Fanfics Brasil - "E Se Você Tivesse Essa Sorte" Reis, Magos e Monstros

Fanfic: Reis, Magos e Monstros | Tema: Original, Fantasia, Magia, Intrigas de Poder


Capítulo: "E Se Você Tivesse Essa Sorte"

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...foi ai que eu percebi qual era o meu destino, meu proposito nessa vida ... quando eu estava só naquele buraco escuro, você me mostrou o verdadeiro poder ... as trevas!”


 


 


***


 


Ciro levou Danniel para a Sala de Banho dos Reis, para fazê-lo tentar relaxar com um banho com essências aromatizantes que são usadas como tranquilizante para os nervos.


A Sala de Banho dos Reis era um grande espaço fechado dentro do Palácio Real Manniz, ao lado dos aposentos do rei. Suas portas eram pesadas e feitas de ouro maciço, no centro da sala havia uma grande piscina que se enchia por meio de quatro fontes com formatos distintos, uma tinha a forma bizão, outras com as formas de águia azul, tigre polar e um urso vermelho, em cima da piscina havia uma cúpula com um grifo desenhado, como se ele olhasse tudo que ocorre a baixo de seus olhos.


Boiando no meio da piscina, Danniel tentava relaxar como Teodoro d'Miz havia indicado. Teodoro d'Miz, é o Sumo Sacerdote da Zoria, a religião oficial de Parsaii. Nessa religião todos adoram principalmente deus das montanhas e dos metais, T'hiar. Esta se tornou a religião oficial de Parsaii após a rebelião dos magos, e foi usada para tentar frear a popularidade do culto à Corahi, deuses dos ventos, da humildade e protetor dos pobres.


-Vossa majestade está melhor? - Perguntou Ciro que estava sentado na beira da piscina diante o rei que olhava fixamente para um desenho feito por Ziri Verzi, há mais de 100 anos, este desenho era como um manual de posições para fazer sexo.


-Sim, este banho está me ajudando a relaxar – Falou Danniel se espreguiçando dentro da piscina.




  • Que bom senhor! É... eu posso lhe falar uma coisa?




  • Sim rapaz, fale!




  • Eu acho que o senhor deveria ir conversar com o Murilo! Depois de tudo que aconteceu, vocês deveriam conversar...




  • Ciro, você sabe que eu te amo como um filho, um filho de verdade, não esse filho que infelizmente eu tenho ...




  • Não fale isso senhor, se o Murilo ouvi-lo dizer isso ficaria muito triste.




  • Eu não me importo, você sabe como a minha esposa Symone morreu?




  • Sim, senhor!




  • E você acha que eu deveria perdoá-lo por isso? - disse Danniel segurando uma vela vermelha que era uma da várias que estava ao redor da piscina, e deixando a cera desta cair em seu peito, e pelo que aparentava o rei estava tendo prazer ao fazer isso.




  • Acho que o senhor deve perdoar o seu filho, afinal ele é carne a sua carne, o sangue que corre nas suas veias é mesmo que corre nas dele. O passado não voltara atrás, seja o pai que o Murilo precisa, ensine-o a ser um rei!




  • Hum ... você é muito jovem meu caro Ciro! - Disse Danniel ao se levantar da piscina, subindo os degraus desta. Vestiu um roupão de veludo, e sentou-se ao lado de Ciro na beira da piscina. – Um homem pode esquecer e perdoar tudo e todos, mas um rei ... um rei nunca se esquece ou perdoa... é isso que nos torna diferentes de todos os outros homens e mulheres, se você for bondoso demais, ninguém te temera nem ao menos te respeitar. Um rei deve ser duro porque a vida é dura. Mas em compensação o meu filho é mole e fraco, eu tenho que fazê-lo ser mais duro! - Finalizou respirando fundo e deslizou a mão nos cabelos de Ciro.




Neste momento, Leoneo Loudeiros, um homem de 39 anos, de olhos verdes, cabelos pretos e sobrancelhas grossas, traço que é comum entre ou homens da família real. Vestia-se sempre com roupas de cores metálicas e sempre adornado com vários metais e pedras preciosas, abre a porta da sala de banho real.


 


Danniel, o que aconteceu com você? Eu estava em chegando em Laurelos, quando um mensageiro me trouxe um recado do Teodoro, falava que você e o Murilo chegaram as vias de fato em publico, e todos viram essa cena deprimente, você só pode estar louco!!! - Respirou fundo - Boa noite Ciro, tudo bem com você?




  • Sim, tudo bem Signor Leoneo! - Respondeu Ciro assustado.




  • Ciro, você poderia nos dar licença? Eu gostaria muito de falar com meu “irmãozinho”.




  • Claro Signor, boa noite vossas altezas! - Disse saindo da sala de banho real, levando um vidro de essência de Sândalo que pertencia a Teodoro.






  • Meu irmão, garanto que você já sabe o que o feiticeiro falou! - Disse Daniel apresadamente – ele disse que existia um traidor que estava ao meu lado... quem você acha... quem pode ser? O que você acha sobre isso? - disse Daniel com os olhos cheios de água.




 


Assustado com o desespero de seu irmão, Leoneo puxou uma cadeira que estava no canto esquerdo da sala, sentou-se e tentou acalmá-lo


 


Irmão, como você pode acreditar em algo que um feiticeiro à beira da morte diz? Você sabe que um rei que se torna paranoico acaba sucumbindo aos inimigos. É claro que existem pessoas que querem o seu reino, mas nenhuma delas está ao seu lado. Como eu já havia falado com você as pessoas comentam que você é muito hostil com todos, até mesmo com os seus próprios filhos, principalmente com o Murilo, ele é um bom rapaz e precisa do amor e os ensinamentos de seu pai para ser um grande rei, não negligencie seus deveres como pai... você acha que alguém respeitará um rei que seu próprio pai desdenhava e agredia em publico? E que achava que um estrangeiro seria um rei melhor que seu filho?... Pare de pensar em conspirações absurdas, e o mais importante, não se prenda ao passado, você não está morto! Você é um rei e um pai, então seja, faça essas duas coisas com maestria, seu reino e seus filhos precisam de você. - Finalizou Leoneo – Eu percebo que você não está dormindo bem, vou te dar uma essência de lírios da lua, são ótimos relaxantes, e também ótimos para o humor, tome três gotas antes de se deitar.




