Fanfics Brasil - minha épica luta contra um anjo Guardiões do Paraíso e a Lança do Destino

Fanfic: Guardiões do Paraíso e a Lança do Destino | Tema: o tema é de inteira posse do criador (eu)


Capítulo: minha épica luta contra um anjo

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Até onde pude ver o lugar era enorme. Do portal até uns quinhentos metros eram só dois muros de arvores bem grandes de frutos variados. O homem na qual eu seguia não falava nada em nenhum momento. Ao chegarmos numa grande clareira que tinha vários e diversos alvos e alvos móveis para arco e flecha, treinamento com machados e armas mais pesadas, treinamento com espadas e muito mais. Mas o que eu não pude entender foi TUDO. Era simplesmente inacreditável um lugar que parecia tão grande, e dentro dele parecia um acampamento de férias.


         O que verdadeiramente me chamou a atenção eram os cavalos. Mas não eram simplesmente cavalos ou cavalos de raça. Eram de fogo, chamas saiam de sua crina e de sua narina. E mesmo eu passando a mão neles eles não me queimavam. O homem que me guiava me apressava e fui impedido de monta-los.


         Haviam vários adolescentes lá em diferentes lugares e áreas de treinamento.


         - Quem são todos eles? – perguntei ao homem.


         - Nefilins, - respondeu ele com orgulho. – assim como você.


         - Você pode me explicar isso eu... até agora não entendi.


         Ele continuou a andar passando pela clareira.


         Muito obrigado, pensei em dizer mas guardei esse comentário para mim.


         Em meio a uma densa floresta que havíamos entrado havia uma casa bem grande. Na frente dela havia três estatuas. Duas ao lado da pequena escada que levava a porta e uma no alto acima da porta. Parei na frente da casa para aprecia-los. A imagem do lado direito um homem esculpido em prata, ele tinha uma armadura que preenchia todo o seu corpo. O seu elmo permitia olhar em seus olhos. Ele tinha mais ou menos um metro e oitenta. Segurava uma espada na frente de si como se estivesse desafiando alguém para uma luta.


         No da esquerda, parecia ser mais alto. Ele era esculpido em bronze, tinha também uma armadura só que mais reforçado e corpulento. O elmo era mais curto por isso pude ver parte do rosto dele. Tinha feições africanas e um porte físico bem desenvolvido.


         O que ficava encima da porta era mais desprovido de armadura. Trazia apenas uma toga como se fosse uma faixa de seu ombro até a cintura e como se fosse uma saia para homens. Ele usava sandálias e braçadeiras. Ele parecia como se estivesse voando. Ele tinha seis asas e duas estavam abertas que deixava a cor dourada da estatua ainda mais reluzente. As outra duas cobria o rosto e as outras duas cobriam-lhe os pés.


         Mal eu percebi e o meu guia já estava na porta a minha espera.


         - Venha logo garoto! – berrou ele.


         - Ah, sim.


         Fui até a porta aberta e entrei. Dentro dela parecia uma grande biblioteca. Havia dois andares abaixo de nós com muitos e muitos livros. O lugar era circular e o teto abobadado. Descemos uma escada que levou até uma mesa cheia de livros e uma placa de identificação escrita Sr. R, talvez eu o devesse chamar assim a partir de agora. O que me surpreendeu foi o garoto que me salvou estar em uma cadeira ao lado do Sr. R.


         - Bem, - disse o garoto com a cara fechada. – vejo que você sobreviveu ao telefone.


         - Sobreviver? – perguntei.


         - A maioria dos novatos vomita muito depois do primeiro voo até aqui.


         - Espera ai vomitam... – senti nojo. – que lugar é esse e o que é tudo isso?


         - Vou começar pelo básico, certo!? – disse Sr. Ao se acomodar em sua cadeira. – você já ouviu falar de anjos? – sem palavras eu apenas concordei com a cabeça. – Então já deve ter ouvido falar sobre demônios. Eles estão ao nosso redor Andrew, tanto no mundo espiritual quanto no mundo físico.


