Fanfic: Child Star (Terminada) | Tema: Vondy (Adaptação)

Christopher.

Quinze anos depois.

— Eu odeio você!

Ela gritou, batendo a porta. Eu não pude deixar de pensar sobre como a vida muda. Era engraçado e um pouco assustador.

Essas três pequenas palavras me machucam, mas eu tenho certeza que elas a machucam mais.

— Eu não posso falar com ela!

Dulce gritou, erguendo as mãos quando ela se afastou da porta do quarto da nossa filha e para o nosso quarto, onde ela começou a bater com a porta também. Eu não pude deixar de sorrir. Ela e Aurora eram tão iguais.

— Mamãe e Aurora brigaram de novo

Perguntou Austin, subindo as escadas enquanto ele tirava os fones de ouvido e passou a mão pelo cabelo escuro muitas vezes. Ele tinha os mesmos olhos castanhos como sua mãe.

— Por que você não apenas deixa-a atuar? Ela é boa nisso.

— OBRIGADA! — Aurora gritou de dentro do quarto.

— AUSTIN, VÁ PARA SEU QUARTO! — Dulce gritou também.

— O que eu fiz?

Austin levantou a cabeça em descrença. Uma casa de gritadores, isso é o que nós tínhamos aqui. Eu meio que adorava, quando meus ouvidos não estavam doendo.

Dulce abriu a porta, olhando para ele, e ele baixou a cabeça, murmurando alguma coisa quando ele passou por mim.

— Você já tinha que ter aprendido, cara, — eu disse a ele quando ele abriu a porta.

— Obrigado, pai. Você é de uma grande ajuda! — ele fez uma careta para mim, colocando os fones de ouvido de volta e suspirou alto,

— Ugh. Puxa, como eu sou o único a ficar em apuros? Eu não fiz nada. Aurora, apenas deixe isso pra lá. Eu não aguento mais.

Ele fechou a porta também. Tão dramático. Tínhamos feito dois bons atores, mas Austin gostava mais de sua música. Ele tinha apenas doze anos, dois anos mais velho que Aurora, e a única razão que ele não estava nos pedindo para ajudá-lo a começar sua própria carreira era porque ele era tímido. Ele poderia realmente cantar, mas ele não tinha a confiança necessária para fazer isso na frente de qualquer pessoa fora da família ainda, e nós o tínhamos proibido de publicar qualquer coisa na Internet. Por enquanto, ele estava satisfeito com o pequeno estúdio de gravação que tínhamos construído para ele no porão. Mas eu sabia que com o passar dos anos, essa luta só iria continuar.

— Se sentindo melhor?

Eu disse a Dulce quando ela saiu do quarto vestida com um par de jeans e minha camisa branca com decote
em V.
Estava solta, mas com o casaco que ela usava, ficava bom.

— Não é engraçado,

Ela franziu a testa, usando o meu braço para se equilibrar enquanto colocava seus saltos.

— É meio que engraçado, sim, — eu disse.

— Chris-

— Eu cuidarei disso. Só chegue no set. — eu beijei sua testa. — Eu estou ansioso para este filme.

— Como posso ser uma produtora de televisão quando eu não posso nem mesmo por as nossas crianças na linha? — respondeu ela, beijando minha bochecha e então meus lábios rapidamente.

— Nós poderíamos colocá-los na folha de pagamento? — eu sugeri enquanto ela descia as escadas.

— Você está cheio de piadas hoje, não é? — ela disse para mim perto da porta. — Me ligue, está bem?

— Eu irei. Te amo.

— Eu também te amo. — ela acenou, em seguida, gritou: — E eu te amo Grumpy Pants e Radiohead!

Quando ela se foi, Austin enfiou a cabeça para fora da porta.

— O que é Radiohead?

Querido Deus, estou velho.

— Venha aqui.

Eu disse, segurando a minha mão para ele, e ele veio, mas não a pegou, porque crianças de doze anos eram muito descoladas para segurar as mãos dos seus pais.

— Aurora, venha aqui.

— Eu não quero.

— Aurora Saviñón Uckermann, eu não vou pedir de novo, — eu disse, esperando. Reclamando, ela abriu a porta e ficou lá com os braços cruzados. — Você vai ficar emburrada ou vamos comer as mini tortas de morango de Nutella que sua tia Mayko fez?

— Definitivamente torta, — Austin respondeu por ela, correndo pelas escadas e a puxando. Eu só assisti, andando atrás deles.

Ao lado das escadas estavam fotos de todos nós. Dulce e eu nos casamos há treze anos. Logo após Sinners Like Us, conseguimos papéis a torto e a direito novamente. Durante um ano, nós, na verdade, trabalhamos em diferentes países. Foi difícil? Sim. Mas não era de forma tão dolorosa ou tão difícil como era quando éramos adolescentes. E quando nós víamos um ao outro durante os intervalos, quase nunca saíamos da cama – o que nos trouxe a Austin e depois Aurora. Ela ficou em casa por cinco anos para estar com eles enquanto eu trabalhava. Ela não precisava, mas ela fez de qualquer maneira. Todo o tempo fora deve ter feito bem para ela, porque ela voltou a ganhar outro Oscar como Eleanor de Aquitaine por sua atuação no filme The Woman Who Would Be Queen. Nossas vidas tinham se abrandado e acelerado de maneiras diferentes. Pegávamos apenas papeis de um ano, e revezávamos, para que pudéssemos estar lá para os nossos filhos, para que eles tivessem uma infância tão normal quanto poderiam ter em Los Angeles.