  • Leoneo, você acha mesmo que estou me tornando paranoico? E que eu sou um pai e rei ruim? - Perguntou Daniel em um tom de irritação, andando em direção à sacada de seu quarto.




  • Sim eu acho, e também acho que você não estar em condições mentais de discutir comigo, falo isso porque eu sou médico, conselheiro real e seu irmão! - Falou Leoneo com o braço no ombro de Daniel.






  • E eu sou o rei! E você não é ninguém para falar desse jeito comigo, ninguém. Ninguém me dá ordens! - Falou bravamente o rei, retirando o braço de Leoneo, de seu ombro.




  • Tudo bem se você não consegue ouvir o seu conselheiro ou seu médico, então ouça o seu irmão, tome da essência de lírios da lua, vai te fazer dormir bem e relaxar. - Disse segurando a mão de Daniel. - Você pode amedrontar meio mundo com esse “Eu sou o rei” e blá blá blá, mas eu não tenho nenhum medo de você, e se você não tomar isso por bem eu vou enfiá-lo goela a baixo, e ai sim “vossa alteza” vai aprender a ouvir o seu irmão mais novo! Seu Banulião careca – brincou Leoneo.




  • Por que você quer tanto que eu tome essa “essência de lírios da lua”? O que realmente há nela? – Perguntou, deixando transparecer sua desconfiança.




  • Como é? Você só pode estar louco! Como você ousa pensar que eu iria te enganar? Eu sou seu irmão, seu idiota! Nós crescemos juntos, vivemos juntos ... eu sempre te ajudei quando você mais precisou, eu sacrifiquei a minha felicidade e minha vida por você, e é com isso que você me retribui? - Bradou segurando violentamente o braço de Daniel. - Realmente, você está doente, e essa doença é a maior inimiga dos reis, sua paranóia doentia já está em um nível perigoso. Eu não te reconheço mais. - Finalizou Leoneo largando o braço do irmão, e em seguida deu-lhe as costas dirigindo-se em direção a porta. Nesse instante, Danniel caiu em si e percebeu que havia sido injusto com o irmão e o segurou pelo ombro.






  • Tudo bem, me dê isso agora porque, eu quero dormir agora para não ter que jantar, não quero ter que ver ou falar com aqueles lambe bolas dos Sierres... – Revirou os olhos – ...que esses infelizes vá embora para aquele bosque nojento deles que cheira a merda porco… - Respirou fundo - Desculpe por ter sido rude com você meu irmão – disse Daniel ao abraçar Leoneo. - Essa noite eu sonhei com a Symone, você não sabe o quanto isso me foi dolorido! Eu acordei com um vazio dentro de mim, e eu percebi que eu não tenho nada além do meu reino! Eu penso que já deve estar chegando a hora, todas as noites eu sono com a Symone. Ela deve estar me chamando do mundo dos mortos. Eu não sou mas o mesmo homem que eu era antes… hoje sou apenas uma sombra ... - Finalizou.






  • Dan, ninguém é a mesma pessoa que foi no passado! Você está com uma grande confusão mental, o que isso é comum entre os reis que estão ficando senis, mas isso não é bom para nenhum rei! Sua mente está cheia, como rei, você está sempre sob pressão, e eu posso perceber que você não está mais no controle de si mesmo. Um conselho: você deve descansar. Eu viajarei para a Nilíver, seria muito bom você vir comigo, creio que viver um tempo longe dessa corte e de problemas reais, te fara muito bem! - Disse Leoneo.






  • Bom pensarei nessa ideia... agora vou tomar essa essência pra dormir, porque amanhã tenho que tomar café da manhã com o Genzio, esse homem fará eclodir uma guerra civil no meu reino. - Disse bebendo a essência de Liríos da Lua. - Boa noite meu irmão, até amanhã e que Miry proteja o seu sono.




  • É disso que eu estou falando, muitos problemas para ser resolvidos. Me admira você ainda não ter ateado fogo nessa cidade – Brincou Leoneo. - Mas enfim, boa noite Dan, e que Miry proteja o seu sono também.




 


****


 


O dia nasceu nublado e frio, como já era de se esperar de um fim de inverno, o pátio interno do Palácio de Manniz, estava inundado por conta da chuva que ocorreu na madrugada, e mais de 20 criados tentavam fazer com que a água escoasse para o ralo, mas parecia que não estava adiantando muito. Os raios caiam por todos pontos altos do palácio, os ventos fortes derrubaram as antigas e majestosas árvores leão, que decoravam o jardim externo do palácio e boa parte dos bosques da cidade.


Ao acordar, Phedro Pargal, segundo filho de Laerth Pargal, Signor das Ilhas dos Ventos, de apenas 18 anos era um rapaz alto e robusto com olhos negros como a noite, pele negra e os cabelos brancos curtos, encontrou preso em seu espelho um bilhete de seu guardião Ely Sanuro, que dizia:


 


Caro Phedro, peço-te perdão por não poder estar ao seu lado quando o senhor acordar, pois não estou me sentindo nada bem, e estou indo ao Forte Esmeralda para que um curandeiro de Lirf possa me curar. Até o fim do dia estarei de volta. Que os nossos deuses te protejam!


Ely Sanuro”


 


Após ler o bilhete, Phedro o queimou em um cinzeiro como Ely ensinou. E então se arrumou para tomar café da manhã com a realeza. Trajando uma calça preta e uma camisa granar com mangas longas e largas.


Chegando ao salão principal, Phedro cumprimentou todos: Mahie Sierre que estava sentada entre Murilo e Ciro, Danniel que estava na ponta da mesa, Alanna, Leonel, Genzio Sierre e Nulah Sierre, (esposa de Genzio) e se sentou ao lado de Alanna.