         - Você só pode estar brincando. – repliquei-lhe. – eu... eu nunca acreditei em um Deus ou em anjos. Se... se eles existissem eu teria uma família, uma de verdade. E oque eles tem haver comigo? O que tem haver com minha vida?


         Eu odiava tocar nesse assunto, mas minha mãe, segundo o cardeal Donald, trabalhava em arqueologia por que era apaixonada pelos judeus e ainda mais por angeologia. Ela estudava o dia inteiro, eu me lembro disso tudo mas era muito pequeno (muito pequeno mesmo),  ela pesquisava e ia descobrindo coisas maravilhosas que, claramente, eu não entendia nada. Naquela época o meu odiado pai ainda estava conosco. Mas após uma longa conversa com minha mãe eu só me lembro de estar no colo dela vendo-o passando pela porta e sem nem olhar pra trás ele se foi. Foi um choque pra mim me sentia mal por ele ter ido embora. Mas com o passar do tempo percebi que aquele sentimento não era de tristeza mas sim de ódio e eu jurei pra mim mesmo naquele dia que se eu encontrasse ele de novo eu daria um belo soco na sua cara. Acho que por nunca ter tido um pai eu nunca acreditei em Deus, um cara que se julgava meu pai. Há, que piada.


         Sr. R se remexeu em sua cadeira pareceu um pouco mais serio e nervoso provavelmente por que ele nunca ouviu um garoto de quinze anos brigar contra ele daquele jeito.


         - Andrew, pode parecer loucura – disse ele do modo mais sereno possível. – mas seu pai tem uma parte angelical. Você é filho de um anjo, Andrew.


         O que? Espera... o que... eu não... meu cérebro parou .Não conseguia pensar direito. Raciocinar era impossível.


         - Você deve estar fazendo alguma brincadeira. – disse em tom de sarcasmo. -  não da pra acreditar nisso.


         Sr. R se levantou e algo começou a sair das costas de sua armadura. Um do lado direito e outro do lado esquerdo. Grandes extensões de dois metros com plumas brancas. Eram asas de verdade. Quando ele abriu as asas elas pareceram brilhar e eu cai ao ver elas. Era uma sensação maravilhosa.


         - É possível acreditar agora?


         Eu sei, era muito difícil de acreditar. Me acostumar com aquela nova realidade seria bem difícil. Acreditar que meu pai era um anjo, ha isso seria ainda mais difícil.


         - Tudo parece muito novo pra você – disse ele se levantando e vindo na minha direção. – Gabriel vai cuidar de te ensinar tudo o que precisa saber sobre... bem, tudo.


         O garoto, Gabriel, veio até mim me avaliou de baixo a cima com um olhar tenebroso mesmo sendo mais baixo que eu ele me deixava inseguro. Após um bom tempo de encarar ele também ele abriu um sorriso e deixou eu perceber o seus olhos verde claro.


         - Vamos nessa recruta. Tem muita coisa que você precisa saber pra não morrer. – disse ele com um sorriso na fronte.


         - Não vai ser necessário.


         A voz partiu da porta de entrada. No topo da escada estava uma garota de cabelos ruivos com uma mecha caindo sobre o olho esquerdo. Usava um short jeans rasgada e uma blusa regata tão justa como a possível justiça divina. Ela era bonita, mas após ela levantar a mão direita chamando dez adolescentes me prenderem com algemas super pesadas eu meio que mudei de opinião. Eles pressionaram minha cabeça contra o chão e meus braços para trás como se eu fosse algum tipo de criminoso. Com a cabeça baixa só pude ouvir a borracha das botas dela descendo pela escada. Os adolescentes ao meu lado tinham armas apontadas pra mim: espadas, lanças, púgios, arco e flecha e escudos. Com os olhos para baixo só vi as botas da garota nada mais.


