Fanfic: Contrato de Casamento. | Tema: Laliter ♥

Capítulo 69 - Contrato de Casamento.

A ceia fora elogiada pelo pai e por Maria que comeram satisfeitos tudo que Lali havia preparado. Ela ficou feliz em ouvir aqueles elogios principalmente sobre o que havia cozinhado, já que não tinha muita experiência culinária.

- Obrigada pela deliciosa ceia, Lali. – Maria a agradeceu lhe dando um delicado beijo nas bochechas – O próximo jantar será em minha casa.
- Vou esperar por ele. Obrigada por vir aqui. – ela agradeceu sorrindo para a namorada do pai – E obrigada a você também, papai. – beijou o rosto de Carlos.
- É bom te ver sorrindo, minha filha. – ele beijou a testa da filha – Dê um beijo nos gêmeos por mim.

Lali estava cansada quando o pai e Maria foram embora. Os filhos já dormiam tranquilos e agora tinha um tempo para pensar sobre o que acontecera mais cedo. Carlos não gostava de Peter, ambos sempre tiveram uma relação complicada, mas agora depois de tudo o que acontecera, sabia que o pai era completamente avesso a ele. Olhou para o pé da árvore e ficou curiosa em saber o que Peter havia comprado para dar aos filhos. Foi até uma das sacolas e abriu a azul primeiro. Havia uma caixa de cerca de quarenta centímetros de comprimento, porém bastante rasa. Ficou intrigada e abriu o laço dourado que amarrava a caixa branca.

Retirou a tampa com cuidado e olhou o conteúdo embrulhando em um fino papel que deixou ainda mais curiosa. Afastou o papel e viu um quadro com uma paisagem bastante bonita que não reconheceu. Era como um grande campo verde, onde as plantas pareciam milimetricamente dispostas formando grandes caminhos por entre elas. Na beira da tela, podia ver algumas árvores com folhas amarronzadas e mordeu o lábio sem conseguir entender. Tirou o quadro de dentro da caixa e viu um pequeno cartão no fundo. Estava em um envelope dourado e deixando a tela de lado, pegou-o abrindo-o rapidamente. Um papel cartão branco saiu de dentro do envelope com uma mensagem em preto com letra cursiva clássica, como a do seu convite de noivado:

Se estiver confusa em relação à paisagem, talvez reconheça quando souber que é o vinhedo que visitamos durante a lua de mel. Espero que um dia você procure saber o motivo de eu ter lhe dado esse presente. Feliz Natal!Juan Pedro Lanzani.

Jamais imaginaria ganhar um presente como esse, principalmente que existisse algum motivo especial o suficiente para que Peter estivesse escolhido aquilo ao invés das jóias que sempre lhe presenteava enquanto estavam casados. O que seria? Oh sim, ela ia realmente procurar saber qual o motivo de ter ganhado um quadro com aquela paisagem específica. Ele estava lhe provocando um turbilhão de emoções que já não conseguia controlar. Olhou para a outra sacola e abriu-a ficando ainda mais curiosa depois do primeiro presente. Havia duas caixinhas brancas com um laço azul com fios prateados. Abriu uma delas e sorriu ao ver o conteúdo.

Era um macacão branco todo dobrado. O presente se tornara especial já que foi dado pelo pai. Peter não tinha muito tempo com os filhos e aquele mimo fazia com que se emocionasse. Pegou a pequena peça de roupa e se surpreendeu com os dizeres que estavam bordados na peça. Mamãe, dê uma chance ao papai. Era uma frase pequena, mas carregada de significados. Aquele presente era uma forma que ele encontrara para dizer o que até agora ela não permitira. Nunca deixou que Peter se explicasse, nunca soube o real motivo de ele ter se envolvido com outra mulher e uma lágrima escorreu por sua face. Releu a frase e sentou no chão sentindo-se fraca.

Peter estava lhe mandando mensagens da maneira que encontrara para se comunicar sem ser rejeitado ou interrompido. Lali fechou os olhos e se sentiu culpada por não tê-lo dado a chance de se explicar. Novamente as palavras de Rachel lhe vieram à cabeça. Peter está desolado sem você. Talvez aquilo fosse verdade, talvez não fosse a única a sofrer com a separação. A outra caixinha continha o mesmo presente, obviamente porque se tratava de gêmeos. Seu coração estava apertado e a saudade pareceu triplicar. Aquela noite seria difícil para conseguir dormir, tinha uma revoada de pensamentos e emoções a consumindo de maneira tão intensa que tudo o que conseguiu foi chorar para aliviar um pouco da pressão que estava sentido. A cama era sempre o lugar mais difícil de ficar. Lembrava-se de quando dormia com Peter e estar sozinha ali a deixava ainda mais triste, sentindo a imensa necessidade de sentir o abraço dele enquanto adormecia.