 




  • Então Phedro, como você se sente sabendo que esse é o seu ultimo mês aqui na corte, como um Insedo (Um jovem nobre que foi entregue aos cuidados do rei de Parsai, para ser educado e estreitar as relações de sua família com a família real) - Perguntou Alanna, pondo a mão sobre mão direita do rapaz.






  • Estou um pouco ansioso para voltar pra minha casa e muito triste por ter que ir embora daqui, e ter que viver longe de todos vocês! - respondeu segurando de volta a mão de Alanna – Ontem a noite eu recebi um carta do meu tio Jhonas, nela ele contou que estão montando uma festa de recepção para mim, posso dizer que isso me faz pensar que a minha volta pra casa não vai ser tão chato quanta eu penso – risos.




  • Hum ... Gostaria muito de passar um verão lá. - falou sorridente Daniel, após beber um copo de suco melancia. - Certamente eu iria transferir a capitar para lá – suspirou – lá é sem dúvidas um dos lugares mais lindos que eu já estive! - finalizou o rei.




  • Essa é uma ótima ideia irmão! Se possível nós poderíamos viajar para o Ilhas dos Ventos depois de irmos a Nilíver. Seria muito interessante se você visitasse todas os distritos do reino, e ver com os seus próprios olhos como os Signores estão cuidando do seu reino! - Falou Leoneo comendo uma fatia de queijo branco.




  • Com certeza, mas creio que isso levaria mais ou menos uns três anos, não? - perguntou Danniel




  • Creio que não pai! Com as novas estradas o senhor pode visitar todos as Terras em um ano e meio. E também seria muito importante se o Senhor não fosse para as Montanhas Azuis no 11° mês, pois lá será inverno e os médiuns do tempo, profetizaram que lá irá ter o inverno mais longo e brutal da história. E este só acabara daqui a uns dois anos. - Falou timidamente Murilo, seu nariz estava tão inchado que parecia um pimentão vermelho.




  • Ouviu o Murilo? Temos que ir para o norte antes que ele virar uma pedra de gelo! Então nós iremos primeiro para as Campinas, e logo depois seguir rumo ao norte, antes que esse maldito inverno chegue. Parece que os deuses estão com raiva do nosso irmão heim, Leoneo! - falou Daniel sorrindo.




  • O Lácio já está acostumado com esse inverno, nunca vi uma pessoa gostar tanto de um lugar mais frio que os submundo! - Brincou Leoneo.




  • Ouvi dizer que o Signor Lácio descobriu mais uma mina de prata – disse Genzio Sierre em um tom alto e amistoso - Isso sim é ter sorte, se eu tivesse essa sor...




  • Se você tivesse essa sorte é isso que você ia dizer? - disse sarcasticamente Daniel -




se meu irmão fosse precisar de sorte lá naquelas montanhas azuis, você pode ter uma grande certeza: ele estaria morto! A sorte só aparece para os fracos e incompetentes. E por falar em incompetência .... Phedro, você que sempre foi um rapaz inteligente que sempre gostou de ler, poderia me ajudar em uma coisa? - Perguntou o rei, olhando como uma águia para Phedro, que acenou positivamente com a cabeça – você sabe qual é a importância do dos Bosques Orientais para o Reino de Parsaii?


Phedro timidamente olhou para Signor dos Bosques, e viu aquele homem baixinho com longos cabelos ruivos, com o rosto vermelho como um tomate e com os punhos cerrados, como se estivesse com tanta raiva que poderia rachar a cabeça de qualquer um com um soco. Após olhar para Genzio, Phedro olhou para Daniel, que estava com um ar de serenidade e por um instante se sentiu seguro e tomou coragem para responder o seu rei – B... bom... bom senhor, a importância dos Bosques Ocidentais é grandíssima, lá é a ponta mais oriental do reino, também é o segundo maior distrito em agricultura e pecuária, que por sinal possui um grande porto que recebe navios das Cidades Unidas de Kirllai e do reino de Dorôs, e na verdade a arrecadação tributada no porto é uma das maiores, comparando com as outras cidades portarias ao redor do mundo. - Disse o rapaz com um sorriso no rosto, como se estivesse empolgado por ter respondido uma pegunta que salvaria a sua vida.




  • Ouviu isso Genzio? Isso sim é ter sorte, você é Signor de um distrito fértil e estratégico, para o reino! Creio eu que não ocorreu nehuma praga que tenha devastado as colheitas dos seus servos, e também tenho certeza que Kirlaii ainda é nossa maior parceira comercial, aqui esta o Ciro que não me deixa mentir, e também acho que Dorôs apesar de não ser tão amistosa, também não está passando por nenhuma crise – falou Daniel com a boca cheia de pão preto com geleia de morango.




Tentando amenizar o clima pesado que tomou conta do café da manhã, Murilo convidou a todos para caçar com ele na Floresta das Torres, que ficava aproximadamente 1 hora de distancia do Palácio Real até lá. Sendo recusado por Leoneo, Danniel, Genzio e Nulah Sierre.




  • Boa Ideia, eu topo! - disse Ciro, assim como Phedro posteriormente.




  • Papai, o senhor acha prudente que eu vá? - Perguntou Mahie olhando para seu pai, e ao mesmo tempo acariciando a coxa de Murilo e Ciro.




  • Bem, eu não vejo com bons olhos você andando em uma floresta desconhecida com três rapazes, mesmo eles sendo nobres. - falou Genzio batendo na mesa.




  • Você acha que Ciro, Phedro e meu filho são capazes de faltar com o respeito com Mahie, Genzio? - berrou Danniel levantando da mesa e andando em direção a Genzio.




  • Imagina majestade, o senhor meu marido se expressou mal. Ele quis dizer que certas pessoas podem olhar com maldade uma moça passeando com três lindos rapazes, em uma floresta deserta - disse Nulah Sierre levantando-se rapidamente e impedindo que o rei se aproximasse de Genzio, que permaneceu sentado comento uma peça de carne. Nulah era uma mulher que aparenta ter 30 anos, com cabelos loiros e olhos negros.