         - O que esta acontecendo Emily? – perguntou o Sr. R.


         - Vai ser aberto um sinédrio contra esse novato. – disse ela, tinha uma voz dócil, mas possivelmente arisca.


         - E sobre quais acusações? – perguntou Gabriel.


         - Homicídio, desrespeito a autoridade, danos morais. – respondeu ela. – soltem a cabeça – disse ao soldado que pressionava a minha cabeça para baixo e ele soltou, segurando pelo meu queixo ela levantou a minha fronte para vê-la. – faz um bom tempo que eu não julgo, vai ser divertido fazer isso com você.


         Eu estava pasmo. Não por ela ser linda vista de mais perto, mas pelas acusações. Quando eu matei alguém ou desrespeitei autoridade? Eu estava com medo do que poderia mais  acontecer. Primeiro um cara chamado Legião tenta me matar, depois descubro que tudo que acreditei até hoje era uma mentira, além disso tudo descubro que abriram um processo contra mim. Mais um dia maravilhoso na vida de Andrew Blake.


 


...


 


         La estava eu indo direto para o meu próprio julgamento. Com as mãos presas com algemas muito pesadas e dois guardas me escoltando, dois na frente e dois atrás ainda com escudos e lanças ainda em mãos. Saímos da grande casa e andamos pouco até virar a direita em mais um caminho cheio de belas arvores. Ao observar todas essas arvores um dos soldados adolescentes me deu um soco no rosto.


         - Vire para frente! – exclamou ele


         Com a testa sangrando me virei e continuei pra frente. A dor não foi tão grande mas o corte deve ter sido. O sangue escorria pelo meu lado esquerdo e eu não podia falar nada se não quisesse a língua sangrando também.


         Chegamos a um lugar bem grande, mais ou menos metade de um hangar. Ao passar por alguns corredores eu vi retratos de pessoas bem antigas. Quando eu entrei no tal sinédrio, senti-me maravilhado de ver aquele lugar. Os guardas me deixaram no meio do pátio. Na minha frente estavam sentados em tronos fazendo um semicírculo com adolescentes sentados. Pelo que eu contei tinham 68 sentados. A garota que me havia “processado” sentou-se do lado de um trono vazio. No total haviam 71 tronos, ou cadeiras decoradas.


         - Faltam duas pessoas. – disse a ela. – quem falta?


         Gabriel me deu um soco na nuca e fez um sinal para que eu ficasse em silencio. Emily se levantou do trono e disse em voz alta.


         - Agora este iniciado o sinédrio contra Andrew Blake. – ela me olhou com desprezo e fez cara de desdém. – quem serão os seus defensores Andrew Blake?


         - Eu! – disse Gabriel dirigindo-se ao meu lado.


         - Pode começar.


         - É idiotice e sem nexo abrir um sinédrio contra ele! – disse o Sr. R entrando no pátio. – nem temos um presidente do sinédrio.


         - E é nesse caso – disse Emily com um olhar frio. -  que o mais apto para julgar é o filho de um dos três grandes.


          Sr. R me lançou um olhar do tipo foi mal, eu tentei. Bom, era hora de botar todos os meus livros sobre direito em ação.


         - Emily – começou Gabriel. – era a primeira vez que Andrew se viu em combate ele não teve culpa da morte do Gale mesmo ele sendo muito experiente, mós nunca batemos de frente com Legião e sim com monstros menores.


         Gale.


         Então era por causa dele que foi aberto aquele tipo de julgamento. Acho que foi Silver que iniciou isso.


         - A responsabilidade era sua, Gabriel. – disse ela. – agora um dos nossos esta morto. Tudo por causa da desobedecia dele. – ela apontou o dedo para mim.


         - Droga, será que eu posso falar? – gritei.