Durante os três dias seguintes, Lali ficou travou uma luta interna sobre falar ou não com ele de maneira aberta. Não tinha certeza se estava preparada para ouvir o motivo de ele ter se envolvido com outra mulher. Passara todos os dias se questionando se conseguiria aguentar aquela conversa, mas sempre que olhava para o quadro pendurado em seu quarto, lembrava-se do cartão que Peter deixara na caixa. Espero que um dia você procure saber o motivo de eu ter lhe dado esse presente. Não podia negar que estava bastante curiosa para ouvir a explicação.

Sentada no sofá, Lali descansava após conseguir fazer com que os gêmeos pegassem no sono. Sentia-se exausta, porém feliz por ser mãe. Queria dar todo o amor aos filhos e ser uma figura importante para eles, já que sabia o que era crescer sem a imagem materna, alguém que pudesse lhe proteger somente como uma mãe faria. Pensar naquilo fazia com que refletisse sobre a paternidade e no quanto gostaria que Peter fosse mais presente na vida dos filhos. Poder saber que ele estaria ali para ouvir os filhos quando eles precisassem de algum conselho que somente se sentiriam à vontade de perguntar ao pai. Olhou para o telefone ao seu lado e mordeu o lábio. Era cerca de três horas da tarde, Peter estaria no escritório. Deveria ligar?

Após hesitar, ela estendeu a mão e pegou o telefone, discando o número logo em seguida. Ouviu apenas um toque antes da voz melodiosa de Diana surgir do outro lado da linha.

- Escritório do Sr. Lanzani.
- Aqui é Mariana. – mordeu o lábio começando a se arrepender de ter ligado – Juan Pedro está por aí?
- Boa tarde, Sra. Lanzani. – ela dissera mudando totalmente o tom de voz para algo mais simpático – O Sr. Lanzani não está no escritório. Ele precisou fazer uma viagem de negócios para a Flórida, deve voltar dentro de dois dias.

- Entendi. Então depois eu falo com ele.
- Tente o celular, ele está sempre com o aparelho em mãos.
- Não quero incomodá-lo, depois eu falo com ele. Obrigada, Diana. Bom trabalho.
- Até mais, Sra. Lanzani.

Ser chamada por aquele nome sem realmente ser a esposa de Peter ainda era estranho. Ele fizera questão de manter o contrato até o final e deixasse que este mesmo perdesse sua validade. Ainda era oficialmente Mariana Espósito Lanzani. Colocou o telefone em seu lugar e decidiu deitar um pouco no sofá enquanto assistia à um filme e tentava cochilar por algum tempo antes dos filhos acordarem.

O barulho do telefone tocando fez com que despertasse assustada e pegou o aparelho rapidamente pensando que poderia ser Peter, caso Diane tivesse lhe avisado que havia ligado.

- Alô?
- Lali, querida. – era Carlos do outro lado da linha, o que fez com que ficasse um pouco frustrada.
- Ah, olá. – cumprimentou-o, mas não conseguiu disfarçar o desapontamento.
- O que houve, Lali? Parece desanimada.
- É só um pouco de cansaço, os gêmeos dão trabalho. – apesar de não ser o motivo real daquele desânimo, não estava mentindo.

- É mais um motivo para você aceitar vir passar o réveillon aqui com Maria e eu.
- Obrigada, papai. Mas não se preocupe comigo. Ficarei aqui com os meninos e vou ver a festa na Madison Square Garden pela TV. Eles ainda são muito pequenos e prefiro ficar em casa onde posso cuidar deles melhor.
- Tudo bem, mas caso mude de ideia pode me ligar.
- Pode deixar. – levantou-se devagar e decidiu ir até o quarto dos filhos dar uma espiada para saber se estava tudo bem – Era para isso que me ligou?
- E para saber como estavam as coisas.
- Tudo sob controle. – respondeu.
- Então vou deixar que descanse, nos falamos depois, filha.
- Beijos, pai.

Continua........ - Capítulo 70. Segunda -  Comentem