  • Creio que a Signora Nulah esta certa, meu irmão. Mesmo sabendo que os nossos rapazes nunca atentariam contra a virtude de Mahie, sabemos que os fofoqueiros dessa cidade inventariam mentiras sobre o fato. - Disse Leoneo levantando e guiando seu irmão para o seu assento.




  • Se eu enforcasse cada um desses fofoqueiros, Mannaz seria uma cidade mais linda – falou Danniel coçando o olho – então para evitar este tipo de rumor, Alanna ira com vocês, e mais cinco guardas solares cuidaram da segurança .... melhor passem na cabana de Lourenzzo de Paglia, ele conhece aquela floresta como ninguém .... esqueçam os guardas eles são desnecessários em florestas . - terminou Danniel.




  • O que? Eu não quero ir nesse “passeio encantador”, vocês sabem que eu odeio cavalgar – gritou Allana - e além do mais é inapropriado que moças donzelas cavalguem, todas mulheres sabem disso ... me espanta a pura Mahie se arriscar tanto assim! - Terminou venenosamente Allana.




  • Bom, eu creio que vossa majestade está sendo muito mal informada, lá em Tooroy nós já descartamos esse tipo de pensamento há anos, essa ideia é mais antigo que o reino de Parsaii, hoje em Tooroy homens e mulheres andam a cavalo assim como em Kiirlai, e isso não faz com que nenhuma moça se corrompa com isso. - respondeu Mahie com um olhar gelado pra Allana.




  • Eu não estou me importando com nenhuma dessas frescuras de princesa, você vai querendo ou não. Parece que você é casada com esse palácio! - falou Danniel.- E se eu fosse vocês iria me apresando logo, porque parece vai voltar a chover a noite. - terminou.




  • E Mahie, não saia de perto dos rapazes e tente não se perder, não quero que nenhum animal te devore numa caverna! - disse Genzio lentando e indo em direção a porta – E vossa majestade, eu gostaria de ter aquela conversa com o Senhor mais tarde se possível – finalizou Genzio e Danniel acenou com cabeça positivamente para o Senhor dos Bosques Orientais.




-Bom, eu já estou de partida, pois tenho que voltar para o meu caminho à Nilive, tem uma criança aldeã que está com suspeitas de ser vitima encantamentos. Tenho que ir tentar salvar aquela podre criança. - disse Leoneo com pesar.




  • Quando isso vai acabar, quando esse povo vai nos deixar em paz? - comentou Alanna




  • Quando o ultimo ser que usa esse tipo de magia provar o gosto da lamina de uma espada.




Ai sim nós estaremos a salvo! - respondeu Danniel, que saiu furioso da mesa e seguiu para os seus aposentos.




  • Então ... boa sorte na caçada de vocês, mas afinal o que pretendem caçar? - perguntou Leoneo.




  • Qualquer coisa que for burra demais para cair numa emboscada – brincou Murilo.




  • Deveríamos caçar lobos, dizem que eles são mensageiros das sombras – falou Phedro em um tom pensativo.




  • Acho que não Phedro, caso você não saíba, lobos nunca andam sozinhos, eles vivem sempre em grupo, e tudo que nós não queremos é enfrentar uma alcateia – comentou Mahie




  • Vocês podem caçar raposas, eu adoro raposas, elas são tão elegantes e discretas... são como as rainhas das florestas – disse Alanna com um olhar encantador.




  • Você sabe que nós vamos caçar e matar uma raposa, não é? - perguntou Phedro.




  • Vocês são um bando de barbaros, o que aqueles pobres animais fizeram contra vocês? – bradou Alanna indignada.




  • Nada, apenas queremos caçar porque é divertido – disse Ciro




  • Homens têm uma atração frenetica pela morte, Alanna. Fico feliz por ver que você tem uma sensibilidade para com os animais assim como sua mãe. - proferiu Leoneo se levantando da mesa e indo em direção a porta – Ah eu já estava me esquecendo, quando vocês encontrarem o Lourenzzo não se assustem, ele é um pouco ... inconveniente e sem modos reias, mas eu tenho certeza que vocês ficaram seguros sob a guarda dele - finalizou Leoneo saindo pela porta.




Murilo então se levanta e pede a Mahie, Phedro, Ciro e Alanna, para vestirem roupas apropriada para a caçada na floresta, enquanto ele iria ao estábulo para pedir ao cavalariço que apronte seus cavalos. Ao se retirar da mesa, Ciro sentiu um mal estar em seu estomago e sua cabeça parecia estar girando e então o rapaz desmaiou em cima da mesa. Mas em menos de três segundos depois, Ciro despertou como se estivesse sonolento.




  • Pelos nossos deuses, oque foi isso? - gritou Alanna.




  • Eu estou bem, eu só ... eu acho que a comida não me caiu muito bem.




  • Mas você está bem mesmo? Pois se não estiver nós podemos caçar outro dia. - Disse Murilo.




  • Não, não eu já estou bem, não precisa se preocupar. Vamos logo nos arrumar, porque o dia de hoje vai ser ser ótimo, e quanto mais tempo demorarmos aqui, menos vamos aproveitar lá – Finalizou Ciro.




  • Aproveitar o que? Lá só tem mato, animais selvagens e ruínas de uma civilização velha...- murmurou Alanna.




  • Cala a boca e vai se arrumar logo, sua bebezona velha!- brincou Murilo.




 


 No caminho de seu quarto, Ciro se sentiu mal de novo, mais dessa vez era como se alguma coisa falasse pra ele que havia algum perigo naquela floresta, e que ele e seus amigos poderiam correr algum perigo.


CAPITULO II: “SE VOCÊ TIVESSE ESSA SORTE?”


 


...foi ai que eu percebi qual era o meu destino, meu proposito nessa vida ... quando eu estava só naquele buraco escuro, você me mostrou o verdadeiro poder ... as trevas!”


 


 


***


 


Ciro levou Danniel para a Sala de Banho dos Reis, para fazê-lo tentar relaxar com um banho com essências aromatizantes que são usadas como tranquilizante para os nervos.


