Fanfics Brasil - Prólogo Creaturae

Fanfic: Creaturae | Tema: Colegial, romance, amor proibido


Capítulo: Prólogo

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Residência Snow


Há 5 anos.


A fumaça já dominava meus pulmões, fazendo-me tossir, era uma tosse seca que doía quando realizada.


Não enxergava muita coisa a minha frente, apenas uma grossa fumaça cinza, meus olhos ardiam e estava ficando cada vez mais difícil de respirar. Sentia que desmaiaria a qualquer minuto.


Não conseguia concentrar-me para jogar o mínimo de neve que fosse nas chamas ao meu redor.


— Pai! — Forçava minha visão para enxergar algo. — Mãe! — Com sorte encontrei a porta de meu quarto.


Gritei ao cair um pedaço do teto em chamas em minha frente, tive que dar a volta.


— Razvan! — Ninguém respondia, já estava entrando em minha cabeça a ideia de que estava sozinha. Eles não iriam me abandonar.— Skye! — Ouvi o chamado abafado de Razvan.


— Razvan! — Respondi. — Razvan aonde você está?


Não deveria admitir isso, meu pai sempre nos ensinou a sermos fortes e nunca termos medo do fogo, mas estava com medo, medo de não sobreviver, medo pelos meus pais e por Razvan.


Não houve resposta de Razvan.


— Razvan! — O chamei mais uma vez. — Razvan! — Encontrei as escadas e as desci, parando no meio espantada com a situação da sala, completamente dominada pelo fogo.


— Skye! — Consegui ver Razvan, ele estava no pé da escada, sentado com a cabeça encostada na parede.


— Razvan! — Corri para perto dele e abaixei-me em sua frente, abraçando-o. — Temos que sair daqui.


Razvan estava fraco e sua pele sensível estava vermelha por conta do calor, se bem que a minha estava do mesmo jeito.


— Onde está papai e mamãe? — Perguntei.


— Não... Não sei.


— Por que está assim, Razvan? Por que eu estou melhor que você? — Tossia sem parar.


Ele olhou-me com cara de tédio e olhou para própria perna, segui seu olhar e me assustei, ela estava queimada.


Uma visão horrível.


— Meu Deus! Temos que sair daqui! — Repeti, porém agora mil vezes mais preocupada. — Vem, eu te ajudo. — Levantei-me.


— Sinto que se eu levantar irei desmaiar, minha perna está doendo muito. — Ele me olhou triste.


— Oras! Não vou te... — Parei imediatamente pois minha visão rapidamente ficou preta e me deu tonturas. Respirei fundo. — Não vou te deixar aqui.


O ajudei a se levantar e foi exatamente como ele avisou. Quando ele caiu no chão inconsciente entrei em desespero.


— Razvan! — Abaixei-me para puxa-lo, porém cai para trás assustando-me com mais uma parte do telhado que caiu em chamas.


A casa estava desmoronando aos poucos, a única coisa que eu queria era sair imediatamente de lá, mas não poderia deixar Razvan.


Não pensei duas vezes antes de voltar a tentar puxar Razvan novamente, pois ele pesava bastante e eu quase não tinha força.


— Droga! — Minhas tentativas eram inúteis.


Então fiquei fraca por um momento, minha visão escureceu, fiquei tonta e cai.


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— Skye... — Ouvi a voz de alguém no fundo. — Skye? — Essa voz ia chegando mais perto e eu ia reconhecendo-a.


Abri os olhos com dificuldade observando um teto totalmente branco com uma luz forte, tapei a luz com minha mão e pude ver direito.


— Ela acordou, gente! — Megan falou alegre enquanto me situava aonde estava.


Era um quarto de hospital, com as paredes azul bem claro, um sofá de couro marrom, era um um quarto simples de hospital.


— Oi, amiga! — Yuki apareceu, ainda não respondi, observei as rosas cheirosas ao meu redor, acompanhadas de balões de gás com mensagens escritas, como por exemplo "te amamos" e "melhoras". — Você nos deu um susto enorme.


"Melhoras", ao vê essas letras juntas formando essa palavra me lembrei de tudo que aconteceu. Eu estava no quarto quando avistei a fumaça, me lembrei de tudo e isso me deixou agoniada.


— Aonde está Razvan? — Sentei-me rapidamente na cama. — E meu pai? Minha mãe?


