Fanfic: Quando a Vida Escolhe ❥ | Tema: AyA

- Anahí -

Encontrei minha tia no meio de tantas pessoas, me esperava ansiosa. Apesar de ter ido com um vôo particular, tive que desembarcar no Aeroporto de LaGuardia. Em pensar que há alguns anos estar exatamente aqui era tudo o que eu mais queria, e hoje é o motivo das minhas lágrimas.

- Senhorita? - escutei a moça que havia me acompanhado durante a viagem, a olhei sem dar muito crédito - Já podemos descer, sua tia está à sua espera.

Dei mais uma olhada pela janela. Tudo era muito diferente da minha cidade, acredito que o trânsito de pessoas apenas ali naquele local já encheria minha cidade inteira. Tudo parecia estranho. Tomei coragem e me levantei, enquanto descia as escadas minha tia vibrava do lado de fora, ela era tão diferente da minha mãe, tão carinhosa e alegre que não conseguia entender o motivo dela e de Maite não se darem bem. Ela era a típica mulher moderna. Tudo aquilo o que eu sempre sonhei em ser antes de conhecer Alfonso. Casou-se cedo com o tio Tony, e quando a filha tinha dez anos decidiu que tudo aquilo era pouco demais pra ela, que tinha tanto engenho e força de vontade. Viver em uma cidadezinha cuidando de casa seria perda de talento. Então tratou de pedir o divórcio, e ficou falada na cidade inteira por ter deixado o marido, os rumores era que na certa tinha um amante. Maite que sempre foi coração ao invés de razão não quis deixar o pai, que estava arrasado com os acontecimentos, o que não impediu minha tia de subir em um avião e lutar por seus sonhos. E hoje lá estava ela, linda e loira. Tinha uma agência de moda "Cam Diaz" e era super independente.

- Any! - ela veio sorrindo até mim - Que saudade! - senti seus braços envolverem meu corpo enquanto eu lutava para não cair em prantos novamente.

- Também estava tia Cam - disse em um fio de voz.

- Fiquei tão empolgada com sua vinda querida! - ela disse enquanto se afastava, erguendo o óculos de sol que tinha visível a Marca Dolce & Gabbana - como foi a viagem? - disse entrelaçando o braço no meu e me puxando em direção à saída.

Dei um leve sorriso em resposta e segui com ela até o carro, e fiquei impressionada com uma BMW 335i branca parada entre alguns carros, e fiquei ainda mais chocada quando cada passo da minha tia nos guiava até ela.

- Tia, esse carro é seu? - disse incrédula, acho que preciso me espelhar mais na minha tia.

- Ah é sim - disse sorrindo enquanto destravava as portas - Mas quase não tiro ele da garagem - gargalhou enquanto colocava o cinto, eu olhava tudo encantada. O estofado era de couro, branco, parecia que tinha acabado de sair da fábrica - Gosto mais do meu fiel companheiro Honda Civic.

Tudo bem titia, estou começando a gostar desse lugar.

Se eu tivesse uma leve noção da casa que minha tia morava, talvez não tivesse ficado tão chocada com o carro. Ela vivia em uma enorme casa, mas é enorme mesmo, muito maior do que a minha, acho que três vezes maior. Havia um caminho imenso entre o portão de entrada até o outro portão que ficava mais há frente. Neste segundo não havia porteiro, minha tia apenas apertou um botão e as enormes grades se abriu, me deixando boquiaberta ao ver o enorme jardim, em frente à casa havia uma fonte, onde minha tia fez a pequena curva parando com o carro em frente a escadaria.

- Sua mãe me ligou hoje para avisar que viria, por isso não tive tempo de preparar muita coisa para sua chegada Any - ela explicava enquanto saia do carro, e eu fiz o mesmo - Mas amanhã mesmo iremos às compras e então você poderá decidir como e o que quer por no seu quarto tudo bem?

- Sem problemas tia - sorri enquanto subia com ela as escadas, mal ela imaginava que eu iria embora o mais rápido possível.

- Queria muito que Maite tivesse vindo com você - senti que ela dizia chateada - Sonhei tanto em ter ela comigo, estudando aqui e criando um futuro brilhante - a olhei e sorrimos - Assim como você terá.

- Maite tem outros sonhos tia Cam, ela é sonhadora e romântica, não pensa nesse mundo de status, não é nada ambiciosa.

- Eu sei, e não a culpo por isso sabe? - já estávamos no topo da escada, ela abria a porta da mansão - Se o que ela prefere é morar naquela cidade, o que eu posso fazer além de torcer para que ela seja feliz?

Ouvia as palavras da minha tia desejando com todas as forças do coração para que minha mãe tivesse metade de seu pensamento e compreensão. Quando botei meus pés na sala fiquei ainda mais encantada. A ideia da minha tia era compor um espaço diferente, que trazia todas as funcionalidades tecnológicas, mas que ao mesmo tempo conservasse um ar clássico e vintage. O que mais me deixou nostálgica foi a enorme escada no meio do hall de entrada, que dava acesso aos andares, sendo a casa da minha tia composta por três.