         Todos dos tronos olharam para mim assustados e atônitos com a minha audácia ou burrice, sei lá. Emily fez um gesto para mim como se permitisse a minha fala.  É agora  tudo pareceu vir a minha mente. Tudo o que eu precisava falar agora estava na ponta da minha língua.


         - Para todos que me escutam – comecei. – eu sou Andrew Blake, Filho de algum anjo por aí. As acusações feitas contra mim é de homicídio. Eu nunca matei ninguém. Nem tive a intensão de matar o Gale, eu mal o conhecia. Eu estendi a mão para ele quando estava chegando. Mas ai o elevador se foi, e ele morreu. Desacato a autoridade, blah! Eu tenho alguns problemas, mas será que raciocínio lógico agora é crime? Eu mal conhecia Gabriel como confiaria nele?


         Todos os garotos e garotas pararam e pensaram. Como eu consegui ser tão convincente? Nem eu sei. Mas Emily parecia preparada para esse tipo de argumento.


         - Raciocínio lógico não é crime Sr. Blake, - respondeu ela. – mas não ter confiança em alguém que lhe salvou, podemos conferir como crime.


         Okay, meu argumento não foi tão valido assim, então parti para minha defesa da próxima acusação.


         - Enquanto aos danos morais, - introduzi. – onde esta a Silver?


         A garota entrou aos prantos pelo lado do pátio. Algumas amigas a ajudavam a chegar perto de mim e consolavam ela, pelo menos tentavam.


         - Agora é a vez de Silver, filha de Felipe, o anjo amigo dos cavalos dar o testemunho.


         Eu estava ajoelhado ao lado dela ela tentava falar em meio a sussurros. Eu senti algo estranho, algo sombrio que vinha dela. Ao olhar para ela ao meu lado tudo ficou amarelo e branco novamente, então eu pude ver. Dentro dela havia algo como se fosse uma esfera. Existiam três tipos de coisa que preenchiam a esfera, uma de cor negra outra branca e outra azul. O estranho é que quando olhei para os outros todos tinham apenas dois, o azul e o branco. Metade alma, metade anjo. Mas o que era então aquela mancha negra nela?


         - Eu não consigo falar, - disse Silver. – por favor condenem ele logo. – ela começou a chorar com um lenço no rosto.


         Ela olhou de relance para mim os olhos dela mudaram então eu tive certeza: ela não era a Silver.


         - Esperem! – gritei. – ela não é...


         - Silêncio! – disse Emily. – em vista de não termos alguém sábio para julgar, deixaremos nas mãos dos três celestes.


         A plateia atrás de mim e dos garotos nos tronos exultaram de alegria. O que seria aquilo? O dia começou a ficar cada vez pior. Voltamos a andar novamente. Voltamos para a casa que por dentro era a biblioteca. Paramos na frente. A escolta me colocou na frente de todos de joelhos diante das estatuas.


         - Aos três celestes Miguel, Uziel e  Metatron, - Emily começou algum tipo de oração as estatuas. – por falta de um presidente do sinédrio e de sabedoria mutua, colocamos a decisão e sentença deste Nefilin em vossas mãos. O que será: decapitação, apedrejamento, - ao falar isso todos agacharam e pegaram uma pedra no chão. – ou incinerado.


         O espaço ao nosso redor se silenciou, as arvores pararam de se debater os pássaros pararam de cantar. Emily recuou até um espaço de distancia de mim. Todos fizeram o mesmo. Será que eu iria ser incinerado?


         Andrew.


         Ouvi uma voz partindo da estatua de prata. Os olhos dela começaram a piscar junto com os meus.


         Venha até mim Andrew.


