Fanfic: Adotada Por Vampiros - Adaptada | Tema: Vondy

Dulce Narrando

Eu nunca dormi tanto na vida como naquele dia, quando acordei já ia dar quase uma da tarde. Meio grogue de sono, levantei-me e me deparei ao pé da cama com um vestido, esse era verde oliva, cumprido como o outro, com uma tira de fenda fina da mesma cor no decote quadrado e na borda das mangas que iam até o cotovelo, e ao seu lado estavam um par de botas pretas de cano médio.

Entrei no banheiro e escovei os dentes, quando fui tomar banho, notei que a banheira já estava cheia com água e espuma. Não demorei muito pra lavar e voltar para o quarto para por o vestido.

Depois de coloca-lo e arruma-lo no meu corpo, percebi que na parte de trás tinha um par de faixas que serviam pra aperta mais o tecido na parte do tronco.

– Como é que vou arrumar essa coisa? - falei tentando dar um jeito naquelas faixas.

– Bom dia, irmã! - Maite disse alto já entrando.

– Bom dia uma ova! Sabe que horas são? Já passa da uma da tarde! - falei zangada - Por que não me acordou depois de você acordar?

Ela ia falar algo, talvez protestar-se ou justificar-se, mais se calou.

– Vejo que precisa de ajuda com as amarras do vestido - sussurrou depois de alguns segundos.

Suspirei e me virei para que ela pudesse me ajudar. Assim que ela terminou, eu me virei em sua direção.

– O almoço já esta pronto! Tu queres comer agora, ou mais tarde?

– Agora - e me sentei na cama para por as botas - Estão todos a mesa?

– Christopher me contaste sobre a tua conversa com ele ontem. Isso é verdade?

Assenti estranhando sua pergunta fora do assunto e coloquei a primeira bota.

– Bem, uma das características que nos tornam diferentes de ti é que não comemos o que tu come.

Wow! Aquilo me pegou de surpresa. Eu olhei para Maite e perguntei:

– Vocês não comem comida?

Maite balançou a cabeça para os lados negando.

– Rola um refri? - eu estava assustada.

– Não.

– Nem umas batatinhas fritas? - perguntei ainda esperançosa.

– Não.

Coloquei as mãos na parte de trás da cabeça enquanto eu tentava entender aquilo.

– Isso é muito estranho! - e então eu a encarei levantando uma sombrancelha - O que vocês comem então?

Maite desviou seus olhos dos meus para encarar o teto enquanto pensava na resposta.

– Eu... não posso rsponder te isso no momento porque meio que entregaria o que somos.

Suspirei desapontada com sua resposta e começei a por a outrra bota.

– Ok, então.

Maite ficou me fazendo companhia enquanto eu almoçava, não conversamos muito, pois eu estava com muita fome pra ficar tagarelando enquanto comia.

– Foram aqueles dois que fizeram meu almoço? - perguntei me referindo a Bug e Gub.

– Sim. Eles ficaram muito animados quando souberam que nossa nova irmã seria uma humana, assim eles podiam fazer com mais frequência o que mais adoram fazer que é cozinhar.

Dei um pequeno sorriso depois de engolir a última garfada de comida e terminar a refeição.

– Bem, eles estão de parabéns! São muitos bons no que fazem.

Maite sorriu com o que acabara de ouvir.

– Eu direi isso a eles mais tarde - ela avisou - Queres fazer o que agora?

Dei de ombros.

– Acho que vou pra biblioteca achar um bom livro pra ler.

– Tu sabes onde fica a biblioteca?

Assenti com a cabeça.

– Então acredito que não há necessidade de eu ter que leva-la até lá - disse se levantando e pegando o meu prato e a minha taça - Vou levar isso a cozinha. Te encontro mais tarde para fazermos algo juntas - e então desapareceu.

Eu ainda me assustava um pouquinho com os membros daquela casa sumindo do nada, mais coloquei na cabeça que aquilo era normal ali e que logo eu me acostumaria.

