Fanfic: Dangerously in Love | Tema: Original

Depois de limpar a casa e as velharias da minha mãe - o que passei o dia fazendo, acredite, não é divertido - a minha famosa alergia atacou. Isso mesmo Victor, comece falando da sua vida horrível. Bom, meu nome é Victor Hastings e tenho 16 anos. Moro com minha irmã e minha mãe no Rio de Janeiro, a cidade - nem tão - maravilhosa. Estamos de mudança, uma mudança bem radical, eu diria. Vamos morar em Miami. Graças a Deus, minha mãe, irmã e eu não precisamos nos preocupar com tirar passaportes e vistos. Meu pai é americano, por isso o sobrenome Hastings, então minha irmã e eu - gemeos - nascemos lá. Eles acharam uma boa, nós termos dupla cidadania. Acho ótimo também, temos lugares para viajar nas férias e acredite, não tem nada melhor do que passar o natal em NY. Vocês devem se perguntar por que estamos nos mudando pra longe assim. Bom, não tem nada que nos prenda aqui. Meus avós maternos faleceram no ano passado e minha mãe diz querer uma "vida nova", não que isso signifique esquecer os próprios pais - longe disso -, ela só disse que não quer mais ficar revivendo dia após dia, a dor de perder os pais, e que quando formos embora, a dor diminuirá. Minha irmã - Jade -, ao contrário de mim, está odiando ter que viajar. Talvez porque ela terá que terminar o relacionamento de duas semanas. Quando ela disse que não ia viajar por isso, ela e eu tivemos uma discussão feia e estamos sem nos falar no momento. Pra falar a verdade eu estou meio chateado com isso. Ela é minha irmã, minha melhor amiga, tão melhor amiga que ela é a única que sabe que sou gay. Mas, voltando ao assunto da viagem, acabei de fazer minhas malas que estão na sala esperando para serem jogadas no bagageiro do avião, juntamente com as malas de Jade. Minha mãe ainda está trancada no quarto dela. Jade me disse:
- Victor, vai falar com a mamãe que já são 19h30min. - disse ela impaciente.
- Será que você é tão insensível? Esse lugar é onde a mamãe nasceu. É doloroso pra ela deixar isso tudo que ela viveu para trás. - falei e ela não olhou pra mim. - Olha Jade, sei que estamos brigados, sei que você não quer viajar por causa do Lucas. Sei que foi complicado pra voces começarem a namorar. Mas eu sinto a sua falta. Você é minha irmã gemea, minha melhor amiga. - ela olhou pra mim.
- Eu também sinto a sua. Não foi fácil brigar com você. - ela deu um sorriso e me abraçou. Retribiui com vontade.
- Vamos crianças, já estamos atrasados. - vi minha mãe limpando os olhos.
- Não fica assim, mãe. Sei que é difícil, mas, dias melhores virão. Vai ver. - eu disse a abraçando. Jade também a abraçou.
Ouvi a buzina do taxi que minha mãe havia chamado para nos levar ao aeroporto. Minha mãe ligou para minha tia que ia morar na nossa casa e disse aonde estavam as chaves e que deixamos tudo limpo pra ela e a minha nova priminha recém-nascida - Laura. Chegamos ao aeroporto as 20h13min, e sim, estávamos atrasados. Nosso vôo seria as 22h00min e com a fila do Check-In, duvido que embarcaríamos hoje. Mas como meu pai é super esperto e inteligente, já havia feito o nosso Check-In e comprado nossas passagens. Fizemos todo o processo de quando se viaja - que é uma chatice -, passar no detector de metais e etc. Embarcamos com a graça de Deus. Desligamos nossos celulares porque dá interferencia no rádio do avião. Odeio viajar sem celular. Mas por sorte - ou por experiencia - comprei um iPod. Amo viajar a noite, ainda mais uma viagem de 8h45min. Durmo a viagem inteira. Jade está do meu lado e eu estou na janela. Minha mãe está a duas fileiras atrás de nós. Liguei meu iPod e coloquei uma musica lenta para que eu dormisse rápido. Depois disso só lembro da Jade me cutucando dizendo que havíamos chegado. Descemos do avião, liguei meu celular e ele já havia se ajustado para o fuso horario daqui- eram 05h00min. Pegamos nossas malas e vimos meu pai com um cartaz, daqueles escritos "Hi family!", mas não estava escrito desse jeito, tinham nossos nomes nele. Fui até ele e dei um abraço:
- Oi pai. Estava com saudades. - eu disse.
