Fanfic: Poderíamos Cair (Vondy-RBD) | Tema: rebelde, rbd, vondy

 2 º Pov. Christopher 1✦ 

       Assim que os primeiros raios atingiram o céu, tudo que eu podia escutar era seu nome, onde quer que eu fosse, onde eu estivesse, em rádios na rua, em canais de televisão, na boca das pessoas. Eu me sentia cansado, mas ainda assim não podia dormir. Me sentei na varanda de sua casa um momento.  De todas as vezes que estive ali, esta é a pior. Queria apenas bater até que ela atendesse e então a envolver em meus braços e seriamos apenas nós outra vez contra o mundo. Será que ela entende isso? Que simplesmente sou incapaz de imaginar outra coisa.

— Então você está aqui? — Disse uma voz familiar e eu ergui a cabeça vendo Christian.

— Bem que você disse que o encontraríamos. — Poncho sorriu para o outro.

— É por que eu sou fabulosamente um gênio Ponchinho. — Ele deu de ombros parecendo muito confiante e os dois se sentaram ao meu lado.

— Você se lembra de quando fizemos aquele churrasco aqui? Foi o que? Quase um ano depois do fim do RBD? Obviamente nem os fãs ficaram sabendo. Parecíamos ah... Não sei... Apesar de tudo era difícil nos separarmos não é? — Poncho cruzou os braços olhando para o céu claro como se reconstruísse todo o momento outra vez.

— Eu me lembro disso. Poncho bebeu tanto que caiu dentro da piscina, precisamos de duas pessoas pra tirá-lo de lá de dentro. Por que ele é tão pesado? Devia fazer um regime amigo. — Christian riu.

— Foi você que caiu na piscina Christian. — Poncho o acusou com uma cara séria. — Desculpa Christopher. Você está bem?

— Eu só preciso de um tempo. — Talvez eu precise exatamente de todo o tempo do mundo.

— É engraçado... Você... Dulce... Eu. Fomos um triangulo amoroso não é? Você gostava dela enquanto ela estava comigo? Não, não responda, acho que não é momento, e também não me importa. Acho que vocês sempre foram muito bons juntos, melhores do que eu e ela, por que não sei... Vocês sempre foram muito amigos e, além disto, você sempre esteve lá por ela como está agora. Eu amo aquela garota, não como você ama claro, mas eu a amo. Eu queria que nós seis estivéssemos sempre próximos. Eu não sei por que nos afastamos. Acho que simplesmente é a vida, todos com suas coisas pra fazer, mas eu realmente não queria... Eu queria ter mais tempo pra vocês.

— Eu também queria... Que estivéssemos sempre juntos. — Anahí praticamente se materializou na nossa frente, desta vez vestindo uma roupa que condiz mais com a imagem da primeira dama de Chiapas. Tinha as mãos unidas e a maquiagem escondia as olheiras da noite não dormida, eu podia ver. Ao seu lado estava Maite com a cabeça baixa. Ela e Poncho se entreolharam por um momento. — Eu e Dulce volta e meia brigávamos, não por nada, mas por que...

— Anahí tem temperamento forte. — Christian riu.

— E também porque tenho temperamento forte e por que ela não abaixa a cabeça, acho que é por isto que a amo tanto. É, é por isto. Olha, eu perdi um anel de noivado caríssimo por vocês dois, dói meu coração só de pensar, e a vida não pode ser tão injusta, então... Ela vai ficar bem. Eu sei disto. Eu sinto com meus poderes mediúnicos.

— É, ela vai ficar bem, não é? — Maite segurou a mão de Anahí balançando a cabeça fortemente com uma cara de choro.

— Acho que todos precisamos de um abraço grande não é? Apenas vamos fazer isto logo, antes que eu borre minha maquiagem. — Anahí riu um momento saltando sobre mim e todos os outros fizeram o mesmo.

— Eu amo vocês. Eu não sei, eu sempre digo isto, mas eu realmente amo vocês. — Mai chorava enquanto sorria e todos nos apertávamos em um abraço interminável.

