Fanfics Brasil - 1. Hooded Precious Blood

Fanfic: Precious Blood | Tema: Anjos, vampiros, lobisomens, sobrenatural, mistério, romance, suspense


Capítulo: 1. Hooded

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Encapuzado


Pulei da cama assustada com algo que sonhara, minha respiração estava ofegante, passei minha mão pela testa e pescoço, estava suando frio, e sabia muito bem que não era por conta da neve que caia fora de casa. Suspirei e virei meu pescoço para olhar o relógio de madeira acima de meu criado mudo ao lado da cama, os ponteiros marcaram exatos seis e vinte e cinco da manhã e não acreditei que havia acordado nesse horário em plenas férias.


Com o que é que eu tenha sonhado, foi algo assustador, passei as mãos em meus olhos afastando o sono e em meus cabelos ruivos e longos, amarrando-os em um coque, tentei lembrar-me do sonho, nas a tentativa foi em vão. Pisei no chão frio do quarto e andei sonolenta até a varanda.


Fiquei admirando os flocos brancos de neve cair vagarosamente por alguns segundos, essa época com certeza é minha favorita, amava a neve e tudo que tenha a ver com frio.


Abri completamente as cortinas para permitir a luz do dia entrar e consumir meu quarto antes de caminhar até o banheiro.


Inclinei-me para lavar meu rosto com água fria e fiquei segundos em frente ao espelho observando as gotas descerem sobre minha pele pálida, estiquei minha mão esquerda para puxar a toalha de rosto de seu suporte, enxuguei levemente meu rosto e ao consegui abrir completamente meus olhos e enxergar a toalha de rosto meu coração voltou a disparar.


Na toalha em minhas mãos havia lindos detalhes em cor de azul Tiffany, passei a mão nos detalhes vagarosamente enquanto meus olhos me mostravam olhos, olhos azuis iluminados e assustadores no meio da escuridão. Olhei-me novamente pelo espelho esperando que mais detalhes do sonho apareçam.


Fiquei parada durante alguns segundos, mas nada me veio a cabeça, era como se tivesse deletado tudo. Suspirei desistindo e desviando o olhar de meu próprio reflexo.


Coloquei a toalha de rosto novamente em seu suporte e voltei para o aconchego de minha cama e lençol quentinho. Fechei meus olhos e respirei calmamente com o intuito de voltar a dormir, infelizmente não funcionou, meu organismo uma hora acordado não dorme mais.


Estiquei-me para pegar o controle da televisão também no criado mudo juntamente com meu celular e o relógio. Liguei a televisão e permaneci no mesmo canal que quase sempre assistia de investigação.


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O culto já havia terminado há uns dez minutos e a maioria das pessoas já haviam saído da igreja. Estava sentada em um dos bancos desconfortável de madeira da frente. Queria mais do que tudo ir para casa naquele momento, mas infelizmente sabia que Charlie, meu padrasto, era reverendo da cidade e sempre somos os últimos a ir.


Bells, sentada no banco da frente, deixava a filha dos Fontenelli, um casal italiano que se mudou para Holmes Chapel ano passado, fazer uma trança em suas lindas e compridas mechas loiras, elas estavam conversando e rindo alegremente. Bells adorava crianças, se dava muito bem com elas.


- Bells. - A chamei fazendo-a olhar-me com aqueles lindos olhos azuis e um sorriso esbranquiçado. - Sabe se vamos demorar?


- Não sei Kath. - Nos duas viramos para observar mamãe e Charlie conversando com os Fontenelli.


Dona de olhos verdes envolventes e cabelos negros na altura dos ombros que pareciam brilhar, mamãe esbanjava beleza por onde andava, postura era exemplar para qualquer mulher, ela usava o vestido rosa salmão que eu e Bells lhe déramos de aniversário.


Charlie era um homem muito elegante, com seus 1,90cm era magro e cabia bem em um paletó azul marinho, seu cabelo era grisalho e seus olhos azuis claros. Não tinha cara de ser o "reverendo super conservador da cidade".