A Sala de Banho dos Reis era um grande espaço fechado dentro do Palácio Real Manniz, ao lado dos aposentos do rei. Suas portas eram pesadas e feitas de ouro maciço, no centro da sala havia uma grande piscina que se enchia por meio de quatro fontes com formatos distintos, uma tinha a forma bizão, outras com as formas de águia azul, tigre polar e um urso vermelho, em cima da piscina havia uma cúpula com um grifo desenhado, como se ele olhasse tudo que ocorre a baixo de seus olhos.


Boiando no meio da piscina, Danniel tentava relaxar como Teodoro d'Miz havia indicado. Teodoro d'Miz, é o Sumo Sacerdote da Zoria, a religião oficial de Parsaii. Nessa religião todos adoram principalmente deus das montanhas e dos metais, T'hiar. Esta se tornou a religião oficial de Parsaii após a rebelião dos magos, e foi usada para tentar frear a popularidade do culto à Corahi, deuses dos ventos, da humildade e protetor dos pobres.


-Vossa majestade está melhor? - Perguntou Ciro que estava sentado na beira da piscina diante o rei que olhava fixamente para um desenho feito por Ziri Verzi, há mais de 100 anos, este desenho era como um manual de posições para fazer sexo.


-Sim, este banho está me ajudando a relaxar – Falou Danniel se espreguiçando dentro da piscina.




  • Que bom senhor! É... eu posso lhe falar uma coisa?




  • Sim rapaz, fale!




  • Eu acho que o senhor deveria ir conversar com o Murilo! Depois de tudo que aconteceu, vocês deveriam conversar...




  • Ciro, você sabe que eu te amo como um filho, um filho de verdade, não esse filho que infelizmente eu tenho ...




  • Não fale isso senhor, se o Murilo ouvi-lo dizer isso ficaria muito triste.




  • Eu não me importo, você sabe como a minha esposa Symone morreu?




  • Sim, senhor!




  • E você acha que eu deveria perdoá-lo por isso? - disse Danniel segurando uma vela vermelha que era uma da várias que estava ao redor da piscina, e deixando a cera desta cair em seu peito, e pelo que aparentava o rei estava tendo prazer ao fazer isso.




  • Acho que o senhor deve perdoar o seu filho, afinal ele é carne a sua carne, o sangue que corre nas suas veias é mesmo que corre nas dele. O passado não voltara atrás, seja o pai que o Murilo precisa, ensine-o a ser um rei!




  • Hum ... você é muito jovem meu caro Ciro! - Disse Danniel ao se levantar da piscina, subindo os degraus desta. Vestiu um roupão de veludo, e sentou-se ao lado de Ciro na beira da piscina. – Um homem pode esquecer e perdoar tudo e todos, mas um rei ... um rei nunca se esquece ou perdoa... é isso que nos torna diferentes de todos os outros homens e mulheres, se você for bondoso demais, ninguém te temera nem ao menos te respeitar. Um rei deve ser duro porque a vida é dura. Mas em compensação o meu filho é mole e fraco, eu tenho que fazê-lo ser mais duro! - Finalizou respirando fundo e deslizou a mão nos cabelos de Ciro.




Neste momento, Leoneo Loudeiros, um homem de 39 anos, de olhos verdes, cabelos pretos e sobrancelhas grossas, traço que é comum entre ou homens da família real. Vestia-se sempre com roupas de cores metálicas e sempre adornado com vários metais e pedras preciosas, abre a porta da sala de banho real.


 


Danniel, o que aconteceu com você? Eu estava em chegando em Laurelos, quando um mensageiro me trouxe um recado do Teodoro, falava que você e o Murilo chegaram as vias de fato em publico, e todos viram essa cena deprimente, você só pode estar louco!!! - Respirou fundo - Boa noite Ciro, tudo bem com você?




  • Sim, tudo bem Signor Leoneo! - Respondeu Ciro assustado.




  • Ciro, você poderia nos dar licença? Eu gostaria muito de falar com meu “irmãozinho”.




  • Claro Signor, boa noite vossas altezas! - Disse saindo da sala de banho real, levando um vidro de essência de Sândalo que pertencia a Teodoro.






  • Meu irmão, garanto que você já sabe o que o feiticeiro falou! - Disse Daniel apresadamente – ele disse que existia um traidor que estava ao meu lado... quem você acha... quem pode ser? O que você acha sobre isso? - disse Daniel com os olhos cheios de água.




 


Assustado com o desespero de seu irmão, Leoneo puxou uma cadeira que estava no canto esquerdo da sala, sentou-se e tentou acalmá-lo


 


Irmão, como você pode acreditar em algo que um feiticeiro à beira da morte diz? Você sabe que um rei que se torna paranoico acaba sucumbindo aos inimigos. É claro que existem pessoas que querem o seu reino, mas nenhuma delas está ao seu lado. Como eu já havia falado com você as pessoas comentam que você é muito hostil com todos, até mesmo com os seus próprios filhos, principalmente com o Murilo, ele é um bom rapaz e precisa do amor e os ensinamentos de seu pai para ser um grande rei, não negligencie seus deveres como pai... você acha que alguém respeitará um rei que seu próprio pai desdenhava e agredia em publico? E que achava que um estrangeiro seria um rei melhor que seu filho?... Pare de pensar em conspirações absurdas, e o mais importante, não se prenda ao passado, você não está morto! Você é um rei e um pai, então seja, faça essas duas coisas com maestria, seu reino e seus filhos precisam de você. - Finalizou Leoneo – Eu percebo que você não está dormindo bem, vou te dar uma essência de lírios da lua, são ótimos relaxantes, e também ótimos para o humor, tome três gotas antes de se deitar.




  • Leoneo, você acha mesmo que estou me tornando paranoico? E que eu sou um pai e rei ruim? - Perguntou Daniel em um tom de irritação, andando em direção à sacada de seu quarto.




  • Sim eu acho, e também acho que você não estar em condições mentais de discutir comigo, falo isso porque eu sou médico, conselheiro real e seu irmão! - Falou Leoneo com o braço no ombro de Daniel.






