Fanfics Brasil - Capítulo XII ** Ao avesso(Vondy)

Fanfic: ** Ao avesso(Vondy)


Capítulo: Capítulo XII

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Dulce


 


- Você não trouxe um baralho como memória muito valiosa também, Gastão?
– Perguntei, entediada.


 


- Você não tem cirurgias pra invadir? – Aposto que ele queria me jogar
em alguma das salas desse corredor em que caminhávamos só pra poder afundar a
cara no livro pornô dele. Eu estava tão entediada que não me importava com
isso.


 


Certo. Eu queria me distrair. Alguém vai me julgar?


 


- Não. – Respondi, dando de ombros. – Só um aneurisma infinitamente
microscópico.


 


- Então você poderia ir atrás do Christopher. Aposto que iriam se
distrair muito bem. – A-há! Aí estava o maldito motivo pra eu querer me
distrair! E por que ele estava tocando nesse assunto?! Por que esse assunto
sempre surgia, merda?!


 


- O que? – Balbuciei, odiando a minha face que ardia e a imagem dos
olhos negros que me perseguiam a todo o momento. – Que merda é essa que você
está falando?


 


- É a verdade, não é? Vocês se beijaram e o Christopher se declarou pra
você mais tarde.


 


Declarar?! Merda, como eu queria estar vendo o aneurisma agora!


 


- Claro que não. E como você sabe do...?


 


- Ah, os boatos fantasmagóricos se espalham ainda mais rápido do que os
das mulheres. – Ele estava com o sorriso sábio por baixa da máscara e eu só
quis arrancar o tecido idiota pra quebrar os dentes dele. Droga, por que não me
calei no terraço com Chistian hoje? Aquele idiota deveria ser só idiota, não um
idiota que se atrevia a fofocar pelo hospital! Agora até Gastão, o cara de mais
de quarenta anos que andava com pornografia, estava sabendo do beijo!


 


Não, não...! Não pense no beijo! Pense no Christian e no cérebro idiota
dele! É isso, pense em como se vingar melhor! Arrancar as tripas, o fígado, o
cérebro pelo nariz, ou quem sabe os dois olhos para puxar o cérebro dele com um
palitinho por ali!


 


Você não entendeu nada.


 


Desfranzi o cenho ao me lembrar daquelas palavras. De repente, pouco me
importava se eu botaria fogo em Christian ou se eu o comeria vivo, porque a
imensa explosão de imagens quase me deixou cega. Os lábios dele contra os meus
estavam me deixando louca, e eu podia quase sentir o polegar dele em minha
bochecha me fazendo arrepiar. E antes que eu pudesse reaprender a respirar, os
olhos negros estavam me afogando junto com aquela voz e aquelas palavras...


 


Por que ele disse aquilo? O que eu não havia entendido? Que o beijo não
havia sido um impulso, como pensei? Que não havia sido um erro? Que ele quis
realmente me beijar naquela hora...? Não. Aquele não era Christopher, o Egocêntrico
Estúpido. Droga, Dulce, claro que não era! O Christopher egocêntrico estúpido
estava sumindo há dias, e você sabe disso tão bem como sabe que encontrá-lo nas
próximas horas a farão entrar em colapso!


 


Mas ele era o cara mais enigmático que eu conhecia, então o que diabos
eu deveria supor com um ‘Você não entendeu nada’?! Quer dizer...! Qual era o
maldito problema dele?! Não, qual era o meu problema! Porque eu não deveria
estar me importando com isso! O que ele significava pra mim além de um idiota
misterioso pra me fazer perder os neurônios com suas palavras?! Nada!


 


É, certo, ele era o homem que me fazia corar só por pensar nele.


 


E isso significava alguma coisa, não é?


 


Alguma coisa que eu não queria enxergar. Eu não queria. Não queria, não
queria, não queri-


 


- E por que você está triste assim? – Gastão me fez levantar os olhos do
chão. Eu estava triste? Ah, meu Deus... Eu não queria...! – Ele declarou o seu
amor por você, Dulce. No meu livro quando o homem faz isso, a mulher pula de
alegria e cai nos braços dele, ou em outras partes, você sabe.(Que partes serão
essas 66)


 


- Eu não me interesso pelos detalhes. – Encarei-o de forma enojada.


 


- A questão é que tudo está resolvido entre vocês e agora você deveria
estar aos amassos com ele ao invés de estar entediada procurando um baralho
perdido.


