Fanfic: Contrato de Casamento. | Tema: Laliter ♥

Capítulo 70 - Contrato de Casamento.

Ela desligou o telefone apertando o botão do aparelho e olhou da porta que os filhos dormiam tranquilos e decidiu assistir um pouco de TV antes que acordasse com fome. Colocou o telefone sem fio sobre a base e relaxou um pouco ajeitando o sutiã devagar que agora sustentavam seus seios ainda maiores. Quando estava quase cochilando novamente, o telefone fazendo com que se sobressaltasse e atendesse rápido pelo susto.

- Alô?

- Lali! – a deliciosa voz de Peter do outro lado da linha fez com que seu estômago se revirasse em um nervosismo momentâneo – Diana me disse que você havia ligado. Precisei viajar com urgência e estava em uma reunião.
- Tudo bem. – respondeu segurando com força exagerada o aparelho contra o ouvido.
- Precisa de alguma coisa?
- Não, nada. Era só para avisar que já está marcada para o início de janeiro a vacinação dos meninos. – mentiu, já que não queria conversar sobre um assunto tão delicado enquanto ele estivesse viajando.
- Ótimo! Depois me dê o dia e a hora, eu levo vocês.
- Sim. Eu não queria te atrapalhar.
- Não está atrapalhando, mas preciso fazer uma ligação para o escritório em Nova York.
- Claro. Vai lá! Até mais!
- Se cuide, Lali.

Assim que desligou a ligação, Lali soltou todo o ar preso em seus pulmões e agradeceu por não sentir vontade de chorar, já que Peter notaria sua voz embargada. Era a primeira vez que falava com ele após receber os presentes e ter consciência de que ele a queria de volta. Precisava urgentemente conversar, ouvir toda a verdade e ser forte para suportar aquilo. Não aguentava mais ficar longe dele, por mais que tivesse sofrido, estava sendo ainda pior lidar com a saudade e a falta que ele fazia.

Dormir naquela noite fora um pouco mais fácil, agora parecia ter um peso a menos em sua vida. Tomara uma decisão e não voltaria atrás. Conversaria com Petero mais rápido possível e tentaria perdoar aquela traição, tendo consciência e que seu casamento apesar de oficialmente verdadeiro, nunca fora uma união emocional de ambas as partes. O sono viera carregado de sonhos onde Peter sorria amoroso e brincava com as crianças enquanto a aliança brilhava em seu dedo sem nunca ter saído dali.

Seu último réveillon havia sido em uma festa repleta de empresários e pessoas da alta sociedade enquanto estava bancando a esposa apaixonada andando pelo salão de braços dados com Peter. Exato um ano depois, Lali estava sentada em um sofá em seu apartamento tomando um pouco de chocolate quente enquanto via a festa em Nova York pela televisão. Os gêmeos continuavam acordados no bebê conforto e ela brincava com os dois segurando seus pezinhos enquanto falava com a voz fina típica de uma pessoa quando brincava com crianças pequenas.

A neve continuava caindo e Lali revivia as imagens pro primeiro réveillon ao lado de Peter. Ele havia brigado com outro homem e ficara bastante possessivo na ocasião. Fizeram amor assim que chegaram à mansão e naquele dia não sabia que estava começando um novo ano ao lado do único homem capaz de lhe despertar amor. Agora estava ali de frente para os dois filhos de Peter e começaria o ano diferente do anterior, sem o calor do corpo dele. Quem diria que esse ano terminaria desse jeito?

A campainha tocou e ela achou estranho já que não esperava a visita de ninguém. Candela viajara para ficar com a família em Oxford, Mississipi. Levantou-se e passou a mão sobre a calça de pano azul clara que estava usando e olhou-se no espelho verificando se estava com uma boa aparência para atender alguém. Passou a mão sobre o suéter cor de pêssego que estava usando e foi até a porta sabendo que alguém conhecido estava do outro lado, caso contrário o porteiro teria feito a ligação.

Esperava encontrar o pai, Candela e até mesmo Eugenia do outro lado da porta, mas jamais pensou que Peter estaria ali parado olhando-a fixamente de uma maneira tão profunda que fazia com que seu corpo todo se arrepiasse pelo nervosismo que a presença dele lhe causava. Lembrou-se dos presentes recebidos, da ligação que fizera dizendo que precisava conversar, e agora ele estava bem ali na sua frente.