  • E eu sou o rei! E você não é ninguém para falar desse jeito comigo, ninguém. Ninguém me dá ordens! - Falou bravamente o rei, retirando o braço de Leoneo, de seu ombro.




  • Tudo bem se você não consegue ouvir o seu conselheiro ou seu médico, então ouça o seu irmão, tome da essência de lírios da lua, vai te fazer dormir bem e relaxar. - Disse segurando a mão de Daniel. - Você pode amedrontar meio mundo com esse “Eu sou o rei” e blá blá blá, mas eu não tenho nenhum medo de você, e se você não tomar isso por bem eu vou enfiá-lo goela a baixo, e ai sim “vossa alteza” vai aprender a ouvir o seu irmão mais novo! Seu Banulião careca – brincou Leoneo.




  • Por que você quer tanto que eu tome essa “essência de lírios da lua”? O que realmente há nela? – Perguntou, deixando transparecer sua desconfiança.




  • Como é? Você só pode estar louco! Como você ousa pensar que eu iria te enganar? Eu sou seu irmão, seu idiota! Nós crescemos juntos, vivemos juntos ... eu sempre te ajudei quando você mais precisou, eu sacrifiquei a minha felicidade e minha vida por você, e é com isso que você me retribui? - Bradou segurando violentamente o braço de Daniel. - Realmente, você está doente, e essa doença é a maior inimiga dos reis, sua paranóia doentia já está em um nível perigoso. Eu não te reconheço mais. - Finalizou Leoneo largando o braço do irmão, e em seguida deu-lhe as costas dirigindo-se em direção a porta. Nesse instante, Danniel caiu em si e percebeu que havia sido injusto com o irmão e o segurou pelo ombro.






  • Tudo bem, me dê isso agora porque, eu quero dormir agora para não ter que jantar, não quero ter que ver ou falar com aqueles lambe bolas dos Sierres... – Revirou os olhos – ...que esses infelizes vá embora para aquele bosque nojento deles que cheira a merda porco… - Respirou fundo - Desculpe por ter sido rude com você meu irmão – disse Daniel ao abraçar Leoneo. - Essa noite eu sonhei com a Symone, você não sabe o quanto isso me foi dolorido! Eu acordei com um vazio dentro de mim, e eu percebi que eu não tenho nada além do meu reino! Eu penso que já deve estar chegando a hora, todas as noites eu sono com a Symone. Ela deve estar me chamando do mundo dos mortos. Eu não sou mas o mesmo homem que eu era antes… hoje sou apenas uma sombra ... - Finalizou.






  • Dan, ninguém é a mesma pessoa que foi no passado! Você está com uma grande confusão mental, o que isso é comum entre os reis que estão ficando senis, mas isso não é bom para nenhum rei! Sua mente está cheia, como rei, você está sempre sob pressão, e eu posso perceber que você não está mais no controle de si mesmo. Um conselho: você deve descansar. Eu viajarei para a Nilíver, seria muito bom você vir comigo, creio que viver um tempo longe dessa corte e de problemas reais, te fara muito bem! - Disse Leoneo.






  • Bom pensarei nessa ideia... agora vou tomar essa essência pra dormir, porque amanhã tenho que tomar café da manhã com o Genzio, esse homem fará eclodir uma guerra civil no meu reino. - Disse bebendo a essência de Liríos da Lua. - Boa noite meu irmão, até amanhã e que Miry proteja o seu sono.




  • É disso que eu estou falando, muitos problemas para ser resolvidos. Me admira você ainda não ter ateado fogo nessa cidade – Brincou Leoneo. - Mas enfim, boa noite Dan, e que Miry proteja o seu sono também.




 


****


 


O dia nasceu nublado e frio, como já era de se esperar de um fim de inverno, o pátio interno do Palácio de Manniz, estava inundado por conta da chuva que ocorreu na madrugada, e mais de 20 criados tentavam fazer com que a água escoasse para o ralo, mas parecia que não estava adiantando muito. Os raios caiam por todos pontos altos do palácio, os ventos fortes derrubaram as antigas e majestosas árvores leão, que decoravam o jardim externo do palácio e boa parte dos bosques da cidade.


Ao acordar, Phedro Pargal, segundo filho de Laerth Pargal, Signor das Ilhas dos Ventos, de apenas 18 anos era um rapaz alto e robusto com olhos negros como a noite, pele negra e os cabelos brancos curtos, encontrou preso em seu espelho um bilhete de seu guardião Ely Sanuro, que dizia:


 


Caro Phedro, peço-te perdão por não poder estar ao seu lado quando o senhor acordar, pois não estou me sentindo nada bem, e estou indo ao Forte Esmeralda para que um curandeiro de Lirf possa me curar. Até o fim do dia estarei de volta. Que os nossos deuses te protejam!


Ely Sanuro”


 


Após ler o bilhete, Phedro o queimou em um cinzeiro como Ely ensinou. E então se arrumou para tomar café da manhã com a realeza. Trajando uma calça preta e uma camisa granar com mangas longas e largas.


Chegando ao salão principal, Phedro cumprimentou todos: Mahie Sierre que estava sentada entre Murilo e Ciro, Danniel que estava na ponta da mesa, Alanna, Leonel, Genzio Sierre e Nulah Sierre, (esposa de Genzio) e se sentou ao lado de Alanna.


 




  • Então Phedro, como você se sente sabendo que esse é o seu ultimo mês aqui na corte, como um Insedo (Um jovem nobre que foi entregue aos cuidados do rei de Parsai, para ser educado e estreitar as relações de sua família com a família real) - Perguntou Alanna, pondo a mão sobre mão direita do rapaz.






  • Estou um pouco ansioso para voltar pra minha casa e muito triste por ter que ir embora daqui, e ter que viver longe de todos vocês! - respondeu segurando de volta a mão de Alanna – Ontem a noite eu recebi um carta do meu tio Jhonas, nela ele contou que estão montando uma festa de recepção para mim, posso dizer que isso me faz pensar que a minha volta pra casa não vai ser tão chato quanta eu penso – risos.