 


Não, isso era ridículo. Eu já tinha chegado ao meu limite com essa
história estúpida.


 


- Não tem nada resolvido porque não tem nada pra se resolver. – Franzi o
cenho diante das minhas palavras firmes. – Eu não estou apaixonada por ele, nem
ele por mim, e aquele beijo foi só... foi um impulso. Nada mais. Agora vá
conseguir um maldito baralho do seu estoque.


 


A risada de Gastão me fez querer arrancar o livro dele e enfiá-lo goela
abaixo desse idiota.


 


- Ai, ai, o amor jovem é o mais divertido mesmo. – Eu estava pronta para
mostrar o meu senso de diversão para ele quando uma correria ao longe nos fez
parar de andar. Era comum nesse hospital algum paciente ter uma parada cardíaca
súbita e, num piscar de olhos, vários enfermeiros e um médico corriam até o
quarto em que isso acontecia para resolver o problema. Ou anunciar a hora do
óbito.


 


E eu não gostei do aperto que senti em meu estômago.


 


- O que é isso? – Perguntei, confusa, vendo enfermeiros passando
correndo por nós, o som de bipes enchendo o corredor junto com seus passos. Então
percebi o corredor em que estávamos. – Onde estão o Christian e o Ucker?


 


Eu estava alarmada e não era apenas a minha voz que denunciava isso,
percebi sem nem precisar de um espelho para encarar meus olhos. Meu estômago
parecia ter sumido, mas ainda assim corremos atrás dos enfermeiros, onde a
porta do quarto que eu mais temia estava aberta e eu não soube quanto tempo
precisei pra entender que era o Ucker sentado no chão, encostado na parede,
muito pálido, que estavam socorrendo. Ou seu corpo.


 


- Ah, meu Deus... Não... – Minha voz foi camuflada pelo aparelho que
media as batidas do coração dele, e aquele som não me agradou.


 


O médico com sua equipe de enfermeiros estavam ao redor da cama,
injetando fármacos que nem dei ouvidos, e se preparando para o uso do
desfibrilador, mas eu também não dei importância. Eu não enxergava o verdadeiro
Ucker naquela cama, mas sim o único que me roubava a respiração e que estava
obviamente precisando de oxigênio agora, enquanto um Christian preocupado o
ajudava a ficar quieto e sentado naquela posição, talvez para melhorar a
circulação porque ele estava pálido!


 


Muito pálido!


 


E eu não conseguia acreditar no que via.


 


- Ucker... – Murmurei, alarmada, sem nem sentir meu próprio coração
batendo e nem as lágrimas marejando em meus olhos assustados quando fui até
ele, me ajoelhando em sua frente e segurando sua mão, forte, querendo mantê-lo
aqui, mesmo com as tentativas frustradas dos médicos ao nosso lado.


 


Ele não podia ir sem lutar! Eu não o deixaria! Não largaria sua mão de
jeito nenhum, nem tiraria meus olhos dos seus em dor! Porque ele não podia
estar fazendo isso! Eu não conseguia imaginar esse hospital sem a presença
dele! As noites sem dormir ao seu lado, em silêncio...! Ele não poderia ir
embora!


 


Mas o bipe do aparelho continuava soando daquela maneira horrível, me
cortando, e senti pela primeira vez a dimensão do meu desespero. Do meu pavor.


 


- Não... Não...! – Falei para ele, apertando mais sua mão, vendo as
gotas de suor impregnando sua testa. Ouvi o desfibrilador pela segunda vez.
Outro corte... Eu estava sangrando...


 


Ele não podia...


 


Não, Ucker...


 


- Tire-a... daqui... Gastão... – Ele murmurou em um fio de voz,
procurando ar entre as palavras, nunca parando de suar, sempre pálido, sempre
com os olhos nos meus. E eu estava me afogando dessa vez, de verdade.


 


- Não! O que você está dizendo?! – Meus olhos ardiam. – Eu não vou a
lugar nenhum enquanto você não ficar melhor!


 


Mas Gastão já estava me puxando para longe do Ucker, me segurando pela
cintura, impedindo minhas tentativas de voltar para o lado do Ucker e de segurar
sua mão. O meu medo estava corroendo todas as minhas forças e ver o Ucker
fechar um dos olhos, em dor, cerrando o punho me impediu de tentar lutar
novamente. Eu estava sem forças.


