`Miz, que o seguraram enquanto Allana e Phedro Pargal levantavam Murilo, que com a ajuda de guardas levaram-no para o palácio.


Daniel ficou furioso e gritou:


Seu covarde! Você não tem coragem de me enfrentar e foge correndo de baixo das saias da sua irmã, covardeee! - Ciro conseguiu tirar Daniel do corredor, e os dois foram para o palácio em um caminho oposto ao que Allana levou Murilo.


Enquanto isso Teodoro d`Miz, tentava contornar toda essa situação para todos que presenciaram o entrave do rei e o príncipe, atribuindo o destempero dos monarcas as maldições que o feiticeiro proferiu antes de morrer. E que ambos iram tomar banhos purificadores que os blindaram contra os maus espíritos.


 



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Autor(a): guiissa

Esta é a unica Fanfic escrita por este autor(a).

Prévia do próximo capítulo

  “...foi ai que eu percebi qual era o meu destino, meu proposito nessa vida ... quando eu estava só naquele buraco escuro, você me mostrou o verdadeiro poder ... as trevas!”     ***   Ciro levou Danniel para a Sala de Banho dos Reis, para fazê-lo tentar relaxar com um banho com essências aromatizantes que s&a ...



Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 5



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  • Roberta_aya Postado em 13/01/2016 - 01:15:13

    Irmaos, estilos diferentes de escrita porem a criatividade e imaginaçao incríveis... Gostei do capitulo. Gostei da forma como os personagens foram expostos, de uma maneira sutil e detalhada, n sei se vc falara mas a frente mas n tinha a descriçao do personagem principal q suponho q seja o Ciro. Correto? Apesar do meu universo de leitura seja outro, gostei de sua iniciativa de postar aqui no site... Poucos sao os meninos q se aventuram por aqui. Continuaaaaa

  • biia_portilla_herrera Postado em 12/01/2016 - 11:30:51

    Se já achei o primeiro capítulo bom imagine o resto....a história e sua ou você adaptou??? quantos anos vc tem??

  • manu_anyfan Postado em 12/01/2016 - 10:02:25

    Continuaaa....

  • Gabi_ponny Postado em 12/01/2016 - 09:55:35

    Oláaa leitora nova. Nunca li antes histórias de fantasia, mas confesso que fiquei curiosa.. continuaa

  • lenaissa Postado em 11/01/2016 - 11:37:49

    Caramba essa Mahie é uma Bitch!!! kkkkkkkkk Já vi que esse Ciro é o traidor que o Dharo mencionou.... E eu já torço pelo Murilo!!! Continua.


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