- Peter. – foi tudo o que conseguiu dizer ainda sob o efeito do choque.
- Sei que não estava esperando minha visita, mas não queria começar o ano longe de você ou dos meus filhos. – dissera em um tom de voz calmo que afastava toda a raiva que ela que já sentira por um momento de alegria por tê-lo ali.
- Entra.

Ainda em choque pela visita, ela abriu mais a porta e deixou que ele entrasse. Peter carregava uma sacola preta com inscrições douradas que não reconheceu do que se tratava. Trancou a porta logo em seguida e o viu se aproximar dos filhos agachando-se em frente aos gêmeos, deixando a sacola no chão bem ao seu lado.

- Olha quem está aqui! – falou com os meninos segurando a mãozinha de cada um deles – Papai veio começar o ano com vocês. Também estou de branco.

A verdade era que Peter estava sexy como sempre. Usava um suéter branco de lã, uma calça jeans e sapatos pretos. Uma roupa simples, mas que o deixava simplesmente lindo. Lali se aproximou devagar e se sentou no sofá vendo os filhos olhando para o pai com curiosidade e olhos brilhantes. Peter se levantou e pegou a sacola abrindo-a e retirando uma caixa contendo uma garrafa de vinho.

- Sei que nesse dia se costuma tomar champagne, mas esse vinho eu trouxe da nossa lua de mel, não sei se vai reconhecer o nome. – ele mostrou o a embalagem – Vino Nobile di Montepulciano. Comprei duas garrafas quando visitamos aquele vinhedo, lembra?
- Eu achei que você as tivesse bebido.
- Uma eu fiz questão de guardar para um momento especial. Junto com isso. – colocou a garrafa sobre a mesinha onde ficava o telefone e retirou de dentro da sacola uma caixinha de veludo – O kit de vinhos que você me deu.
- Você ainda o tem.
- Sim. – balançou a cabeça – Acho que vamos precisar de um balde de gelo.
- Vou providenciar.

Rapidamente ela colocou cubos de gelo dentro de um balde de bebidas que ficava no bar do canto da sala e com a ajuda de Peter, encontrou um espaço na mesa de dentro para colocar o balde e as duas taças. Ele afundou a garrafa no gelo e resolveu esperar por um momento até que o líquido refrescasse.

- Pelo visto esses garotinhos estão bem animados, não parecem que estão com sono. – ele desviou o olhar para os filhos – Sou o pai deles, mas não tenho ideia de quem é quem.
- No começo é difícil. – apontou para um dos filhos – Mas Santino tem uma pintinha perto do pescoço, como a sua.
- Eu tenho uma pinta perto do pescoço? – olhou-a surpreso.
- Sim. – respondeu um pouco sem graça – Desse lado. – apontou para a base do próprio pescoço do lado esquerdo.
- Não sabia que você conhecia certos detalhes sobre mim.
- Bem, fui casada um ano com você. – deu de ombros tentando fingir indiferença.
- Entendi. – inclinou-se para mais perto dos filhos – É, ele tem uma pintinha aqui. Então esse é Santino.
- Isso mesmo.
- Venha cá, campeão.

Com cuidado, Peter pegou o filho no colo e deitou-o sobre o seu braço enquanto Lali fazia o mesmo com Luan. Os meninos soltaram um barulho como se estivessem aproveitando o novo aconchego do colo dos pais e fecharam os olhinhos. Ela olhava para a maneira na qual Peter cuidava do filho e viu que Santino segurava o dedo indicador do pai com a pequena mãozinha. Na mesma hora, Lali viu um lindo sorriso brotar nos lábios do ex-marido.

- Você me deu filhos lindos, Lali. – olhou-a com os brilhantes olhos amendoados.
- Não os fiz sozinha. – olhou para o bebê em seu colo – Eles têm os seus olhos.
- Eugenia me disse a mesma coisa. – balançou levemente o dedo brincando com o filho que ainda segurava seu dedo – Só espero que eles herdem a sua força.
- Por quê? – olhou-o curiosa.
- Você é uma mulher forte, Lali. – foi tudo o que ele dissera antes de dar um leve beijo na cabeça de Santino.

Continua.......... - Capítulo 71 - Quarta - COMENTEM.