- Que tal ir perguntar? - Bells voltou a me olhar.


Isabella, ou Bells como a chamam, é minha irmã dois anos mais nova, não somos irmãs de pais iguais, mas isso é o de menos, somos muito unidas, contamos quase tudo uma para outra.


Ela poderia ser muito certinha, isso irritava um pouco: Sempre cumprindo regras, nunca faz nada de errado, vivia feliz com um sorriso no rosto e sempre tirava notas altas, Bells era a filha em que todos os pais queriam ter.


- Vira Bells. - A menininha italiana de sete anos falou com a voz doce e fina, fazendo Bells rir ficando na posição correta.


- Perguntarei e qualquer coisa eu irei sozinha a pé. - Levantei-me.


- Mas está de noite, você não tem medo? - Bells não me olhava, tentava ao máximo ajudar a menina que estava com dificuldades para fazer a trança.


- Não. - Sorri e fui em direção à mamãe com a menininha soltando o cabelo de Bells com um "desisto!" e um sotaque puxado.


Mamãe notou minha aproximação e veio em minha direção.


- Vão demorar mãe? - Perguntei. - Já estou cansada.


- Acho que sim, filha, Charlie está pensando em ir à casa dos Fontenelli depois, eles nos convidaram e além do mais estão com problemas com a pequena Manuela. - Ela me olhou tristonha depois para a menininha que estava sendo consolada por Bells por não saber fazer trança.


- Algum problema com ela? - Perguntei preocupada.


- Ainda não se sabe... Vamos torcer para que não haja nada grave. - Seus olhos encontraram os meus. - Pensei que já estava de férias.


- Sim, estou, mas estou cansada. - Fiz uma cara de cansaço falsa. - Posso ir a pé, nossa casa é perto, não vou demorar a chegar.


- Certeza?


- Sim.


- Então está bem. - Mamãe abraçou-me carinhosamente. - Tome cuidado.


- Mãe, já não sou criança, posso cuidar de mim mesmo. - Falei rindo.


Andei pelo corredor coberto por um lindo tapete vermelho e sai da igreja colocando minhas mãos dentro do bolso do casaco.


Desci as escadarias já sentindo os efeitos da neve branca caindo por todos os lados. Comecei a andar cuidadosamente pelas calçadas escorregadias. A rua estava tão silenciosa que meus passos ecoavam, estava tudo muito estranho, a rua não deveria estar tão vazia nesse horário.


Andar uma rua a direita depois uma a esquerda não era para ser difícil. Não era.


Minha respiração ficou pesada e meus passos ficaram mais rápidos sobre a neve ao ver um bando de pássaros pretos voando sobre minha cabeça, levantei minha cabeça e os vi, eles estavam fazendo muito barulho e voando com rapidez, como se estivessem fugindo de algo. Quando o bando passou e o som cessou ouvi passos atrás de mim e parei.


Respirei fundo com meus olhos fechados e virei-me vagarosamente me assustando. Avistei um homem não muito longe.


Pude vê-lo perfeitamente apesar da neve caindo, mas não seu rosto, ele usava um casaco de capuz preto. Meu coração disparou ao ver aquela criatura a poucos metros de distância.


Virei-me para andar quando ele deu seus primeiros passos em minha direção, a cada passo eu olhava para trás para me certificar se ele vinha em minha direção, quase morri de tanto pânico que sentia.


Chegou um ponto em que eu já estava correndo desesperada e assustada, virava meu pescoço para trás e ele ainda me perseguia.


Não sabia mais para aonde estava indo, perdi meus sentidos de tão apavorada. Não senti mais a sua presença perto de mim e quando comecei a reduzir a velocidade de meus passos fundos na neve, tropecei em meus próprios pés no gelo da calçada. Se eu não erguesse minhas mãos naquele minuto, cairia de cara na neve dura. Gemi de dor ao tocar em minhas costelas.


Levantei rapidamente quando vi novamente o encapuzado, queria gritar de medo, porém nada saía de minha boca. Virei rapidamente meu corpo para começar a correr, mas bati em algo forte e macio. Cai novamente na neve fria, espantada.


