Fanfics Brasil - Capítulo III ** Ao avesso(Vondy)

Fanfic: ** Ao avesso(Vondy)


Capítulo: Capítulo III

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Capítulo III




Dulce


- Annie, você não deveria estar desfilando agora?


Ah! Finalmente um rosto conhecido!


Eu estava ficando cada vez mais agoniada com essa mulher de cabelos  sentada na cadeira ao lado da minha cama e
lendo revistas que eu apostava não terem nada a ver com moda ou dicas para
emagrecer e ter um corpo esbelto. Ela era bonita de corpo – Aliás, todas as minhas
amigas que conheci até agora eram assim! Eu também gostava bastante do meu
corpo, pra dizer a verdade. Qual é? Não fazíamos nada além de malhar ou comer
vegetais? Eu era médica, não tinha tempo nem de dormir, então que diabos de
genética abençoada era essa?! – mas ela não fazia o estilo que se preocupava
com essas coisas.


Na verdade, gostei bastante dela desde que apareceu nesse quarto há mais
de uma hora. Ela não ficou se martirizando pelo meu estado comatoso e
simplesmente sentou ao meu lado e começou a ler, despreocupada – Ta, depois de
me olhar alguns segundos em silêncio. E eu sabia que não era por ela não se
sentir mal ao me ver assim. Não sei como, mas sabia. Ela era dessas mulheres
que seguiam em frente e não perdiam tempo sofrendo, apenas juntava todas as
forças para que o final desse certo.


E eu nem sabia o nome dela até agora.


Então eu meio que tinha esperanças que a Annie me revelasse isso e
outras coisas que ainda me pareciam muito obscuras – Quer dizer, nesses cinco
dias em coma eu só sabia meu nome, conhecia três amigas, descobri que sofri um
acidente de carro e sabia que era médica. Mas eu era mulher e queria saber de
outros detalhes, oras. Meus pais, por exemplo. Ou meu namorado.


Melhor, meu cachorro.


Não que o desfile da Annie não me interessasse. Acabei de descobrir que
tenho uma amiga modelo, afinal. Isso explicava o corpo dela.


- Deveria, mas vou jogar a culpa na Testuda aqui. – Annie respondeu,
indicando meu corpo com a cabeça.


- Mas que vaca... – Resmunguei, franzindo o cenho. Testuda?! Ela era
minha amiga mesmo?!


- Se ela estivesse acordada você já teria levado um soco. – A morena riu
do próprio comentário, que eu gostei bastante. Eu sabia desferir socos! Haha!
Engula essa, Christian, que acha que sou uma garotinha indefesa!


- Como se ela conseguisse me fazer cócegas com aqueles socos dela, Zora.
– Annie rolou os olhos e minha preciosa amiga Zora que eu gostava cada vez mais
lhe lançou um olhar óbvio e ligeiramente hilário. Eu ri. – Ta, ta, chega, não
perdi o desfile pra discutir sobre essa Testuda.


- Claro, como melhor amiga desde o jardim da infância você veio cumprir
o seu dever de checar como ela está indo.


- Ela é minha melhor amiga? – Exclamei incrédula. – Eu gosto mais de você,
Zora!


- Eu me preocupo com ela de verdade, você sabe disso. – Annie falou,
dando uma pausa de alívio para continuar. – Ainda bem que ela não pode me ouvir
agora.


Não esperei aquelas palavras da mulher que só sabia me chamar de
Testuda, mas então me lembrei que desde quando elas descobriram do acidente ela
era a única que vinha todos os dias pra passar nem que fossem dez minutos
comigo. Fiquei feliz de poder ouvi-la. Sorri um pouco. As melhores amizades eram
as mais estranhas. Vê o Christian? Três dias que o conheço e já me sinto a
irmãzinha dele!


- É, eu sei. – Zora falou, sorrindo. – Você quase enfartou quando soube
da notícia e a Mai me disse que ela também quase morre depois de correr todos
aqueles quarteirões pra chegar aqui o mais rápido possível. Por que não pegaram
um táxi? Ou o Poncho, ele podia ter dado uma carona.


- Eu estava furiosa com essa idiota aqui por se atrever a entrar em
coma, você acha mesmo que na hora eu pensei em um táxi?


- Você podia ter pensado no seu namorado.


- O Poncho chegaria aqui quando a Annie tivesse saído do coma, acredite.
– Zora riu, assim como eu. Que diabos de namorado era esse Poncho? – Além do
mais, parece que um amigo dele sofreu um acidente também, mas ele não entrou em
detalhes...


Annie fez uma expressão pensativa, mas antes de ela falar alguma coisa a
resposta já estava na ponta da minha língua junto com a minha ansiedade diante
desse assunto inesperado.


- Será o Chris? – Murmurei, curiosa, para mim mesma. Quer dizer, ele era
bem anti-social e um idiota, mas será que não teria amigo algum no mundo? Eu
pensei ser uma vaca destruidora de lares e olha só! Sou uma médica que sabe
desferir socos! E tenho as amigas mais legais que jamais imaginei! Além do
mais, o Chris não era tão antipático assim.


Eu sempre me lembrava de quando ele tentou me acalmar dias atrás.


Aliás, onde ele estava? Não era o horário de visitas dele e geralmente
quando isso acontecia, ele ficava escutando a conversa das minhas amigas,
quieto, como se não quisesse nada – Ou quisesse apenas observar a beleza delas.
Ou simplesmente não conseguia mais ficar longe de mim com medo que eu virasse
suicida de novo. Aquele dia foi um choque, eu também ficaria traumatizada se
estivesse no lugar dele. Exceto que ele tem todos os motivos do mundo pra
querer me matar.


