Fanfics Brasil - Capítulo IX ** Ao avesso(Vondy)

Fanfic: ** Ao avesso(Vondy)


Capítulo: Capítulo IX

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Dulce


 


Eu o considerava. Muito. Tinha que admitir, por mais que odiasse. Por isso estava indo atrás dele, indignada por ele ter me deixado no meu quarto apenas com suas palavras duras e o cenho franzido daquela maneira frustrada. Irritada. Por que ele estava assim? Eddy estava apenas me visitando e me dando forças para eu sair do coma!


 


Mas tudo bem, porque eu conhecia o Christopher melhor que ninguém agora e a raiva parecia embrenhada sempre em sua sombra, sempre pronta para atacar ao menor dos acontecimentos. Ele estava sendo idiota e eu o odiava por isso, mas odiava mais ainda aquela situação absurda. Então eu tinha que ir até ele e lhe desferir uns socos em sua cabeça pra ver se a razão retornava. Tudo ficaria ótimo depois. Todos felizes e satisfeitos. Nada de cenhos franzidos. Nada de palavras duras.


 


Tal lembrança apertou meu coração, sem meu conhecimento, mas não tive tempo de desvendar esses mistérios, pois já tinha chegado ao quarto dele, onde eu sabia que o encontraria. Lá estava ele, olhando o corpo, de costas para mim, provavelmente nem enxergando o que via a um palmo de sua mão que não fosse a raiva. Engoli a vontade de lhe acertar uma rasteira assim que observei a cena com outros olhos.


 


Eu o entendia. Mais do que ninguém.


 


- Eu perdôo você. – Murmurei, me aproximando dele. Chistopher apenas me olhou de esguelha. – Por ter sido um idiota agora, mas é porque eu sei que tem muitas coisas que você não entende e a única forma de lidar com o fato de não ter todas as respostas é sendo um idiota.


 


Ele franziu o cenho diante das minhas palavras que pareciam duras, mesmo com o meu tom de voz calmo.


 


- Dul-


 


- Você não sabe, mas não está sozinho. E apesar de não saber o significado, eu dou um pouco do meu afeto pra você. – Sorri de leve, encarando a face adormecida na cama antes de olhá-lo com a mesma expressão. Segurei a mão dele, sentindo a mesma eletricidade de ontem me acometer e prender meus olhos em nossas mãos por alguns milésimos antes de eu encarar os orbes negros impassíveis. Eu sabia que da primeira vez eu tive a total intenção de encostar a minha pele na dele, mas agora eu podia jurar que eu não tinha segundas intenções. Eu realmente queria apenas tirá-lo dessa solidão que eu sabia que ele se perdia tantas vezes. Eu era sua amiga, lhe doando não apenas um pouco do meu afeto, e eu queria que ele soubesse disso. – Pode sentir?


 


Eu ainda o olhava, sorrindo, notando que o cenho franzido e a frustração dele haviam evaporado alguns minutos atrás, o que me deixou bem mais tranqüila. Está vendo? A raiva besta de antes está totalm-


 


Ah, meu Deus.


 


Não, não, não, não... Eu sei que olhar é esse. Eu sei e não é nada bom! Nada bom assim como a proximidade que ia desaparecendo entre nós e que ele fazia questão de terminar! Ah, meu Deus! Meu coração – Que eu não achei que tivesse trazido comigo nessa outra vida – explodiu em meu peito e minha face começou a arder no minuto em que o vi hesitar por milésimos antes de continuar o que fazia e, eu sei, eu sei!, é tudo culpa minha por não estar fazendo nada para impedi-lo!


 


Ele já estava me beijando e eu não ia mais fazer nada para impedi-lo! Não, qualquer pensamento desafiante, encorajador, assustado, o que fosse, havia evaporado e eu só podia sentir a corrente elétrica percorrendo minha espinha de cima a baixo, enquanto eu apreciava os lábios dele contra os meus, sua respiração roçando minha face, seu polegar descansando em minha bochecha bem de leve. Tão leve quanto me senti assim que me permiti cair nesse feitiço tão estranho – Eu apostava ser o perfume masculino que ele havia trazido para essa vida, ou a maneira delicada com que ele me beijava e que estava me roubando todas as forças – e o deixei aprofundar o beijo.


 


Acho que meu profundo e mais almejado desejo, em vida ao menos, era ter um trabalho com prestígio e que eu amasse, um apartamento bem decorado, os dias sempre ensolarados para me fazerem sorrir ao ver o céu azul e ouvir a buzina dos carros da cidade grande, e encontrar um homem que me amasse e que me comprasse flores todos os dias. Mas eu poderia abrir mão de tudo isso, até das flores, para passar todos os minutos da minha vida apenas beijando esse homem, que ia me causar um enfarto se continuasse a brincar com a minha língua desse jeito tão tranqüilo. Eu juro.


 


Eu ia matá-lo por me deixar tão vulnerável.


 


Assim que ele me largasse. E assim que eu recuperasse as forças.


 


Droga...!


 


Eu sabia que tudo o que ele tinha de egocêntrico estúpido tinha que compensar em alguma outra coisa – Que até agora eu tentava me convencer ser a sua serenidade para todas as situações. Ou quase todas. – mas isso...?! Depois de matá-lo eu ia fazer um inquérito para saber como ele podia ter trazido a arte de beijar tão bem da vida real! Isso era um absurdo! Como ficavam os espíritos femininos aqui diante disso?! A situação era tão catastrófica que eu estava me sentindo drogada, entupida de morfina, quando eu sabia muito bem ser a língua dele e sua mão apertando a minha bem de leve que faziam esse trabalho proibido!


 


É, porque isso deveria ser terminantemente proibido!


 


Assim que ele afastou nossos lábios, permaneci com os olhos fechados, tendo certeza que se os abrisse ele veria o quanto eu estava drogada. A eletricidade ainda me percorria e eu queria que ele apenas me beijasse de novo.


 


E de novo.


 


E de novo-


 


- Você não deveria... ter me perdoado, Dulce.


 


O toque em minha mão havia sumido e eu abri os olhos, alarmada.


 


- Espera... – Ele já havia sumido. – Ucker...


 


E agora, com minha consciência de volta, eu podia sentir todas as conseqüências latejando em meu cérebro, com as vozes que duelavam entre si e meu coração que ainda estava acelerado.


 


Só agora pude me perguntar o que diabos estávamos fazendo...


 


Continua...


 




 



 


Comentem !!


 


MiH Uckermann XD



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Autor(a): mirellauckermann

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Dulce   - Ele me beijou. – Eu estava tão presa em meus pensamentos, que podia jurar que essas palavras eram apenas outras duelando na multidão em minha cabeça, mas eu havia pensado alto. Percebi agora que não me importava com isso. Nem com a bela visão que o terraço do hospital proporcionava, nem com o barulho agrad&aacu ...


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  • marcos00 Postado em 17/02/2010 - 15:52:52



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    Novo leitor...Ameiiii

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  • marcos00 Postado em 17/02/2010 - 15:52:01



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  • marcos00 Postado em 17/02/2010 - 15:51:54



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  • marcos00 Postado em 17/02/2010 - 15:51:47



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  • marcos00 Postado em 17/02/2010 - 15:51:26



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  • marcos00 Postado em 17/02/2010 - 15:51:18



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  • marcos00 Postado em 17/02/2010 - 15:51:06



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  • marcos00 Postado em 17/02/2010 - 15:51:00



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  • marcos00 Postado em 17/02/2010 - 15:50:50



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  • marcos00 Postado em 17/02/2010 - 15:50:43



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