Fanfic: Querida Mãe Criminosa... | Tema: Vondy

Capitulo 004 – Meu Passado

-Dulce, minha Rainha, venha aqui.

Ela andou até Henry que descansava em um sofá vermelho e velho do galpão, onde todos os lacaios deles se reuniam e discutiam sobre os próximos passos. Ela sentou-se em seu colo, passando os braços ao redor do pescoço dele.

-Sim, meu Rei? –Ela perguntou, franzindo as sobrancelhas de um jeito bonitinho.

-Você sabe que normalmente eu peço alguma coisa dos meus capangas para provar sua lealdade, não sabe, Dulce? –Ele pegou uma mecha ruiva dela, e ficou mexendo nos fios, quase um carinho. Dulce o observou, engolindo a seco, sabia o que ele pedia: filhos de seus capangas para treinar por dois anos, ou mais. –Hey, calma, querida, vou lhe apresentar a minha... –Henry molhou os lábios, depois sorriu, os olhos de duas cores brilhando com maliciosidade e esperteza –Proposta. E é claro, Dulcinha, que isso envolve o seu passado.

****

A semana havia passado bem, pensou Christopher, enquanto arregaçava as mangas da camisa velha. As cirurgias haviam ocorrido bem, a filha sorriu bastante, ele também, agora no sábado, ela devia estar brincando lá embaixo no jardim da casa.

Boa semana, com certeza.

Ele pegou o pincel, molhando-o na tina marrom e começando seu trabalho. Lá fora, o sol se movia calmamente sobra as crianças brincando na grama e o dia passava, até se esconder atrás dos montes perto daquela pequena cidade.

A lua tomava seu lugar, enquanto Clary corria pelas escadas da casa até parar no porão, onde abriu a porta de uma vez e ela correu para perto do pai que pintava uma tela.

-Uau –Murmurou bem baixinho, observando enquanto os dedos sujos de tinta do pai terminavam uma ultima linha vermelha.

Ele sorriu de canto enquanto repousava o pincel sobre uma mesa toda colorida pelas milhares de cores durante os anos.

-Está bonito? –Perguntou, analisando o rosto da filha, que tinha aqueles belíssimos olhos arregalados e um sorrisinho em meio a boa aberta.

-Está tão bonito, pai.

A tela consistia em duas pessoas sentadas num alto de uma colina, um homem loiríssimo com ombros largos revestidos numa camisa azul escura e uma ruiva com cabelos que ondulavam pelo vento, estavam de costas e o Sol se punha na frente deles, dando a ideia de dois anjos banhados pela luz.

Uma lembrança boa e feliz com Dulce.

-É a minha mãe? –Perguntou ela, agora com um expressão muito seria para aquela idade.

-Sim. –Respondeu ele, minimamente.

Ela ergueu a mãozinha, e mexeu os dedos como se fosse tocar a tela, como se realmente pudesse atravessar o tecido e entrar naquele momento, fazer parte dele. Mas, com os olhinhos cheios de lágrimas , abaixou e respirou fundo.

-Vou tomar banho, tchau ,pai –E assim se foi.

Christopher suspirou, observando a tela e depois desviando os olhos para as outras telas descansando suavemente no canto do porão, encostadas na parede perto da grande janela redonda do porão.

Algumas eram apenas olhos, olhos cativantes e marcantes, com longos cílios escuros contornando íris cor de chocolate derretido, em outras os olhos estavam apertadinhos como se estivessem sorrindo, todos estavam brilhando. Em outras eram um rosto inteiro de uma mulher. Outras, ela caminhava flutuando olhando para tela, com os cabelos vermelhos flutuando como um lençol ruivo. Mas sempre sozinha.

Finalmente ele reuniu forças para pintar os dois. Ficara bonito sim, mas o engolfava numa dor tão agoniante que ele teve vontade de rasgar tudo, jogar as tintas na parede, nunca mais entrar naquele sótão. Porém, apenas se levantou, saindo do sótão e trancando a porta, deixando a pintura secar naquela noite úmida.

Tomou um banho e quando viu já estava na mesa de jantar com a filha, a mãe e seus irmãos e sobrinhos.

Ele olhou para sua irmã Angelina, a mais velha entres eles, com seus olhos verdes bandeira e seu cabelo ruivo natural herdado do pai deles, parecia quase uma Dulce, se não fosse assim: tão calma, controlada, sorridentemente feliz e alta como uma amazona.

-Então, Clary como foi o dia? –Perguntou Ingrid, a esposa de Angel, enquanto tentava fazer seu filho de pouco quatorze anos comer.

-Foi bom, brinquei muito com a Hellen, a Bell e o Gus –Clary deu ombros, pegando uma batata frita e enfiando na boca, fazendo Ingrid sorrir.

Christopher sorriu, olhando para os irmãos, Arthur sendo o segundo dos irmãos, ao lado da esposa Hazel, e com os gêmeos de poucos treze anos, Kyle e Jonh, depois Otto, com a namorada vestida e maquiada como uma Drag Queen –embora não fosse –e os três filhos, Hellen –de doze anos –Gustavo –com seus dez anos –e Tyler –o mais velho dos primos, com quinze anos recém formados. Embora, nenhum destes fosse filho de Rachel, a namorada de Otto, ela os amava como se fossem. E Kim, baixinha, de cabelos muito pretos, olhos castanhos e mãe solteirona de Elisabell –da idade de Clary. Eram uma filha consideravelmente grande, e todos moravam na cidade, embora em casas diferente, apenas Rachel morava em uma cidade a meia hora dali.

Apenas ele morava na casa da mãe, uma das maiores mansões daquela cidade, em tons pasteis e um jardim bonito na frente.

Depois do jantar, ele sentou-se na sala, conversou com os irmãos e os sobrinhos, brincou com Clary, e viu todos irem embora, até sua mãe levar sua filha com olhinhos cansados e corpinho molenga, murmurando algo e subindo para o quarto com a avó.

Christopher olhou para o copo de vinho que calmamente bebericava, estava com os pés apoiados na mesinha de centro e o antigo relógio de Jenny marcava pouco mais de duas horas da madrugada.

Sua querida mãe já estava acostumada aquilo, ele ficar ali até pouco depois das quatro tomando vinho, murmurando o nome de Dulce, fechando os olhos  e relembrando de seus momentos. Era algo possivelmente louco, mas tinha certeza que se não fizesse isso iria surtar.

Ele franziu o rosto, ouvindo a campainha ressoar pela casa, a lua estava cheia naquela noite, mas não iluminava a entrada da casa, não dava para ver muito, receoso, ele repousou a taça de vinho e caminhou até a porta, hesitando antes de colocar a mão na maçaneta, mas por fim abrindo.

O susto quase o fez cair para trás. Assustado, amedrontado, deu dois passos para trás, enquanto a pessoa na entrada o olhava.

-O que foi? –Perguntou –Sim, Christopher Uckermann, o passado veio te assombrar.

E como se estivesse em câmera lenta, um sorriso iluminado e cheio de maldade se espalhou lentamente pelo belíssimo rosto de Dulce Maria.

Lorena™: Continuando, morre de ansiedade não, o capitulo está aqui ^^. Postado, amor!<3