Fanfics Brasil - Capítulo VI ** Ao avesso(Vondy)

Fanfic: ** Ao avesso(Vondy)


Capítulo: Capítulo VI

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Christopher


 


- Anda,
Ucker, você tem que se concentrar.


 


- Por que
você não está fazendo isso? – Franzi o cenho para a mulher irritante ao meu
lado, ignorando as pedrinhas que tanto a chamava atenção.


 


- Porque eu
perdi as energias tentando.


 


- Você não
perde energia nenhuma quando é um fantasma, Dulce. – Retruquei, entediado.


 


- Tem
razão. Porque eu quero ver outro se frustrando com essa droga.


 


Eu
sinceramente queria entender o que se passava na mente diabólica dessa mulher,
porque que diabos de idéia era essa de se aproveitar dos outros depois de não
ter agüentado os fracassos com a coisa mais idiota do mundo? Poderia até ser
por ela me considerar um egocêntrico estúpido, mas ultimamente ela não tinha
demonstrado vontade em me matar, o que me provava que eu estava sendo realmente
estúpido em acreditar na cordialidade dela e no término das brigas.


 


Mulheres,
juro, são as criaturas mais diabólicas que existem. Um sorriso podia se
transformar nisso que estava acontecendo agora. Apenas não continuei a
discussão porque eu já estava acostumado às mudanças de humor de Dulce. E
porque eu sabia que não ia adiantar enfrentar o cenho franzido dela. Mulher
irritante e teimosa.


 


Então me
limitei a rolar os olhos para o céu azul e respirar o ar puro de fora do
hospital, chegando à conclusão de que nem o som atrás de nós do chafariz, ou a
visão das pedras branquinhas que rodeavam a lagoa artificial, seriam capazes de
acalmar Dulce quando ela estava frustrada com seus resultados.


 


Tudo porque
o idiota do Gastao apareceu segurando aquele livro.


 


Parecia que
eu tinha mais motivos para não gostar dele.


 


- Sério,
Dul, eu passei uma semana inteira tentando isso, e eu realmente perdi as
energias. – Christian comentou, as mãos apoiadas nos azulejos que constituíam a
borda da lagoa onde estávamos sentados. – Não podemos tocar em nada,
conforme-se.


 


- Eu não
posso me conformar. – Dulc rebateu, desafiando as pedrinhas brancas com seus
olhos frustrados, em seguida estendendo a mão para uma delas e franzindo ainda
mais o cenho quando o único sucesso que conseguiu foi atravessar os objetos que
deveriam ser de decoração e que ninguém, nem fantasmas, deveriam estar
incomodando. Nenhum paisagista imaginou encontrar alguém tão teimoso quanto
Dulce, obviamente.


 


Depois do
ataque de depressão dela daquele dia eu estava esperando que nada a bateria ou
a deixaria revoltada – Afinal, o que era pior do que aceitar o próprio coma e a
iminência de morrer a qualquer segundo? – mas caso isso acontecesse eu já
imaginava ser por alguma notícia que suas amigas lhe dariam ou pela primeira
visita de seus pais, que até agora não deram sinal de vida e isso não me
parecia nada bom quando eu previa outro ataque de depressão. Eu lhe daria razão
por qualquer dessas coisas, mas essa loucura agora só por não poder tocar em
nada que fosse real? E daí? Eu não via como esse fato tinha a menor
importância.


 


Talvez ela
estivesse mesmo enlouquecendo com essa história de ser fantasma.


 


Que ótimo.


 


- O que
está esperando? – Ela dirigiu a pergunta a mim, me encarando de forma
impaciente, apontando em seguida para as pedras. – É isso aqui ou eu arrasto
você para aturar o seu irmão.


 


- E eu não
sei se é pior aturar você ou ele.


 


Dulce rolou
os olhos, mas eu não estava fazendo drama algum. Eu só queria que ela parasse
de ser tão irritante com esse assunto. Eu a aturava por muitas coisas, mas por
pedrinhas brancas idiotas? Não, obrigado. Mesmo que a considerasse mais do que
poderia querer, eu não ia entrar nesse jogo idiota.


 


- Por que
você quer tanto tocar em alguma coisa? – Perguntei a ela, olhando-a.


 


- Porque
faria toda a diferença do mundo! Eu poderia usar o material do hospital para
nos tirar dessa! Além do mais, é bem mais reconfortante saber que eu posso
fazer parte do mundo real ao invés de encostar apenas nos espíritos aqui. – E
ela apontou para mim e para um Christian distraído.


 


Pra mim
isso ainda não tinha a menor importância, mas quem era eu para tentar entender
a mente dela?


 


Ainda
decidida, Dulce segurou minha mão.


 


- Está
vendo? É fácil – Ela se referia a tocar em mim, e depois olhou o mar
esbranquiçado que eram as pequenas pedras. – Exatamente como segurar essa
pedrinha aqui.