Ergui meu olhar e avistei um homem, não mais velho que eu, de cabelos pretos, pele branca, olhos azuis brilhantes e muito alto, com uns 1,90cm, ele não me olhou, apenas olhava para frente, sério.


Era lindo o contraste da neve que caia em seus cabelos, suas vestes não deveriam está protegendo-o naquele momento, apesar dele aparentar tranquilidade em relação à temperatura.


Fiquei uns bons minutos observando seus olhos, nunca tinha visto olhos assim antes, eram como duas luas azuladas brilhantes, chegavam a doer aos olhos.
Ele encarava o encapuzado que sentiu um impacto e deu um passo para trás. Algo parecia impedir o encapuzado de ir para frente, mas ele parecia insistente, lutando contra a força invisível.


O homem moreno ao meu lado semicerrou os olhos e rosnou raivoso. O encapuzado desistiu virando-se para trás e sumindo do nada, assim como surgiu.


BAM! Um barulho muito forte ecoou pela rua.


Levantei-me pelo grande susto que levara. Um poste havia caído sobre a rua, fazendo a lâmpada explodir e aquela parte se escurecer.


Olhei para o homem a minha frente, abri minha boca para agradecê-lo, mas desisti ao ver seus olhos me encarando.


Eles entravam na alma, me deixava totalmente sem ação e sem fôlego. Ele era do tipo de garoto que mexia com as pessoas só com o olhar.


Quando ele se foi, sem falar nada, não tive a coragem de chamá-lo, na verdade de fazer nada, por um bom tempo.


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Corri para casa com medo do homem de capuz voltar a me perseguir novamente, sem nenhum motivo aparente, cheguei em poucos segundos e fui tomar um banho.


Estava tão assustada. Isso nunca acontecera comigo antes, tudo era muito estranho, Holmes Chapel é uma cidadezinha tão tranquila, nunca ouvi falar de maníacos que perseguem pessoas. E aquele garoto... Passei muitos minutos do meu banho pensando nele, todo mundo nessa vila de cidade se conhece e eu sinceramente nunca o vi na vida, ele deve ser novo ou está de passagem visitando algum parente.


Aqueles olhos eletrizantes ficaram na minha mente um bom tempo, ele fez com que eu me lembrasse de meu sonho ou pelo menos o único detalhe de me lembro. Não eram os mesmos olhos, mas sim bem parecidos, os do sonho eram mais claros e penetrantes, porém os dois possuíam o mesmo brilho.


Soltei um grito assustada ao ver a porta do meu quarto se abrir vagarosamente enquanto vestia minha blusa do pijama.


- Tudo bem, Kath. - Ouvi a doce risada de Bells e seu rosto surgiu. - Sou eu.
- Ah, graças a Deus vocês chegaram. Pensei que iam demorar. - Falei aliviada, liberando todo o ar de meus pulmões.


- Íamos para a casa dos Fontenelli. - Ela entrava totalmente no quarto. - Mas pedi para Charlie me trazer... Você está bem?


Minha respiração ainda estava um pouco acelerada, o banho quente que acabara de tomar não me relaxou nem um pouco.


- Aconteceu alguma coisa?


Ao ouvi sua pergunta, tudo que me ocorreu passou como um filme diante de meus olhos.


- Aconteceu sim... Enquanto eu vinha para casa. - Falei por fim, receosa.


Minha irmã era bem sensata, eu não sabia se ela iria acreditar em mim ou arrumar uma conclusão aceitavelmente real para a história.


- Oh meu Deus, Kath! - Seus olhos azuis começaram a olhar-me preocupados. - Alguém lhe machucou?


- Não, Bells, fica calma. - Ri de sua preocupação. - Não, mas acho que queriam.


- Como assim "acho"?


- Bom, quando eu estava vindo para casa vi um cara... - Continuei a lhe contar.
Comecei a contar tudo, passando pelo jeito assustador que ele andava atrás de mim, pelo garoto de cabelos negros e olhos bonitos e até pelo poste caindo fortemente no meio da rua.