Idiota insensível.


Mas onde diabos esse idiota se meteu?!


Saí do quarto, nem ligando mais para qualquer informação importante das
duas, porque à medida que eu andava pelos corredores e pelos quartos algo
começou a me assustar. Eu o conhecia o suficiente pra saber que ele não estaria
com o Christian, fosse onde o Christian estivesse – A menos que eles realmente
não tivessem nada pra fazer, nem ninguém pra perturbar. Procurei onde
costumávamos passar o tempo: a lagoa do hospital, o corredor agitado, o
terraço, o estacionamento das ambulâncias, nada.


A esse ponto eu já estava aterrorizada.


Porque ele não estava em lugar algum e o único local que eu podia pensar
que ele teria ido era um que eu não queria ir tão cedo. Ele teria morrido...?
Ah, meu Deus. Não. Não conseguia nem imaginar essa possibilidade. Como eu passaria
noites e noites em claro sozinha? Como eu agüentaria minhas tentativas suicidas
caso elas voltassem? Eu não podia me imaginar sozinha nesse hospital sem pelo
menos o silêncio dele por perto!


Tentei me acalmar, mas já era impossível. Pensei em ir até o quarto dele
para checar meus temores e ouvir o som agudo do aparelho que denunciava o pior.
Não, de jeito nenhum eu veria isso. Mas que droga! Que diabos de desespero era
esse?! Eu tinha que manter a calma! Eu era médica, e médicos sabem ter o controle
da situação! Nem era como se alguma coisa tivesse acontecido com ele! Eram meus
medos que haviam transformado esse sumiço no pior dos cenários, nada demais,
nada que meu cérebro estúpido não estivesse criando!


E de uma coisa eu estava muito certa. Quando eu o encontrasse eu mesma
iria matá-lo.


Voltei ao saguão de entrada do hospital, o desespero misturado com
fúria, e ignorei os calafrios que senti quando atravessei direto as pessoas do
local. A outra parte da minha fúria substituiu o desespero assim que avistei
meu alvo de matança. Não acreditei que eu quase tive um colapso nervoso aqui e
ele estava entrando pela porta de vidro com a expressão serena de sempre! Como
ele se atrevia?!


Fui até ele, furiosa e lhe dei um soco no braço, fazendo-o franzir o
cenho e abrir a boca pra reclamar alguma merda, mas eu não queria saber! Eu só
queria arrancar a língua dele e fazê-lo engasgar até a morte com ela!


- Você é a única pessoa com quem eu posso conversar, então não suma
desse jeito, seu idiota! Eu quase morro de vez aqui!


- Preocupada comigo? – Sério. E ele falou isso com o mesmo desinteresse
que eu tinha com o papagaio da vizinha. E andou até o balcão em que enfermeiras
arrumavam fichas. Eu fiquei indignada.


- Não, claro que não! Preocupada em ter que aturar o Christian sozinha!
– É, certo, preocupada com a morte dele, claro que não! É a isso que eu me
refiro quando digo que ele é um cavalo estúpido e egocêntrico que não enxerga
ninguém no mundo além dele próprio! E eu simplesmente não acreditei que depois
de cravar essas palavras bem fundo em minha mente eu estava sentindo minhas
bochechas queimarem.


Qual era o meu problema?!


Olhei para o lado, extremamente revoltada com minha face aquecendo – E,
claro, com o idiota que achava que eu me importava com ele – e por um milésimo
imaginei se ele percebeu minha situação com o canto do olho, mas foi algo tão
rápido e tão discreto que me conformei com a ilusão de óptica do meu cérebro
estúpido que só piorava as coisas.


- Onde você estava? – Resmunguei, sem olhá-lo, mas ainda furiosa.


- Conhecendo a minha empresa.


- Emp-? Você é empresário? – Ergui as sobrancelhas bem alto diante da
piada. Porque pra ele ser um empresário ele teria que ser... Bom, ele não
poderia ser Christopher. De jeito nenhum.


- Parece que sim.


- Não, isso é impossível. – Falei, contendo ao máximo a vontade de rir,
mas o sorriso já estava me entregando. Até esqueci que eu queria desferir uns
socos nele.


- Eu também achei isso quando descobri que você era médica. –
Christopher rolou os olhos.


- Cala essa boca. Pelo menos eu salvava vidas.


- E eu sou bilionário.


- E um idiota.


- Hm.


Ah, aí está a vontade de desferir socos.


Continua...


 





Comentem !!


MiH Uckermann XD


 



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Autor(a): mirellauckermann

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 1723



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  • marcos00 Postado em 17/02/2010 - 15:52:52



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    Novo leitor...Ameiiii

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  • marcos00 Postado em 17/02/2010 - 15:52:01



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  • marcos00 Postado em 17/02/2010 - 15:51:54



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  • marcos00 Postado em 17/02/2010 - 15:51:47



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  • marcos00 Postado em 17/02/2010 - 15:51:26



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  • marcos00 Postado em 17/02/2010 - 15:51:18



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  • marcos00 Postado em 17/02/2010 - 15:51:06



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  • marcos00 Postado em 17/02/2010 - 15:51:00



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  • marcos00 Postado em 17/02/2010 - 15:50:50



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  • marcos00 Postado em 17/02/2010 - 15:50:43



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