— Eu odeio todos vocês. Eu realmente não sei o que seria de mim sem vocês, por isso eu realmente os odeio. — Disse e as gargalhadas soaram altas além das lágrimas.

        Sentamos no sofá da minha casa conversando durante horas sobre tudo o que tínhamos passado em todos aqueles anos juntos. Rimos uma infinidade de vezes e choramos outras e voltávamos novamente a aquele circulo vicioso de emoções estranhas que se colidiam. Parecíamos adolescentes. Apesar de termos deixado um momento a tevê ligada, a desligamos muito rapidamente por que parecia terrível e trágica demais e não queríamos nos contaminar com aquilo. O celular de Anahí começou a tocar sem parar, e se fez silencio prolongado. Sua mão tremia quando ela a levou ao aparelho e foi como se estivesse rezando silenciosamente. Me levantei abruptamente esperando qualquer coisa.

— Alo Manuel? An, sim... Sim... O que? Isto é sério? Está bem... Está bem... Eu sei que precisa de mim aí, ainda mais agora... Eu vou em breve. Adeus. — Ela fez silencio abaixando a cabeça e por algum motivo ninguém quis perguntar absolutamente nada.

— Any. O que...? — Questionei e ela começou a chorar copiosamente soluçando alto. Dei as costas olhando para a janela, e o dia lá fora que não deveria ter nascido. Eu me lembro da garota de nove anos muito segura de si e com o rosto mais redondinho que eu já tinha visto na vida, eu me lembro de suas tranças um pouco ridículas e seu vestido rodado, e sobre tudo do seu sorriso de dentinhos irregulares. Dulce, quando nos conhecemos, quando tínhamos 9 anos eu desejaria não ter largado a sua mão, mas o mundo sempre pareceu mais forte do que nós e é como se tudo estivesse fora de lugar. Apenas não seja maldosa comigo, pois eu não sei o que fazer com isto.

— O avião... — Ela parou tomando folego e tentando espantar as lágrimas. Senti algo se quebrar dentro de mim instantaneamente. — Está tudo bem. Meu Deus... — Ela concluiu e eu corri até ela a abraçando. Estávamos em um estado de ânimos absurdo para podermos dizer qualquer coisa. — Ela está bem. Está!

— Se vocês idiotas fizerem qualquer coisa pra ficarem separados, eu juro que mato os dois. Estou já cansada deste drama. Eu não tenho nervos pra isto, sou muito sensível.— Maite disse de subito parecendo muito séria e compenetrada e todos gargalharam afinal ela sempre vai ser a nossa garota do eu amo vocês. — Por que os palhaços estão rindo? Eu quase tive um ataque cardiaco, meu Deus. 

         Por tudo o que ficamos sabendo o avião teve problemas técnicos e foi obrigado a fazer um pouso de emergência em uma zona afastada da cidade perto do Panamá. Todos os passageiros e tripulantes estavam bem, apesar de pequenos ferimentos por parte de alguns devido ao movimento brusco da aeronave. Ainda não se sabe por que o localizador falhou e algumas pessoas dizem que ele pode ter sido desligado manualmente. Sobre estas coisas eu sinceramente, não quero pensar. Pela televisão a vi sorrindo para as câmeras com Iliana ao lado que parecia branca como um fantasma. Apesar de tudo, ela não tinha intenção alguma de voltar ao México.

— Voltar para o México? Não, não. Há muito trabalho a fazer antes disto, mas acho que vou chegar ao Brasil de ônibus desta vez nem que leve mil anos. — Ela riu para a câmera e então sua imagem desapareceu, mas eu ainda tinha cada traço de seu rosto presos a minha memória.

      Dulce, se estivesse aqui eu poderia sentir um pouco mais de raiva por ter me feito passar um momento como este, mas como não está, eu apenas sinto uma saudade insuportável. Quando te ver  poderemos brigar mais uma vez, e eu estarei muito feliz com isto.

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