Me levantei e deixei a cozinha, subi as escadas e quando cheguei ao topo, olhei para os dois lados antes de continuar, reparei que só conhecia a ala oeste da casa e um pouco da ala sul. Olhei para a ala norte que era a visão de um corredor muito parecido com o da ala oeste por ser repleto de quadros nas paredes e com uma curva levando à outros corredores.

Esfreguei os lábios um no outro enquanto decidia o que fazer. Ninguém me havia dito que tinha lugares da casa que eu não podia andar, pensei.

Dei de ombros e segui a ala leste. Passei pelo primeiro corredor e cheguei ao segundo, este estava um pouco sujo, ao contrário dos outros lugares da casa que conheci que estavam brilhando de tão limpos que eram. Esse corredor era imenso e escuro, e apesar de haver muitos candelabros ali, a maioria se encontrava apagado, e os poucos ainda acesos, mal iluminavam o lugar.

– Esse lugar é medonho - sussurrei assustada.

Eu dei uma olhada nos quadros dali, a maioria tinha pinturas estranhas, alguns abstratos, tudo com muito vermelho, azul escuro e preto, e outros póssuíam desenhos de mansões do tipo de filmes de terror iluminadas pela lua cheia, só que com uma lua cheia vermelha, além de muitos e muitos túmulos no quintal de terra à frente dos lugares.

– Que po/ra é essa? - sussurei novamente passando a mão no quadro.

Notei que um dos túmulos, haviam algo escrito: Aqu descansas Festus Von Uckermann - 1669 à 1701.

Céus! Pensei. Se Festus Uckermann já estava morto, quem é o pai de Christopher?

Um calafrio me tomou. Agora eu estava com medo. Então, pra deixar meu medo ainda maior, escultei um barulho não muito alto vindo do próximo corredor.

Devagar e procurando não fazer barulho, eu me dirigi ao fim daquele corredor e virei a curva para o próximo. Nesse as condições de iluminação eram ás mesmas que no as do anterior, péssimas! Havia uma porta do lado direito do corredor entre dois candelabros apagados. Me aproximando mais, notei que o lugar atrás daquela porta se encontrava bem iluminado, pois havia muita luz escapando pela fresra debaixo da porta.

Ouvi outro barulho que, diferente do primeiro que parecia com algo sendo arrastado, dessa vez era um grito abafado.

Tentando fazer menos barulho possível, parei na frente da porta. Respirei fundo.

Eu devo abrir esta porta? Me perguntei em pensamento. Alguma coisa me dizia pra eu nãofazer aquilo, mais eu a ignorei por completo e abri a porta com tudo.

Os pelos do todo o meu corpo se eriçaram com o que vi....

Havia uma criatura monstruosa vestida toda de preto, com a boca no pescoço de um garotinho que não aparentava ter mais do doze anos. O garoto chegou a me ver, assim como vi o pânico nos seus olhos enquanto ele tentava se livrar inutilmente das garras do ser desprezível que o machucava.

Sangue caia do pescoço do menino e do canto da boca da peste que se alimentava da criança indefesa.

Senti uma lágrima rolar pelo meu rosto.

– Meu Deus! - sussurrei.

No mesmo momento que deixei escapar tais palavras, a criatura afastou sua boca do garoto e me encarou enquanto sangue escorria por seus lábios manchando seu terno. Seus olhos me olharam de modo ameaçador, mais logo mudaram assim como sua expressão que se torno assustada.

– Dulce? - Ele sussurrou largando o garoto já desacordado no chão.

– Como pode fazer isso, Christopher?

Eu estava assustada, em pânico, com medo... Eu só queria sair dali. E jamais vê-lo novamente.

Ele deu um passo para frente me fazendo recuar dando um passo para trás.

– Dulce, eu...

– Monstro! - gritei antes de me virar e sair correndo pelo corredor.