  • Hum ... Gostaria muito de passar um verão lá. - falou sorridente Daniel, após beber um copo de suco melancia. - Certamente eu iria transferir a capitar para lá – suspirou – lá é sem dúvidas um dos lugares mais lindos que eu já estive! - finalizou o rei.




  • Essa é uma ótima ideia irmão! Se possível nós poderíamos viajar para o Ilhas dos Ventos depois de irmos a Nilíver. Seria muito interessante se você visitasse todas os distritos do reino, e ver com os seus próprios olhos como os Signores estão cuidando do seu reino! - Falou Leoneo comendo uma fatia de queijo branco.




  • Com certeza, mas creio que isso levaria mais ou menos uns três anos, não? - perguntou Danniel




  • Creio que não pai! Com as novas estradas o senhor pode visitar todos as Terras em um ano e meio. E também seria muito importante se o Senhor não fosse para as Montanhas Azuis no 11° mês, pois lá será inverno e os médiuns do tempo, profetizaram que lá irá ter o inverno mais longo e brutal da história. E este só acabara daqui a uns dois anos. - Falou timidamente Murilo, seu nariz estava tão inchado que parecia um pimentão vermelho.




  • Ouviu o Murilo? Temos que ir para o norte antes que ele virar uma pedra de gelo! Então nós iremos primeiro para as Campinas, e logo depois seguir rumo ao norte, antes que esse maldito inverno chegue. Parece que os deuses estão com raiva do nosso irmão heim, Leoneo! - falou Daniel sorrindo.




  • O Lácio já está acostumado com esse inverno, nunca vi uma pessoa gostar tanto de um lugar mais frio que os submundo! - Brincou Leoneo.




  • Ouvi dizer que o Signor Lácio descobriu mais uma mina de prata – disse Genzio Sierre em um tom alto e amistoso - Isso sim é ter sorte, se eu tivesse essa sor...




  • Se você tivesse essa sorte é isso que você ia dizer? - disse sarcasticamente Daniel -




se meu irmão fosse precisar de sorte lá naquelas montanhas azuis, você pode ter uma grande certeza: ele estaria morto! A sorte só aparece para os fracos e incompetentes. E por falar em incompetência .... Phedro, você que sempre foi um rapaz inteligente que sempre gostou de ler, poderia me ajudar em uma coisa? - Perguntou o rei, olhando como uma águia para Phedro, que acenou positivamente com a cabeça – você sabe qual é a importância do dos Bosques Orientais para o Reino de Parsaii?


Phedro timidamente olhou para Signor dos Bosques, e viu aquele homem baixinho com longos cabelos ruivos, com o rosto vermelho como um tomate e com os punhos cerrados, como se estivesse com tanta raiva que poderia rachar a cabeça de qualquer um com um soco. Após olhar para Genzio, Phedro olhou para Daniel, que estava com um ar de serenidade e por um instante se sentiu seguro e tomou coragem para responder o seu rei – B... bom... bom senhor, a importância dos Bosques Ocidentais é grandíssima, lá é a ponta mais oriental do reino, também é o segundo maior distrito em agricultura e pecuária, que por sinal possui um grande porto que recebe navios das Cidades Unidas de Kirllai e do reino de Dorôs, e na verdade a arrecadação tributada no porto é uma das maiores, comparando com as outras cidades portarias ao redor do mundo. - Disse o rapaz com um sorriso no rosto, como se estivesse empolgado por ter respondido uma pegunta que salvaria a sua vida.




  • Ouviu isso Genzio? Isso sim é ter sorte, você é Signor de um distrito fértil e estratégico, para o reino! Creio eu que não ocorreu nehuma praga que tenha devastado as colheitas dos seus servos, e também tenho certeza que Kirlaii ainda é nossa maior parceira comercial, aqui esta o Ciro que não me deixa mentir, e também acho que Dorôs apesar de não ser tão amistosa, também não está passando por nenhuma crise – falou Daniel com a boca cheia de pão preto com geleia de morango.




Tentando amenizar o clima pesado que tomou conta do café da manhã, Murilo convidou a todos para caçar com ele na Floresta das Torres, que ficava aproximadamente 1 hora de distancia do Palácio Real até lá. Sendo recusado por Leoneo, Danniel, Genzio e Nulah Sierre.




  • Boa Ideia, eu topo! - disse Ciro, assim como Phedro posteriormente.




  • Papai, o senhor acha prudente que eu vá? - Perguntou Mahie olhando para seu pai, e ao mesmo tempo acariciando a coxa de Murilo e Ciro.




  • Bem, eu não vejo com bons olhos você andando em uma floresta desconhecida com três rapazes, mesmo eles sendo nobres. - falou Genzio batendo na mesa.




  • Você acha que Ciro, Phedro e meu filho são capazes de faltar com o respeito com Mahie, Genzio? - berrou Danniel levantando da mesa e andando em direção a Genzio.




  • Imagina majestade, o senhor meu marido se expressou mal. Ele quis dizer que certas pessoas podem olhar com maldade uma moça passeando com três lindos rapazes, em uma floresta deserta - disse Nulah Sierre levantando-se rapidamente e impedindo que o rei se aproximasse de Genzio, que permaneceu sentado comento uma peça de carne. Nulah era uma mulher que aparenta ter 30 anos, com cabelos loiros e olhos negros.




  • Creio que a Signora Nulah esta certa, meu irmão. Mesmo sabendo que os nossos rapazes nunca atentariam contra a virtude de Mahie, sabemos que os fofoqueiros dessa cidade inventariam mentiras sobre o fato. - Disse Leoneo levantando e guiando seu irmão para o seu assento.




  • Se eu enforcasse cada um desses fofoqueiros, Mannaz seria uma cidade mais linda – falou Danniel coçando o olho – então para evitar este tipo de rumor, Alanna ira com vocês, e mais cinco guardas solares cuidaram da segurança .... melhor passem na cabana de Lourenzzo de Paglia, ele conhece aquela floresta como ninguém .... esqueçam os guardas eles são desnecessários em florestas . - terminou Danniel.