- E então o garoto foi embora sem falar nada! - Terminei com essa frase esperando sua reação.


Bells olhava-me assustada, porém ao mesmo tempo com uma expressão desentendida, como se tivesse acabado de sai de minha boca palavras ridículas.


- Deus, Kath! Certeza que não é algo da sua cabeça? - Ela perguntou com seu tom de quem não acreditou no que acabara de ouvir, o tom que eu temia. - Tipo, isso está estranho.


- Estranho. - Murmurei olhando para o chão e em seguida a olhando. - Não está acreditando em mim, não é?


- Não, Kath, é só que. - Suas palavras cessaram dando lugar a um suspiro. - Poderia só ter sido um homem andando pela rua que você pensou está lhe perseguindo.


- Não, Bells. - Falei com convicção. - Ele estava me seguindo, eu vi.


- Poderia ter sido o nervosismo da hora. - Bells me ignorou e continuou sua conclusão do fato.


Levantei-me e andei até minha cama arrumando meus travesseiros e lençol confortavelmente.


- Kath. - Ela notou minha impaciência e falou cautelosa. - Que tal sairmos?


- Sair? Agora? - Ergui meu pescoço para observá-la franzindo as sobrancelhas.


- Não, amanhã de tarde, o que acha?


- Acho uma boa ideia. - Parando de falar no meio da ultima palavra por conta de outro susto que levara.


Um som alto de algum veículo feriando tirou nossas atenções e olhamos para a varanda, encarando a cortina branca.


- Que barulho era esse? - Perguntou Bells.


- Um caminhão, acho - Levantei-me e andei até a varanda, abrindo a cortina dando visão a paisagem da rua coberta pelo branco da neve.


Bells surgiu ao meu lado oferecendo-me meu casaco, a origem do barulho era realmente um caminhão que se encontrava estacionado em frente à casa dos Carter, nossos vizinhos da direita.


- Os Carter vão se mudar? - Perguntei franzindo as sobrancelhas enquanto vestia o casaco.


Finalmente abri a porta de vidro e ao descansar minhas mãos na sacada da varanda pude ver a movimentação de alguns homens.


- Acho que já se mudaram; os homens estão levando móveis para dentro da casa, não os tirando. - Observávamos os móveis entrando na casa dos Carter, cobertos pela proteção contra a neve e carregados por alguns homens.
Um carro apareceu na rua, ele chegou correndo e parou perfeitamente na garagem dos Carter, exibindo-se.


- Viu como ele chegou? Deve ser um daqueles filhinhos de papai que acabaram de se mudar para casa própria. - Comentei, mas Bells não respondeu.


A porta do carro grande e de cor grafite se abriu e faltou-me ar ao ver o "filhinho de papai", lembrei-me imediatamente do acontecido hoje de tarde. "Era ele!" Pensei, era o garoto quem expulsou o encapuzado e o dono dos olhos azuis eletrizantemente bonitos.


- Acho que esse é o nosso novo vizinho. - Bells falou depois de um leve "Wow".
Não acreditava em meus próprios olhos, ele existia mesmo? Era ele, até usara a mesma roupa.


- Bells. - A olhei com uma expressão assustada. - Eu já o vi, já o vi!


Não tive tempo de ver sua expressão, já tinha virado meu pescoço para observar novamente nosso novo vizinho.


Ele me olhou rapidamente com aqueles olhos iluminados. A troca de olhares durou segundos até ele voltar ao seu caminho e entrar na casa.


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- E então... - Charlie continuava seu discurso chato de sempre. - Você tem que acreditar em algo.


- Eu acredito! - Revidei. - Só não quero ir à igreja, acho chato.


- Acha chato está na casa de Deus? - Charlie considerou isso como uma ofensa pessoal.


- Acho! - Odiava essas discussões que Charlie tinha o costume de começar. Meu sangue fervia dentro de minhas veias, tive que me controlar para não sair destruindo tudo.


- Gente. - Mamãe falou com sua incrível calma. - Estamos na mesa, não é lugar para discussões.