          Foi o que fiz me levantei e fui até ela. A espada dele continuava apontada para frente. Por um momento tive um acesso de força incrível que estourei as algemas que me prendiam. Então eu me aproximei ainda mais da estatua de Miguel. E comecei a sentir fogo em mim, porque fogo de verdade subia de mim. Meus punhos, tórax, canelas e cintura estavam em chamas. Quando elas apagaram, onde havia fogo agora tinha uma armadura de prata reluzente. E na minha frente uma espada. Eu agachei e a peguei. Quando a tirei da bainha, era um pouco maior que um gladio romano, uns 90, 100 centímetros.


         Eu fiquei observando-a por um tempo e percebi que ela não era de nenhum metal que já tivesse estudado. Parecia diamante, impossível. Demorava muito e exigia muito esforço fazer aqueles diamantezinhos. O que dizer então de uma espada? Verdade, eu havia me esquecido que as coisas impossíveis agora eram possíveis. Por quê? Por que era o mundo judaico-cristão, tudo era possível.


         Todos me observavam com medo. Olhavam a minha semiarmadura e me temiam. E eu não sabia o por que. Tentei olhar para Gabriel para pedir ajuda, mas foi como procurar uma agulha no palheiro. O converseiro que estava tendo por causa de tudo isso terminou quando um pequeno papel em chamas surgiu sobre nossas cabeças. Ele caiu nas mãos de Emily que o leu o que estava no papel e fez cara de confusa. Pareceu ler e reler algumas vezes antes de falar.


         - A sentença foi dada. – disse ela a todos. – a sentença é...a luta contra o nosso anjo representante: Rafael, mais conhecido aqui como Sr. R.


         Ops. Acho que agora eu estava ferrado. Saber que o Sr. R era um anjo, até ai tudo bem. Mas descobrir que ele era um anjo e ter que lutar contra ele, acho que já é um pouco demais para mim. A única experiência que já tive com espadas era cortando pão com facas de serra. E ele, bom, ele era um anjo devia ter milênios de pratica.


         - Todos para a arena! – exclamou alguém.


         Todos correram para um alto complexo parecia um mini coliseu com no mínimo uma só arquibancada. Ouvi um bater de asas e quando olhei para o alto o Sr. R estava voando até la. Eu não sabia qual era o meu próximo passo. poderia ser o ultimo.


         - Pelo menos sabemos a sua raça agora. – disse Gabriel, talvez tentando espantar o clima pesado.


         - Ótimo – agradeci ao comentário. – e no que isso me ajuda?


         - Bem, - ele pareceu pensar bem na resposta. – você é um arcanjo, deve ser bom com espadas.


         Segui para a arena de batalha com aquele peso que a luta estava me trazendo. Tudo aconteceu muito rápido hoje: luta contra professoras, contra demônios depois veio o meu julgamento por algo que não fiz por uma garota que estava tomada por alguma coisa, e agora minha sentença lutar contra Rafael, o arcanjo da cura. Bom hoje até que não foi o pior dia da minha vida. Eu poderia ter acabado morrendo mais cedo. Eu ainda não sei o que me aconteceu. Algo estava me protegendo.


         Um tropeço em uma pedra me fez perder todo o meu raciocínio. E eu não consegui recupera-lo. Então decidi conhecer melhor aquela nova realidade antes de partir dela. Perguntei a única pessoa que conhecia ali: Gabriel.


         - Gabriel – chamei-o – quem eram aquelas estatuas na casa principal?


         Ele passou pelos guardas com uma ótima facilidade e ficou a meu lado.


         - O de cima sabe, grandão, seis asas... aquele é Metatron, o Príncipe dos Serafins. Os serafins são caracterizados por terem seis asas. – disse ele.- o do lado direito é Miguel, o Príncipe dos Arcanjos, eles são mais conhecidos por serem brigões e muito poderosos. E o da esquerda é Uziel, o Príncipe dos Querubins, eles são os mais legais, são colegas e tudo mais. – o sorriso que ele tinha no rosto desapareceu com o ultimo comentário. – com uma exceção da sua querida juíza, - ele apontou para Emily. – Emily Wilson, o maior mistério desse lugar é ela.