 


E ela guiou
minha mão com a sua para encostar em alguma daquelas infinitas pedras, na
tentativa de que sua teoria tão simples se tornasse realidade. Mas não me
importei mais se meus dedos estavam atravessando ou não a pedra, mesmo que meus
olhos estivessem concentrados em minha mão. Na verdade, o que eu via era a mão
dela segurando a minha. Tudo abaixo disso ou ao redor fugiu dos meus sentidos e
não entendi por quê.


 


Não quer
dizer que me importei em tentar descobrir, já que eu estava mais concentrado em
como aquela mão pequena e delicada era incrivelmente mais macia do que
aparentava, e fosse ou não a temperatura gélida da sua pele eu me vi perdido na
corrente elétrica agradável que me percorreu desde o toque de sua mão até minha
nuca.


 


Eu podia
ver os lábios de Dulce murmurando palavras que não deveriam ser agradáveis,
julgando pelo cenho franzido dela, e fiquei grato por ela não estar percebendo
a dormência que tudo isso estava me proporcionando. Quando pousei os olhos em
seu rosto, percebi que seria impossível voltar a encarar nossas mãos ou qualquer
pedra branca. E, merda, como eu queria que isso passasse. Era estranho demais,
mesmo que a corrente fosse agradável o suficiente para eu querer senti-la todos
os segundos.


 


Dane-se,
ainda era estranho demais. Mas eu não podia fazer nada. Quando meus sentidos me
abandonaram, horas atrás pelo que parecia, levaram meus atos voluntários junto
e eu tinha medo do que os involuntários poderiam estar arquitetando enquanto eu
me perdia nos detalhes do rosto de Dulce. Ela não havia largado minha mão e
estava concentrada demais em sua tarefa para notar meus olhos delineando seu nariz
perfeito, os lábios que falavam alguma coisa, a franja movimentando-se com o
vento.


 


Ela
suspirou, cansada da tarefa que parecia continuar inútil, e ergueu os olhos
para me encarar e provavelmente pedir para que eu me concentrasse na pedra e na
minha mão ao invés de me perder em sua face, mas a única coisa que eu podia me
concentrar era na mão dela e na minha. E em seu rosto. Eu nem sabia mais que
pedras brancas haviam causado tudo isso e pouco me importava. Ainda mais quando
os olhos castanhos se prenderam nos meus e as palavras ficaram presas, percebi
claramente.


 


Todo esse
tempo que eu passei com Dulce, todas essas horas, as noites sem dormir em que
passávamos ao lado um do outro, quietos, não pude perceber como os olhos
castanhos eram um mar infinito que brilhava e que me afogaria em menos de dois
segundos. Eu nunca percebi que ela tinha cílios longos, e ela nunca me pareceu
tão... Delicada, frágil desse jeito, quando as palavras fugiam. Lembrei de
quando sentamos naquele corredor e o cheiro de baunilha de seus cabelos me
intoxicou o suficiente para eu permanecer com o braço ao redor de seus ombros,
sentindo seu rosto afundar em meu peito e suas lágrimas me encharcarem.


 


O que
estava acontecendo? Eu não pensava nada relacionado à Dulce que não fosse uma
mulher irritante que não parava de falar e sorrir daquele jeito igualmente
irritante. Eu estava drogado? Era a única explicação.


 


Drogado ou
não, percebi que estávamos próximos. Mais próximos do que quando a frustração
dela agarrou minha mão para me jogar no transe mais estranho da minha vida. E
percebi que estava muito drogado. Porque eu gostei da nossa proximidade.


 


- Ei, e aí?
O que as crianças estão fazendo? – Gastao apareceu diante de nós, animado, nos
sobressaltando e fazendo Dulce largar minha mão abruptamente e aumentar a
distância entre nós.


 


Nunca
pensei que agradeceria a alguma aparição dele.


 






Comentem !!




MiH Uckermann XD




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Autor(a): mirellauckermann

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Dulce   - Ta, eu admito. Eu queria segurar a mão dele.   Foi a primeira sentença que murmurei para minha mãe desde que ela e meu pai apareceram no quarto. Quando os vi pela primeira vez fiquei chocada, incapaz de emitir um som e apenas me limitei a observá-los em seu sofrimento por ver a filha em coma, cheia de fios saindo do corpo e ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 1723



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  • marcos00 Postado em 17/02/2010 - 15:52:52



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    Novo leitor...Ameiiii

    Passa em Jogo de Sedução(DyU)

  • marcos00 Postado em 17/02/2010 - 15:52:01



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    Novo leitor...Ameiiii

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  • marcos00 Postado em 17/02/2010 - 15:51:54



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  • marcos00 Postado em 17/02/2010 - 15:51:47



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  • marcos00 Postado em 17/02/2010 - 15:51:26



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  • marcos00 Postado em 17/02/2010 - 15:51:18



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  • marcos00 Postado em 17/02/2010 - 15:51:06



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  • marcos00 Postado em 17/02/2010 - 15:51:00



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  • marcos00 Postado em 17/02/2010 - 15:50:50



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  • marcos00 Postado em 17/02/2010 - 15:50:43



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