Respirei fundo e fechei os olhos vagarosamente, quantos milhões de vezes Charlie já havia "conversado" comigo sobre isso e quantas vezes eu já lhe dissera que não queria ser religiosa, Charlie é legal, gosto dele, mas quando ele começa a falar dessas coisas ele se torna o homem mais chato da fase da Terra!
- Posso me retirar? - Perguntei rígida.


Mamãe viu meu prato vazio e assentiu, fui para o quintal de casa com passos pesados passando pelo cabide perto da porta e pegando um casaco.
Sentei-me na beira da piscina sem colocar minhas pernas a água ainda não congelada.


Estavamos no inverno e eu adoro essa época, gosto da neve e do frio, mamãe pelo contrário sempre gostou de sol e praia, já perdi as contas de quantas vezes ela foi ao Brasil e voltou bronzeada, Bells já ama a primavera. Nunca vi uma garota para gostar tanto de flores como Bells. Ela faz questão de ter um jardinzinho particular em sua varanda, o que é ótimo, pois sempre que entramos em seu quarto ele está com um leve e agradável cheiro de rosas.


Meu celular apitou e o puxei do bolso traseiro de minha calça. Era uma mensagem de Kyle, meu melhor amigo:


"E aí, o que faremos amanhã?"


"Não faremos nada." Respondi e depois de uns segundos a resposta:


"Esta brincando? Claro que vamos! Poppy deu a ideia de irmos ao Village, o que acha?"


Village é praticamente o point de todos os jovens de Holmes Chapel, lá tem boliche, sinuca, e ainda serve como restaurante, bar e café.


"Pode ser, mas tem que ser depois que eu sair com Bells porque" Não terminei de escrever e muito menos enviar a mensagem.


Minha atenção foi para a água da piscina a minha frente, ela estava esquentando, os poucos blocos de gelo já formados estavam derretendo com se alguém tivesse ligado o aquecedor, que nossa piscina não tem.


Deixei meu celular de lado enviando a mensagem incompleta sem querer. Inclinei-me sobre a água e avistei algo escuro se espalhando em seu fundo, me inclinei mais um pouco a ponto de me desequilibrar e cair.


- Ah Droga! - Reclamei após submergir minha cabeça. Nadei até a parte mais rasa. Pensei que água estava gelada, mas não, na verdade ela estava morna, ficando cada vez mais quente, parei para observá-la melhor e me assustei ao vê-la escurecer.


Chegou a um ponto que a água ficou completamente escura, peguei um pouco com minhas mãos e vi que não era água e sim sangue, deveria sair da piscina, mas estava completamente perplexa. Ao cair a ficha me movimentei para sair da piscina, mas ouvi um barulho e vi algo se mexer na água. Arregalei os olhos.
Um homem surgiu, todo de preto e olhos azuis brilhantes, não consegui observar suas outras características, sai em disparada da piscina de sangue até em casa ao ouvi-lo falar: "Pronta para morrer?"


- Mãe! - A chamei.


Mamãe se encontrava na sala com Bells e Charlie.


- Um cara... Tem um cara aqui... Ele... - Era muita coisa para falar e eu estava muito nervosa. - Mãe, estou cheia de sangue!


Todos me olharam como se acabasse de falar algo ridículo, ouve um minuto de silêncio e ninguém mexia um dedo.


- Tem um cara aqui! - Repeti firme e só aí que Charlie levantou-se.


- Vou ver. - Ele soltou um suspiro e passou por mim.


Dei pulinhos e passei as mãos em meus braços, incomodada com meu corpo molhado.


- Filha! - Ela pegou meus ombros e me olhou fixamente. - Calma, não tem sangue em você! Só é água!


- Mas eu vi mamãe! A piscina se encheu de sangue! - Olhei para Bells que estava me olhando preocupada. - Vão lá ver!


- Kath, isso é impossível.


- Eu vi! - Não estava louca, eu tinha certeza do que eu vira. - Um homem vestido de preto e olhos azuis! - Falava desesperada. - Eu vi!