         Uau. Uma garota misteriosa que gosta de julgar os outros. Ótima personalidade. Já vi que se eu sobrevivesse, ela seria o maior pé no saco. Mas a minha preocupação mudou quando saímos do caminho cercado de arvores e chegamos a arena onde seria o meu carrasco. Todos os guardas ao meu redor se foram para ambos os lados. Apenas Gabriel estava comigo. Ele soltou minhas novas algemas colocadas por precaução.


         - Boa sorte Andrew, - disse ele apertando minhas mãos. – se você sobreviver comemoraremos com o melhor vinho.


         Ótimo, agora sim eu estava sem ninguém. Alias, eu sempre estive sem ninguém, não sei por que agora eu precisava de alguém. Comecei a entrar na arena. Ela formava um circulo completo, não era muito grande, mas dava pra ter uma boa luta de novato lá. Havia uma grande gritaria de todos os lados. Pessoas gritavam para mim “ é melhor você não morrer em 15 segundos!” ou “ ai estou apostando contra você é melhor morrer rápido”. Ótimo a plateia estava contra mim também. O que mais eu poderia ter?


         Bum! Então o Sr. R em sua armadura reluzente de bronze as asas apontadas para o alto. O pouso jogou muita terra pra cima de mim. Então fez-se um silencio. Todos se calaram quando ele apareceu. A espada dele dava duas da minha.


         Medo? Medo naquela hora se tornou tanto uma qualidade quanto um estado pra mim. Eu entrei completamente na arena. Mal eu levantei minha espada e ele veio com tudo pra cima de mim. Um soco foi necessário para me jogar do outro lado da arena. Minha boca estava sangrando e meu rosto formigando depois de soco, mesmo assim me levantei e, acho eu, que estava em guarda com a espada. Do outro lado da arena Rafael veio em uma grande velocidade e fez um arco com a espada para me cortar ao meio, antes disso eu pulei para o lado. O estrago que ele deixou no chão foi uma bela cratera. Legal, se ele me acertasse e eu sobrevivesse eu só teria o apelido de Andrew “cratera” Blake. Aquilo realmente não ajudou.


         Então eu decidi desistir e comecei a correr.


         Mais um soco, só que agora no estomago.


         Vou começar a anotar em um caderninho: anjos, além de voar, são super rápidos. Mesmo eu estando do outro lado da arena ele conseguiu me acertar na boca do estomago com muita força. Eu já estava esgotado, meu corpo doía em toda parte. Minhas pernas bambeavam e eu não consegui ficar em pé, por isso eu virei de barriga pra cima e esperei a morte pois é só isso que me restava. Certo, eu não iria conseguir MESMO vencer o Sr. R, mas eu não ia parar. Faça-me o favor, eu sou um pouco idiota, mas naquele momento eu sabia: eu era um lunático. Mesmo parecendo que uma bigorna estava amarrada no meu estomago, eu me levantei e fiquei em guarda. Rafael olhou para mim e riu. Acho que ele sabia o que eu estava pensando. Eu avancei e meus olhou brilharam. Tudo pareceu um campo de xadrez. Tudo eu podia ver e prever. Já era uma chance de poder ganhar, até ele acertar a minhas costas. Eu fui jogado ao chão. Agora eu não poderia me levantar mesmo, minhas costas formigavam e que deixaram minhas pernas paradas.


         - Acho que minhas conclusões estavam erradas. – disse ele com cara de desdém.


         Eu já estava irritado, machucado, ferido e provavelmente paraplégico. Eu não queria mais um velho anjo gaga me importunando.


         - Que conclusões vovô? – disse-lhe com dores.


         Ele pisou na minha mão esmagando-a e eu soltei a espada com um grito de dor.


         - Que você é filho de um dos três grandes imbecil. – sussurrou ele perto de mim. – O que você visivelmente não é.