Yuki segurou meu braço e olhou em meus olhos, seu olhar me acalmou e sabia muito bem porque, Cavalheiros Sem-Cabeça possuem isso, como os vampiros.


— Está tudo bem, acalme-se.


Respirei fundo e falei mais calma:


— Quero ver minha família.


— Você ainda está fraca, precisa descansar. — Só aí que eu vi Luke mais afastado da cama. — Seus poderes estão fracos.


Franzi minhas sobrancelhas e olhei para a palma de minhas mãos. Sentia algo de diferente em mim, não sei o que é, mas não estava normal. Olhei para os lados a avistei uma rosa, toquei delicadamente em sua superfície com o intuito de congelá-la, porém nada lhe aconteceu, voltei a olhar para minhas mãos perguntando o que tinha de errado comigo.


— Eu falei. — Luke agora estava perto, apoiado na cama, olhando-me.


Fiquei olhando-o também, de repente me veio a pergunta: "Quantos anos Luke tem?". Ele aparentava possuir uns dezessete, dezoito, tudo bem, mais velho que eu, mas ele tem essa idade desde quando eu era pequena, bom... Poderia afirmar que ele é meu amigo de infância, mas ele?


— Minha idade não importa agora. — Odiava quando ele lia minha mente, na verdade achava que nenhum vampiro deveria fazer isso, a mente das pessoas é algo muito pessoal. Franzi minha sobrancelha novamente. — Sinto muito. — Luke olhou para a rosa que tocara antes. — Você precisa descansar, não tentar descobrir quantos anos eu tenho.


— Você deveria parar de ler a mente dos outros. — Olhei o aparelho que estava ligado ao meu dedo e o toquei.


— Você estava me olhando nos olhos, estava quase pedindo.


Suspirei e levantei meu olhar para Megan, que estava do outro lado da cama, olhando feio para Luke.


Era ruim ter dois melhores amigos que não se gostam, tipo, essa briga entre vampiros e lobisomens é tão antiga, por que não acabaram com isso?


— Carol. — Ela me olhou quando a chamei. — Quando posso ver minha família?


— Quando estiver melhor, oras! — Yuki respondeu por ela, ele estava sentado na poltrona ao lado da cama e não tirava seus olhos da revista de moda em suas mãos.


— Eu quero saber pelo menos como eles estão. — Deitei-me na cama e olhei para Megan. — É pedir muito?


— Eles estão bem.


Uma senhora gorda com cabelos dourados e com uniforme de enfermeira entrou simpática no quarto, todos nós olhamos ao ouvirmos suas palmas, e então algo começou a se formar em cima de sua cabeça, era uma seta que indicava a porta de saída, ela se formava com uma espécie de areia dourada brilhante e flutuante.


— Quem é ela? — Perguntei encantada.


— Uma enfermeira. — Luke acabou de falar e Megan o atacou:


— Ela quer saber quem é sua família, idiota! — Ela me olhou. — Sua família com certeza é do SandMan.


— SandMan? — Perguntei olhando diretamente para a mulher, ela deu um sorriso e levantou o dedo positivo.


— SandMan... — Yuki levantou e largou sua revista. — O homem do sono, ele que cria nossos sonhos com sua aréia mágica.


— Ela não fala?


— Não, mas pode nos ouvi. — A seta surgiu novamente em cima de sua cabeça. — Acho que ela quer avisar que o tempo de visita acabou.


— James, Susan e Razvan Snow. — Falei o nome da minha família enquanto a moça se aproximava. — A senhora sabe como eles estão? — Não houve respostas. — A senhora sabe?


Uma mulher deitada em uma cama se formou com as areias, entendi perfeitamente o que ela quis dizer no momento.


— Não estou cansada. — Falei firme vendo-a arrumar algo na minha bolsa de soro.


Ela me olhou com uma cara feia e então me toquei quem era o patriarca de sua família.


Aquela areia dourada e brilhante dominou minha visão, senti um sono e cansaço imensos, então minha vista escureceu.


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Estava sentada na beira da cama, mexendo meus pés. Queria mais do que nunca levantar e ir atrás de Razvan, mamãe e papai. Depois de dois dias sem andar, ficamos até com receio... Mas aliás, porque não me deixavam sair do quarto e ver minha família?


— Luke. — Ele me olhou.