 


Por que isso estava acontecendo...? Eu não podia me conformar que justo
agora isso acontecia... Justo quando ele me beijava daquele jeito, me dizia
aquelas palavras, me fazia perceber que era inútil continuar negando que eu
havia me envolvido por ele... Então por que ele simplesmente não podia lutar
mais pra continuar aqui?! Comigo! Por que depois de tudo isso ele estava se
atrevendo a me deixar sozinha?!


 


Lágrimas desciam pelo meu rosto.


 


Os cortes eram fatais, eu sentia que estava sagrando por todos os cantos...
Eu ia morrer se ele me deixasse... Meu Deus... Ele conseguia fazer isso
comigo...? Sim, conseguia. Porque ele não passava do egocêntrico estúpido que
eu sempre soube que era! Só um egoísta dessa dimensão poderia se dar mal e me
levar junto com ele! E eu não podia engolir isso!


 


Eu estava furiosa.


 


Chorando, sangrando.


 


Furiosa.


 


O bipe piorou.


 


Faziam massagem cardíaca.


 


Eu via os segundos correndo contra as minhas lágrimas, e a vontade de
socar esse idiota egoísta me assombrou, mas não me importei. Eu estava cega
pelas lágrimas, mas principalmente pela fúria.


 


Cerrei os punhos.


 


- Você não pode ir! – Tentei lutar contra Gastão de novo, sem sucesso,
mas não desisti. Eu queria ir até lá e socá-lo. Juro. – Não se atreva a me
deixar sozinha aqui, seu idiota! Não depois de ter feito eu me apaixonar por
você!


 


Então o bipe estava espaçado e ritmado de novo.


 


Minha respiração estava presa em minha garganta, as lágrimas ainda
desciam dos meus olhos e meu cenho ainda estava franzido, mesmo que eu tivesse
sentido que a tensão ao redor da cama havia se dissipado. Tudo pareceu
simplesmente piorar. No mesmo instante em que congelei diante do que eu havia
dito – Ou gritado – os olhos dos meus amigos se voltaram para mim, surpresos.


 


O silêncio que nos engoliu foram os necessários para eu processar que eu
havia gritado estar apaixonada pelo Christopher, e senti vontade de me socar
até a morte. Merda...! Mas os momentos de tensão faziam isso com uma pessoa –
Espírito, fantasma, reencarnação, tanto faz! – então por que eles estavam me
olhando como se eu tivesse anunciado o apocalipse?!


 


Ainda mais irritada que antes, encarei-os, tendo certeza que eu estava
espumando – E rezando, com todas as minhas forças, para não estar vermelha. É,
porque eu sentia a pulsação nos meus ouvidos enquanto os olhos negros surpresos
nunca se afastavam dos meus.


 


- O que foi?! Eu estava desesperada! – Me defendi, furiosa, e nem
esperei um segundo para me certificar que o Ucker estava bem mesmo antes de
sumir do quarto.


 


Desejei que o silêncio os congelasse lá para sempre.


 


E que a maldita terra me engolisse e me matasse de verdade agora!


 


Continua...






 


Comentem !!


 


MiH Uckermann XD




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Autor(a): mirellauckermann

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- Você não me deu flores. - Achei que você não gostava delas. - Eu sou uma mulher romântica. Claro que eu gosto. Sobrancelha arqueada. Rolar de olhos. - Meu senso de romantismo é estranho, mas eu ainda sou romântica. - ... Hn. - ... - ... - Isso são... as flores? - São. Largo sorriso.   Come ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 1723



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  • marcos00 Postado em 17/02/2010 - 15:52:52



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    Novo leitor...Ameiiii

    Passa em Jogo de Sedução(DyU)

  • marcos00 Postado em 17/02/2010 - 15:52:01



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  • marcos00 Postado em 17/02/2010 - 15:51:54



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  • marcos00 Postado em 17/02/2010 - 15:51:47



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  • marcos00 Postado em 17/02/2010 - 15:51:26



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  • marcos00 Postado em 17/02/2010 - 15:51:18



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  • marcos00 Postado em 17/02/2010 - 15:51:06



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  • marcos00 Postado em 17/02/2010 - 15:51:00



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  • marcos00 Postado em 17/02/2010 - 15:50:50



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  • marcos00 Postado em 17/02/2010 - 15:50:43



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