         Todos em volta de nós começamos a gritar. Garotos e garotas berravam de exultação. Parecia uma luta de UFC em que eu tinha me saído muito, MUITO, mal. Mas não adiantava mais nada, agora era o meu fim. Meu carrasco.


         Então, subitamente, o céu se escureceu e relâmpagos começaram a estalar acima de toda a arena. Não havia cheiro de chuva então era algo pouco mais que sobrenatural. As nuvens começaram a girar parecendo um furacão em reverso. Então um relâmpago caiu na direção do Sr. R. Ele se protegeu com a espada dele, mas quando a minha visão voltou eu vi ele agachado tentando suportar o golpe que outro homem desferiu nele. O outro homem tinha um cabelo parecido com o meu: grande só que castanho. A armadura dele era prata, mas reluzia muito como se tivesse acabo de sair da fabrica. Rafael tinha uma cara de dor e peso.


         - Você... – disse ele com dificuldade. – o que esta fazendo...?


         O homem fez pouco caso da pergunta dele. Mas ele olhou para todos na arena. E todos calaram a boca ao verem. Ele empurrou com pé o Rafael. E caminhou em minha direção. E a cada passo dele eu pude ver melhor seu rosto. Ele tinha feições joviais os olhos azuis intensos. A armadura dele era completa prata em todo o seu corpo. Ele estava com a espada em sua mão, de mesmo tamanho de Rafael, mas a dele era semelhante a que eu usava. Minha visão e audição estavam meio bagunçados mas eu nunca deixaria de reconhecer aquelas palavras.


         - Rafael! – exclamou ele. – não ouse tocar em meu filho.


         Filho? Mas quem era ele? Que anjo era aquele.


         - Como pode? – disse Rafael no chão. – você...você prometeu!


         O homem, meu pai, que seja, fez um sinal com a mão para que Rafael parar de falar. Percebi naquele meu momento de dor que o Sr. R era mais um gato assustado do que eu. Ele se voltou os olhos para mim. Os olhos dele eram como um complemento dos meus. Então eu senti, não por ele ter dito que era meu pai, mas por eu ter sentido que ele é meu pai.


         Minhas pernas ainda estavam dormentes, não as sentia direito. O homem se agachou perto de mim. Sua armadura rangeu fazendo um som ferrugem. Ele guardou a espada em sua bainha. Colocou a mão em minha coluna onde eu tinha sofrido o machucado. Naquele lugar, começou a queimar e a ferver. Com a outra mão ele começou a desenhar  no meu antebraço. Era um “y” ao contrario com as duas pernas viradas para minha mão.


         - O que é isso? – perguntei já recuperado.


         - Algo que vai protegê-lo meu filho. – ele me ajudou a levantar e voltou-se para Rafael que agora tinha Gabriel a seu lado o ajudando a levantar. – treine-o, o melhor possível, se esse é o destino dele, ele tem que estar preparado.


         Do mesmo jeito que ele veio, ele foi. Abrindo as grandes asas dele ele se iluminou, o ar se tornou rarefeito e voltou para o céu como um relâmpago reverso.


         Resumindo o dia: lavar a catedral, confere. Ser salvo de um demônio mega doidão, confere. Descobrir que sou filho de um anjo ( alias do Príncipe dos Arcanjos), confere. Ser julgado por algo que não fiz, confere. Lutar contra um anjo, confere. Ótimo, dia pouco estressante. Só me lembro de apagar.



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Autor(a): matheusvnarcizo

Esta é a unica Fanfic escrita por este autor(a).

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Sem sonhos. Foi como passei por três dias. Como eu sabia? Não sei. Só sabia. Momento filosófico a parte, eu acordei no que parecia um quarto de pousada. Não havia tecnologia esbanjando naquele lugar, no máximo um abajur, uma prateleira ao meu lado direito e uma escrivaninha a esquerda. Minhas roupas haviam mudado, agora eu estava com ...


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