- Eu também filho. - ele disse passando a mão no meu cabelo. - Onde estão Jade e Angela? - disse ele procurando-as.
- Estão vindo. Jade queria ir ao banheiro, e minha mãe a levou. Disse a elas que estariamos na entrada principal. - disse e fomos pra lá.
Ele comprou um salgado para eu comer, pois estava faminto. Esperamos uns 20min até as duas chegarem. Ele as abraçou e disse que estava com saudade e depois de 15min, fomos embora. A casa estava bem diferente da última vez que havíamos vindo. Entramos, Jade e eu subimos as escadas para vermos nossos quartos que eram separados - graças a Deus. No Brasil, eu dividia o quarto com ela. Desfiz minhas malas, o que demorou uns 45min.
Desci as escadas com Jade atrás de mim e meu pai disse:
- Victor e Jade, seus materiais. - ele apontou pra mesa.
- Pai, como voce adivinhou? - Jade disse. - Estávamos querendo mesmo começar usando fichário.
- É muito mais barato do que comprar cadernos. E me parece que voces gostaram muito mais.
- Com certeza. - eu disse.
- Mas, por que está nos dando isso agora? - Jade perguntou.
- Porque voces começam amanha. Levarei vocês para que saibam o caminho.
- Posso pelo menos saber qual escola vamos estudar? - perguntei.
- North Miami Senior High School. - disse ele com um tom de orgulho.
- Claro. - falei pegando minhas coisas. - Com esse nome deve ser ótimo. - sussurrei para Jade que riu.
- Com certeza. - disse ela pegando as coisas dela e me acompanhando nas escadas. - Sabe o que vai ser melhor? Nós dois, novatos, numa escola dessa. Imagina como deve ser a diretora desse lugar, se o nome da escola é assim.
- Vamos sair? Miami Beach não é longe daqui. - disse com um sorriso fraco.
- Vamos. Agora? - ela perguntou.
- Claro que não Jade! Tenho que tomar um banho pra tirar o cheiro de avião, e de gente suada daquele aeroporto. - disse pegando uma toalha.
- Pra que vai tomar banho agora se vai entrar no mar? - disse ela me olhando.
- É. Verdade. Pega sua bolsa de praia que vou colocar minhas coisas nela. - disse e ela foi pegar. Peguei protetor solar, toalhas e minha bermuda. Ela demorou um pouco pois estava trocando de roupa e percebi que eu também tinha que fazer isso. Quando acabei, Jade estava sentada no sofá, mexendo no celular. - C'mon sister? - disse e ela se levantou.
- Pai! Vamos na praia. - gritou Jade.
- Não vão almoçar? Sua mãe e eu estávamos querendo ir almoçar fora.
- Não se preocupe, comemos algo por lá mesmo. - ela disse abrindo a porta.
- Toma aqui. - disse ele pegando a carteira. - 50 dá?
- Dá sim pai. Obrigada. - disse ela dando um beijo em sua bochecha. Tchau. - ela disse e eu só acenei.
Quando chegamos lá, minha irmã deixou as coisas comigo e foi direto pro mar. Tirei a toalha da bolsa e forrei na areia. Tirei minha camisa, deixando meus lindos músculos a mostra. Mentira! Sou magro, mas não aquele magro raquítico sabe? Aquele tipo de magro meio sarado com pouquíssimos músculos. Coloquei meus óculos escuros e coloquei uma musica meio animada no fone. Sentei e esperei Jade. Senti uma pancada na parte de trás da minha cabeça, tal pancada que fez os óculos caírem no chão. Um menino, muito bonito por sinal, veio se desculpar. Tirei meus fones.
- Oi. Me desculpe pela bola.
- Não foi nada. Tudo bem. - ele tinha olhos tão bonitos.
Ele saiu de perto de mim e foi de encontro aos seus amigos. Tomara que ele estude na mesma escola que eu. Vou rezar pra que sim