  • O que? Eu não quero ir nesse “passeio encantador”, vocês sabem que eu odeio cavalgar – gritou Allana - e além do mais é inapropriado que moças donzelas cavalguem, todas mulheres sabem disso ... me espanta a pura Mahie se arriscar tanto assim! - Terminou venenosamente Allana.




  • Bom, eu creio que vossa majestade está sendo muito mal informada, lá em Tooroy nós já descartamos esse tipo de pensamento há anos, essa ideia é mais antigo que o reino de Parsaii, hoje em Tooroy homens e mulheres andam a cavalo assim como em Kiirlai, e isso não faz com que nenhuma moça se corrompa com isso. - respondeu Mahie com um olhar gelado pra Allana.




  • Eu não estou me importando com nenhuma dessas frescuras de princesa, você vai querendo ou não. Parece que você é casada com esse palácio! - falou Danniel.- E se eu fosse vocês iria me apresando logo, porque parece vai voltar a chover a noite. - terminou.




  • E Mahie, não saia de perto dos rapazes e tente não se perder, não quero que nenhum animal te devore numa caverna! - disse Genzio lentando e indo em direção a porta – E vossa majestade, eu gostaria de ter aquela conversa com o Senhor mais tarde se possível – finalizou Genzio e Danniel acenou com cabeça positivamente para o Senhor dos Bosques Orientais.




-Bom, eu já estou de partida, pois tenho que voltar para o meu caminho à Nilive, tem uma criança aldeã que está com suspeitas de ser vitima encantamentos. Tenho que ir tentar salvar aquela podre criança. - disse Leoneo com pesar.




  • Quando isso vai acabar, quando esse povo vai nos deixar em paz? - comentou Alanna




  • Quando o ultimo ser que usa esse tipo de magia provar o gosto da lamina de uma espada.




Ai sim nós estaremos a salvo! - respondeu Danniel, que saiu furioso da mesa e seguiu para os seus aposentos.




  • Então ... boa sorte na caçada de vocês, mas afinal o que pretendem caçar? - perguntou Leoneo.




  • Qualquer coisa que for burra demais para cair numa emboscada – brincou Murilo.




  • Deveríamos caçar lobos, dizem que eles são mensageiros das sombras – falou Phedro em um tom pensativo.




  • Acho que não Phedro, caso você não saíba, lobos nunca andam sozinhos, eles vivem sempre em grupo, e tudo que nós não queremos é enfrentar uma alcateia – comentou Mahie




  • Vocês podem caçar raposas, eu adoro raposas, elas são tão elegantes e discretas... são como as rainhas das florestas – disse Alanna com um olhar encantador.




  • Você sabe que nós vamos caçar e matar uma raposa, não é? - perguntou Phedro.




  • Vocês são um bando de barbaros, o que aqueles pobres animais fizeram contra vocês? – bradou Alanna indignada.




  • Nada, apenas queremos caçar porque é divertido – disse Ciro




  • Homens têm uma atração frenetica pela morte, Alanna. Fico feliz por ver que você tem uma sensibilidade para com os animais assim como sua mãe. - proferiu Leoneo se levantando da mesa e indo em direção a porta – Ah eu já estava me esquecendo, quando vocês encontrarem o Lourenzzo não se assustem, ele é um pouco ... inconveniente e sem modos reias, mas eu tenho certeza que vocês ficaram seguros sob a guarda dele - finalizou Leoneo saindo pela porta.




Murilo então se levanta e pede a Mahie, Phedro, Ciro e Alanna, para vestirem roupas apropriada para a caçada na floresta, enquanto ele iria ao estábulo para pedir ao cavalariço que apronte seus cavalos. Ao se retirar da mesa, Ciro sentiu um mal estar em seu estomago e sua cabeça parecia estar girando e então o rapaz desmaiou em cima da mesa. Mas em menos de três segundos depois, Ciro despertou como se estivesse sonolento.




  • Pelos nossos deuses, oque foi isso? - gritou Alanna.




  • Eu estou bem, eu só ... eu acho que a comida não me caiu muito bem.




  • Mas você está bem mesmo? Pois se não estiver nós podemos caçar outro dia. - Disse Murilo.




  • Não, não eu já estou bem, não precisa se preocupar. Vamos logo nos arrumar, porque o dia de hoje vai ser ser ótimo, e quanto mais tempo demorarmos aqui, menos vamos aproveitar lá – Finalizou Ciro.




  • Aproveitar o que? Lá só tem mato, animais selvagens e ruinas de uma civilização velha...- murmurou Alanna.




  • Cala a boca e vai se arrumar logo, sua bebezona velha!- brincou Murilo.




No caminho de seu quarto, Ciro se sentiu mal de novo, mais dessa vez era como se alguma coisa falasse pra ele que havia algum perigo naquela floresta, e que ele e seus amigos poderiam correr algum perigo.


 



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Autor(a): guiissa

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 5



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  • Roberta_aya Postado em 13/01/2016 - 01:15:13

    Irmaos, estilos diferentes de escrita porem a criatividade e imaginaçao incríveis... Gostei do capitulo. Gostei da forma como os personagens foram expostos, de uma maneira sutil e detalhada, n sei se vc falara mas a frente mas n tinha a descriçao do personagem principal q suponho q seja o Ciro. Correto? Apesar do meu universo de leitura seja outro, gostei de sua iniciativa de postar aqui no site... Poucos sao os meninos q se aventuram por aqui. Continuaaaaa

  • biia_portilla_herrera Postado em 12/01/2016 - 11:30:51

    Se já achei o primeiro capítulo bom imagine o resto....a história e sua ou você adaptou??? quantos anos vc tem??

  • manu_anyfan Postado em 12/01/2016 - 10:02:25

    Continuaaa....

  • Gabi_ponny Postado em 12/01/2016 - 09:55:35

    Oláaa leitora nova. Nunca li antes histórias de fantasia, mas confesso que fiquei curiosa.. continuaa

  • lenaissa Postado em 11/01/2016 - 11:37:49

    Caramba essa Mahie é uma Bitch!!! kkkkkkkkk Já vi que esse Ciro é o traidor que o Dharo mencionou.... E eu já torço pelo Murilo!!! Continua.


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