Fanfic: O Cavaleiro do Amor *AyA*Ponny* | Tema: Ponny, AyA

— Por favor... — pediu, sem saber se pedia para ele parar ou continuar.

— Você tem sabor de vinho doce.

Haviam se aproximado da parte rasa da piscina, e Anahí já podia alcançar o chão.

— Devemos parar. — murmurou, trêmula.

— Preciso de você. — Alfonso beijou-lhe o pescoço, e depois os lábios.

— Eu sei, e...

Alfonso inclinou-se e contornou o decote do maio com a língua.

— Alfonso... Alfonso...

O som da voz de Anahí chamando-o pelo nome trouxe-lhe de volta à realidade.

— Anahí! — Abraçou-a com força. — Perdoe-me. Eu a assustei...

— Não. Eu quis beijá-lo. Pedi que me beijasse mesmo sabendo que estava errado. Isso é loucura. Não podemos continuar.

— Você está certa. — concordou, tentando se controlar. — Não podemos, não devemos. — Segurou o rosto de Anahí e olhou para ela de maneira intensa. — Não podemos, não é?

— Não...

A tristeza revelada naquela única palavra gelou o coração de Alfonso. Se ele implorasse, Anahí se renderia. Mas a que preço? O que poderia oferecer a ela, a não ser mais infelicidade?

A vida de Anahí pertencia ao presente, e a dele ao passado. Só conseguiria oferecer-lhe um prazer temporário, e não permitiria que seu desejo sobrepujasse sua honra. Honra era tudo o que possuía, e significava mais do que a própria vida.

Alfonso não devia fazer amor com Anahí.

Com um suspiro, encostou a testa na dela.

— O tempo e as circunstâncias estão erradas. Você merece um homem que possa lhe dar raízes e estabilidade emocional.

Devagar e com cuidado, largou-a, e os dois saíram da piscina. Em silêncio, secaram-se e voltaram ao apartamento.

— Eu cuido da toalha molhada. — Anahí dirigiu-se a seguir para a cozinha. — Por que não troca de roupa para analisarmos as lendas? Não temos muito tempo.

— Sim, milady. — concordou, sabendo que o tempo que os reunira agora era seu maior inimigo.

Enquanto se trocava, Anahí prometeu a si mesma que evitaria qualquer contato pessoal com Alfonso. Ele precisava voltar a seu tempo para salvar a vida de um rei. Era uma causa nobre e mais importante do que... Do que fazer amor?

Sua cabeça dizia-lhe que estava agindo certo, mas o coração tinha dúvidas se alguma coisa poderia ser mais importante que amar Alfonso.

— Esta aqui parece boa. — comentou Anahí, ao ler mais uma lenda.

— Acha que é essa? — Alfonso levantou da cadeira e aproximou-se dela no sofá.

— Não tenho certeza, mas as palavras indicam que está chamando por alguém.

— Mostre-me.

— Aqui. — Anahí procurou uma das palavras no antigo dicionário. — Esta palavra — apontou para o livro do druida. —, significa "intenso" ou "forte". E aquela, "campeão" ou "herói". Parece parte do diálogo do espetáculo onde eu chamava o cavaleiro para a batalha.

— Concordo.

— E aposto que esta aqui significa "venha". Cruze os dedos. — Anahí procurou o significado no dicionário, mal contendo seu entusiasmo. — Aqui está! — O sorriso desapareceu de seu rosto. — Não soa bem. Oh, não... — Desapontada, recostou-se no sofá. — É o trecho errado.

— Tem certeza? Talvez devesse ler outra vez.

— As primeiras palavras significam "campeão" ou "herói", mas não no sentido de que precisávamos. E uma lenda de amor.

— E daí?

— As palavras têm sentido duplo. Essa lenda chama por um campeão do amor. Um amante.

Depois de um longo silêncio, Alfonso por fim se manifestou:

— Talvez seja o que estávamos procurando.

— Creio que não.

— Tem certeza?

Será que Anahí chamara pelo guerreiro de suas fantasias românticas? Desejara o cavaleiro na armadura prateada com tanto ardor que as palavras do druida o trouxeram para ela?