Mamãe suspirou e andou até o quintal enquanto a acompanhei com olhar.


- Kath. - Bells apareceu no meu campo de visão parecendo preocupada. - Você está bem?


- Não! Eu acabei de ver a nossa piscina cheia de sangue!


- Kath, é apenas água!


Abri minha boca para lhe falar algo, porém fui interrompida pelo som da porta se abrindo.


- Não há ninguém lá fora.


- Tem certeza que viu esse homem, filha? - Mamãe completou Charlie andando até mim e entregando-me meu celular.


- Vi juro! - Não acreditava que ele havida sumido tão rapidamente. - Ele ainda estava lá quando corri!


- Aonde você o viu... Exatamente? - Senti que Charlie não acreditava em nenhuma palavra que eu dissera, isso me irritava profundamente.


- Na... Na piscina! - gaguejei.


Charlie bufou querendo rir e o fuzilei com os olhos.


- Acho que ele já deve estar longe. - Bells comentou. - Acho melhor todos irmos dormir.


- Certos amanhã todos têm que acordar cedo.


- Não! - Protestei. - Ele ainda pode estar por aqui!


- Katherine. - Mamãe chamou. - Não tem ninguém lá fora.


Fui a primeira a subir as escadas batendo meu pé fortemente nos degraus indo ao meu quarto mudar as roupas molhadas.
Não acredito que ninguém acreditou em mim, eles não tem direito a isso, eles não viram o que eu vi!


-----------------------------


- Oi, Bells. - A observei entrar no carro quando cheguei em frente ao nosso colégio, tinha faltado aula pois era meu aniversário... Eu merecia.


- Oi. - Seu sorriso animava qualquer um. Notei uma caixa dourada em suas mãos e não pude deixar em branco.


- O que é isso?


- Comprei para você! - Bells virou-se para me olhar animada no primeiro sinal que paramos.


- Comprou? - Me animei.


- Sim. - Ela colocou uma caixinha com um laço preto em meu colo. - Não sei se vai gostar. Parabéns!


Sorri em agradecimento e minhas mãos desfizeram o bem feito laço.


- São aquelas pulseiras life. - Ela falou enquanto tirava da caixa uma linda pulseira prateada com alguns pingentes: Um número 18 rosa , uma ferradura e uma margarida.


- São lindas, eu amei... - Colocava no meu braço quando me furei a ponto de ver um leve traço avermelhado. Gemi.


- O que aconteceu? Machucou-se? - Bells perguntou preocupada.


- Um pouco, tem um pedacinho aqui que esta machucando. - Defeito. Mostrei-lhe.


- Ainda bem que estamos indo ao shopping, certo?


- Sim. - Falei desanimada vendo meu próprio sangue.


Não pelo o defeito da pulseira, mas pelo simples motivo de que eu não pude deixar de pensar no que acontecera ontem à noite. O fato de que ninguém acreditou em mim me deixa péssima, afinal, eu estava falando a verdade! Não poderia ter sido uma visão, não mesmo, eu vi o sangue, estava praticamente mergulhada nele e tinha ouvido a voz me perguntar se estava pronta para morrer.


- Não fica triste, vamos trocá-la. - Bells sorria.


--------------------


Riamos andando pela garagem do shopping com sacolas nas mãos, compramos algumas roupas e uns sapatos, além de trocarmos a pulseira que já estava no meu pulso e lancharmos, nada que comprometeu muito nossas mesadas, nós decidimos dividir tudo.


- Pois é, acho que aquele vestido vai ficar bonito em você. - Bells comentou. - O azul.


- É, eu gostei do azul. - Sorri e me assustei ao sentir uma grande mão segurar meu braço.


Virei-me e perdi o ar, era o encapuzado. Não me lembro bem o que aconteceu em seguida, eu gritei tentando fugir, Bells tentava impedi-lo de me levar, mas o encapuzado era muito forte, me agarrou pela cintura e me jogou em um porta malas de um enorme carro com as sacolas e tudo ficou escuro.



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Autor(a): paulameirelees

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