— Pai, você é tão lento! — disse Aurora.

— O que posso dizer? Eu estou velho, — eu ri, a pegando quando cheguei ao final das escadas. Ela gritou como um porquinho enquanto eu fazia cócegas.

— Não é justo, papai! — ela suspirou, fazendo beicinho quando eu a coloquei no banco atrás da ilha de cozinha.

— O que, você queria ficar com raiva o dia todo? — perguntei, chegando até a geladeira para pegar as tortas.

— Eu quero ser séria!

— Aurora, você tem dez anos. Você está muito jovem para ser séria, — eu disse, colocando um prato na frente de ambos. — e muito jovem para começar a atuar.

— Você começou a atuar quando tinha sete anos, — Austin me lembrou. Eu olhei para ele.

— Fica quieto, — ele murmurou, enchendo a boca com a torta quando dei a ele um garfo.

— Mas você fez, — Aurora se levantou para mim. — Não é justo. Eu estou bem. Meu professor de teatro disse que eu era tão boa como a mamãe era quando tinha a minha idade. Outras crianças já passaram no tapete vermelho com os pais e começaram a fazer comerciais e outras coisas. Eu quero também! Você não acha que eu
posso, papai?

Ela não tinha ideia do que ela estava pedindo, que é por isso que eu não poderia dar a ela. Não importa o quanto ela implorasse e quão fofa ela ficava com essas fitas no cabelo castanho encaracolado dela.

— Aurora-Rawr Rawr, — eu disse. Ela fez uma careta quando eu usei o seu apelido. — Você é uma menina talentosa, e seu professor de teatro está certo. Eu vejo muito de sua mãe em você, e isso é realmente assustador. Você será uma incrível atriz um dia, mas não agora.

— Mas por quê? — ela tentou não chorar. — Mamãe e você-

— Porque sua mãe e eu passamos por um monte de coisas. Nós nunca tivemos um segundo livre, todo mundo estava gritando em nossos rostos, nós trabalhamos muito duro por tanto tempo que não era divertido. E a razão pela qual sua mãe e eu não te levamos para estreias é porque nós não queremos ter mais atenção em você do que já tem. Você se lembra quando fomos para o zoológico quando estávamos na Inglaterra e alguém tirou uma foto de você cutucando o nariz?
Austin riu, morango em seu rosto. — Lembra como foi na escola quando voltamos? Todo mundo te chamou de Srta. Limpa Salão.

— E você simplesmente os deixou? — perguntei, lançando a elaum guardanapo.

Ele deu de ombros. — Foi apenas por um dia.

Eu olhei de volta para Aurora, cujo rosto estava vermelho, e ela enfiou um pedaço de torta na boca.

— E daí? Isso foi-

— Seria assim todo dia, — eu disse a ela. — Quando você está no set, quando você sai, em todos os lugares as pessoas vão tirar fotos de você. A razão pela qual vocês quase não aparecem nas notícias é porque cuidamos disso, então a televisão e as pessoas não estão realmente procurando fotos de vocês. Mas no momento em que você começar a atuar, no momento em que todos se apaixonarem por você exatamente como eles fizeram com a sua mãe, é o momento que você nunca terá privacidade novamente. Você vai odiar. Você vai odiar atuar, e como seu pai, vai me machucar te ver infeliz com algo que tanto amamos.

Ela ainda não respondeu.

— Sua mãe costumava chorar, — eu disse, o que chamou a atenção deles. O rosto de Austin caiu.

— O quê? — eles perguntaram.

— Quando começamos a filmar, sua mãe se escondia em algum lugar, chorava até seus olhos estivessem vermelhos, e em seguida, se apressava para limpar o rosto antes que as pessoas viessem procurando por ela.

Eles ficaram em silêncio. Tenho certeza de que eles não poderiam imaginar. Dulce agora era uma mãe incrível, sempre rindo e brincando com eles. Eles eram o mundo dela - nosso mundo. As pessoas na nossa lista.
Austin olhou para Aurora quando seus ombros caíram.

— Tudo bem, — ela finalmente disse. — Mas quando eu ser adulta, eu vou fazer!

— Quando você for adulta, eu estarei bem atrás de você, torcendo por você, — eu sorri, dando uma garfada na sua torta.

— Ei!

Rindo, eu não poderia imaginar minha vida sem estes dois.

— Aurora, — Austin disse sério, olhando para ela de novo. — Quando a mãe voltar, diga que está arrependida.

— O que-

— Você disse que a odiava. Peça desculpas, — ele disse.

Esse é meu garoto, eu pensei com orgulho, bagunçando seu
cabelo para seu aborrecimento.