— O que foi?


— Me ajuda a levantar. — Estiquei meus braços em sua direção e ele levantou-se da poltrona e se aproximou. Meus braços ficaram sobre seus ombros, seus lábios abriram-se, mas antes que ele pudesse falar algo, respondi: — Eu estou bem.


Ele apenas suspirou e me colocou no chão carregando-me pela cintura. Sorri quando senti o chão gelado do piso em meus pés, Luke me ajudava a andar no começo, mas logo consegui sozinha.


— Razvan! — Quase morri de felicidade quando o encontrei assim que sai do quarto.


Ele estava conversando algo com a enfermeira, e assim que me ouviu, sorriu em minha direção.


Corri até ele, me desequilibrei quando estava chegando perto dele, por sorte Razvan me segurou em seus braços fortes.


— Cuidado aí, Skye. — Ele falou.


— Desculpa. — Sorri sem graça. — Acho que meus pés ainda estão fracos. — O abracei. — Estava com saudades, como você está?


— Estou bem. — Ele não parecia bem.


Seus olhos estavam inchados e escuros, como se tivesse passado um bom tempo chorando. Franzi minhas sobrancelhas.


— Você não está bem. — Afirmei. — Onde está papai e mamãe? — Ele não me respondeu, naquele momento esperei o pior, já estava prestes a chorar. — Razvan...


— Eu te prometo que vai ficar tudo bem, Skye. — Uma lágrima escorreu sobre minhas bochechas e ele se desesperou. — Não não não. — Ele as enxugou e me abraçou. — Vai ficar tudo bem.


— Onde eles estão, Razvan?


— Vou te levar até nosso pai, ok? Mais saiba que ele ainda está muito debilitado, você sabe, não?


"Quando mais adultos somos pior nossa imunidade sobre o fogo", me lembrei das palavras de meu pai ditas a tempos atrás e afirmei com a cabeça.


— Vamos.


Fui com Razvan até o final do corredor, o quarto de papai era um dos últimos. Razvan bateu na porta e entramos no quarto, parecia um quarto de hotel cinco estrelas, por um minuto eu pensei que era tudo uma brincadeira de mau gosto de Razvan, mas logo assim que eu vi papai deitado naquela cama cai na real e corri até ele chorando.


— Olá, minha garotinha. — Sua voz estava fraca. — Como está?


— Não me importo comigo, como o senhor está? — Dei ênfase na palavra "senhor" e ele sorriu.


— Estou bem, não chore.


— Você você vai ficar bem? — Enxuguei as lágrimas de minhas bochechas. — Onde está mamãe?


Sua expressão ficou tristonha e sua mão se levantou em sinal para que a enfermeira saísse do quarto.


Quando Razvan segurou meu ombro enquanto papai pronunciava meu nome soube exatamente o que havia acontecido, senti meu coração se despedaçar.


— Sua mãe está em um lugar melhor, minha pequena.


É incrivelmente triste quando sabemos da morte de alguém tão próximo e que amamos muito, é como se tudo fosse uma brincadeira, ficamos em choque, como se esperássemos alguém aparecer e falar que tudo é uma brincadeira.


Mas então quando notamos que essa pessoa nunca vai aparecer, a ficha cai e com ela as lágrimas, começamos a chorar inconsolavelmente como se sua vida dependesse disso.


Nosso coração e alma doem, bem lá dentro, como se houvesse um enorme vazio dentro de nós.


Abracei Razvan muito forte e comecei a chorar como nunca chorei na vida, minha mãe havia morrido! Não havia palavras para descrever o que eu sentia.


Chorei tanto que Razvan também começou a chorar.


Não ia mais ter nenhum daqueles momentos mãe e filha, não iria mais escutar a voz de minha mãe nem sentir o beijo na testa que ela sempre me dava ao me abraçar.


O fogo! O fogo estragou minha vida tirando dela quem eu mais amava, com certeza não iria esquecer isso tão cedo.



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Autor(a): paulameirelees

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— Skye... — Ouvia Razvan chamando-me. — Skye, acorde! A única coisa que consegui naquele momento foi gemer sonolenta. — Acorde, mulher! — Como se não fosse suficiente me chamar, ele começou a me cutucar, coisa que eu particularmente não gostava nem um pouco. — Skye. — O que foi? — Levantei minha ...



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